POR TRÁS DA GRANDE MÁFIA | jj...

By shawnillusion

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(Em hiatus) O mundo está em alarme. Nunca se viu uma volta tão grande de tráfico e ameaças a governos após a... More

avisos.
I. El plano.
II. el primer día
III. gatito
IV. beijinhos franceses
V. Chile
VI. jugando tu juego
VII. aceptación y resistencia
VIII. ¡Maldita sea!
IX. El descubrimiento
X. comerciar o matar
XI. balas de canela
XII. celoso
XIII. codicia
XIV. KRAP-4
XV. date? date!
XVI. No me decepcione.
XVII. el pasado
XVIII. Agente Park.
XX. "cadê o senhor jiminnie?"
XXI. comerciar o matar. Parte 2: Somos elétrons e prótons.

XIX. muerte.

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By shawnillusion

"Eu encontrei amor onde ele não deveria estar. Bem na minha frente, faça isso ter algum sentido" — Amber Run, I found.

"Eu não posso salvar nós, mas posso salvar você e eu"
— Por trás da grande máfia.

   

                       Boa leitura!
                    
                      #LosSeguines

                                🇪🇸

A mulher estava olhando desesperada para os olhos de Jungkook que buscaram respostas imediatas. Olhava para todos os lados, focou na roda e não quis ouvir a mulher, apenas a empurrou pelos ombros e correu até a roda que se formava perto daquele carrossel.

—  O que houve com ela? — Jimin indaga, um pouco mais calmo, mesmo que seus pés estejam acompanhando os passos da mulher até Gaia.

— E-eu...— A mulher não sabia o que dizer. Tentava achar as palavras, então Park desiste, apressando os passos, empurrando as pessoas que atrapalhavam chegar até Jungkook.

— Filha...Olhe para o papai. Por favor, acorda, filha. — A voz de Jungkook se sobrassaiu nos murmúrios das pessoas que estavam aguardando algo acontecer naqueles segundos arrastados.

Seus olhos avistam Jungkook ajoelhado no chão, sujando suas roupas com o chão de terra do local com um pequeno corpo desacordado em seus braços. Jimin parou ao lado de Benjamin que estava com a expressão preocupada olhando para a garota.

O corpo de Jimin sentia todas as batidas do seu coração mais rápidas.

— Filha...Vamos lá, eu preciso que você acorde. — A voz do Espanhol mesmo que ainda não houvesse completo desespero, chacoalhava o corpo da garota de forma frenética em seu colo.

— Senhor, ela está respirando? — Uma das mulheres ali, também uma mãe com seu filho menor no colo indagou Jungkook, que a olhou e apenas assentiu com a cabeça olhando o rosto de sua filha.

Jimin sentiu um peso a menos, colocou a mão no peito para soltar um ar guardado de alívio.

— Papai. Está doendo. — A voz infantil demonstrando fraqueza fez Park se aproximar. O Jeon apertou a pequena contra seu abraço apertado, fechou os olhos e afagou os cabelos enrolados.

— Meu Deus, eu pensei que...E-eu...Gaia, não faça isso de novo. —  A voz do mafioso contra a pele da garota saiu abafada. Em seguida afastou o abraço para olhar para o rosto da garota conferindo se estava tudo bem.

— Papai, porque todo mundo está olhando? Cadê o senhor Jiminnie? — A garota passou as esmeraldas por todo o local procurando a pessoa certa, mas desistiu, pois sentiu algo molhado escorrer em seu braço, o mesmo braço que estava com um grande machucado.

Jungkook em silêncio abraçava a filha e deixou que suas emoções transbordassem em pequenas lágrimas de alívio. Mentalmente agradecia a todos os santos a qual nunca o foram úteis por ouvir a voz de sua filha e que mesmo se queixando, ela estava bem.

— Não chora, papai. Eu só me senti tonta, mas você pode continuar me abraçando para sarar, tá bom?

— Sarar o que, pequena?

—  Seu coraçãozinho e meu braço. Você é meu herói, papai! — Gaia entendia a preocupação do pai.

Aliás, seu papai era muito bravo, nunca o viu chorar, mas sabia que ele gostava de ouvir palavras que afirmavam o quanto ela o amava.

Ela não poderia dar nada a mais do que amor para essa situação, e para Jungkook era mais do que o suficiente. Seu braço estava doendo, mas não queria se livrar do abraço do pai.

— Senhor, me perdoe, ela caiu em uma brincadeira e desmaiou. O Ben está se sentindo muito culpado, porque ele disse que empurrou.

A mulher se aproximou, estava preocupada, mas como todos ali, aliviada por saber que a garota havia acordado.

— Só vamos voltar para casa agora. Foi um susto. — Jungkook estava mais preocupado em analisar o braço da filha ralado do que qualquer outra pessoa a qual estava se comunicando.

A roda de pessoas tambem surgiu uma onda de alívio e distração novamente após ver que a garotinha estava bem. A mãe de Benjamin ainda estava com a expressão preocupada e Jimin queria ir até ela para a confortar, já que aparentemente Jungkook não estava nos seus melhores dias.

— Que garotinha mimada. Foi uma queda, se fosse meus filhos iriam apanhar e nem mesmo chorariam desse jeito...É, essa é a geração que está vindo. — Um dos homens, maior que Jimin estava com os braços cruzados.

Jimin ao escutar aquilo, se virou para o homem a qual jogou as palavras e o mediu de cima a baixo.

Tocou o seu braço, e suspirou bem fundo para não resolver a situação com um: Vai tomar no cu.

— Está vendo aquele cara ali? — Jimin perguntou, apontando com a cabeça para a direção de Jungkook. — Aquele cara que está segurando essa garotinha mimada é o pai dela. Tenho a certeza que se você fosse mais esperto não falaria isso de novo na frente dele. Ele te faria chorar o dobro e eu assistiria com todo o prazer.

Jimin soltou um sorriso cínico, desconcertando o homem ao lado pela maneira natural das palavras agressivas, sem esperar resposta.

Caminhou até o maior que olhou para o róseo instantaneamente. Levantando com Gaia ao colo, que ainda resmungando pelo braço encostou a cabeça no ombro do pai.

— Ganhamos um ursinho para você, mas acho que não dá para salvar mais. Quase matou o seu pai de susto. — Jimin se pronunciou. Olhou o ursinho, que no fervor do momento foi ao chão, logo em uma poça de água.

— Desculpa, papai...Não foi culpa de ninguém. — Gaia conhecia o seu pai, então, se pronunciou para livrar seus novos amigos. Tudo bem que Benjamin a empurrou, mas não foi proposital. Se virou para Jimin e disse: —Senhor Jiminnie, está doendo, dá um abraço também.

Seu sorrisinho denunciava que estava melhor e queria receber ainda mais atenção.

— Sua espertinha, você quer se aproveitar, não é? —  Jimin ajudava a situação ser mais descontraída, fazendo cócegas na lateral do corpo da garota que gargalhou um pouco com o típico sorriso de criança sapeca.

— Mas está doendo mesmo...Acho que não vou poder ir para a escola, senhor Jiminnie.

Falava a verdade. Realmente o machucado ardia, mas Jimin a distraia o suficiente. Jungkook ficava em silêncio esperando o diálogo acabar.

Não estava tudo bem.

— Senhor...Mil perdões por ter empurrado sua filha. Foi sem querer, estávamos brincando e queria...queria...A proteger de cair, mas acho que não deu certo.

A voz de Benjamin se fez presente e o olhar frio do adulto pesou em si. Jimin temia que o Jeon fosse ríspido com uma criança, então se atentou.

— Tudo bem, garoto. Mas não quero que fique perto da minha filha novamente, para não causar estragos piores.

— Jungkook...—  Jimin tentou interromper.

— Papai? — Gaia ouviu com seu peito apreensivo.

— Eu sou seu pai, Gaia, não quero intervenção no que eu estou dizendo agora. —A voz firme fez Gaia ficar quieta e se encolher. —Eu só estou dizendo, garoto. Para prestar atenção na próxima brincadeira com outra criança. Okay? Isso é perigoso.

A voz não demonstrava agressividade, mas uma firmeza que fez Benjamin encolher e murchar seus sentimentos.

—Senhor, o Benjamin...—A mãe tentou falar algo, mas a expressão de poucos amigos a paralisou Apertou mais a filha no seu colo.

— Vamos embora. — Decidiu. Jimin encarou a situação e suspirou vendo Gaia estar visualmente triste, mas repousando a cabeça no ombro do pai com um bico de prefácio para um choro.

— Jungkook, escuta o que ela tem a dizer ao menos. — Tentou novamente colocando a mão no braço do maior que já caminhava.

— Escute se quiser. Não vai mudar a minha opinião. Boa noite a vocês, vamos filha. — Decidido seguiu em frente, tirando bruscamente o seu braço do aperto de Jimin que negou a cabeça. Se voltou à mãe de Benjamin e Sara, a olhou demonstrando compreensão.

— Ele deve ser pai de primeira viagem, não é? — Ela perguntou olhando as costas largas do mafioso indo em direção a saída do parque. Jimin concordou com a cabeça minimamente.

— Ele não esta bravo com você, Benjamin. Ele só...Não sei, ele só é muito ele. Tudo bem, cair em brincadeiras acontece e é saudável, você fez o dia dela muito feliz. — Jimin tranquilizou o garotinho que olhava algo em suas mãos, chacoalhou a cabeça um pouco tristonho, contudo as palavras do outro pai da garota de vestidos de morangos o deixou menos preocupado.

— Então...Deixa isso com ela, por favor? — Estendeu da sua mão o chaveiro, e Jimin sentiu o peito aquecer. — Ela deixou cair.

— Eu entrego, prometo. — Deixou o chaveiro no seu casaco.

— E diz que ela é muito legal, Titio? Fala para ela procurar a gente, sou Sara Herman, moramos no apartamento dessa avenida. — A irmã mais velha foi mais esperta em deixar como os encontrar e a mãe dos dois sorriu com a doçura de ambos, assim como Jimin.

— Okay. Esta tudo anotado...Agora eu estou indo bater em um homem de um e oitenta. — O tom divertido de Jimin fez todos rirem, enquanto se afastavam sob os braços da mãe.

— Perdão novamente! Até mais! — Ela se despediu e Jimin apressou os passos para alcançar os largos de Jungkook.

Deixou a pulseira na caixa que os funcionários seguravam.

Não achou os Jeon de primeira, mas identificou quando um carro preto parou bem em sua frente.

— Irá pegar carona? — O mafioso pergunta com uma mão no volante. Jimin olhou para o banco de trás e Gaia estava olhando diretamente para a janela, realmente estava chateada e com dor.

Iria recusar para ir diretamente ao apartamento, mas sentiu a necessidade de estar perto de Gaia e a acompanhar pela preocupação que cresceu em si.

— Irei com a Gaia. — Disse, antes de entrar no banco de trás.

O caminho silencioso agradava a pequena, que repensava o que fez de errado para cair. Não deveria ter perdido o equilíbrio, senão ainda estava brincando com Benjamin e Sara.

Jimin pensava na reação de Jungkook.

A maneira que seu corpo entrou em estado instintivo de proteção, achou a garota no mesmo instante e em um piscar de olhos já estava com ela aos braços. A sua preocupação era tão grande que poderia sentir, mas a raiva que mesmo controlada era sentida. Park sabia que Jungkook estava receoso de ter deixado a filha longe de si, ainda mais depois de ver as consequências que isso tomou.

Quando chegam na mansão do líder seguine, todos descem em silêncio. Gaia esperou o pai abrir para si, e como normalmente faziam, ela ergueria os braços e Jungkook a levaria para dentro da casa.

Porém, dessa vez a mãozinha não se ergueu. Resmungou um pouco quando o pai quis a tocar e tomou a decisão de sair sozinha do carro.

Jimin viu a cena e ficou triste pela garota. Jungkook soltou um ar pesado e seguiu os passos da filha, digitando a senha para entrarem na casa e as luzes serem acendidas.

— Gaia, temos que limpar o machucado. — O Espanhol tirava seu casaco o jogando no sofá. A proposta foi ignorada pela garotinha que estava indo em direção às escadas.

Queria seu quarto e contar tudo para Gigi.

— Vou indo. — Jimin anuncia. Ambos Jeon olham para o róseo.

— Não. Senhor Jiminnie...Eu ainda tenho um presente para você. — Gaia foi mais rapida que o pai, e Jimin não queria a chatear ainda mais, por isso sentou na beirada do sofá sorrindo minimamente para a garota que novamente ignorou a mão do pai para subir as escadas e começou a caminhar sozinha.

O mafioso sentia a primeira vez que machucou a filha e não estava se sentindo bem. Visão que teve após Jimin o alertar.

— Filha...Vamos limpar o seu machucado. Sim? — Fez a proposta após deixar entreaberta a porta do quarto da filha. Estava totalmente organizado.

Tinha alguns tons rosas, cheios de luzes, pelúcias, desenhos e as medalhas de Gaia em um local específico. Além de uma estrela que ganhou pelo seu primeiro dez na prova de matemática, essa que Jimin a ajudou conquistar.

A pequena Jeon ignorou o pai por completo.

— Gaia, fala comigo. — Soltou os ombros, bufando pela falta de resposta da filha.

— Eu quero ficar com a Gigi. Sai.— Era a primeira vez que o clima tenso entre pai e filha acontecia e a garota sentiu que foi um pouco sem educação com seu pai, mas daquela vez estava tão chateada.

Jungkook quis a repreender, mas repensou. Não era certo.

Quantas vezes Colin o dizia que estava tudo bem se sentir frustrado e que as emoções devem ser sentidas para que não se crie uma grande revolta?

Não seguiu a risca o conselho do irmão, mas sabia que era o certo e os guardava como as frases boas que seu irmão sempre dizia.

Deveria usar com sua filha. Era o que Colin falaria.

Respirou fundo.

— Tudo bem. Eu te magoei, eu fui um tolo feio boboca, não fui? — Usou as palavras que a garotinha costumava dizer. Não se aproximou muito.

— Foi. —  Concordou bem baixinho.

— Ouch! Pensei que fosse negar a parte do feio.— Fingiu se magoar com a mão no peito.

Roubou a atenção da garotinha, que voltou os olhos esmeraldas para o pai.

Assim, ele se ajoelhou na sua frente, colocando as mãos à cada lado dos seus ombros, mas Gaia desviou o rosto, relutante.

— Sabe, Gigi, acho que magoei muito uma garotinha. — Jungkook usava todas as suas táticas para o perdão da filha. Se levantou e foi até o pelúcia que a garota tinha de uma cobra com uma careta simpática.

— Sério, papai Jungkook?— Imitou uma voz fina dando falas para a cobra que estava em suas mãos. A voz fez Gaia querer rir, mas cruzou ainda mais os braços.

—  Sério. Eu fui tão bobo, eu pensei demais apenas em mim, mas acabei fazendo minha garotinha chorar e a coisa que eu mais quero agora é encher ela de carinho e pedir desculpas. — Ele usava um tom dramático, olhando para a pelúcia e a garotinha soltou um sorriso mínimo. Estava funcionando.

— Mas ela não quer. Temos que ir embora, papai Jungkook. — A voz fina novamente sai. Ele tentava não deixar tão aparente que era ele que estava fazendo aquela voz. Mexia o pelúcia para dar mais efeito.

Na atuação, abaixou a cabeça fingindo tristeza.

— Está certa, Gi...Vamos. — Saiu em passos lentos, com o pelúcia em seus braços como se estivesse indo. Olhou de solsaio e Gaia estava se movendo até ele puxando sua camiseta.

— A Gigi de pelúcia fica. — Ela estava com um tom decidida que o pai realmente achou que era apenas aquilo. — O papai bobo também.

Emitiu um sorriso pequeno olhando para o pai que abriu um sorriso enorme, erguendo de surpresa seu corpo do chão.

— Eu estou desculpado? — Perguntou o pai a girando no alto, esta estava gargalhando. Quando o Espanhol parou de a girar no ar, ela colocou os braços com cuidado para não atingir seu machucado em volta do pescoço do pai.

—Mais ou menos. — Torceu o nariz. — Tudo bem, papai. Eu só cai...Eu gostei muito de hoje.

— Prometo tentar entrar em contato com seus amiguinhos novamente, okay? — Prometeu.

O pai e a filha tinham uma maneira diferente de selar a promessa, não era um simples enroscar de anelares; Jungkook ergueu seu punho e Gaia o seu, a pequena mão e a dele entram em um trocar de soquinhos fraco, em seguida, beijam o punho individualmente.

— Papai, agora que não estamos mais brigados...Beija onde está doendo? Eu queria isso faz tempo, mas estava brava com você. — Admite, um pouco mais manhosa olhando seu braço que se encontrava ralado e saindo um pouco de sangue pela queda.

Jungkook solta uma risada.

Incrivelmente parecida com ele, odiava demonstrar fraqueza quando estava em desvantagem ou vulnerável.

— Vamos limpar. — Disse. Colocou a filha no chão e foi trancar a porta por hábito.

Entretanto, os Jeon não esperavam que estavam sendo observados. E era os olhares de Jimin pela pequena frestra da porta.

Viu desde a encenação de Jungkook até o pedido de desculpas, em seguida, desceu as escadas com todo cuidado para não ser escutado.

Primeiramente, queria se certificar que Jungkook não iria a magoar ainda mais, mas pelo contrário, se surpreendeu.

Até poderia dizer que estava derretido vendo o quão bom pai Jungkook conseguia ser em certos momentos.

Gaia não merecia ficar longe do pai.

Tentou ligar o seu celular para poder ter uma resposta de Jin, mas o número do Seok caia em caixa postal.

E Jungkook, mal percebeu qualquer presença. Estava focado na filha, assim como estava naquele momento onde pegou no banheiro um kit de primeiro socorros.

Gaia estava na bancada, olhando apreensiva para o machucado. Esperava a ardência do remédio.

— Não faz essa carinha, parece que vai doer em mim. — O pai contesta. Deixando o algodão de soro fisiológico já cheio de sangue de lado.

A garota estendia o braço com os olhos lacrimejando quando o pai mostrou à ela que teria que passar a pomada.

— Eu aguento...Eu aguento...— Tentou se convencer esperando a pomada, mas quando o medicamento foi em contato com a pele ferida soltou um guincho deixando as lágrimas virem. — Eu não aguento não!

Mudou de ideia no mesmo instante.

Jungkook comprimiu os lábios vendo a reação da filha, terminando após fechar com um curativo e deixando um beijo que foi assistido de canto de olhos pela pequena.

Conhecia Gaia o suficiente para saber que o sono estava a pegando para si, deixando-a mais sensível.

— Já foi! Essa é a minha garota! — A animou deixando um beijo na sua bochecha, colocando a pequena no chão. — Precisa tomar banho.

A garota bocejou e negou com a cabeça.

— Deixa eu dormir, papai? — Esfregou os olhos.

—  Você não quer tomar banho, sua sujinha?! — Passou a mão pelos fios enrolados e ela negou, soltando uma risada e abraçando o pai.

— Você também não tomou! — Acusa.

— Mas antes de irmos ao parque sim. Quer se livrar de deveres, senhora Jeon?

A sinceridade era tanta que a pequena concordou com a cabeça freneticamente, fechando os olhos e se escorando na perna do pai.

— Okay...Vou dar um desconto porque você está com dor. — Disse, acompanhando a garotinha que praticamente pulou a cama. Entretanto, ela não se esqueceu: o presente do Senhor Jiminnie.

— Ah! Papai, embaixo da minha cama tem uma caixa, você pode dar ao senhor jiminnie? Eu estou com muito sono, é o presente dele. — Explica e o pai apenas concorda, pegando a caixa de papelão enfeitada com plumas e lantejoulas.

Perguntou onde Gaia arrumou tempo para fazer uma coisa tão elaborada.

A garota virou o corpo, o pai a cobriu com a manta branca que estava ao pé da cama. A pequena recebeu um beijo demorado do pai no topo da cabeça e pôs a deixar o cansaço tomar conta.

O mafioso desceu as escadas, no reflexo das janelas viu sua camiseta manchada pelo sangue. Deixou a caixa na mesa para retirar a camiseta e adentrou na sala com o pano nos ombros e a caixa na mão esquerda.

— O pedido de desculpas foi mais demorado do que eu pensei. — Anuncia para que o róseo talvez soubesse que ele estaria perto. Jimin estava com seu celular repetindo pela terceira vez a mensagem para Seokjin. Não havia respostas.

Seus olhos miraram para cima e foi surpreendido pelo tronco de Jungkook. Cheio de tatuagens e os piercings no mamilo.

Nunca havia visto uma tatuagem que combinava tanto com alguém como os ramos de comigo-ninguém-pode pelas costelas, quase chegando ao seu peito. Havia também algumas pequenas espalhadas e essas saiam do abdômen e se espalhavam até mesmo pelos braços fechados de tatuagem.

Eram incontáveis e Jungkook era extremamente atraente.

— Desculpe, estou atrapalhando alguma coisa? — A indagação do mafioso fez Jimin o olhar confuso, saindo do transe.

— Ahn? — Não entendeu a pergunta.

— Essa conversa silenciosa que você está tendo com meu corpo, é para eu me retirar e deixar só meu abdômen? —  O mafioso não perdeu a oportunidade de provocar o agente que rola os olhos, mesmo achando graça. —  Eu estou aqui. Olá Jimin, sou Jungkook.

Estende a mão para Jimin que bate levemente nela.

— Bobo. — Levantou-se arrumando a camiseta. — Eu não estava olhando tanto tempo assim.

Se defendeu.

— Ah, estava sim! Tudo bem, amor, é todo seu para olhar. —  O mafioso dizia colocando a caixa de presente na mesa de centro da grande sala e soltou um sorriso cafajeste que fez Jimin tentar conter o quão seu corpo gritou por dentro.

— Para de ser tão... — Jimin tentou encontrar uma palavra, mas via que o mafioso se aproximava como se estivesse olhando uma próxima caça. Era até mesmo desconcertante a maneira que o olhava com tanto desejo.

— Tão? Diga. — Incentivou, colocando delicadamente a mão no quadril do menor, o puxando para si. Jimin não se moveu.

Sentiu o corpo esquentar.

— Tão cafajeste! Se afaste. — A mão de Jimin vai ao abdômen do homem que ergueu as mãos em rendição o dando distância para andar dois passos longe de si. Encontrou ar. — Eu fiquei até agora por causa da Gaia. Ela está bem? Parecia bem chateada.

Sabia que a garota estava bem, mas necessitava soar natural. O mafioso se escorou no braço do sofá e cruzou os braços.

— Eu acho que errei com ela. — Admitiu.— Para variar.

O desabafo teve um teor melancólico. Jimin estava com as palavras de Leila na cabeça, queria ter a certeza que poderia confiar nelas e viu o gancho perfeito para isso.

— Qual o motivo? — Soltou a pergunta. Roubando a atenção dos olhos do mafioso. — Você ser tão protetor com ela, a colocar em um mundo tão perfeito. Tirando a parte de honrar a vida da mãe dela. É...Trauma de infância?

A pergunta soa um pouco invasiva, mas Park não achou outra maneira de chegar no ponto.

Jungkook o olhou, fixadamente em seus olhos.

Sentiu sua alma tentar ser lida, e Jungkook não teve sucesso.

— Sou pai de primeira viagem, deve ser normal. — Mordeu o interior da bochecha após, e se movimentou até o banheiro para visitas que ficava próximo dali. Não queria responder, então, esperou que o argumento bastasse.

Jimin seguiu o mafioso. O viu jogar a camiseta no lavabo, a fim de tirar as manchas de sangue.

— Não tanto. Você já disse que não teve muita atenção do seu pai e tentava o máximo que podia. —  Jimin tentou novamente.

— Disse? — Se lembrava perfeitamente que disse, mas não queria levar a conversa a frente. Novamente uma voz lentamente aparecia atrás da sua cabeça o relembrando:

Jimin não era qualquer pessoa. Era um jornalista, ou talvez algo a mais. Óbvio que ele o perguntaria.

— Não é só você que lembra das coisas, Jungkook. — Rebateu.

— Que estranho, não lembro disso. — Respondeu, simples e olhava diretamente para o sangue se diluindo na água, indo diretamente ao ralo.

— Você teve um desmaio emocional.- Sabia que o mafioso estava se fazendo de desentendido. — Acho que agora temos um pouco de intimidade a mais para isso, já que nunca perguntei de fato o que aconteceu naquela noite e me senti culpado, mas deve ter outro culpado. O seu pai.

Lançou. A fala fez o corpo do espanhol se enrijecer.
Não queria lembrar, pois sabia que os efeitos não eram nada bons.

— O meu pai não foi um dos melhores. — Respondeu. Rápido e seco. O seu tom ficou ríspido. Odiava aquele assunto com todo seu ser. — Será que podemos mudar de assunto?

Perguntou, os músculos se tensionavam e Park analisava a mão parada na água corrente, enquanto o mafioso olhava ela fixadamente. O sangue já estava quase se indo e se tornando transparente, tal qual água.

Jimin pensou em acabar com aquele interrogatório, mas queria que as suas curiosidades fossem sanadas.

Os dedos que estavam na batente da porta agora estavam junto ao antebraço.

— E vai ser igual para sua filha? — Insistiu o agente. A visão do mafioso se erguem para o espelho, diretamente os olhares de ambos se cruzam.

Jeon desligou a torneira e deixou sua camiseta encharcada de água na pia. Sabia que Jimin queria apenas informações, infelizmente não poderia confiar naqueles pares de olhos castanhos que pareciam o ler a cada movimento.

E sentia seu peito doer. Porque queria ser ingênuo o suficiente para acreditar.

Assim como era quando criança.

— Eu não sou igual meu pai. Só é inevitável algumas coisas. — Engoliu em seco. Secou as mãos ainda olhando para a garoto de cabelos rosas na porta. Aquelas perguntas vasculharam pontos em Jungkook que acordavam pouco a pouco.

A voz de seu pai ressurgiu.

"Você não consegue? É só matar" "Quer acabar com o que te machuca? Machuque dez vezes mais."

Mordeu o interior da bochecha novamente, piscou uma vez fortemente e se virou para Jimin, as mãos vão na alça a qual abria as gavetas do armário.

Era onde estava uma das armas. Haviam várias espalhadas na casa, em pontos estratégicos, já imaginando que conseguiria levar Jimin para a sua casa após o parque.

"Você não consegue? É só matar...Óbvio que iria chorar, você é uma aberração" A voz de Martin ressoava na sua cabeça. Cada vez mais real.

—  Não é inevitável, tudo tem um propósito. O quanto daquilo que você odeia no seu pai tem em você, Jungkook? — Park indagou novamente. Sabia que talvez estivesse passando dos limites, mas era isso que queria.

O espanhol sentiu a respiração falhar. Jimin viu os dedos do Espanhol esbranquiçarem contra a alça da gaveta, a ponto de ouvir estralos da mesma com tamanha força.

Aquele era o assunto que tinha dúvidas da veracidade, então Leila estava falando a verdade.

— Jungkook? — O silêncio do mafioso e sua respiração pesada, fazendo o peito subir e descer um pouco mais rápido fez Jimin começar a se arrepender do que havia feito.

— Jungkook...?

Chamou o mafioso pelo seu nome pela segunda vez.

— Que porra...Para de perguntar, porra!—  Grunhiu, seu maxilar estava travado e fechou os olhos com força após deliberar um soco na pia, fazendo o tilintar dos vidros presentes na bancada.

Gostaria de atingir Jimin, para parar de fazer aquelas perguntas que o perturbavam, mas faria isso com qualquer outra pessoa, menos ele.

E isso o deteriorava por dentro, porque não conseguia, nem se tentasse.

O homem de cabelos rosa deu um passo para trás.

— Você quer saber? Então você vai saber! — O mafioso dizia com um sorriso sádico nos lábios, avançando para onde Jimin estava. — Está vendo isso aqui?

Apontou para a sua tatuagem na têmpora e depois para todo o seu corpo.

— Constantemente sinto nojo pelo sangue a qual circula nas minhas veias, eu sinto repúdio de mim mesmo quando me olho no espelho porque eu sei o que me fez chegar até aqui. — Falava fatos e Jimin escutava atento.

— Todo esse dinheiro, toda essa minha vida. Eu quero fugir da vida que eu tenho, mas a vida que pessoas como eu estão é muito difícil de sair e sabe por quê, Jimin?

Pendeu a cabeça para o lado. Não esperou a resposta do róseo.

— Porque eu acredito que maldições existem e uma delas caiu logo em mim, em um maldito garoto de onze anos que perdeu a mãe. Na porra de uma aberração confusa. Na merda de um pai que eu sou. No cacete de uma péssima pessoa para se ficar perto. E eu sei o mundo sujo que me fez assim, eu não quero que isso recaia nela. Quero a proteger, porque é a única pessoa que me ama pelo o que eu sou. Não me olha como se eu fosse um monstro, me faz sentir bem comigo mesmo porque estou fazendo ela sorrir e hoje foi uma droga ver que eu a causei tristeza!

O tom de voz aumentou. Estava chateado consigo mesmo.

— E se existe essa droga de amor que todos falam que existe, esse amor que todos procuram durante toda a vida e que na minha vida foi arrancado cedo demais...Se existir esse amor que tanto falam eu apontaria para duas coisas e ela é uma delas.

— Duas coisas? O que é a segunda? — Jimin perguntou. Dentro de si, havia algo que o indicava a resposta que viria a seguir:

— Você. — A resposta foi tão rápida quanto os pensamentos do mafioso.

A boca falava o que do pensamento estava cheio.

— Infelizmente você. E isso dói para caralho! — Jungkook deixou as palavras saírem da boca, doces demais com um fundo ácido. Tão ácido que o derretia por dentro.

O corpo de Jimin se enrijeceu, o corpo esquentou, ficou nervoso. Sem reação, seus olhos fixaram a imagem do espanhol se dar conta do que disse em um momento de espurgo. Seus olhos ficam perdidos.

Era a primeira vez que Jimin ouviu aquelas palavras, em toda sua vida.

Não era da maneira que sonhava e via nos filmes, era de maneira tão inesperada que ambos se encararam em um momento silencioso.

— Jungkook...— Tentou achar as palavras. Não teve sucesso.

— Você tem noção, Jimin? Eu penso em te ver todas as manhãs e me odeio por isso. Te foder toda tarde e eu tento me controlar para não sair te ligando desesperado igual um adolescente. Te ter todas as noites para substituir um vazio na minha cama que você faz desde o dia que me abraçou e disse que só sentia atração sexual entre nós.

Jogava as palavras sem medir consequências.

— E todos ao meu redor querem que eu fique longe de você! — Apontou para a janela. — Minha filha diz sobre você tal qual meu coração quando está por perto. Você é a porra de um cara sem noção que apareceu na minha vida e me deixou ajoelhado por você.

A declaração não era uma das melhores, entretanto, era Jungkook.

— Eu tentei te afastar, Jimin e na primeira vez que vi as consequências nunca mais quis assistir seu choro novamente. Não era para eu estar me importando com o que você sente! — O Espanhol estava um pouco ofegante confessando. Negou com a cabeça e riu nasalmente do pensamento que veio.

Oh, ele estava parecendo tão bobo e inexperiente naquele assunto...Talvez não fosse tão experiente em controlar seus sentimentos como achava.

— E eu não sei quem você é. — Desabafa, por fim. Jimin engoliu em seco. Seu coração batia forte.

— Eu sou só um pedagogo. — Entregou aquilo que podia. O personagem que era.

Jungkook sentiu aquilo bater em sua cabeça e não fazer sentido. Negou com a cabeça ainda olhando fixadamente para o outro.

— Não parece, não com esse interrogatório todo. — Rebateu. Queria ouvir de Jimin aquilo que esperava, mas recebeu uma resposta tão genérica quanto qualquer outra:

— Eu quero saber sobre você, porque quero te conhecer como todas as outras pessoas. Isso é comum...— O seu tom pareceu incerto.

Mas eles não eram como todas as outras pessoas. Individualmente sabiam disso. E machucava, tal qual o pedaço de açúcar da bala que corta o céu da boca. Doce, mas dolorido.

— E o que você é, Jimin? — Não se aproximou, mas o róseo o olhava tão fixadamente que pareciam extremamente perto. — Porque deduzo que sabe mais de mim do que eu de você. Estranho, não?

Tentou convencer com palavras emocionais. Apenas queria ouvir algo sólido, algo que não parecia falso, ocultado.

— Okay, então o que quer saber? — O tom confiante fez o mafioso analisar a situação.

Pensou. Houve uma pausa de dez segundos, que pareciam dez minutos de silêncio.

— Quem é você? Com toda sinceridade, Park. — Não custava tentar pela décima vez.

— Um garoto dos Estados Unidos com pais coreanos, que está na Espanha atrás de um sonho. É isso que eu sou. —  De todo, não mentiu, mas ainda assim, era uma mentira.

— Vale a pena o que eu estou sentindo?— Jungkook perguntou. Não poderia mentir para si que até mesmo ele ficou apreensivo, bem no fundo, sobre a indagação.

— O que? — Jimin entendeu, mas pedia um tempo para processar.

Não importa o quão a prova seu raciocínio já foi testado, quando se trata de sentimentos a maioria das pessoas ficam perdidas, pois é difícil olhar para si em um mundo automático e superficial.

— Você. — Jungkook não voltou atrás com a fala, prosseguiu. — Você, Jimin, o quanto estou arriscando se eu me apaixonar por você?

— Jungkook. — E de novo, não conseguiu achar palavras.

— Me responde.— Deu um passo para frente, Jimin deu para trás automaticamente. —  Se eu estiver me apaixonando por você, o que você faria?

Não negou seus sentimentos, porém não os revelou com certeza. Eles eram uma fina linha.

Jimin pensou, olhando para os olhos escuros do homem. Aqueles malditos olhos que falavam tanto para Park.

— Eu...falaria que foi um grande erro. —  A resposta naquele diálogo fôra a única verdadeira. O espanhol sentiu o peito se contrair, mas esperava por qualquer resposta daquele pequeno homem imprevisível. — Eu nunca me apaixonei, Jungkook, como quer que eu saiba isso?

Tentou consertar o que já estava pronunciado. O tom era irritadiço. Não conseguia reagir.

O mafioso se aproximou. Os pés de Jimin vão para trás novamente.

A maneira que o homem de cabelos rosas estava se esquivando do mafioso estava o deixando desgastado. Era como se não o correspondesse e Jungkook se sentia um tolo, mas não desistiria.

Deixou Jimin escapar da morte, não dele.

— Eu só quero que você responda, Jimin. O que você sente por mim? —  Park perdeu o controle do corpo, pois seu coração estava batendo tão forte que conseguia escutar as batidas.

Abriu e fechou a boca. Pensou no seu trabalho. Pensou em Gaia. Pensou no seu sonho de carreira. Em seguida, olhou o homem a sua frente.

Sentiu-se bem. O corpo gritava, se debatia, as suas células estavam atraídas por aquele erro que se chamava Jeon Jungkook.

Perdido em pensamentos, não respondeu. Jungkook se sentiu em uma conversa sozinho, cada vez mais sentiu tudo aquilo dito escorrendo pelas suas mãos.

— Responde a pergunta. —  Pediu. Sua voz saiu suave, quase implorava para uma resposta de Jimin.

— Eu...Eu só sei mostrar. — Enfim, Jimin chegou a sua conclusão.

— Mostra. Me mostre alguma coisa, Jimin. — Implorou avançando para o homem que para sua felicidade avançou em sua direção também, devagar.

Focou o rosto intimidador do espanhol, suas tatuagens que combinavam tão bem e envolveu os braços pelos pescoço do homem.

Sua mão vai para o cabelo mediano do homem, os fios grandes da frente caiam pelo seu rosto e Jimin com carinho e um pouco receoso passou os dedos. O mafioso em silêncio não entendia o que Park estava fazendo.

Jungkook estava sendo amado e Jimin demonstrava por toque físico.

Seus dedos passam pela tatuagem da têmpora, seus olhos curiosos dilatavam sob uma luminosidade mínima em seu rosto.

— Ela é linda. — Jimin deu um novo adjetivo para aquela tatuagem. — Igual você.

O elogio tímido fez Jungkook sorrir minimamente, passando os dedos ligeiramente entre a camiseta branca e alisou a cintura de Park. Deixando o corpo de ambos mais próximos.

Em um ato ousado, Jimin levantou o queixo para alcançar o rosto do espanhol e deixou seus lábios rasparem sobre os de Jungkook.

— Eu te quero. Eu quero fazer você ver que vale a pena, Jungkook. É isso que eu sinto. — Sussurrou. A voz rouca de Park entorpeceu o Espanhol que estava distraído olhando para aqueles lábios rosados tão próximos com sede.

— Me toma para você, Jimin. — De tom imperativo, pediu para que Park acabasse com a tortura que era estar apenas metade. Jungkook o queria por inteiro.

Nem se fosse a última vez.

Jungkook estava rendido pelo róseo. Há muito tempo.

Estava em conflito constante com a razão e emoção, mas a emoção parecia ser o caminho mais certo para ambos.

Naquele momento.

— Você não é alguém ruim para mim. Não mais, e me sinto seguro com você. — Ironicamente, se sentia verdadeiramente assim. — Eu queria que entendesse isso.

Jimin sentiu o seu peito doer, pois era a única verdade dita completa. Gostava de Jungkook. Estava pronto para cometer a maior das suas loucuras, estava indo amar um homem que não poderia amar.

Jungkook beijou Jimin com todo anseio de se livrar daqueles sentimentos e despeja-los no corpo do róseo.

Jimin beijou Jungkook com todo receio, não queria machucar o mafioso e sabia que estava.

— Porra...— Jimin soltou aquela expressão sentindo a mão tatuada adentrar na sua camiseta e passando os dedos com anéis em seu abdômen. — Eu te quero tanto.

As línguas travaram uma batalha intensa. Jimin arranhou a nuca do espanhol e sentia sua cintura ser apertada com força enquanto o beijo estava se intensificando.

A boca do róseo deslizou para o pescoço tatuado, deixou rastros para serem lembrados, fazendo Jungkook pender a cabeça para trás.

Ambos sabiam o que queriam e aquele ambiente estava sendo pouco para dois corpos com tanto desejo.

— Precisamos de uma cama. — Jimin disse baixo.

—  Temos o sofá. — Sem pensar muito bem o que dizia, Jungkook sugeriu, mas lembrou que em sua residência tinha sua filha e a probabilidade de acontecer um desastre era grande. — Ok, vamos para o quarto.

Jimin sorriu satisfeito quando o mafioso cedeu à ideia, foram juntos para uma parte conhecida.

O quarto de Jungkook.

Park era engolido pelo ambiente do espanhol e ouviu a porta ser devidamente trancada. Estava de costas para o mafioso que aproveitou a deixa para colocar o corpo do róseo perto de si.

Jimin olhou para o grande espelho do quarto de Jungkook e observou as mãos tatuadas nos ombros de seu casaco. Despia Jimin com paciência, já que já estava sem camiseta alguma.

Park apenas deixou o mafioso admirar o seu tronco após a camiseta ir ao chão. O corpo magro e malhado era lindo, mas não poderia não notar um detalhe;

— Você é lindo com isso. — A mão do mafioso sorrateiramente desliza para o umbigo do agente que sentiu o polegar fazer um carinho na joia que brilhava em duas pedras brilhantes.

Park sentiu os beijos do agente nos ombros fazendo o trajeto do vão do pescoço até sua bochecha. A mão do mafioso subiu ao pescoço e como um colar, grudou os dedos na pele desnuda para forçar a cabeça de Jimin pender e alcançar seus lábios.

O agente foi mais ligeiro em se virar e continuar o beijo intenso, empurrando o corpo do espanhol para a parede. O menor sorriu de lado, pousou a mão no lado direito do rosto do espanhol e o olhou.

— Você pediu. Então desce e começa o trabalho. — O olhar de Park brilhava, emitiu um semblante sério que fez o mafioso umedecer os lábios focando o quão bonito o rosado ficava comandando uma situação.

Jungkook desceu sobre seus joelhos, lentamente se apoiava nas coxas do homem da sua frente e abriu o zíper de sua calça, o tecido ia descendo a medida que Jungkook adentrava com as mãos pelas pernas do róseo.

Deixou beijinhos sorrateiros pela pele lisa que se arrepiava pelo toque frio do piercing no canto da boca, que de vez ou outra, tocava a epiderme.

Analisou o volume por trás do pano preto da peça íntima, Park não necessitava muito para demonstrar o quão sedento estava por Jungkook.

Jungkook sabia. Aquele garoto era seu. De corpo e alma.

Os dedos tiram a peça, a boca saliva ao ver o membro saltitar em sua frente. A extensão estava com suas veias aparentes e uma linha de pré-gozo lubrificava a fenda.

Park visualizava aquela cena com a respiração descompassada. Jeon provocou olhando para cima, como se estivesse desafiando o diabo da maneira mais intimidante.

Passou a língua sobre a glande e não exitou em salivar para proporcionar o deslize fácil. Seus lábios formam um formato de bico para deixar um beijo na parte sensível.

— Jungkook....— A mão do róseo vai para o cabelo do rapaz que continuava brincando com o membro com os olhos fixos no garoto que lhe chamava. - Chupa.

O pedido foi uma ordem.
Engoliu toda a glande e deixou estralar quando retirou sua boca do pau, se deleitando pela expressão de Park que apertou os dedos no seu cabelo.

As mãos do mafioso sobiam a coxa do rapaz e enquanto sua boca trabalhava na glande, uma das mãos rondava a base do pênis massageando e admirando a epiderme de Park corresponder, mostrando seus pelos pubianos que cresciam em pequena proporção se arrepiarem e formarem bolinhas.

—  Disfruta de mi boca, mi amor. —O sotaque arrastado e pesado fizeram a cabeça de Jimin. Ecoavam na sua alma. Jungkook o tocava com palavras e sabia disso, pois nos lábios finos haviam duas coisas: O pau do róseo e um sorriso cafajeste de vitória.

Park arfou sentindo a glande tocar mais fundo a cavidade bucal do mafioso que com maestria também brincava com seus testículos. A mão de Jimin ia na parede para se apoiar, enquanto sentia o corpo esquentar e uma sensação de formigamento.

Sabia que não iria aguentar, pois a cada segundo com a boca do espanhol involuntariamente perdia mais o senso de controle.

— Eu preciso da sua boca, Jungkook.

Tal prazer era tanto que Jimin movimentou o quadril para frente a procura de alívio, socando para mais fundo da garganta do mafioso que se surpreendeu e fechou os olhos.

Jungkook o ajudou colocando as mãos no médio quadril, guiando os movimentos involuntários do róseo que pendia sua cabeça para trás sentindo o fervor daquele movimento.

— Porra. — Grunhiu o Espanhol quando sentiu o pau latejar contra o tecido da sua calça e ficar úmido pelo pré-gozo.

Satisfazer Jimin era ótimo, mas o excitava o triplo.

— J-jungkook...— Chamou rouco o rosado que sentiu o membro pulsar, como premicia que estava mais perto de atingir seu ápice do que imaginava.

Percebendo o seu momento de êxtase maior, a mão direita escorrega pelo rosto do tatuado e encontra seu queixo, o fazendo olhar para cima e assim entender que precisava parar.

Jeon entendeu. Mas não obedeceu e soltou uma risada safada, que mostrou seus dentes de maneira sapeca subindo as mãos para a bunda farta de Jimin, apertando-a.

— Quero sentir seu gosto, Jimin. — Soprou contra o pau do róseo olhando em seus olhos.

As mãos escorregam pela extensão, lentamente, o masturbando.

— Faça isso por mim, amor. —  Em seguida colocou a cabeça do pênis em seus lábios, escorregou a língua e deixou escapar após. — Faria?

A pergunta provocativa era cheia de intenções, queria sentir a porra do róseo em sua boca como nunca, queria o ver gemer e chamar seu nome de maneira manhosa como ouvia. Saciaria todos seus pensamentos guardados com Jimin naquela noite.

Os dedos dedilhavam as coxas e a boca beijava aquilo que a mão não cobria.

— ...Jungkook — Jimin tentava raciocinar, entretanto aquela visão dos olhos do Jeon o olhando com luxuria e passando a língua em cada parte da glande como um doce o fez desistir de ideia. — Droga de garoto.

Grunhiu sentindo a boca inteira do Jeon engolir seu pau com devoção e esforço, as lágrimas acumularam no canto dos olhos e Jimin arfou, gemendo baixo.

Park passou as mãos pelo cabelo sentindo o quadril ceder, o corpo tencionar e pernas bambearem.

A santa boca do mafioso recebia com gosto a porra do róseo.

Deixou que jorrasse os últimos momentos para fora de sua boca, pois se levantava, agarrando com brutalidade a cintura do homem e serpenteou a língua nos lábios limpando cada resquício de Jimin, abriu a boca por um momento mostrando ao róseo o pedaço de si que estava em sua cavidade bucal engolindo.

— Eu teria cada pedaço de você se pudesse, mi devoto gatito. — Colocou a mão no pescoço de Jimin, onde afundava os dedos nos cabelos rosas. O corpo de Jimin ainda estava lento, formigando e sentia a euforia gostosa de ter o Espanhol.

Os lábios de Jimin estavam entreabertos e raspam os lábios com os de Jungkook, tal qual os narizes, como um beijo esquimó.

Fecham os olhos em sintonia de estar no mesmo momento de desejo e fome.

— Quero mais, Jungkook. — Sopra em um fio curto de voz o agente, que escorrega a mão pelo abdômen tatuado do mais alto.

Jeon sorriu ladino. Adorava ver Jimin naquele tom embriagado em suas mãos.

— Não está satisfeito? — Perguntou o espanhol querendo ouvir a resposta do Park que negou com a cabeça. Em seguida, seus olhos abaixam para perseguir a mão travessa de Jimin, deslizava pelo seu ventre e sentiu as unhas curtas de Jimin arranharem seu volume, tirando de si um suspiro. — O que você quer? Hm?

Depositou um beijo casto nos lábios carnudos.

— Diga que eu atenderei.— Sussurrou próximo ao ouvido de Park, mordendo o seu lóbulo.

Park jurava pelos céus que poderia esporrar novamente apenas com a voz daquele espanhol o dizendo palavras sujas.

— Eu te mostro. - Park arrastou a voz, um sorriso sapeca saiu. — Hoje você vai rebolar, como un gatito.

Jeon estremeceu. Jimin arrastou o espanhol, seus lábios rasparam no ouvido de Jungkook no final com uma risada enveludada.

Sabia como provocar e havia atingido seu objetivo. O Chefe Seguine estava cada vez mais tomando as doses que era Park e se deixava ser seduzido pelas palavras ordinárias.

O menor sentiu então o corpo ser elevado e entrelaçou as pernas na cintura do mafioso, sentindo ser jogado na cama sem carinho algum.

Recebeu o corpo do espanhol por cima do seu, o atacando os lábios como um predador.

Os músculos das costas largas se moviam, estas também estavam cobertas por ramos de comigo-ninguém-pode e sem perceber, a mão de Jimin correm pelos ramos como se estivesse assinando o mais pecaminoso contrato.

E assinava todas as cláusulas.

Com pressa e anseio tirou a calça do seguine com o auxílio do mesmo, os sapatos foram ao chão. A cama virava uma telespectadora do quão desesperados um do outro estavam.

Retirou a peça íntima de Jungkook e observou o quão pronto estava. A boca salivou, sentia a imensa vontade de agraciar todo a região grossa e bonita.
Contudo, se lembrou do importante.

— Um minuto. — Contestou baixo, saindo de baixo do homem para engatinhar pela grande cama, esticando o corpo e escolheu a última gaveta da alta escrivaninha.

Puxou de lá um preservativo e o gel lubrificante. A embalagem com cuidado foi aberta e deslizou o látex sobre o seu pênis.

— Como sabia que estava aí? — Indagou o espanhol. E Jimin ia voltando a cama ficando de frente ao mafioso que o agarrava nas mãos para o guiar, já que o quarto estava com uma luz mínima que vinha das luzes da sacada aberta.

— Você é meio muito previsível nessas coisas. — Admitiu rolando os olhos em um tom divertido.

— Não fale assim e vem me foder, Park— Pediu de maneira tão inesperada que Jimin riu surpreso quando foi puxado para perto e o mafioso estava sobre si com um sorriso que foi influenciado pelo seu.

As coxas foram acariciadas e os lábios iniciavam novamente beijinhos pequenos de intervalos curtos, sem chances de respostas. O mafioso estava de joelhos na cama sobre o corpo de Jimin, ambos de frente um a outro.

Os selinhos se tornaram um ósculo profundo e as ágeis mãos do Seguine abria o lubrificante despejando o gel no membro de Jimin que se encontrava novamente ereto e pulsando.

A mão tatuada fez um movimento de vai e vem pelo cacete pronto para o receber, roubando um arfar de Park.

As pernas abrem para se posicionar no rosado e Jimin adentra com o membro na entrada de Jungkook que arfa sentindo a pele do menor em contraste com a sua. Solta um suspiro profundo visando as lumes castanhas.

Jimin fechou os olhos perdendo a noção de espaço que estava.

A sensação da entrada do espanhol contra seu pau era torturante e lentamente ia se encaixando quando brincava de colocar apenas a cabeça do pau, ouvindo um gemido do Espanhol que pousou as mãos nos seus fios e recebeu a primeira investida de Jimin que com maestria rebolava o quadril para trás e para frente, aumentando a velocidade gradualmente.

— Jimin, porra...— O nome do agente foi soprado enquanto puxava ainda mais o corpo pálido para si.

O cacete de Park invadia Jungkook de forma frenética, avalassaladora e se deleitava pela estreita entrada.

Mas não era suficiente, Jimin queria que o espanhol nunca o esquecesse, queria ouvir-lo delirar, esquecer seu nome e ter o orgasmo mais surpreendente como merecia.

Jimin entrava e saia da bunda do mafioso com maestria, liderava a situação deixando Jungkook rendido. Este apenas gemia contra o vão do ombro e pescoço do rosado.

O mafioso nunca esteve em tão puro estado de embriaguez quanto sentia ao receber as investidas sem pudor de Jimin que soltava suspiros altos jogando a cabeça para trás movimentando o quadril ainda mais fundo.

Via-se seu suor frio escorrendo pela tempora do menor pelas luzes que os relâmpagos da chuva que se formava no céu causavam. Se esforçava, mas era graciado.

Até mesmo os céus contemplavam a visão do sexo cheio de sentimentos e confissões nas entrelinhas do carnal dos opostos.

— Rebola para mim, Jeon. Do jeito que você gosta. —Jimin que tinha a voz tão suave agora estava rouca e arrastada, jogando o corpo do mafioso com uma força desconhecida para que veja seu rosto, o trazendo para si o mais rápido que conseguiu alcançando seus lábios finos que buscavam em desespero os fartos de Jimin.

Aquele ambiente estava ficando quente demais para os dois. As mãos de Jimin eram delicadas, permaneciam segurando o rosto de Jungkook e brincava com seu mamilo demonstrando todo o seu cuidado em tocar o corpo do mafioso que ao contrário, o apertava mais, puxava o seu cabelo, enquanto deixava se levar pelo som da pele contra a pele.

O corpo de Jimin se joga para cima do espanhol na cama, recebendo o do maior que se encaixa perfeitamente em seus braços e continuava o ósculo lento.

Acariava cada lugar que suas mãos pousavam no corpo tatuado, o apreciando.

Estava o amando implicitamente. Lentamente. Trepando com toda a entrega de que só havia Jungkook no mundo.

A chuva que batia na janela eram as melhores espectadoras da primeira vez que o coração de Jungkook bateu descompassado acompanhado de um sorriso frouxo ao abrir os olhos.

Não pela euforia de um bom sexo, mas pela maneira que seus olhos buscaram Jimin por um momento, separando o beijo.

O via com seus cabelos bagunçados, olhos murchos e boca entreaberta arfando pela mão do mafioso em sua cintura com um sorriso pervertido.

O cabelo rosa. A boca delineada e farta. O corpo magro e esculpido enfeitado por uma perfuração em seu umbigo. O gemido arrastado.

As orbes negras gravavam aquela visão digna de um prêmio.

Park Jimin era sua sina, infotrogafável, incontrolável e imprevisível gatuno.

Aquela visão foi o que fez o céu chorar naquela madrugada. Por não terem o mesmo privilégio que Jeon Jungkook possuía.

Os deuses estariam com inveja do mafioso por tamanha devoção que recebia de uma só pessoa como o corpo de Jimin se entregava nas mãos de Jeon.

Só para ele e por ele. Eram como chave e fechadura.

Jimin entrava em sincronia com aquela dança pecaminosa. Deixava suave e agressivo, reduziu as investidas, pois fazia como uma dança com seu quadril no rabo do seu homem.

Delirante, quente e gostoso.

O mafioso fecha os olhos segurando o gemido alto grudando a testa na de Jimin que perdia a consciência de si, deixando ser trocado de posição.

Estava por baixo e deixou que Jungkook cavalgasse em si de maneira que encontrava o movimento perfeito para entrar em na dança que maltratava a sanidade do róseo.

— Eu sou seu, Park. — O sussurro baixo em forma de gemido foi acompanhado de um quase choramingar sentindo o pau pulsar mais uma vez.

Os rostos estavam tão pertos que a pele sensível de Jimin sentia o sopro quente que saia da boca de Jungkook acompanhado de um raspar de lábios.

Estavam com os olhos selvagens abertos para admirar idem belezas e testas coladas.

— É? Repete. — Jimin se aproveitava para deixar o rosto de Jungkook perto do seu roçando seus lábios, enquanto falava e não recebeu palavras, mas suspiros altos. — Venha para mim, Jun.

Aquilo foi o ápice para Jungkook. Que mal conseguia dizer uma palavra, apenas apertava o corpo de Jimin, movimentando seu quadril mais rápido e mais rápido.

Sentia seu corpo todo ferver e formigar, estava colapsando.

Um tremer de pernas de Jungkook fez o moreno morder os lábios acompanhado de um jorrar de sêmen que sujou o tronco de ambos.

O mafioso estava de olhos fechados, ainda se aproveitava da sensação que inundava seu corpo, entretanto, queria levar Jimin ao mesmo ápice que chegou.

— De quatro. — Mandou o mafioso com tom rouco que se ajoelhou e quis finalizar o sexo com Jimin de maneira diferente. — Empina e não geme.

O garoto sorriu safado. A proposta era tão tentadora que nem mesmo escondeu. Empinou o rabo e deixou as mãos para frente se escondendo as fronhas desarrumadas.

— Porque não gemer?— Indagou inocentemente curioso, olhou para trás vendo Jungkook deslumbrar da visão mais privilegiada que tinha; Jimin e seu corpo.

Não respondeu, deslizou as mãos pelas costas do garoto com as pontas dos dedos, sentindo a pele que exalava ainda algo doce e natural. Liberou um tapa na nádega farta esquerda, esquentando a pele que já estava sensível.

Era dolorido, mas por ser Jungkook, Park sentiu um prazer no final daquilo; a dor misturada com tesão.

— Isso é bom. — Pensou alto e sorriu travesso.

— Você não vai gemer no início porque vai ser mais gostoso se controlar. — Explicou e chegou ao ouvido de Park. — Quero te ver contorcer nessa cama no final.

Sussurrou e sem aviso prévio introduziu um dos dedos na entrada que se contraiu e ganhou um aperto forte no seu quadril. Jeon abriu as pernas de Jimin com brutalidade e iniciou um ósculo na entrada rosada do garoto, lento e molhado.

Sua língua expecionava cada lugar que Jimin expunha.

As mãos do garoto cravam nas fronhas, sentia o som do prazer na garganta que se formavam em gemidos contidos, então erguia ainda mais o quadril.

Soltou um suspiro alto contra o colchão quando a mão do mafioso escorrega para seu pau e massageou novamente a parte sensível. Recebeu a reprovação do pedido do espanhol em forma de um tapa na mesma banda do rabo, a ardência o fez gemer novamente.

De propósito.

Estava gostando e faria de novo apenas para sentir a sensação do coração bater mais forte e a adrenalina de esperar o tapa se transformar em algo incrível.

— Park. —Alertou o mafioso baixo, não tinha outra atenção senão o belo rabo do garoto apenas para si.

— Deus...— Gemeu novamente na profana intenção, no reflexo do vidro da varanda via a maneira que Park revirou os olhos e mordeu os lábios com um sorriso travesso e devasso. Um ser insaciável e libertino.

Recebia o tapa mais forte novamente e gemia abafado sem pudor na fronha ao sentir os dedos do espanhol em si. Apenas se ouvia os gemidos de Jimin e os tapas.

Tão sapeca que deixou escapar um choramingar misturado com uma risada manhosa antes de sentir a glande ser incentivada e a porra se espalhar por todo lençol apenas para receber um outro tapa, enquanto gozava.

O corpo estava fraco e desmanchou, se contorcendo de prazer.

A lágrima que escapou no canto dos olhos denunciava o quão profundo estava sendo a sensação de Park com a boca entreaberta e os cabelos rosa grudados na testa.

Jungkook estava admirando a cena satisfeito. Se juntou ao lado do róseo agarrando seu corpo, recebendo a cabeça do mesmo em seu peito.

Sentia a respiração pesada e a de Jimin falhar. Os olhos fechados denunciavam que estava em outra dimensão de tamanho impacto que sentiu.

— Espero não ter te machucado. — O mafioso se preocupou com os tapas, acariciando delicadamente a coxa de Park que estava por cima de si.

Jimin apenas sorriu como se estivesse chapado da mais boa erva. Olhos semicerrados e sorriso bobo dançando nos lábios.

— Vai apenas sorrir? — Jungkook achou graça soltando um riso quando Park estava ainda sob efeito de êxtase, sentindo prazer e acenou com a cabeça. — Você é incrível, Park.

                                🇪🇸

Fora do quarto quente da mansão do Chefe Seguine, na sala fria pela chuva no apartamento de Namjoon estava Yoongi segurando um copo de whisky olhando o gelo se diluir com o álcool.

— O que aconteceu com ele? — Levantou a indagação deixando o copo no braço da poltrona.

Namjoon, que estava com seu computador no colo acompanhando alguns relatórios das entregas vendo apenas o seu gráfico subir, sabia do que se tratava.

Desbancavam milhões em horas e linhas descendo eram quase desconhecidas pela máfia seguine, mas ao invés de ignorar Yoongi, o respondeu;

— Sabemos o que aconteceu.

— Aquele cara é um problema e ele sabe. Ele quer se suicidar. — Reclamou o outro girando o copo nos dedos.

— Talvez ele só esteja cansado. — Rebateu e fechou o computador pela metade, olhando o Min.

— Cansado? Não temos tempo nenhum para ficarmos cansados. Olha o tanto de problemas! — Namjoon já esperava aquele tipo de reação. Sabia que não estava sendo fácil para o amigo, e respeitava isso, mas precisava dizer o que achava.

— É só uma hipótese. — Encolheu os ombros. — Não estou dizendo como se estivesse na mente dele. Mas...Ele faz o que faz porque ele é bom, herdeiro, e isso não significa que ame. Ou você esqueceu que ele faz faculdade? Tem uma filha?

Não sabia se os seus pensamentos estavam corretos, mas Namjoon tentava organizar o seu achismo.

— Essas responsabilidades que qualquer pessoa da idade dele tem e já são muitas. Ele não precisa, mas usa ao favor, porque talvez no fundo ele só quer ser isso. Amar um cara que usa all star, estudar e ter uma família. Só que não é possível e nunca será.

O realismo na frase era tanta que Yoongi apenas deixava o Kim continuar.

— Lembro do quanto avisamos ele quando quis ficar com Gaia, felizmente foi uma boa causa e o ajudou a manter a máscara. É a primeira vez que o vejo assim, tão...inconsequente.

Desabafou o Kim, pegando seu whisky e entornando para dentro.

— Entretanto, também seríamos inconsequentes se específicas pessoas estivessem aqui. Então...

Conclui, apenas colocando o assunto para fora. Era o que pensava e não podia fazer muito.

— Mas não estão mais, sabíamos que iria ser assim. — Yoongi refutou, o Kim não negou, mas também não o deu razão.

— Se acalme. Zaki disse que ele iria resolver sozinho, com certeza nessa altura o garoto de cabelos rosa está morto e vamos continuar com nosso trabalho. — Disse o homem após abrir novamente a tela do seu computador acompanhando rotas e abrindo diversos programas.

— Vou mandar Zaki seguir ele. Por precaução. — Decidiu Yoongi.

— Você está fodido se ele descobrir que não está confiando nele. O que esta acontecendo com você hoje é a morte do Colin e eu aconselho que relaxe.

Namjoon o olhava. Yoongi escorou as costas na poltrona, enchendo o copo de mais whisky.

Suspirou.

— Perder o Jungkook vai ser muito para mim, Namjoon.

— Todos nós perdemos algo, Yoongi. Ele sabe mais do que nós, deixe isso de fora. O garoto já está morto, estamos faturando, as mercadorias estão sendo entregues, nossos subordinados estão cada vez mais tendo a nossa confiança, não destrua a confiança de Jungkook.

Aconselhou, falava firme e Yoongi mordia os lábios pensativo.

— Se não estiver morto, algum momento estará.

Decidiu.

—  Sim. Agora vamos pensar nos lucros. Distrair a cabeça com dinheiro e whisky, que tal?

Sugeriu Namjoon. Era a única maneira que tinha também de se distrair, pois estava com uma janela aperta em seu computador e ele era o telefone antigo da residência de Teresa. Não sabia se ainda morava lá, mas poderia descobrir.

Não, Namjoon, não seja hipócrita. O amor nos deixa vulneráveis. Você não pode senti-lo.

Sendo assim, com esse pensamento apenas clicou no x vermelho que aparecia, evaporando a ideia.

                                

                              [...]

—  Jungkook, me devolva a porra do shampoo ou eu espirro na merda do seu olho! —  O tom de voz nervoso de Jimin fazia o mafioso rir, enquanto segurava o shampoo em suas mãos, desviando toda vez que o agente ia o pegar.

Não tentava, apenas estava irritado com o fato de não ter lavado seu cabelo.

Quando Jimin pediu para usar o banheiro para se lavar e não dormir com a sensação de estar sujo, o mafioso em cinco minutos entrou no banheiro com a expressão de cachorro abandonado, derretendo o coração de Park.

Pensou que seria um momento divertido, ou até mais próximo do mafioso, ou até que cada um tomaria seu banho e iriam dormir juntos.

Eram muitas expectativas.

Mas se arrependeu.

— Me deixe lavar seu cabelo, Jimin, qual o problema? — Indagou o espanhol.

Queria tocar em Jimin novamente, mas pelo desenrolar dos acontecimentos via que seu desejo iria ficar nos seus pensamentos. Esquecia que lidava com uma bomba relógio.

— Não! Você vai fazer errado, tem uma distância das pontas, você não entenderia. — Explicou pela décima vez, frustado.

Cruzou os braços, olhando o mafioso com uma expressão de tédio.

— Eu só quero te poupar, qualquer outra pessoa aceitaria.

—  Então vai com a outra pessoa. — Jimin arqueou a sobrancelha, abrindo a porta de vidro que estava o chuveiro, apontando para saída.

Jungkook gargalhou silenciosamente, fechando a porta novamente.

— Olhe e ainda estou passando frio porque você está na água faz três minutos. Meu deus é um desastre, porque nos filmes tudo é tão bonito? Ninguém conta dessa parte.

Desabafou sozinho e Jungkook o imitou cruzando os braços, com isso conseguiu pegar o shampoo da mão do espanhol e derramar na sua.

— Quer que o clima fique romântico? A gente desliga a luz, acende o flash do celular para fingir ser a vela, coloca saxofone e eu te faço uma dedicação ajoelhado. — Disse o seguine sarcasticamente. Mesmo que esteja rindo da ideia, Jimin respirou fundo e rolou os olhos, começando a fazer a massagem no couro cabeludo.

— Eu estou com frio, não tem como ficar romântico, Jungkook. — Reclamou e Jungkook percebeu que ele não havia entendido a última frase.

Sem chances alguma para que Jimin entendesse, desistiu da ideia analisando o garoto.

Suas bochechas estavam vermelhas pelo vapor que subia e quando reclamava, um pequeno bico se formava.

Era gracioso. Era lindo.

O Jeon cansado das reclamações, pegou o homem pela cintura colando suas costas no seu peito, fazendo a água cair em todo seu corpo.

Via no reflexo do vidro um sorriso satisfeito nos lábios do róseo.

— Melhorou? Deus, Jimin, você é muito nervoso. — Agora era a sua vez de reclamar.

— Eu não sou nervoso.— Enxaguava a espuma do cabelo, passando a mão pelos fios e os olhos fechavam e abriam para poder conversar com o Espanhol lutando com a ardência.

Percebendo, o mafioso passa seu polegar pelo olho direito e esquerdo, colocando a mão com sabão em uma mecha que caia no rosto de Park.

— Caralho, Jungkook, o que eu disse sobre não colocar shampoo na ponta!? — Protestou e Jungkook riu novamente, pendendo a cabeça para trás.

Negou com a cabeça ainda rindo. Não conseguia olhar para a feição de Jimin sem rir.

O humor estava onde Park não achava humor nenhum.

— Olha a boca suja, Park. Vai acordar a Gaia dessa maneira. O banheiro fica perto do quarto dela. — Colocou a mão na boca do menor que ficou quieto.

— Perdão. Enfim, não sou nervoso.

Jimin sentiu as mãos do espanhol na sua cintura, infelizmente não tinha condicionador no banheiro, logo, teria que se contentar com o shampoo e a companhia de Jungkook que de todo, era muito agradável.

Então, só encostou a cabeça no corpo do Jeon, que brincava com seu piercing no abdômen levemente.

— Você fica lindo vermelho.

Disse ao pé do ouvido de Park.

— Fazer as pessoas ficarem nervosas não é legal. — Respondeu igualmente baixo.

— Eu estava falando da sua bunda.

Sussurrou descendo a mão pelas costas do menor, pousando a mão na região quente com vergões vermelhos e arrancou uma risada envergonha de Jimin. Ruborizou as bochechas, se virando para olhar o rosto do mafioso e depois suas tatuagens.

— São muitas tatuagens...O que é essa planta? — Percorreu a mão pela costela do mafioso, sabia que era uma grande tatuagem.

Era cômico imaginar que Jimin tinha seu objetivo em seu infiltrar na vida de Jungkook e atualmente, não fazia esforços nenhum.

Era mais fácil, mas doía pois sempre se lembrava que aquilo que existia, na verdade, não se passava de algo criado. Pois se não fosse aquela maldita missão, estar nos braços de Jungkook era improvável, impossível, fora de cogitação.

Os mundos nem mesmo se cruzariam.

Jimin ficou chateado por um momento instantâneo ao pensar naquilo, então, focou no presente.

— De família, é um símbolo de família. Não conhece? — Indagou o mafioso, rebatia o interrogatório.

—  Não. Eu posso fazer? — Perguntou vendo que ia para suas costas, até sua entrada. Ostentava a máfia com orgulho em seu corpo.

— Deixe-me ver,...Não. Só se você aceitar ter Jeon no seu nome, então podemos conversar. — Jungkook lança uma das suas cantadas que fazia Jimin perder o rumo.

Já sabia muito bem como deixar Park quieto; bolo de chocolate e cantadas bregas.

— Pare com isso. — Olhou para baixo.

— Isso o que? — Continuou olhando para a expressão de Park, que não conseguia olhar as lumes negras.

— Isso. Me deixa nervoso de propósito, você é brega demais. — Tenta sair do aperto do mafioso para se enrolar na toalha, mas não foi possível, pois estava com os fortes braços o prendendo.

— Então eu brego você. — A frase saiu sem esperar e Jimin sentiu a vontade imensa de gritar para toda a Espanha.

Ele era brega? Era. Mas era brega por Park Jimin.

— O que houve com você? — Indagou o garoto de cabelos rosas. — Não está tentando me deixar confortável para dizer que não gostou, está?

A dúvida cresceu em Park. Recebeu um beijo no topo da cabeça.

— Você está fazendo esse dia um pouco menos difícil de lidar. Muito obrigado por isso. — Ainda era o mesmo dia que Colin havia ido e a válvula de escape estava sendo Jimin com seu nervosismo, perfume refrescante e doce com seus beijos.

Já que os planos não iriam se concretizar, Jungkook quis apenas enxergar Jimin como o que ele diz.

Quis se iludir com as palavras falsas.

— O dia está sendo difícil? — O menor colocou os braços sobre os ombros do espanhol, deixava que a água batesse em suas costas.

— Uma pessoa que eu tinha uma consideração grande morreu hoje. —  Omitiu, mas não mentiu.

— Eu sinto muito. — Park tinha uma pequena ideia de quem poderia ter sido, mas sentiu a dor do mafioso porque seu tom ficou brando e perdido.

— Tudo bem, as pessoas se vão das nossas vidas e outras vem, é um...ciclo natural. — Contornou o assunto sorrindo minimamente. — E eu achei incrível. A próxima vai ser na sacada.

— O que? — Park se perdeu na conversa, mas Jungkook continuou.

— E em um carro na pista do México, depois na mesa do meu escritório chapados...— Pontuava olhando para cima como se já houvesse uma lista.

— O que está falando?

— As partidas de uno que vamos jogar, Jimin. — Foi sarcástico e esperou que o outro entendesse, mas Jimin soltou uma risada. Concordando com a cabeça.

—  Legal, gosto de uno. — Continuou contornando as tatuagens do corpo de Jungkook com os olhos, estava apenas pensando no grau de dor que cada uma tinha.

— Impossível que você não entendeu que estou dizendo sobre a próxima vez que vou te fuder até seu rabo ficar vermelho assim só com meu pau.— Foi direto, Jimin arregalou um pouco os olhos pela obscenidade.

Deixou Jimin vermelho novamente. Recebeu um empurrão no ombro junto a uma gargalhada.

— Por que você é assim?

— Assim? Eu só sou com você. — A labia do espanhol era tão descarada que Jimin sem ao menos perceber estava com a boca mínimos centímetros do tatuado e suas costas encostadas na parede de vidro.

Sabia que iria ceder de novo, mas estava realmente dolorido pelos tapas. Mordiscou os lábios inferiores, brincando com o piercing no canto da boca fina.

Desceu sobre os joelhos até a metade, recebendo um sorriso ladino do espanhol que não recebeu muito bem o que queria:

— Vou pegar a toalha. — Disse simplesmente o garoto, indo até onde estavam todas as toalhas jogando uma em seu ombro.

— Isso não é justo, Jimin! — Protestou.

— A água do mundo está acabando, Jun. — Provocou, arremessou outra toalha por cima do vidro. O mafioso respirou fundo e deixou a água tirar o restante do sabão do corpo.

— É a segunda vez que me chama assim.

Pontuou o mafioso saindo do banheiro, seguindo Jimin que penteava seu cabelo e recebia a atenção do mafioso, um pouco abobalhado pelo pequeno apelido.

— Você me chama de tantas coisas...Eu poderia dar um apelido também. Eu prometo aprimorar, seu...— Pensou.— Irritante do shampoo.

Jungkook já esperava que iria ver algum apelido parecido e riu, se secando, procurando nas gavetas mais próximas alguma boxer.

— Minha mãe me chama de Ji, Jim, Minnie...Ou só filho. — Contou.

— Minha mãe...Ah minha mãe, me chamava de ursinho. — Se relembrou, sorriu minimamente completando de vestir sua calça.

— Sério? Você é um ursinho lindo, mas não entendi o apelido. — Jimin comenta. Estava curioso.

— Eu tinha bochechas muito grandes e quando como, elas incham...— Se lembrava da mãe, enquanto repousava o corpo na cama. — Eu não gosto desse assunto, será que pode simplesmente se deitar comigo?

Park abriu e fechou a boca várias vezes. O mafioso pedia com educação por um tempo de assuntos que o machucavam; seus olhos brilharam como sempre e Jimin ficou calado.

Lentamente se aproximou da cama, sentiu o corpo ainda úmido do espanhol o abraçar e afundar o rosto em seu pescoço fechando os olhos. O usava como ursinho de pelúcia, e Park ficou imóvel sorrindo minimamente.

Sentiu o corpo do espanhol se enrijecer quando sentia os carinhos de Park. Era sempre a primeira reação, um estranhamento, mas depois ronronava nas mãos de Jimin.

— Jungkook, você está me apertando. — Avisou o agente sentindo o abraço ficar ainda mais forte. Segurava o agente como se soubesse que seu pensamento estava longe o suficiente.

— Sim. — Falou arrastado. Estava sentindo o sono cair e adoravelmente respirou mais fundo duas vezes para sentir o perfume de Park que já não tinha, estava com o seu.

Sorriu de lado com a ideia. A ideia de ter marcado Jimin com seu perfume o dava borboletas no estômago.

Park continuava com os carinhos, mas não tinha nenhum fio de sono. Seu corpo não relaxava.

As palavras de Jungkook faziam um peso enorme em seus ombros e teria que tomar uma decisão: A carreira que sempre sonhou ou o homem a qual estava apaixonado.

A decisão mais coerente que tinha em mãos, ele já sabia. Não poderia doer tanto, já esteve em despedidas antes.

Despedidas são difíceis, entretanto, seguras e falavam por si.

Não poderia deixar tudo o que construiu com toda dedicação por uma pessoa, não. Não seria justo consigo.

E não poderia deixar aquilo que era destruir alguém que não merecia. Seria injusto com a confiança que recebia.

Jeon entrou em estado de sono profundo e os braços relaxam pelo corpo do menor.

— Não posso fazer isso com você. Nem comigo. Você está apaixonado por alguém que...Eu não sou por completo. — Sussurrou. — Não posso nos salvar, mas posso salvar você e eu.

A sua primeira paixão. E estava sendo pela metade. Não poderia dar mentiras para uma pessoa, era errado.

Queria chorar. Verdadeiramente chorar.

— Eu não acredito em segunda vidas, mas por você eu acreditaria, só para ter a esperança de que quando formos apenas um químico e pedagogo e termos uma segunda chance...Eu me apaixonaria por você. Você ainda falaria coisas bregas para mim, não falaria?

Sorriu, visando o mafioso sereno, com os olhos fechados, parecia tão inofensivo, aquele que necessitava de carinho e atenção.

Ah sim, Jimin estava chorando. Soltando lágrimas de frustração e tristeza.

— Eu com certeza me apaixonaria por você, Jeon. — Sussurrou, recebeu um ronronar novamente, a mão do mafioso procura Jimin desesperadamente na cama quando este se afastou para enxugar as lágrimas. Não ouviu nada, apenas acordou com a falta do corpo do seu garoto de cabelos rosa.

Um tiro mataria mais rápido.

O cenho franziu quando percebeu que Jimin estava distante e tentou abrir os olhos. Park disfarçou as lágrimas com um sorriso.

Acariciou a bochecha do espanhol.

— O que está fazendo? — Abriu os olhos minimamente, estreitou ambos e colocou a mão no rosto de Park que estava molhado. — Espera...Jimin, está chorando?

Não despertou totalmente, estava sonolento, então seria mais fácil para Jimin mentir.

— Meu cabelo está molhado e eu estou sendo apertado demais. Eu queria espaço...Volte a dormir.

Pediu, deixando um beijo casto nos lábios que formavam um bico extremamente fofo. Foi correspondido com outro.

— Desculpe. — Falou o Espanhol, tirando os braços da cintura do agente.

— Tudo bem. Eu estou aqui. — Mentiu novamente, se deitando a espera que ele entrasse em um estado de dormência.

Não demorou dez minutos para ouvir o ressonar do espanhol e se levantou da cama.

Apenas precisava de algo para escrever, queria deixar um último recado, para que Jungkook nunca mais o procurasse.

Abriu as gavetas e a maioria estavam vazias, foi para a outra parte do quarto que era uma estante grande de livros sobre química, livros infantis e conferiu se Jungkook estava dormindo.

Havia apenas uma parte que estava com um livro e nele estava uma caneta que deixava um vão nas páginas.

Jimin o puxou, via que atrás da estante tinha um vácuo, não uma parede. Como se algo continuasse.

Foi até seu casaco no chão, ligou a lanterna do seu celular, iluminou o vácuo.

Estava completamente abandonado, via até mesmo os flocos de poeira que voavam pelo pequeno vento que batia. Era um outro quarto, tinha vários quadros na parede, mas vazios.

Via sobre a pouca iluminação que chegava alguns quadros. Pensou em arrastar a prateleira, mas ao tocar a mão por dentro da parede, viu que a estante se abria ao meio, como uma porta falsa.

Jimin a abriu com tanto cuidado que poderia dizer, sem exageros, que demorou um minuto inteiro para não fazer a estante cair nenhum livro.

A curiosidade era maior, poderia ser uma pista para saber mais do passado do espanhol.

Entrou no cômodo, a lanterna do seu celular iluminava a maior parte. Era como um ateliê, tinha brinquedos antigos, desenhos por toda parte.

Jimin vai até os quadros, estavam todos quebrados no chão, as fotos queimadas, como se fossem uma por uma, nenhuma se salvava. Os móveis estavam quebrados.

Ergueu os olhos, a lanterna ilumina a parte da parede que estava com o papel de parede desgastado e havia algo escrito:

"Kookie + mamãe"

E um coração torno contornando a tinta azul na parede.

Aquele era o antigo quarto que Aimeé e Jungkook ficavam a maior parte do tempo. Jimin abriu a única gaveta que não estava quebrada e achou o equivalente a um tesouro.

Vários papéis, abertos, como se fossem cartas.

Pegou em mãos o mais amassado.

"Tudo era uma mentira. Eu não sou amada. Nem mesmo pela minha família. Isso é uma mentira.
Não queria engravidar, mas infelizmente é a sentença que eu tive por ser boa demais. Uma tola. As minhas costas agora doem, porque descobri no terceiro mês, não sei o que farei com uma criança...

Mas vou fazer Jungkook um homem diferente, espero que não siga os passos do pai. Kookie, seja um bom homem, por favor."

A caligrafia era de Aimeé. Jimin lia o mais rápido que podia e guardava em seu casaco.

Abriu outra folha.

"Colin me acolheu. Sinto verdade nele."

E então a deixou na gaveta, abriu novamente outra.

"Ele veio escondido me dar chocolates. Porque eu estava com desejo...O meu filho tem um bom irmão mais velho. Ainda sim; não confio nele, em nenhum Jeon"

Nas folhas não continham datas, mas em algumas tinhas desenhos aleatórios como aspirais, corações e florzinhas.

"Me odeio por ainda ter esperança na minha vida."

Jimin a cada folha sentia um pesar pairar no ar. Aquele mulher havia sofrido, consequentemente, Jungkook também.

Pegou a última, que estava no final de todas dentro de um envelope.

"Vou parar de escrever.

Vi que guardar meus pensamentos em palavras já é um pouco infantil. Agora sou uma mãe que logo terei obrigações de amamentar e cuidar do meu menino.

Colin logo chegará para conversarmos. Estou com medo, ele vem com muita frequência analisar minha barriga. Confessou para mim que o sonho dele era ter uma família, espero que Jungkook tenha o mesmo sonho...Mas uma boa família. Com chás da tarde e muito carinho.

Não importa com quem. Quero ver meu menininho feliz.

Tchau diário :), sou Aimeé, não esqueça de mim. Vai que um dia, eu volte."

E aparentemente nunca mais voltou a escrever. Era informal, parecia apenas ideias jogadas, tal como uma adolescente desabafando no seu diário.

Se perguntou se Jungkook que havia destruído o quarto, ou até mesmo ela.

No envelope tinha uma pintura, um pouco borrada, parecia um bairro francês. Atrás do desenho tinha escrito: — Meu lar, por A.B

Jimin percebeu que assim como Jungkook, a mulher assinava com suas iniciais.

Jimin forçou a lembrar, havia visto algo parecido na estante de alguém.

Os pensamentos o levam para a França, depois para Lyon, consequentemente para a Sede da Interpol. Em seguida, o escritório do Major Vicenzo.

Os traços da pintura carregados de tinta, como se o artista trouxesse um drama no seus tracos mais grossos e borrados, era o mesmo que estavam pendurado na parede do seu escritório.

— Jesus...Que droga de missão. — Foi a única coisa que soube expressar no momento e o coração acelera quando ouve um resmungar do quarto. Vinha de Jungkook.

Guardou tudo no casaco, se apressou em recolher o que conseguiu.

Colocou a estante no mesmo lugar. Apenas pegou a caneta, arrancou uma folha do bloco de notas da mesa de Jungkook próximo a sacada. Um improvisado escritório.

Respirou fundo, precisava de palavras objetivas e não poderia pensar muito.

"Não posso corresponder o mesmo que você, sou confuso demais para isso. Não me procure, não quero ter contato. Preciso de um tempo para pensar.

Se gosta de mim, respeite minha decisão. — Jimin"

Assinou e deixou o bilhete com cuidado no travesseiro que estava ao lado de Jungkook.

Não quis olhar para trás.

Sua missão havia acabado. Ajudaria a acabar com todas as provas contra Jungkook dentro da Interpol, encerraria a busca o inocentando.

Passou pelo quarto de Gaia, e se controlou para não entrar, mas não evitou a vontade de olhar pela fresta a garota dormindo. Serena, parecia até mesmo o pai agarrada em um pelúcia com a luz baixa de um abajur em forma de mundo.

— Amo você, pequena. — Sussurrou. Aquela garota havia marcado a sua vida.

Queria a ver no futuro, seria uma grande mulher.

Desceu as escadas, com cuidado digitava a senha para a porta principal se abrir.

Caminhou pela estrada de pedras, não havia outra maneira de sair daquele lugar se não fosse andando até a avenida para um taxi de madrugada. A sorte de estar em Madrid era aquela.

O sinal estava mais forte, ligou para uma pessoa que talvez soubesse de Seokjin.

Félix.

Discou o número, mas surpreendentemente o mesmo começou a ligar também.

Park. Onde está?

—  Eu estou numa estrada e irei encerrar a minha missão.

O que?! — O loiro se exaltou na outra linha. — Escute, não encerre essa missão. Seokjin estava em reunião com Major Vicenzo, o assunto era você. Não estava presente, mas consegui escutar metade pela escuta do Jin...Eles não estão em Lyon. Eles estão atrás de você. Pode perder a oportunidade da sua vida se você não concluir esse caso.

—  Não podem vir atrás de um agente em investigação em andamento se não for pedido reforços.

Jimin tentou manter a calma, mas andava ainda mais depressa pelas informações que recebia.

Major está desesperado por esse caso. Algo está errado e Seokjin apenas aceitou, não quis me contar. Saíram daqui diretamente para a Espanha...Até brigamos por isso.

Félix estava eufórico, contava quase sussurrando pelo telefone.

— Eu devo ter uma explicação do porquê ele está desesperado. Félix, não ouça o major, ele está-

A voz de Jimin foi cortada, o seu celular foi retirado de sua mão, um soco acertado no lado direito do seu rosto o desconcertou. As pernas vacilaram para trás e caiu na estrada vazia.

A situação inesperada o fez perder a noção de onde estava, mas se recuperou do chão vendo três homens de roupas pretas e cobrindo o rosto.

— Agora vem conosco, rosinha.

A pistola foi colocada em sua cabeça de três maneiras diferentes.

Um mirava sua barriga, outro sua cabeça e outro estava com o bico da arma prateada na sua costela.

Jimin ergueu as mãos para o alto, olhou nos olhos escuros do mais próximo.

— Quem são vocês?











Olá! (Ufa acabou kkkk


não sei se amei o capítulo, mas me esforcei o máximo para entregar antes de completar um mês sem att ❤

PERGUNTA SUPER IMPORTANTE: Qual música você ouviu e lembra essa fanfic?

Irei atualizar a playlist de PTDGM no Spotify e irei colocar alguma das músicas que vocês colocarem aqui. Achei legal incluir vocês nessa. Gostaram?

••••

Para quem diz que autor as vezes parece que escreve bêbado e revisa mais bêbado ainda, tá certo KKKK por isso relevem os errinhos, porque se eu encontro, eu mudo, apago ou corrijo.

Amo vcs.

Até a próxima!

Obrigada pelos 100k!

MJ


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