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Von lantsovz

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๐—ฃ๐—ฅ๐—œ๐— ๐—”๐—ฉ๐—˜๐—ฅ๐—”โ”ƒโ Assim como as flores na primavera, o amor de Meadow por Daryl continuava florescendo. โž ... Mehr

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Von lantsovz

PRIMEIRO CAPÍTULO
A PROTETORA


















MEADOW SEMPRE FOI UMA PROTETORA. Desde que era apenas uma criança, ela carregava o sentimento de responsabilidade por todos aqueles que amava. Desde sua infância, ela sentia que era seu papel proteger os que estavam à sua volta, talvez por não ser capaz de se sentir segura em seu próprio lar.

Quando algum valentão da escola incomodava Spencer, ela estava lá para defendê-lo. Quando Aiden se encontrava no centro de alguma briga, ela era a primeira a se jogar em sua frente para protegê-lo. Seus pais a mandaram para inúmeros psicólogos, alegando que ela só poderia ter um problema para controlar sua raiva ─ era mais fácil que enxergar que, na verdade, ela só tentava evitar que a realidade de sua casa se estendesse para fora dessa.

Eles a colocaram em diversas aulas de defesa, tentando controlar o que eles chamavam de "personalidade rebelde" ─ afinal, seu pai não poderia correr o risco que sua filha mais nova manchasse sua carreira política.

Meadow era uma protetora, mas ninguém a protegeu como Aria. Sua irmã mais velha poderia ser considerada a filha perfeita, seguia perfeitamente o roteiro que lhe era entregue e, assim, protegeu Meadow de seu futuro definido, da violência de seu pai e do vazio de sua família. Entretanto, quando foi a hora de Meadow proteger Aria, ela chegou tarde demais.

E Meadow prometeu nunca chegar tarde novamente. Nunca cometer aquele erro mais uma vez.

Ela desviou do soco, sentindo os dedos de seu oponente passarem centímetros de sua bochecha. Ela sorriu de lado, levantando sua perna para chutá-lo, mas ele foi mais rápido ao impedi-la com seu braço. Meadow recuou, notando os passos de seu alvo, esperando até que ele atacasse primeiro.

Ela já conhecia seus golpes e, quando ele tentou atingi-la mais uma vez ─ como ela já esperava ─, ela virou de costas, segurando seu braço e sentindo o peso de seu adversário em sua coluna. Meadow o puxou, o derrubando no chão, escutando o gemido de dor que escapou de seus lábios.

Ele soltou uma risada, passando a mão pela sua testa. ─ Eu pensei que ganharia dessa vez. ─ Ele confessou, sua respiração ofegante ainda o mantendo deitado.

Meadow estendeu sua mão. ─ Você quase ganhou, Aiden. ─ Ela afirmou, o ajudando a se levantar. ─ Talvez daqui uns dez anos você consiga. ─ Ela disse, arrancando uma risada de Aiden, que a empurrou amistosamente.

─ Vai ser na próxima vez. ─ Aiden declarou. ─ É uma promessa. ─ Ele continuou, pegando a garrafa de água ao seu lado.

Meadow se encostou na parede, descansando seus músculos. ─ Você e o Nicholas vão levar alguns dos novatos na ronda de hoje. ─ Ela começou. ─ Glenn, Tara e Noah. A Deanna disse que eles são acostumados a buscar suprimentos.

A feição de Aiden mudou, o que não passou despercebido pela Hart. ─ Não entendo porque ela deixou eles ficarem. ─ Aiden confessou.

─ Porque nós precisamos deles. ─ Meadow o respondeu. ─ Eles viveram lá fora até agora, podemos aprender com eles.

─ Nós vivemos bem até agora, não precisamos de ajuda. ─ Aiden argumentou. ─ Eu sei que perdemos pessoas, mas...

Meadow o cortou. ─ Sua última equipe não foi sua culpa, Aiden. ─ Ela afirmou. ─ Mas eles podem ajudar 'pra que isso não aconteça de novo. ─ Meadow continuou, colocando sua mão em cima do ombro do Monroe. ─ Dê uma chance a eles, escute o que eles tem a dizer.

Aiden suspirou. ─ Você sempre fica do lado dela. ─ Ele resmungou, revirando seus olhos.

─ Sim. ─ Meadow confessou. ─ Ela normalmente está certa, ao contrário da sua teimosia. ─ Ela jogou o moletom do Monroe na direção dele.

─ Você só odeia minha teimosia porque não consegue me manter preso aqui como faz com o Spencer. ─ Ele disse com um sorriso em sua face, vestindo seu moletom.

─ Ele está seguro aqui. ─ Ela contou. ─ Você estaria mais seguro aqui.

Aiden sorriu, bagunçando os cabelos da Hart. ─ Você não pode proteger todo mundo, Meadow. ─ Ele disse, depositando um selinho na testa da morena. ─ Nós podemos te proteger também. ─ O Monroe afirmou e, antes de deixar Meadow sozinha com seus pensamentos, olhou mais uma vez para o colar em seu pescoço.

AS RUAS DE ALEXANDRIA ESTAVAM CALMAS, alguns adolescentes voltavam de suas aulas, conversando em seus grupos, alguns adultos passeavam com seus cachorros e os outros habitantes estavam todos realizando suas respectivas funções. Depois de passar o dia ajudando Olivia com o estoque ─ já que ainda estava proibida de deixar os muros da comunidade ─, Meadow caminhava até o centro do local.

Conforme se aproximava mais dos muros, soltou um suspiro ao ver Enid fugindo mais uma vez. Ela confiava na jovem, confiava em sua capacidade de se defender, mas, às vezes, do lado de fora é mais uma questão de sorte do que habilidade. "Você não pode proteger todo mundo, Meadow" a voz de Aiden soou em seus pensamentos.

A Hart notou que não era a única a observar Enid quando enxergou o menino com o chapéu de cowboy. Ele estava parado, seus olhos presos na trajetória da adolescente enquanto ele segurava o carrinho de bebê.

─ Essa é uma edição muito boa. ─ Meadow afirmou ao notar a revista de quadrinhos que ele tinha em uma de suas mãos.

A voz da Hart o pegou de surpresa e ele demorou alguns segundos para respondê-la. ─ Eu achei... ─ Ele começou, encarando a edição do homem-aranha que carregava. ─ ... achei na casa.

─ Eu tenho vários quadrinhos na minha casa, você pode passar lá qualquer dia desses. ─ Meadow contou. ─ Tenho certeza que a Enid vai gostar da companhia. ─ Ela disse, estendendo sua mão. ─ Sou a Meadow, você é o Carl, certo?

Carl assentiu com a cabeça, olhando mais uma vez para o local em que havia visto Enid pela última vez, mas a jovem já havia atravessado o muro. ─ A Enid... ─ Carl continuou. ─ ... Você é de fora como ela?

─ Não. ─ Meadow o respondeu. ─ Mas eu a encontrei e ela mora comigo desde então. ─ A Hart disse. ─ Ela passou por muita coisa, sei que você vai conseguir entender porque é difícil 'pra ela se abrir com outras pessoas. ─ Carl mantinha seus olhar em Meadow, prestando atenção em suas palavras. ─ Você é bem vindo na nossa casa quando quiser.

─ Obrigado. ─ Ele respondeu, sorrindo de lado. Olhando aquele menino de olhos tão azuis, Meadow se pegou pensando em como a vida não havia sido fácil para ele. Pensou nas coisas que ele deve ter visto. A dor dele parecia ser semelhante com a de Enid.

O choro do bebê ─ que, até então, estava dormindo pacificamente em seu carrinho ─ tirou a Hart de seus devaneios e, antes que Carl pudesse acalmar sua irmã, a morena o interrompeu. ─ Eu posso? ─ Ela questionou e o jovem assentiu.

Ela segurou a pequena Judith em seus braços, a aconchegando em seu colo, passando delicadamente os dedos pelos seus fios de cabelo claros. Ela a balançava, sussurrando em seu ouvido, até que o choro cessou.

─ Eu nunca pensei que veria um bebê de novo. ─ Meadow confessou, admirando a feição calma da criança. ─ Ela se parece com você.

Carl sorriu, feliz com a comparação. ─ Você é boa nisso. ─ Ele afirmou, notando a calma de sua irmã nos braços da Hart.

Antes que Meadow pudesse respondê-lo, o barulho do portão sendo aberto e as vozes enfurecidas que chamaram a atenção de todos os moradores presentes fizeram com que sua visão mudasse para o tumulto que começava a se formar. A Hart colocou Judith em seu carrinho e correu para a entrada.

Aiden havia voltado de sua ronda com Nicholas, sendo seguido pelos três novos membros de Alexandria. Conforme Meadow se aproximava, a confusão se intensificava e ela já podia enxergar Aiden empurrando Glenn.

─ Aiden! ─ Deanna exclamou e a Hart parou ao lado dela, notando que outros indivíduos do grupo de Rick estavam presentes também, como Daryl e Michonne. ─ O que está acontecendo?

─ Ele não curte o jeito que a gente faz as coisas. ─ O Monroe afirmou, encarando Glenn. Aiden se virou para sua mãe, sua face irritada e seus pulsos fechados demonstravam sua raiva. ─ Por que aceitou esses caras? ─ Ele perguntou à Deanna.

─ Porque a gente sim sabe se virar lá fora. ─ Glenn disse e, depois disso, tudo aconteceu rápido demais.

Aiden tentou socá-lo, mas o Rhee foi mais rápido ao desviar e atingiu o Monroe na boca. Daryl derrubou Nicholas e Meadow se colocou na frente de Aiden, dando um soco no nariz Glenn, ouvindo o som de seu osso sendo quebrado. ─ Já chega. ─ Deanna gritou. ─ Eu disse chega!

Rick puxou Daryl, pedindo para que ele se acalmasse. Michonne empurrou Meadow, a segurando. ─ Nunca mais toque nele. ─ A Hart avisou, mantendo seu olhar preso em Glenn, que tinha sangue escorrendo de seu nariz, enquanto pedia para que Maggie não fizesse nada.

─ Eu quero que todos me ouçam, tá bom? ─ Deanna começou e Meadow conseguia escutar a tosse de Nicholas, causada pela força que Daryl colocou em seu pescoço. O Dixon ainda andava de um lado para o outro, sendo segurado por Rick, claramente irritado. ─ O Rick e o pessoal dele são parte dessa comunidade agora, como iguais, entenderam? ─ Ela perguntou, olhando para Aiden.

O Monroe deu de ombros. ─ Entendi. ─ Ele afirmou.

─ Todos vocês entreguem as armas. ─ Deanna ordenou. ─ E vocês dois. ─ Ela apontou para Meadow e Aiden. ─ Vão falar comigo.

Aiden assentiu e Meadow trocou olhares com Daryl, a feição séria de ambos e a raiva que irradiava pelos seus músculos. O Monroe colocou a mão nas costas da Hart, a guiando para fora da confusão.

─ Eu falei que tinha um serviço 'pra você. ─ Deanna se dirigiu à Rick. ─ Gostaria que fosse nosso condestável. ─ Ela confessou. ─ Era o que você era. É o que você é. ─ Deanne se virou para Michonne. ─ E você também. Vocês aceitam?

─ 'Tá bom. ─ Rick respondeu.

─ É, eu aceito. ─ Michonne disse com um sorriso em seu rosto. Daryl pegou sua besta do chão, saindo frustrado.

─ Me desculpe por Meadow. ─ Deanna disse para Glenn, oferencendo um lenço para seu nariz. ─ Ela é muito protetora com sua família.

─ Ela é sua filha? ─ Maggie perguntou.

─ É como se fosse. ─ A Monroe sorriu. ─ E obrigada.

─ Pelo o que? ─ Glenn questionou, limpando o sangue que continuava a escorrer.

─ Por meter a mão na cara dele.

MEADOW PASSAVA COM CUIDADO O PANO ÚMIDO SOBRE O lábio machucado de Aiden. A ardência fez com que ele se afastasse quando ela o tocou. ─ Fique parado. ─ Ela disse e o Monroe fez uma expressão de dor.

Eles já haviam passado alguns minutos ouvindo o sermão de Deanna e agora Hart cuidava dos ferimentos do Monroe. ─ Isso é como nos velhos tempos. ─ Ele afirmou, tentando sorrir de lado, mas falhando ao sentir seu machucado arder. ─ Você entrando em uma briga por minha causa e depois cuidando de mim. ─ Ele contou, nostálgico.

─ Eu não devia ter batido nele. ─ Meadow confessou, mexendo em seu kit de primeiros socorros, pegando seus itens para fazer um curativo.

─ Você também?! ─ Ele exclamou, revirando seus olhos.

─ Amarrar zumbis, Aiden? ─ A Hart perguntou. ─ O que estamos fazendo aqui, o que fazemos lá fora, não é uma brincadeira. Eu pensei que você soubesse disso.

─ Ele matou nossos amigos. ─ Aiden argumentou. ─ Era só uma maneira de desestressar antes das rondas, como eu fazia no exército.

─ E você quer o que? Vingança? Eles foram pessoas uma vez, Aiden. Amarrar eles não é vingança, é maldoso. ─ Ela continuou, fazendo o curativo em sua boca. ─ E isso não é uma iniciação de exército. Isso é sobrevivência. ─ Meadow declarou. ─ Vou dizer para Deanna que você precisa ficar um tempo sem ir lá fora.

Aiden suspirou, abaixando sua cabeça. ─ Eu fui um idiota. Eu sou um idiota, você sabe. ─ Ele confessou e voltou seu olhar para o colar de Meadow, lendo o nome de Aria nele. ─ Eu sinto falta dela.

Meadow sorriu tristonha. ─ Ela estaria tão brava agora.

─ Sim. ─ Aiden riu. ─ Com certeza ela ia estar brigando comigo por eu ter te metido nos meus problemas, como sempre. ─ Ele contou, uma expressão triste se formou em sua face. ─ Me desculpa, Meadow.

A Hart finalizou o curativo, passando sua mão pelo ombro de Monroe. ─ Nós somos uma família, Aiden. ─ Meadow afirmou. ─ Suas brigas são minhas brigas, certo? ─ Ela repetiu a frase que tanto ouvia do Monroe quando era criança, esticando seu braço para fazerem o toque secreto com suas mãos.

─ Certo. ─ Ele respondeu, juntando sua mão com a de Meadow.

QUANDO A NOITE CHEGOU, Meadow se encontrava em frente à uma das casas do grupo do Rick, carregando uma caixa com alguns medicamentos e itens para tratar ferimentos. Ela bateu na porta algumas vezes, até que foi atendida por Glenn. Ele estava com uma faixa em seu nariz e seu rosto ao vê-la não parecia tão receptivo ─ algo que ela, obviamente, entendia.

─ Eu gostaria de me desculpar. ─ Meadow confessou. ─ Eu não sabia o que havia acontecido e na hora eu não pensei direito. Eu não devia ter quebrado seu nariz. Me desculpa. ─ Ela pediu, estendendo a caixa para ele. ─ Eu trouxe algumas coisas que vão te ajudar com a dor e, se você quiser, posso dar uma olhada no seu nariz. ─ Ele a encarou, confuso. ─ Eu estava fazendo minha residência antes de tudo isso.

Glenn esboçou um pequeno sorriso. ─ 'Tá tudo bem. Eu entendo. ─ Ele afirmou. ─ Família é família, né? ─ A Hart assentiu. ─ Obrigada por isso. ─ Ele disse, pegando os medicamentos da mão de Meadow. ─ Você tem um bom soco. ─ Ele contou, soltando uma leve risada.

─ É, você fez um bom estrago também. ─ Meadow afirmou, colocando suas mãos em seus bolsos. ─ Posso te pedir uma coisa? ─ Ela perguntou e o Rhee concordou com a cabeça. ─ Pode cuidar dele lá fora? Por favor.

─ Vou fazer o meu melhor. ─ Ele respondeu e Meadow sorriu, se despedindo e dando às costas para ele, caminhando de volta para sua casa.

Ela ainda acreditava que o grupo de Rick era exatamente o que Alexandria precisava, mesmo já tendo quebrado o nariz de um de seus membros.

NO DIA SEGUINTE, DEPOIS DE ACOMPANHAR SPENCER ATÉ A TORRE DE VIGILÂNCIA e se despedir de seu noivo, Meadow conseguiu sua permissão para deixar os muros de Alexandria e foi para a floresta.

Ela sentiu que respirou verdadeiramente, depois de dias presa na comunidade, quando colocou seu pé do lado de fora, quando sentiu a brisa gelada da manhã que a natureza proporcionava. Quando escutou os sons dos pássaros e o barulho dos caminhantes. Ela sabia que não poderia ser normal se sentir em casa no meio do apocalipse, se sentir em segurança fora dos muros, mas era como ela sempre se sentia.

Meadow carregava duas facas em sua cintura, uma pistola pequena, uma mochila e um arco e flecha em suas costas ─ uma tentativa de caçar que, até então, não havia obtido sucesso. Ela observava alguns coelhos quando escutou alguns passos se aproximando.

A Hart se escondeu atrás de arbustos e analisou a figura que se aproximava. Suas vestes ainda sujas, seu colete, sua besta. Daryl Dixon. Ela pretendia seguir seu caminho, achando que ele não tinha a notado, mas sua voz rouca impediu seus planos.

─ Sai! Agora! ─ Ele exclamou, apontando sua arma para os arbustos em que ela se escondia.

Meadow guardou seu arco, levantando suas mãos e caminhando na direção de Daryl. Quando ele a viu, abaixou sua besta e a encarou, analisando seus movimentos. ─ Como sabia onde eu estava? ─ A Hart perguntou. ─ Sabe diferenciar os passos de uma pessoa de um zumbi? ─ Ele manteve seu olhar preso nela, sem dizer uma palavra. ─ Pode me ensinar isso?

─ Por que 'tá me seguindo? ─ Ele perguntou, seus olhos desconfiados e sua expressão que sempre era tão difícil para Meadow decifrar.

─ Eu não 'tava. ─ Meadow respondeu. ─ Estava tentando caçar coelhos. ─ Ela disse. ─ O Aaron está me ensinando, mas eu não sou boa nisso. ─ Meadow riu. ─ E não sei como usar isso. ─ Ela declarou, mostrando seu arco. ─ E o que você tá fazendo aqui fora? ─ Ela questionou. ─ Posso ficar com você? ─ A Hart pediu. Aaron havia contado que o Dixon era experiente em viver do lado de fora e Meadow sabia que poderia aprender com ele.

Ele deu às costas para ela. ─ Fica junto. ─ Ele afirmou, continuando seu caminho e Meadow começou a segui-lo. ─ E quieta.

Eles caminharam por alguns minutos, Daryl sempre mantinha seus olhos no chão, analisando atentamente os rastros deixados na mata. ─ Os zumbis se arrastam. ─ Ele disse, chamando a atenção de Meadow. ─ Os rastros deles são mais largos e espalhados. ─ Ele apontou para o chão. ─ Olha como seus rastros são diferentes. ─ Ele apontou para o caminho que Meadow havia feito.

Ela assentiu, dedicando toda sua atenção para o que Dixon falava. ─ É incrível como você percebe isso. ─ Ela confessou sorrindo e Daryl a olhou por uns instantes, desviando seu olhar ao escutar o relinchar de um cavalo.

Quando chegaram na direção do som ─ à poucos metros de onde estavam ─ encontraram um cavalo negro parado no meio da campina, se alimentando da grama.

─ É o Buttons. Uma das crianças o viu perto do portão e deu o nome. ─ Meadow afirmou. ─ Eu e o Aaron estamos tentando pegar ele há meses, mas ele sempre foge quando chegamos perto. ─ Ela contou, jogando sua mochila no chão e tirando uma corda de dentro dela.

Daryl pegou a corda das mãos dela, a ajeitando. ─ Já fez isso antes? ─ A Hart perguntou.

─ O meu grupo já, mas não durou muito tempo. ─ Daryl disse. ─ Quanto mais tempo ficam lá fora, mais se tornam o que realmente são. ─ Ele contou, enrolando a corda em seu braço e caminhando lentamente até o cavalo.

Meadow assistiu como ele era paciente, como conversava com o animal, como parecia entendê-lo. Buttons não se assustou com a presença do Dixon e quando Meadow pensou que, finalmente, conseguiriam pegá-lo, os caminhantes apareceram, enfurecendo o cavalo.

─ Droga! ─ Daryl reclamou, tirando a besta de suas costas, enquanto Buttons corria para longe. ─ Fica perto.

Meadow tirou as duas facas de sua cintura, correndo em direção ao grupo de zumbis. Chutou o primeiro que caiu no chão, colocando a faca em seu crânio. O segundo se movimentou mais rápido, segurando seu braço, mas ela conseguiu empurrá-lo e enfiou a faca na lateral de sua cabeça.

Ela descansou as mãos em suas pernas, respirando fundo. ─ Vamos. ─ O Dixon a chamou, correndo pela campina, tentando não perder o rastro do animal.

Eles voltaram para a vegetação densa, caminhando em silêncio um ao lado do outro. ─ Você sabe como diferenciar um zumbi de uma pessoa, sabe acalmar um animal selvagem. ─ Meadow começou. ─ Sabe diferenciar uma pessoa boa de uma pessoa ruim? Pelo o que o Aaron me contou, Rick não é muito bom com isso.

─ Não tem muita diferença hoje em dia. ─ Daryl afirmou.

─ Eu não acredito nisso. ─ Meadow respondeu e o olhar do Dixon se voltou para ela. ─ O Aaron encontrou você. ─ Ela declarou. ─ Encontrou seu grupo.

Antes que Daryl pudesse respondê-la, ela apontou sua mão para que ele fizesse silêncio e depois apontou para o animal que estava um pouco à frente deles. Eles haviam encontrado Buttons mais uma vez.

─ A gente tem que agir rápido. ─ Daryl afirmou. ─ Ele 'tá ficando cercado. ─ Os zumbis chegavam de todos os lados, tentando transformar o cavalo em sua refeição. ─ Pega os que 'tão longe.

Meadow assentiu, retirando a pistola que estava presa em sua cintura. Seus tiros eram certeiros, atingindo os caminhantes na cabeça. Mas o som alto das balas impediu que ela escutasse o zumbi que se aproximava por trás dela e, quando ela percebeu, estava caída no chão tentando se defender do morto com seu braço.

Sua arma havia caído e ela não conseguia alcançar sua faca. Ela continuava tentando chutá-lo, mas o peso dele a prendia no chão. Ela viu quando Daryl puxou o zumbi pelas suas vestes, o derrubando e enfiando a faca em seu crânio.

Ele estendeu a mão para ajudá-la a se levantar. ─ Obrigada. ─ Meadow disse, pegando sua arma.

Buttons estava cercado, os caminhantes já estavam próximos demais. Daryl cessou seus passos e Meadow tentou acertá-los, mas sua munição havia acabado. ─ Merda! ─ Ela exclamou.

A Hart não desistiria. Ela pegou suas facas e correu em direção aos zumbis, fazendo com que Daryl fizesse o mesmo. Eles conseguiram matar todos, mas o cavalo fugiu mais uma vez e Meadow se sentou, permitindo que seus pulmões recuperassem o ar. ─ Talvez na próxima vez. ─ Meadow declarou e o Dixon assentiu.

Ele fez um sinal para que ela se levantasse, apontando para o coelho que passava tranquilamente por aquela parte da campina. Meadow pegou seu arco, retirando uma flecha de suas costas e Daryl parou atrás dela, colocando suas duas mãos nos braços da Hart, ajeitando sua posição. ─ Agora. ─ Ele disse como um sussurro, próximo ao ouvido da morena. Assim que ela soltou a flecha, seu alvo foi atingido, fazendo com que um enorme sorriso se formasse em seu rosto.

─ Eu consegui. ─ Ela afirmou, olhando para o Dixon, que murmurou "uhum".

A caminhada de volta para Alexandria foi calma. Daryl carregava o animal morto com uma de suas mãos e Meadow seguia o homem. ─ Sobre a briga de ontem... ─ A Hart iniciou. ─ ... Me desculpa por bater no seu amigo. Eu não devia ter feito isso e o Aiden...

─ Ele é um babaca. ─ Daryl declarou.

Meadow soltou uma gargalhada. ─ Eu não posso argumentar contra isso.

─ 'Tá de boa. ─ Ele disse, dando de ombros.

─ Eu sei como é. ─ Ela confessou, notando que o desconforto de Daryl aumentava conforme eles se aproximavam de Alexandria. ─ Sei como é se sentir deslocado aqui. Eu cresci em um lugar assim e ainda não me sinto em casa. ─ Meadow contou e ele a olhou.

─ Você devia tentar ir à festa que a Deanna vai dar hoje à noite. ─ A Hart continuou.

─ Você vai? ─ Daryl perguntou.

Meadow negou. ─ Não, não gosto muito desses eventos. Fujo deles quando consigo.

─ E por que 'tá me dizendo 'pra ir? ─ Eles pararam na frente do portão da comunidade e Meadow fez um sinal para que abrissem.

─ Você devia dar uma chance 'pra essas pessoas. ─ Ela voltou sua atenção para ele. ─ Uma chance de te conhecerem. ─ Meadow explicou. ─ Como você deu 'pra mim.

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