ARTHUR FERNANDES.
Argh, que ótimo, tô atrasado. E o pior de tudo, é aula da professora Luana aquela mulher simplesmente me detesta.
Eu já ia entrando no portão, mas ouvi alguém me chamar, fazendo com que eu me virasse de costas olhando por cima do ombro
- Bak? - Questionei parando no mesmo lugar, enquanto ele vinha em minha direção
- Eai, como você tá?! Tô aqui pra te pedir uma ajudinha... - Coçou levemente a nuca esperando por minha resposta
- Tô bem. Ajuda? - Pergunto intrigado
- A S/n anda bem desanimada, ultimamente tem acontecido umas coisas meio chatas... então, decidimos fazer uma tarde de filmes pra detraí-la. Te busco na mansão noise, duas e meia.
- Eu?! - Questionei deixando uma risada sarcástica escapar de meus lábios. - Você se lembra, da última vez que fui pra lá e vemos filmes, não lembra?
- Claro que lembro. Vocês dormiram um no ombro do outro, depois brigaram, e logo em seguida a Dona disse que vocês seriam um casal. Nada demais. - Disse com um sorriso enorme nos lábios - Enfim, só esteja pronto quando eu for te buscar, e não, você não tem escolha Arthur.
Reviro os olhos ao ouví-lo, conhecendo o Gabriel bem igual eu conheço, ele não vai me deixar em paz. E ainda vai aparecer duas e meia lá não mansão, resumindo, eu não tenho escolhas.
Me rendo e finalmente aceitei a ideia de que iria pra lá. Não entendo pra que isso, mas fazer o que. Virei-me de costas pronto para finalmente adentrar a escola
- AHH, por favor, não brigue com ela hoje. Tente a animar, faça isso por mim. - Pediu abrindo a porta de seu carro e depois entrando.
Tá, tem alguma coisa estranha acontecendo. Por que ela está mal?!
E por que, do nada, eu tenho que animá-la no dia de hoje? Isso pareceu um pedido de ajuda.
Penso enquanto caminho pelos corredores até chegar em minha sala, respiro fundo, e depois tomando coragem bato na porta.
O trinco se mexeu, e logo após a porta se abriu revelando a professora baixinha com um semblante irritado. Enviei a ela um sorriso um pouco constrangido, talvez isso alivie a situação
- Onde você estava, Arthur Fernandes? - Questionou cruzando os braços
- Cheguei atrasado, meu amigo não pode me trazer hoje. - Falei olhando de relance podendo notar que a lousa estava cheia de atividades.
- Pode entrar, mas tente se atrasar menos, mocinho.
Olhei para todas as carteiras, e que ótimo! O garoto mais insuportável se sentou no meu lugar. Não estou a fim de discutir, minha mente está a milhão e eu já cheguei atrasado para completar.
Me sentei na carteira vaga que tinha atrás de S/n, que ótimo, pelo menos poderei irrita-la, isso será divertido.
Coloquei minha mochila no chão ao meu lado, retirando meu caderno com minha bolsinha
- Pshit, ei - Falei sussurrando no ouvido da mesma, que apenas me ignorava - S/nzinha - Oi - S/nnn - Falidinha
- Aí garoto, oque é? - Disse um pouco irritada se virando para trás.
- Ah, não é nada. - Sorri enquanto ela me olhou ainda mais irritada. Ela negou levemente com a cabeça e se virou para frente novamente.
Me levantei um pouco vendo que a mesma mexia escondida no celular por baixo da mesa. Soltei uma pequena risada anasalada próxima ao ouvido dela, fazendo com que a mesma tomasse um susto
- A Luana detestaria saber disso, não é?! - Provoquei
- Tá carente de atenção? Por Deus, Arthur! Me deixe. - Falou respirando fundo, revirando os olhos.
Até irritada ela ficava linda.
Ela deixou o celular sob a mesa, e se abaixou pegando uma garrafa vazia.
- Professora, posso ir lá fora enchê-la? - Disse levantando o objeto e Luana assentiu.
Ela saiu da sala, e acabou deixando o celular desbloqueado por cima da mesa. Olhei para todos os lados, me certificando que ninguém veria eu pegando o mesmo.
Rapidamente estiquei meu braço e peguei o mesmo em minha mão, ele estava aberto no twitter. Comecei a mexer disfarçadamente para que ninguém notasse que eu não estava copiando. Tentei ser o mais rápido possível, para conseguir ler tudo que eu conseguisse.
━━ twitter dm's
for; sn.
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Aquilo me chocou de uma forma tão grande, que senti como se o chão abaixo de meus pés sumisse.
Eu nunca, quis que acontecessem coisas desse tipo com ela. Por mais que discutissemos algumas vezes, como o Bak mesmo dizia para mim, amor incubado.
Me deixa extremamente mal, ver que pessoas se dizendo meus fãs fazendo isso com ela. Agora tudo o que Bak quer fazer mais tarde faz sentido.
Tomei um susto após alguém puxar bruscamente o celular de minhas mãos
- O que está fazendo?! - Questionou ainda em pé irritada. Puxei sua mão fazendo com que a mesma se sentasse, pois a professora já havia nos olhado feio.
- Nada demais. Conversamos no intervalo, pode ser? - Ela concordou e eu a entreguei o aparelho.
Com total certeza, não conseguirei mais focar em aula alguma. Esse assunto agora ocupa 100% de meus pensamentos.
Talvez, a culpa seja minha.