O que o destino queria me dizer? Após ser deixada em casa por James, não tinha parado de pensar no nosso beijo e uma mistura de sentimentos me envolvia, excitação e culpa andavam como melhores amigas desde que fui deixada em casa. Não podia dizer que o beijo foi ruim, pois foi longe disso, no entanto me culpava por saber que não era certo. De forma nenhuma podia me permitir me envolver assim.
O que mais precisava naquele momento era um banho de água fria, entretanto até no banho as lembranças daquele beijo me perseguiam. Enquanto espelhava o sabonete líquido pelo meu corpo, acabei percorrendo o mesmo caminho que as mãos de James seguiram mais cedo, porém não consegui parar ali, era assustador a intensidade como eu queria mais e segui com a minha mão até o meu monte vênus, imaginando o toque dele e sua respiração ofegante em meu pescoço. Suspirei, quando minha mão levemente desceu entre minhas pernas, fazendo movimentos leves e pulsantes próximo ao clitóris. Sem conseguir controlar os meus gemidos, tentei abafá-los mordendo meu lábio inferior. A lembrança estava viva e presente, sua voz no meu ouvido me perguntando o que eu desejava. Meu corpo estava em chamas, sentia minha pele arrepiar enquanto movimentava meus dedos, aumentando um pouco mais a intensidade.
– Meu Deus, James. – Eu estava sozinha na merda do banheiro, mas era o nome dele que saia da minha boca.
Meu corpo tremeu por completo quando senti o orgasmo me tomar e me levar ao ápice. Eu estava louca, acabei de ter um orgasmo enquanto me masturbava pensando em James Carter.
Acordei no dia seguinte à flor da pele, faltava dois dias para o final de semana onde ficaria sozinha com James. Não conseguia entender como meu futuro marido conseguiu convencer meu pai de me deixar ficar sozinha com ele durante esses dias, na verdade acho que sei o motivo, não existe escapatória para esse casamento, então não faria diferença ficar sozinha com meu noivo antes do casamento.
A casa estava silenciosa, meu pai deveria ter saído para trabalhar e minha mãe fazer compras. Me sentei no sofá da sala e fui ler um livro, tendo minha leitura interrompida por uma mensagem em meu celular.
Bom dia, Amber! Que tal sair para almoçar? Só aceito sim como resposta.
Sorri ao ver a mensagem da Mel, a única amiga que tenho. Seria legal sair para esquecer a confusão que minha vida andava, a respondi em seguida.
Bom dia! Vamos sim! Passo aí em duas horas. Por favor, não se atrase.
Sua resposta foi rápida e me fez sorrir.
Eu nunca me atraso, sua vaca. Estou Correndo para dar tempo de me arrumar antes de você chegar, te amo!
Vi meu celular mais uma vez após ler a mensagem da Mel e um número que nunca chamou minha atenção, naquele momento passou a chamar. Meu Carrasco, assim estava seu nome salvo entre meus contatos. Abri o aplicativo de mensagem e pensei em escrever para ele, mas eu nunca tinha feito isso. Por qual motivo faria agora? Acabei desistindo.
Duas horas depois estava Mel e eu no nosso restaurante preferido, sempre que podíamos estávamos lá, só que no último ano tudo ficou complicado, as coisas não estavam fáceis para mim, fiquei restrita de sair sozinha e não gostava de sair com seguranças a tiracolo como hoje.
– Seguranças bonitos, esses são novos Amber? – Mel encara um dos seguranças enquanto me questiona.
– São sim. – Ela não sabe de tudo, já que ela não faz parte dessa vida, nunca envolveria minha amiga nisso.
– Gente, seu noivo é lindo e isso sabemos, mas ele deve ter muita confiança em si, para te deixar com homens tão gatos. – Mel flerta descaradamente com o segurança mais novo do trio que me acompanha.
O mundo que minha amiga vive é diferente do meu, a consequência de um flerte de um dos seguranças comigo poderia levar a morte deles ou até mesmo a minha. Chamo atenção dela e voltamos conversa sobre ela, já que queria esquecer a minha caótica vida.
– Precisamos fazer sua despedida de solteira. – Batendo palmas de felicidade Mel surgi com essa ideia.
– Não quero. Fiz algumas compras obrigada para a casa que irei morar depois de casada, mas ainda não a vi e algumas roupas íntimas. – Sinto meu rosto queimar.
– O bom que você vai ter sua primeira vez com um homem experiente. A minha não foi legal, o cara nem conhecia o próprio corpo e imagina o de uma mulher. Só de me lembrar fico arrepiada, olha. – Ela aponta para os pelos do braço.
– Não queria que a minha primeira vez fosse com ele. – Estava irritada só de pensar.
– Podemos resolver isso com uma despedida de solteiro. – Ela sorri irônica.
– Sei...
– Sério! – Sou interrompida pela Mel. – Conheço uma agência que tem acompanhantes de luxo muito gatos.
– Como você conhece essa agência? – Olhei desconfiada para a minha amiga.
– Então... – Ela olha ao redor discretamente e começa falando baixinho. – Fui em uma despedida de solteiro que as madrinhas contratarão alguns rapazes da agência e a noiva acabou ficando na festa com um dos meninos. – Sorri envergonhada.
– Não sabia que gostava desse tipo de agitação. – Com expressão de choque eu a encarava.
– Não me julgue, por favor. – Mel continua sorrindo.
– Não tenho coragem para pagar para alguém tirar a minha virgindade. Você é doida, era para ser o contrário, as garotas fazem leilão da primeira relação sexual. – Bato em sua mão. – Se eu não corresse risco de vida, faria isso. Acho que só a repercussão da noticia do leilão da minha virgindade mataria o meu pai antes dele me matar por descobrir isso.
Sorrimos e conversamos mais, assuntos fúteis e que tiraram da gente o peso que meu casamento vinha me trazendo para carregar.
– Eu acho que você deveria fazer uma visita ao seu noivo. Sabe de surpresa, antes desse final de semana que você me falou. – Depois que contei que passaria o final de semana com James, Mel e sua mente criativa veio com novas ideias.
– Para fazer o que? O que mais quero é ficar distante dele.
– Veja como um desafio, ele é atraente e a muita química entre vocês mesmo que não tenha amor, você pode aproveitar isso ao seu favor. Seu pai sempre te manteve afastada dos garotos, agora você tem um homem super gostoso a sua disposição, falo com todo respeito. Você pode fazer o que quiser com ele. – Ela bebe mais do drink que tinha pedido.
– Ou ele com toda experiência que tem pode fazer o que quiser de mim.
– O que não seria nada mal, principalmente se ele for bom de cama. – Ela gargalhou, me fazendo sorrir também.– Vamos pagar a conta, vou para casa de táxi e você pede a esses seguranças gatos que te leve até ele.
– Você é louca, ele deve estar trabalhando nessa hora. – Olho para meu celular confirmando a hora.
– Então ligue para ele para descobrir onde ele está.– Desafiando-me, ela pega meu celular que deixei acima da mesa e me entrega. – Vamos!
– Louca! – Pego o celular e fico olhando seu número salvo entre meus contatos, sem coragem de ligar.
– Pare de pensar, Amber. Aproveite e viva.
– Ok, vou ligar para ele. – Pressionei a tela do celular para ligar James e em poucos segundos escuto sua voz.
– Amber? Você está bem?
– Oi, James. – Encaro a Mel na minha frente sorrindo e simulando aplausos. – Eu... Eu estou bem sim e você? – Merda, o que eu estou fazendo?
– Estou bem. – Escuto seu sorriso do outro lado do telefone.
– Queria saber se você está ocupado agora... – Mel gesticula para que eu continuei. – Quero ver você. – Falei tão baixinho que achei que ele não tinha ouvido.
– Estou no escritório agora, mas daqui a meia hora estava indo para casa, no caminho posso passar na sua e assim você me ver. – Ele sorri, mas o som é tão sexy.
– Na verdade, não estou em casa, mas posso... Posso ir em seu apartamento quando chegar. – Passei a mão pelo meu rosto, estava morta envergonha.
– Fique onde está, vou te buscar agora e vamos juntos para casa. – Sua voz saiu grave.
– Ele desligou? – Mel pergunta enquanto guardo meu celular na mesa.
– Sim. O que eu vou fazer agora? – Estava chocada pelo meu atrevimento.
– Vai viver e sem pensar demais.
Como prometido, em trinta minutos o vi entrar ao restaurante, o homem arrastou olhares de todos ao passar, seu terno sob medida deixou aquele maravilhoso corpo em evidência, a beleza dele era indiscutível assim como sua presença forte e dominante.
– Prepare-se, pois a tarde vai ser longa para vocês. – Minha amiga sussurrou.
Eu estava sorrindo desconcertada para a Mel, não sabia o que faria, mas a tensão sexual estava tomando o meu corpo. O pior de tudo era que nada ali fazia sentido. Fiz a loucura de seguir o conselho da Mel e me deixei ser levada pelo momento.
– Boa tarde. – Sua voz grave me levou ao estado de alerta.
– Boa tarde, James. Essa é a minha amiga Melissa.
– Olá, Melissa, prazer em conhecê-la. – James volta sua atenção para mim. – Podemos ir?
– Sim, Mel muito obrigada por hoje. – Vi um sorriso debochado em seus lábios e um desejo de boa sorte.
Estava a cada passo com um pensamento conflitante em minha mente, ao meu lado estava um homem que eu odiava, porém ao mesmo tempo o desejava, como eu conseguiria entender isso?
– Você está bem?
Olho para James, querendo entender o motivo da pergunta. Se eu estava bem? Eu estava louca, queria gritar para alguém me interditar para evitar que eu fizesse tudo que minha mente pecaminosa queria fazer com aquele homem.
– Estou bem.
– Tem certeza que quer ir a minha casa? – Escuto falar próximo ao meu ouvido enquanto segura a porta para que eu possa entrar.
– Sim. – Não tenho certeza nenhuma, mas não queria pensar muito e desistir.
No carro, alguns minutos depois a situação era totalmente diferente, eu estava nervosa e não conseguia disfarçar. Agora não sabia se podia levar adiante essa situação, não conseguia parar de olhar a hora pelo celular.
– Marcus? – James chamou seu motorista. – Por favor, vamos deixá-la em casa.
– Sim, senhor. – Marcus confirma mudando a rota mais à frente.
– Não vamos ao seu apartamento? – Olhei, esperando-o responder enquanto me explica a mudança de planos.
– Você não quer ficar sozinha comigo, seu rosto amedrontado está deixando claro isso. – Seu rosto sério me encarava. – Foi um erro minha proposta, não se preocupe, pois já avisei hoje mais cedo ao seu pai que não poderíamos viajar nesse final de semana.
– O que? – Eu estava muito confusa, entendia meu nervosismo, só que a sua desistência de maneira rápida não fazia sentido.
– Você me verá só quando for necessário, Amber. Não quero tornar um tormento seus dias ao meu lado.
O silêncio nos seguiu até a chegada em minha casa. Não trocamos mais nenhuma palavra, apenas o seu último olhar ao me ver entrar em casa me perseguiu. Será que podíamos seguir assim como dois estranhos?