Daisy Stewart
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Já era final da tarde ao chegar novamente no castelo do Mattheo. Decidi vim quando Tom veio fazer toda aquela encenação, quer dizer, eu acredito que ele estava preocupado com o irmão. Apenas não acredito que realmente se importe com o que eu acho de tudo isso.
Eu havia pensando e repensando sobre o que eu iria fazer em relação a Mattheo, cheguei a conclusão que iria voltar em dois dias para cá. Mas ao terminar de me vestir na cabana, sentir uma dor tão forte em minha cabeça que caí no chão de forma brusca. Tentei levantar mas a dor só se agravou, e como resultado eu tive um desmaio.
Ao abrir os olhos pensei está sonhando, simplesmente por ter aparecido em uma floresta. Levantei rápido quando vi Damon levantando o braço e quase enfiando uma adaga em Mattheo. Aquilo me deixou com raiva, mas não supriu a preocupação de vê-lo deitado sangrando. Cheguei em uma velocidade que nem mesmo consegui raciocinar, peguei o pulso de Damon e girei ouvindo os ossos romperem.
Se Damon não gostava de mim antes, tenho certeza que não gosta de mim agora. Pois seu olhar irritado em minha direção do outro lado da enfermaria me faz estremecer.
Eu não havia visto Mattheo desde que ele pegou no sono, parecia casando. Draco disse que ele não dorme fazem quase duas noites, o que me fez ficar inquieta por ser a causadora daquilo.
Mattheo disse que queria uma reunião urgente, com todos nós. Draco tentou insistir para isso ser amanhã, mas ele ignorou e exigiu que a reunião acontecesse na enfermaria. Hermione havia colocado um feitiço na porta para ele não saí. Acho que ela sabe muito bem que ele pode quebrar o feitiço e ir quando quiser.
Não é atoa que o seu reino e ele são temidos pela magia.
- Hoje — Mattheo diz me fazendo não entender nada, mas todos parecem compreender o que ele está dizendo.
- Você está louco — Hermione o olhou perplexa — Você está machucado, não dorme direito por horas, suas mãos nem se movem direito de tanto derrubar árvores. Você está debilitado.
Mattheo está deitado em uma cama desde que trazemos para dentro do castelo, Hermione havia dado remédios e alguns sedativos para dor. Ele parecia bem, mas eu sabia que estava fingindo.
- Estamos sem tempo para isso — retrucou Mattheo.
- Hermione tem razão — Draco o olhou — Não adianta você ir e, com todo respeito, você vai ser um peso morto todo machucado desse jeito.
- Estou ótimo.
- Eu aposto minha espada que ninguém vai convencer ele a ficar quieto — Tom diz para Jake.
- Feito — o irmão sussurrou para ele.
- Que tal uma votação? — Aruna propõem — Eu voto em ir até a floresta da sombras.
- Eu também — Damon diz ao lado dela.
Jake e Tom disseram sim. Percebi que eles não queriam que o irmão fosse, mas qual quer que seja essa missão, era de extrema importância.
- Quatro contra dois — Mattheo disse tentando levantar da cama — Vamos agora.
Vou até Mattheo pegando em seu ombro. Olhei seu estado lamentável, nem mesmo minha poção foi capaz de deixá-lo menos dolorido.
Com um suspiro me virei para todos na sala. E com uma voz autoritária, falei:
- Vamos resolver isso em uma semana, até lá quero Mattheo deitado nessa cama sem mover um músculo.
- Você não pode mandar aqui — Damon riu em escárnio — Fizemos votação, e o rei disse que...
- Como eu disse — digo com a voz calma, tentando controlar minha raiva — Mattheo não vai mover nenhum músculo. Ele não está em forma para agir ou pensar com clareza. Então escutem o que estou dizendo, e futuramente irão me agradecer por não deixar o rei de vocês irem.
Damon ficou ainda mais sério. Tom e Jake deram de ombros aliviados por Mattheo não saí da cama. Hermione estava falando algo no ouvido de Draco que concordou com ela. Aruna estava sorrindo... não para mim, mas para a pessoa ao meu lado.
Olhei para Mattheo que parecia surpreso, seja qual for a intenção daquele sorriso.
- Estou com a princesinha, além do mais — Aruna diz entrelaçando os dedos nos de Damon que pareceu relaxar — Preciso de um dia de folga.
- Ninguém aqui está no direito de ter fol...
- Ele precisa de descanso — interrompo segurando o pulso de Mattheo com delicadeza — Quero todos em seus quartos, já foi um dia muito exaustivo. E ninguém merece ter um rei rabugento que fica falando sem parar.
Abro um sorriso quando Jake e Tom gargalharam. Hermione foi a última a saí e avisou que a comida do rei estava ao lado em uma mesinha, eu me virei para Mattheo.
- Rabugento? — encarou-me sério.
- Sim.
Mattheo bufou e eu me segurei para não rir. Peguei a comida e sentei na beirada da cama, coloquei um pano em minha coxa direita ao flexionar para ficar em uma posição melhor.
- Não — vira a cara quando levei a colher de comida em direção a sua boca.
- Abra essa boca logo.
- Isso é humilhante.
- Você está com as mãos enfaixadas, não consegue nem mover o corpo direito — viro seu rosto com minha outra mão, fazendo seus olhos encontrarem os meus — Abra essa boca.
Mattheo grunhiu e abriu a boca.
Ficamos calados até ele acabar com a comida toda, peguei um copo de água e fiz ele beber. Ao pegar o pano para limpar sua boca, Mattheo ficou observando meu rosto.
- Você fica engraçada com vergonha — abriu um sorriso.
- Silêncio — digo sentido meu rosto queimar.
Deixei o prato e o pano onde estavam e fiquei ao lado da cama de Mattheo em pé.
- Boa noite.
- Acha que vou deixá-la ir embora depois de eu implorar aos deuses para ter você de volta? — Mattheo diz quando eu estava a poucos metros da porta da enfermaria — E eu nem acredito neles.
Virei para ele que tem um sorriso convencido no rosto. Vou até a sua cama em passos lentos e ele analisa todo o meu corpo. Parece que é a primeira vez que me ver em meses.
- Fique comigo essa noite — concordei com a cabeça indo para uma cadeira — Deite comigo.
- Não vou deitar com você — faço uma careta.
- Apesar de amar seu jeito desobediente. Essa não é uma boa hora para ser assim.
Revirei os olhos indo até ele novamente. Tirei meu sapato, e deitei em seu lado quando Mattheo deixou um espaço. A cama não é muito grande, mas duas pessoas eram capazes de dormir tranquilamente.
Mattheo me puxa para mais perto do seu corpo, fazendo eu ficar de lado. Uma pena encima da sua coxa, meu braço ao redor do seu corpo e minha cabeça encostada em seu peitoral nu.
- Senti sua falta — admito.
Mattheo fez carinho em meus cabelos mesmo com as mãos machucadas. E mais uma vez, me sinto culpada por ser a causadora disso.
- Você não causou nada, Milady — ergo o olhar para Mattheo ao ouvir sua voz — Isso foi culpa da minha conexão que tenho com você.
- Minha mente está bloqueada para você, como consegue...
- Sua mente nunca está bloqueada para mim — me encarou — E minha mente nunca está bloqueada para você.
- Você me enganou — digo brava, mas Mattheo apenas riu.
- Você precisava aprender a cuidar da sua mente e acreditar que depois disso, eu não conseguiria entrar nela — sua outra mão fez carinhos em minha bochecha.
- Seu idiota — bati em sua mão fazendo ele grunhir de dor — Desculpa — digo rapidamente vendo sua mão machucada — Ainda está doendo?
Mattheo gargalhou de uma forma tão gostosa que eu fiquei hipnotizada. Era a primeira vez que o via... feliz de verdade.
- Milady, você consegue ser tão rancorosa e de repente se transforma em uma pessoa carinhosa.
Tento levantar mais ele me puxa para perto novamente. Dessa vez meu rosto ficou a centímetros do seu rosto. E o sorriso dele desapareceu quando ambos nossos corpos pareceram formigar pela aproximação.
- Eu também senti sua falta — colocou meu cabelo atrás da orelha — Muito.
- Não ache que perdoei você — digo de forma grosseira.
- Eu sei — suspira — E eu...
Mattheo travou. Mas eu sei o que ele iria dizer. Então eu apenas deixei minha cabeça em seu peitoral, abraçando seu corpo enquanto ele fazia a mesma coisa comigo.
- Sei que você não está acostumado a pedir desculpas, e sei que falar é estranho para você. Mas saiba que está tudo bem, não precisa dizer agora.
- Não sou a melhor pessoa do mundo, Daisy. Sei que vou deixar você com raiva, magoada e triste em algum momento — sinto os dedos de Mattheo se afundarem em minha cintura — Mas saiba que vou tentar, vou tentar ser alguém melhor. Me expressar de uma forma mais pacífica, apenas não...
- Eu não vou desistir de você — o interrompo — Entendo o que você quer falar, e seja lá o que está rolando entre nós dois, vamos tentar conviver com a fúria um do outro — ele solta uma risada abafada — Somos almas gêmeas, a deusa do amor deve saber o que está fazendo.
- Uma princesa do Reino da Luz, e um rei do Reino das Trevas. Que ironia do destino.
- Talvez seja por isso que almas gêmeas são aquelas que menos esperamos — sorrio — Nunca imaginei que minha alma gêmea seria uma pessoa totalmente diferente de mim.
Ficamos em um silêncio, ouvindo a respiração um do outro por muito tempo. Estava quase dormindo quando escuto a voz de Mattheo, mas não sei se ele sabia que eu estava acordada.
- Daisy... minha Daisy. Espero que eu fique com você no final — agarrou meu corpo para mais perto de si — Durma bem — beijou o topo da minha cabeça.
E então eu sentir... pela primeira vez que estava no lugar certo.
Mattheo é cadelinha dela sim 🥲
Vejo vcs no próximo capítulo