Evergreen

Autorstwa ManuhCosta_Official

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Uma conveniência imposta por uma regra social obrigatória, um mundo onde não há amor maior do que o que podem... Więcej

Classificação e Informações 🖤➕1️⃣6️⃣
Personagens 🌸🌺🪷🌕🔥
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Autorstwa ManuhCosta_Official





— No que está pensando?

Olho para o lado, estou deitada na minha cama com este enorme homem deitado ao meu lado, alguém do qual nem fazia ideia até alguns dias atrás de que seria meu futuro marido. Nem que sonhei que um dia compartilharia algum tipo de intimidade.

— No bebê.

Eu sei que não devo mentir, mas é automático falar sobre isso, assustador que eu venha pensando numa vida que sequer sonhei que existiria antes, agora, no entanto estou pensando sobre isso, sobre um bebê, um filho.

Volto a olhar para a parede, ficar em casa nunca foi tão tranquilo e silencioso, sei que se eu estivesse sozinha estaria lendo um livro ou vendo antigos mapas que tenho desenhados em cópias que tirei da biblioteca local, fazendo esboços de como eram os vários relógios ou peças internas de um dos extintos séculos XVII na antiga terra.

Virgo é um companheiro silencioso também, calado, depois da nossa refeição vim me deitar e ele me acompanhou, cochilei e acordei há pouco, acredito que ele tenha dormido um pouco descansar para ele assim como para mim é um certo luxo em algumas épocas do ano.

— Não ocupe sua mente com isto — diz baixinho.

Gostaria de não ocupar.

Desde que tudo isso começou não me permiti sentir tantas emoções ou responsabilidades, a verdade é que eu nem parei para pensar com cuidado sobre nada disso, estava muito ocupada com minhas frustrações sobre estar casada com alguém contra minha vontade, imaginando como seria ter que tornar minha existência objeto da atenção de alguém.

É assim que sempre vi meus pais, mas de um jeito mais terno, talvez por esse motivo que nunca tenha me preocupado com o instituto do casamento e que não tenha pensado no celibato direito, que não tenha olhado para um homem do jeito que olhei para o Ministro hoje quando acordamos, eu realmente nunca parei para ver um homem na minha vida.

— Deve ser bom de cama — digo para mim mesma.

A respiração dele se fixa na minha nuca e arregalo os olhos saindo dos pensamentos, uma lufada gostosa toca minha cabeça e sei que ele ri em silêncio, ri muito, minhas bochechas queimam e sei que é algo muito errado.

O sexo é uma coisa que já foi usada de diversas formas durante a nossa evolução, ele já foi alvo de desejo, luxúria e arma de guerra, estupros eram comuns na antiga república assim como a prostituição, moeda de troca entre muitas pessoas com poder, pelo que soube a prática de vender a virgindade de suas filhas era algo que os colonos faziam ao arranjar bons casamentos, outros davam suas mulheres para noites regadas de sexo em troca de pactos por território ou poder.

Ou só porque objetificavam-nas... algumas delas adoravam isso.

Em alguns textos fica bem claro que em poucos momentos da história as mulheres conseguiram ter algum tipo de liberdade, mas a que elas mais tiveram privação foi no sentido sexual e em relação as decisões de seus corpos, decisões pessoais.

Poucas mulheres foram tão donas de si em suas vidas.

Poucas mulheres foram donas de alguma coisa.

— Não acha curioso que nossas decisões sejam entreguem a pessoas que mal nos conhecem, meu senhor? — questiono pensativa. — Nossos direitos reprodutivos, nossas profissões, nosso direito de amar alguém?

— Sobre o sexo, acho intrigante — Virgo responde.

Coço meu rosto no braço e confesso que estou constrangida, Virgo passa o braço envolta da minha cintura e fico olhando para os dedos grandes pousados em minha barriga.

— Meros reprodutores? Acha mesmo que as pessoas que estão casadas hoje não sabem tirar proveito da conveniência? — questiona e posso sentir o calor de seu hálito no meu pescoço. — Acredita que em algum momento não se entregam aos impulsos sexuais? Que não sentem prazer durante a relação?

Me incomodo com o tom mascarado de sua voz, algo grave e que vibra perto da minha orelha, isso faz com que sinta um arrepio no corpo, algo que nunca senti na vida, não gosto disso e ao mesmo tempo... gosto.

— Não seja ingênua minha senhora. — as duas últimas palavras são ditas num tom mais baixo, como um sussurro.

Outro arrepio.

— Me senhor, para um homem certamente é algo que pode ser muito prazeroso, mas já ouvi relatos das minhas cunhadas sobre as primeiras vezes, dizem que a primeira vez de uma mulher é algo horrível, que isso a machuca e que dói muito. — confesso e posso sentir que minha respiração vai ficando mais forte.

— Minha senhora tem medo de que eu a machuque? — indaga ele agora com voz reflexiva.

Me inclino para trás e me viro ficando de frente para ele, os olhos me analisam por momentos extensos, a mão dele repousa nas minhas costas, nossas faces estão muito próximas, nossas respirações, sinto meu coração mais acelerado.

— Sabia que na antiga terra, um povo chamado Wodaabe possuía uma cultura bem interessante e peculiar, meu senhor?

— Não, minha senhora, fale.

Gosto quando ele me ouve, gosto que seja tolerante, que não seja um bruto sem paciência.

— Tinham o primeiro casamento arranjado ainda na infância por seus pais, então se casavam, mas em suas vidas adultas, os homens daquela tribo que não se casavam celebravam um ritual chamado "Gerewol", um ritual de namoro, eles se pintavam para impressionar as mulheres e dançavam para elas em busca de esposas, as mulheres ainda que estivessem casadas poderiam iniciar um novo matrimônio com esses homens e trocar de marido.

— Muito interessante, minha senhora.

— Esse segundo casamento era chamado de Casamento por Amor, meu senhor.

— Parece justo, minha senhora — Virgo pisca para mim calmo e sorri.

Os sorrisos dele começam a me constranger.

— No antigo continente asiático, sul asiático também tinha algumas comunidades em que cultivavam a poliandria afetiva, quando irmãos compartilhavam da mesma esposa com o intuito de não dividir as terras herdadas pela família, quando um filho fruto dessas relações nascia, as mulheres decidiam quem era o pai, acha justo, meu senhor?

— Muito justo, minha senhora — provoca de forma terna.

Isso me faz sorrir.

— Não considero pior do que as práticas dos antigos Egípcios onde Faraós ejaculavam as margens do Rio Nilo publicamente e logo em seguida todos os homens presentes faziam o mesmo, — confesso — meu senhor.

— Quais motivos, minha senhora?

— Eles acreditavam em um deus chamado Atum que com a ejaculação controlava o fluxo e corrente do rio, este era chamado deus da criação — suspiro — Cabanas do sexo em um lugar chamado Camboja onde mulheres podiam ter relações com quem quisessem até escolher seus esposos.

— Acumulando o maior número de homens possível até escolherem um marido, eu sei, é tão retrogrado a monogamia, minha senhora.

Pelo tom de ironia e humor na voz dele, fico ainda mais constrangida.

— O ministro está zombando dos meus estudos? — pergunto.

— Claro que não, aprecio o fato de que seja conhecedora da história, mas tenho lido muitos livros há respeito de casamentos desde que iniciei meus estudos para o ministério, sempre há pessoas que levam problemas do casamento ao ministério e cabe a nós resolvermos também esses assuntos.

— É conselheiro?

— Também.

Não poderia imaginar.

— Me sinto meio tola por ter narrado tudo isso, é claro que deveria saber, em seu curso há uma extensão bem vasta de estudos sobre os antigos rituais terrestres e das novas colônias, meu senhor. — confesso bem surpresa.

— Não, em absoluto, não me lembro de muitas coisas, minha senhora, você tem um conhecimento muito mais amplo neste sentido, sei muito pouco perto do que você sabe.

Ficamos nos olhando por alguns instantes, a mão dele toca o meu braço e lentamente sobe por meu antebraço até meu ombro, acariciando minha pele devagar, pisco totalmente sem graça, é intimidador que me olhe desse jeito, mas gosto que me toque.

Gosto muito e sei que não devo.

— Quer comer alguma coisa? — pergunto.

Meu coração pula no peito, minha respiração está entrecortada e eu estou com as bochechas queimando muito, nunca me senti assim em qualquer momento da vida diante de um homem, com o toque de alguém, com o olhar.

— Quero — sussurra.

Os olhos do ministro se fixam nos meus e me sinto abduzida pela forma dele me fitar, não me movo, não respiro direito, ele se aproxima e vem na minha direção a boca dele toca a minha e o beijo se firma nos meus lábios num roçar lento, puxo o ar tentando recuperar minha respiração, fecho os olhos e abro a boca recebendo a língua dele.

É assim que é um beijo, algo íntimo e proibido antes do casamento, algo do qual li, vi nos muitos filmes das antigas províncias, algo que era normalizado e comum, mas que hoje é extremamente privado.

Minhas mãos tocam a pele quente das costas dele e sinto o peso de seu corpo em cima do meu, me acomodo no colchão e a minha boca se move com a dele devagar, não sei beijar, mas gosto da sensação.

— Você não sabe beijar — diz entre o beijo.

A língua dele está se enfiando na minha boca e a minha tenta se enfiar na dele.

— Você também não — respondo e não é uma mentira exatamente.

Virgo se ergue apoiando o cotovelo na cama, me olhando todo sério.

— Quando eu enfiar a língua na sua boca você recua com a sua e quando eu recuar a minha você enfia a sua língua na minha boca depois disso é só mover para os lados e tentar sugar devagar.

Tão técnico.

— Como chupar uma fruta com sumo? — pergunto meio confusa com a descrição.

— Exato.

— Está bem.

Ele se inclina novamente e logo em seguida seus lábios estão nos meus, aceito a língua dele se enfiando na minha boca, meus lábios tocam os dele e quando sua língua recua a minha se move, Virgo estende as mãos e toca meu couro cabeludo devagar fazendo uma massagem gostosa na minha cabeça, movo meu rosto para o lado explorando mais sua boca, minhas mãos tocam suas costas enquanto sinto seu corpo em contato direto com o meu.

O ministro tem muitos músculos, não é como os homens daqui, não os que eu conheço.

Poucas vezes na vida vi algum dos meus irmãos ou pai sem camisa, é algo que não é bem-visto ou permitido em público ou perto de crianças, a verdade é que conheço a anatomia de um homem pelos estudos, mas tocar um homem assim e ter esse contato nessa proporção é muito interessante.

— Assim — sussurra entre o beijo.

O beijo se torna mais profundo e terno, me inclino e meus lábios vão se abrindo mais para o beijo, minha língua acaricia a dele com suavidade e lentidão, tem gentileza no jeito como ele toca a minha língua com a dele, meu coração se acelera mais, posso sentir o dele também pulando de encontro ao meu saltando forte no peito, descompassado enquanto nossas respirações se tornam mais fortes, a intensidade vai me tomando bem como minhas mãos apertam com firmeza a pele dos ombros do ministro.

— Lennaaa...

O berro me trás para a realidade, a voz da minha mãe abafada do lado de fora da minha casa, empurro Virgo com força e ele arregala os olhos todo confuso.

— Hielena, filha, você está aí? — papai chama do lado de fora.

Virgo pula para fora da cama, me ergo respirando fundo.

— Eu já vou — berro.

— Vou ao banheiro — Virgo diz muito baixo, nervoso me dando as costas. — Já retorno.

— Claro.

Respiro fundo e o vejo indo depressa para o banheiro depois de recolher uma túnica, coloco um casaco velho de lã por cima do meu conjunto e tento respirar fundo.

Maravilhada e assustada.

Será que todas as vezes será assim?





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