Os acordos - Tobiizu

By LarryQuebrandoOTabu

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"- Isso só pode ser o universo conspirando a favor. Tobi, ele quer que você fique com o Izuna! - Então el... More

Capítulo único, porém parte um
Capítulo único, porém parte dois
Capítulo único, porém parte três
Capítulo único, porém parte quatro
BÔNUS
Capítulo único, porém parte final

Capítulo único, porém parte cinco

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By LarryQuebrandoOTabu

GARA

GARA

GARA

GARANHÃO

GA

GA

GA

GARANHÃO

PEGA MINA DE MONTÃO

VEM NO SOM DO BATIDÃO

VAI DESCENDO ATÉ O CHÃO

ATÉ O CHÃO, ATÉ O CHÃO, ATÉ O CHÃO TUTIS TUTIS TUTIS TUTIS

Nossa, meu humor é muito doido né KKKKKKKKKKKKKKKKK ontem eu tava morrendo, hoje tô EU QUERO FESTA, EU QUERO SAMBA, EU QUERO FESTA, VIVER ASSIM, EU QUERO FESTA, E VOAAAAAAAAAAAR!

Meu humor também não tem nada a ver com a capa do capítulo né KKKKKKKKKKKKKKKKKK chora mais, Tobirama

Gente, esse seria o último capítulo da história... MASSSSSSSSSS decidi fazer uma parte 6, só porque acho que tinha muita coisa que eu queria colocar que não coube no capítulo 5. Ele ainda não está terminado, mas a história já passou os 50K de palavrasKKKKKKKKKKKKKKKKo surto da gata

Vou tentar postar o 6 no fim de semana, então fiquem de olho que do nada vou brotar aqui heuheuheuheu

Espero que gostem, boa leitura!



- A vida é como uma onda gigante. Às vezes você está na crista e às vezes você tá no... Como é embaixo ali? - Indra perguntou, franzindo o cenho. Tobirama e Minato estavam morrendo de rir.

- Na base? - O Senju chutou.

- Na base, mano! - O moreno continuou, super focado em seu discurso. - E mano. A vida. Você tem que pegar a onda. A vida é como uma onda! Você tem que pegar o tubo!

- Do que ele tá falando? - Hashirama estava com a maior cara de dúvida do mundo.

- Me escuta! - Ele pediu, olhando sério para o Senju moreno, que ergueu as mãos, em rendição. - Nem sempre quem tá na crista, tá na base. Nem sempre quem tá na base, tá na crista. E a onda quebra!

- Que viagem é essa? - Ashura negou com a cabeça, indignado que seu irmão mais velho ficasse tão noiado quando bebia.

- E quando quebra, você não pode se afogar. - Ele concluiu, como se fosse o dono da verdade.

- Sorvetinho. - Kushina colocou as duas mãos no ombro do amigo, olhando bem sério nos olhos dele. - A amizade... Não pode ser que nem atletismo.

- Ah não. - Tobirama e Minato estavam se matando de tanto rir, quase caindo das cadeiras.

- É sério! - Ela disse, super filósofa. - Ela não pode ter um início, um meio e um fim. Ela tem que ter um início, um meio e sem fim. Entende?

Eles se olharam sérios por 5 longos segundos.

- Caralhoooo. - Disseram juntos, sorrindo e se abraçando com força.

- Eu amo vocês. - Madara também estava rindo, desacreditado de como aquela turma era diferente de seus amigos médicos.

- Não está meio cedo para vocês estarem tão bêbados? - Izuna quis saber, ajeitando o cabelo, porque estava muito quente e olha que já estava quase de noite.

- Não há um horário para beber no sábado, gracinha. - Tobirama sorriu para ele, fazendo o Uchiha negar com a cabeça e rir. - Quer que eu te leve pro trabalho?

- Não quero que perca o rolê. - Ele pegou sua bolsa e a colocou no ombro.

- Nah, tá tudo bem. Eu posso te levar. - Ele se levantou e foi atrás das chaves do seu carro. - Já volto, galera.

- Bele. Bom trabalho, Izu. - Eles falaram e acenaram, Izuna sorriu e acenou de volta, seguindo Tobirama para fora da casa da Kushina.

- Seu carro ainda não voltou do conserto? - Ele quis saber, dirigindo pelas ruas de Konoha.

- Não, parece que quebrou uma peça que o cara não tinha na oficina. Ai tá demorando porque o fornecedor dele tá viajando. Mas ele disse que até semana que vem, eu tenho o carro de volta. - Izuna explicou, conferindo na bolsa pela décima vez se trouxe tudo o que precisava.

- Entendi e quer que eu venha te buscar?

- Não precisa, docinho. Sei que você quer beber. - Ele sorriu, beijando sua bochecha.

- Não vou morrer se não beber hoje. Na verdade, é bem pelo contrário. - Ele apontou e Izuna riu baixinho. - Sabe que não é um sacrifício pra mim. É muito tarde pra você voltar sozinho e vai estar cansado. Posso te pegar e vamos dormir no meu apartamento.

- Hm... Parece uma boa ideia pra mim. - Ele cogitou e Tobirama levou a mão até a dele, puxando para deixar um beijo em seus dedos. - Tudo bem, me convenceu.

- Então eu venho te buscar as 5 da madrugada. - Ele parou em fila dupla e Izuna foi rápido em se desfazer do cinto. - Ei, meu beijo.

- Tobi, mas você está em fila-

Izuna riu quando o Senju o puxou pelo rosto, colando seus lábios. Eles se beijaram por alguns minutos, atiçando a buzina dos outros carros a cantarem. Tobirama abriu o vidro e mostrou o dedo do meio, fazendo o moreno rir enquanto mordia o lábio inferior.

- Você é doido, docinho. - Deixou um último beijo nos lábios de Tobirama e desceu do carro. - Até amanhã.

- Arrasa dançando. - Ele piscou com um dos olhos e Izuna riu de novo, dando tchau antes de fechar a porta e correr para dentro do bar. - ENFIEM A BUZINA NO CU! - Gritou, apertando na buzina também, fazendo os outros buzinarem ainda mais.

Ele riu, acelerando com o carro, voltando para a casa de Kushina.

[...]

- É tão estranho quando a Kushina pega folga e eu não. - Izuna comentou para Iruka, colocando sua roupa para ir embora.

Sua calça folgada iria o esquentar bastante, mas a regatinha que mostrava sua barriga, bom... Provavelmente deixaria a desejar.

- Vocês são tão unha e carne, que é visível como ficam mais quietinhos quando só um vem. - Ele disse, rindo baixinho enquanto vestia a camisa. - Acho fofo.

- Ela é minha melhor amiga há tantos anos, que nem sei quando vivia sem ela. - Admitiu e os dois riram.

- E você vai embora como? Ela vai vir te buscar? - Iruka sabia do problema com o carro do amigo.

- Não, acabei de mandar uma mensagem pro Tobi. Ele vai me encontrar no meio do caminho. - Explicou, se sentando para calçar os tênis.

- Esse Tobi... É o mesmo que está na sua última foto do Instagram? Aquela que tem um rapaz albino? - Sorriu de canto e Izuna sorriu pequeno, colocando uma mecha do cabelo atrás da orelha cheia de brincos.

- Esse mesmo. - Suspirou, meio bobo.

- Ihhhhh, acho que alguém teve o coração fisgado, não é mesmo? - Ele brincou e Izuna riu baixinho.

- Eu acho que sim. - Admitiu, meio sem jeito. - O acordo não era esse, mas é impossível não me apaixonar por ele. Tobirama é tão.... Tobirama!

- Acho que te entendo. - Iruka mexeu nos cabelos, pronto para ir embora. - Quando gostamos de uma pessoa apenas por ela ser ela mesma, é quando não tem mais volta.

- Isso me assusta. - Murmurou, se levantando. - Mas tô tentando lidar com o medo.

- A recompensa é ótima, não é? - Ergueu as sobrancelhas e Izuna riu de novo, assentindo com a cabeça. - O importante, é você estar feliz. Você está feliz?

- Muito. - Sorriu e Iruka piscou com um dos olhos.

- Então tá tudo certo. - Eles saíram do camarim juntos, o bar já estava todo vazio. Só os seguranças andavam de um lado para o outro, desligando todas as luzes. - Até segunda, Izu.

- Até.

Eles deixaram um beijo na bochecha do outro e pegaram caminhos diferentes. Iruka foi para o estacionamento do bar e Izuna pegou a rua para ir até a casa de Kushina, esperando que Tobirama o encontrasse logo porque estava cansado demais para andar até a residência da amiga.

Seu celular apitou e ele mexeu na bolsa até achar, abrindo no aplicativo do Tiktok. Minato tinha postado um vídeo nos últimos cinco minutos e tinha marcado ele, apesar de ele não estar presente na filmagem.

O vídeo se resumia no loiro bem próximo a câmera, com Indra com sua cabeça um pouco a cima do Namikaze. Um pouco mais alto, vinha Hashirama e depois Madara. Ashura e por último Tobirama, que era o único de fato em pé. O áudio era da música All around The world Lalalala e eles estavam morrendo de rir enquanto faziam a trend.

Izuna riu, curtindo o vídeo. Esses homens eram maravilhosos, francamente.

Ele voltou a andar quando recebeu uma mensagem de Tobirama, avisando que já estava a caminho. Com sorte, não andaria muito.

O vento estava bem geladinho e ele se abraçou mais para se proteger. Um carro passou por ele, buzinando alto e gritando coisas ridículas sobre seu corpo. Izuna revirou os olhos, mas continuou andando sem pressa e animo... Até escutar passos apressados atrás dele.

Ele pensou "não vou olhar, é o Satanás", mas acabou olhando igual. Seu sangue gelou quando reconheceu aquele maldito cara que não parava de o perseguir. Foi automático. Ele nem pensou, apenas se virou e saiu correndo.

Gritou assustado quando o cara começou a correr atrás dele, o pânico crescendo mais. Izuna era alguém muito rápido, mas quando estava desesperado, suas pernas costumavam a ficarem duras e pesadas, dificultando sua locomoção. O homem o alcançou depressa e o puxou pela cintura de uma forma tão bruta, que o Uchiha perdeu o fôlego.

- Agora você não me escapa. - Ele riu, o hálito de álcool misturado a cigarro fazendo Izuna quase vomitar.

- Me solta! - Ele gritou, se debatendo nos braços do homem. - Para! Me solta, seu maldito!

- Cala a boca! - O mais velho os derrubou no chão e Izuna grunhiu pela dor por ter ficado embaixo. - Tem duas formas de resolvermos isso. - Ele sorriu, segurando os braços de Izuna com uma das mãos, para usar a outra para arregaçar a regata que ele usava. - Você pode cooperar ou eu posso te machucar.

- Filho da puta! Vai pra casa do caralho! - Izuna ergueu o joelho com força, acertando os pulmões do outro, que ofegou, soltando ele.

O Uchiha o empurrou pro lado e se pôs de pé, mas antes que conseguisse correr de novo, o maldito agarrou seus cabelos, o puxando para o chão de novo para depois acertar um tapa forte em seu rosto.

- Putinha ingrata. - Grunhiu, cuspindo no rosto do moreno, que fechou os olhos com força, quase vomitando pelo nojo. - Vou te ensinar a ser uma boa cadela.

- Ei!

Os dois viraram o rosto rapidamente para o lado, vendo Tobirama descendo do carro ainda ligado. O cara arregalou os olhos, reconhecendo o mesmo do soco que levou não muito tempo atrás. Ele se levantou e saiu correndo. O Senju deu dez passos corridos na sua direção antes de grunhir e se virar para Izuna, se apressando para ir socorrê-lo.

- Meu Deus, Izuna. O que aconteceu? - Perguntou preocupado, limpando o cuspe do rosto dele antes de ajeitar seus cabelos bagunçados. - Você está bem? Ele te machucou?

- Não, eu tô legal. - Sussurrou, segurando a vontade de chorar. - Acho que a maior perda foi minha blusa nova. - Riu forçado e Tobirama o olhou sério, tirando a camisa do próprio corpo.

- Vai, veste a minha. - Ele o ajudou a vestir e quando o cheiro e o calor do Senju o rodearam como um manto de segurança, foi impossível segurar as lágrimas. - Não, não, não... Merda, eu vou matar esse homem!

- Só... Me abraça, por favor. - Pediu, baixinho.

- Claro. Vem cá. - Ele se sentou no chão e se aproximou mais de Izuna, o trazendo para o seu peito.

Izuna o agarrou no mesmo momento, fechando os olhos e chorando em silêncio. Não era a primeira vez que era atacado por algum tarado, mas não deixava de ser super assustador. Odiava isso com todas as forças do seu ser.

- Vou te levar pra casa e vou cuidar de você, tudo bem? Eu prometo. - Ele sussurrou no ouvido do moreno, que se apertou mais nele, assentindo com a cabeça. - Segura firme, não vou te soltar. - Pediu e se levantou, trazendo Izuna junto.

Ele caminhou até seu carro ainda ligado e parado no meio da rua, e abriu a porta do caroneiro. Izuna se sentou no banco, se encolhendo nele. Tobirama beijou com carinho o topo da sua cabeça e fechou a porta devagar, dando a volta no veículo para então assumir o volante outra vez.

Eles foram em um silêncio mortal para o apartamento do Senju. Não conseguiam conversar, Izuna por ainda estar muito assustado e Tobirama por querer matar meio mundo. Não tinha muito trânsito devido ao horário, mas pegaram muitos sinaleiros vermelhos. E em um deles, merda, Tobirama viu o mesmo cretino cambaleando pela rua enquanto bebia de uma garrafa de vodka.

- Me espera aqui, Izuna. - Tobirama estacionou o carro no acostamento e se virou para trás, pegando no chão do carro, uma maquete de madeira.

Era a replica perfeita de como iria ficar a nova quadra que Kakashi comprou. Eles iam construir uma nova filial e o projeto seria apresentado na segunda-feira, por isso já estava no carro, para não ser esquecida. Ele tinha perdido dois meses fazendo aquela maldita maquete, mas quer saber? Seria uma ótima forma de destruir ela.

- Tobi, espera, o que você vai fazer? - Izuna perguntou, confuso e temeroso, mas Tobirama não respondeu, apenas saiu do carro e foi caminhando rápido na direção do otário. - Aí não. - Se desesperou, tentando abrir a sua porta, mas vendo que o Senju tinha trancado do seu lado.

Ele arregalou os olhos, ofegando ao ver Tobirama acertando com força a maquete na cabeça do homem, o pegando por trás e desprevenido, do mesmo jeito que ele tentou fazer com Izuna. O cara caiu duro no chão, gemendo de dor e quase inconsciente. A madeira tinha se desfeito em vários pedacinhos, tamanho a força que o Senju usou.

- Agora eu vou te matar. - Ele disse sério e sombrio, subindo em cima do homem e começando a distribuir socos brutos em seu rosto.

Izuna se desesperou mais, pulando para o banco do motorista. Ele abriu a porta e saiu correndo na direção dos dois, os barulhos de socos e gemidos de dores o arrepiando negativamente.

- Tobirama, para! - Ele pediu, alto e em pânico.

- Volta pro carro. - Ele pediu, frio. - Isso é entre mim e ele. E só vai acabar de uma forma.

Izuna quase vomitou ao ver que a sobrancelha do homem mais velho estava toda aberta. O rosto dele estava inchado e manchado de vermelho. Mais um pouco e... Tobirama iria matar ele.

- Chega, Tobi! - Ele segurou o braço que distribuía socos e fez força contrária, tentando parar os movimentos. - Por favor, chega!

- Me solta, Izuna. Esse maldito vai desejar nunca ter olhado pra você. - Eles se olharam nos olhos e Izuna perdeu o ar ao ver o Senju com uma expressão tão... Intensa.

- Você não precisa fazer isso...

- Mas eu quero.

Oh meu Deus, que confusão dos Infernos.

- Ei, me escuta... - Ele puxou Tobirama com mais força, até o Senju sair de cima do homem já apagado no chão. - Vamos ligar pra polícia, ok? Vamos deixar que eles façam esse trabalho de o punir.

- Polícia? Você acha que esse filha da puta vai ficar quantos dias preso? Logo ele vai estar na rua de novo. Te machucando. Ou pior. - Ele se virou de frente para Izuna, os olhos escuros pela raiva indescritível que sentia. - Não. Eu não vou deixar.

- Tobi, por favor, pensa direito. Você não pode matar ele! - O segurou pelas laterais do rosto suado e o fez olhar em seus olhos. - Você não é assim. Não deixa a raiva te cegar. Eu não quero que você seja preso!

- Que se foda eu, Izuna! - Ele retrucou, mais irritado. - Olha a merda que você acabou de passar! Eu não vou deixar isso acontecer de novo!

- É mais do que raiva, não é? - Izuna balançou seu rosto com um pouco de força, até Tobirama voltar a olhar em seus olhos. - O que está acontecendo?

- Precisa de mais motivo?

- Você. Não. É. Assim. - Disse, separadamente. - Você não é violento.

- Quando algum desgraçado te machuca, eu sou sim!

- Por quê?

- Porque eu te amo, porra!

Izuna arregalou os olhos, prendendo o ar dentro dos pulmões. Não esperava por essa. Senhor, ele de fato não esperava. Tobirama ainda o olhava com raiva, mas parecia ter se tocado do que tinha dito. Eles continuaram se olhando por alguns segundos, tentando um ler a mente do outro. No fim, o Senju suspirou, levando as mãos até os pulsos do Uchiha, que ainda seguravam seu rosto.

- Eu sei que a gente tinha vários acordos. - Murmurou, desviando o olhar para baixo. - E eu sinto muito por ter quebrado todos eles. Mas agora já era. E eu não vou me desculpar por te amar, muito menos por querer que esse filho da puta queime no inferno por ter pensado em te fazer mal. E também não espero que você entenda ou concorde.

Izuna continuou olhando para ele, o peso real da situação caindo sobre sua cabeça. Oh Deus, era muito para ele processar de uma vez só. Quase foi abusado; o cara que ama, o ama de volta, mesmo jurando de pés juntos que nunca iria retribuir o sentimento. Que bagunça! Será que tinha como dar pause na vida rapidinho? Porque ele precisava muito de um segundo para recuperar o fôlego.

Tobirama ergueu o olhar de novo e parecia meio receoso. Ele segurou mais firme seus pulsos, demonstrando sua inquietação pela falta de uma resposta do moreno. Izuna engoliu em seco no mesmo momento que seu coração recebeu uma descarga de adrenalina, fazendo seus olhos marejarem outra vez.

- Eu sabia que você era um problema quando apareceu. - Izuna sussurrou, se colocando nas pontinhas dos pés para roçar seus lábios. - Bem feito para mim agora.

Tobirama franziu o cenho franzido enquanto mantinha os olhos fechados, ainda segurando os pulsos do Uchiha ao que sentia ele roçar suas bocas, até que pressionou elas, num selinho demorado. Ele pediu licença alguns segundos depois e Izuna cedeu passagem de bom grado.

O beijo era lento e calmo, sem necessidade de afobação. Eles se beijavam como se quisessem se assegurar que aquilo era mesmo real. E tudo era. Puta merda, tudo era mesmo muito real.

- Vamos fazer o seguinte. - O Uchiha voltou a falar, quando o beijo lento se rompeu. - Ligaremos para a polícia. Deixaremos ela fazer o trabalho dela. E nós vamos pra casa. Porque, da mesma forma que você me ama ao ponto que mataria por mim, eu te amo demais para deixar você fazer uma besteira dessas.

Tobirama o olhou no mesmo segundo, a boca se entreabrindo, a respiração pesando, o coração disparando e as borboletas fazendo um furacão no seu estômago. Izuna sorriu pequeno, as bochechas levemente vermelhas, os cabelos voando com a brisa gelada, o deixando tão surrealmente lindo, que até parecia uma imaginação da sua cabeça. O Senju sorriu de volta, o puxando para um abraço apertado.

- Tudo bem. - Ele cedeu, porque o que escutou, o deixou realmente muito mexido, e Izuna já puxou seu celular do bolso, ligando para a polícia.

Depois de todo o rolo com os policiais, eles enfim foram liberados para irem para casa. Já tinha amanhecido o dia e Izuna só queria dormir e fingir que os momentos ruins daquele dia, não tinham acontecido. Por sorte, os momentos bons ganhavam de lavada.

- Vou tomar um banho, você me empresta uma roupa? - Izuna quis saber, coçando os olhos para eles continuarem abertos.

- Pode pegar ali no guarda-roupa. - Tobirama respondeu, mandando uma mensagem para Madara. Achava importante avisar que o irmão dele foi atacado, mas que estava tudo bem agora.

Izuna pegou apenas uma das camisas que Tobirama mais usava e foi pro banheiro. Tobirama se sentou na ponta da cama e respirou fundo, agradecendo por não ter bebido naquela festa. Ele não sabia se conseguiria ouvir a razão se estivesse alcoolizado. E o que mais o assustava, era que ele realmente mataria para proteger Izuna.

Seu celular começou a tocar e ele leu "CUnhado" na tela. Suspirou, imaginando que o Uchiha devia estar pirando.

- Alô. - Atendeu, baixinho para Izuna não escutar.

- Meu Deus, vocês estão bem!?

- Hashirama? - Ele afastou o celular, para confirmar que era do aparelho de Madara que vinha a ligação.

- Eu mesmo. - Ele disse e Tobirama voltou a colocar o aparelho na orelha. - Eu vi a mensagem. Como assim o Izu foi atacado e, porra, como assim você apagou o cara na porrada!?

- Olha, Hashirama...

- Não! Você não vai me deixar de fora disso! Eu tô morrendo de preocupação, droga! - Ele o cortou e Tobirama suspirou pesado. - Vocês se machucaram?

- Izuna disse que tá bem. - Contou, contra a sua vontade. - Mas ele chorou. - Fechou os olhos, sentindo a raiva voltar só de lembrar da situação. - E estava com a blusa arregaçada. Se eu tivesse demorado mais um pouco...

- Puta merda. - Disse desesperado. - E você? O maldito te encostou? Ele te machucou?

- Eu sou o que menos importa nessa história.

- Não pra mim.

A linha ficou muda por alguns segundos até Hashirama suspirar pesadamente.

- Eu sinto muito, Tobi.

- Vou cuidar mais do Izuna. Não precisa se preocupar. - Respondeu, ouvindo quando a água parou de cair no chão do banheiro. Izuna tinha terminado seu banho.

- Não falo só disso. - Diminuiu o tom da voz. - Sabe... Sobre a gente...

- Não temos o que conversar.

- Tobi, por favor-

- Olha, Hashirama. Eu estou realmente muito cansado. - Ele o interrompeu, antes de qualquer coisa. - Você se afastou. O motivo? Nunca vou saber. E eu já desisti de me importar. Pronto, bola pra frente. Não temos que ter conversa alguma. Você continua sua vida e eu continuo a minha. Bem separados.

- Tobi, eu só queria-

- Tchau, Hashirama. - E desligou.

Ele grunhiu, jogando o celular pra longe, escutando ele quicar no chão e trincar a tela. Isso apenas o irritou mais. Enfiou a cabeça nas mãos e respirou fundo, tentando fazer a bola de sentimentos confusos em seu peito, se dissolver de alguma forma.

- Docinho?

Tobirama virou o rosto, vendo Izuna na porta, vestido apenas na sua camisa, com os cabelos soltos e sem maquiagem alguma. Ele mantinha as sobrancelhas levemente unidas e erguidas, o olhando com pena ao mesmo tempo que com preocupação.

- Oi. - Ele sorriu fraco e Izuna deu uma corridinha até ele, se sentando ao seu lado.

- Você quer conversar?

- Hoje foi um dia de altas emoções, não foi? - Ele desconversou do assunto principal, sorrindo um pouco mais ao levar uma das mãos até o rosto do moreno e ter ele deitando a cabeça em sua palma. - Mas tá tudo bem.

- Não mente pra mim. - Pediu, baixinho. - Eu vejo a dor em seus olhos. Indra e Minato já conversaram comigo, eles disseram que você tem mania de guardar tudo pra si.

- Aqueles viadinhos de merda. - Bufou e Izuna riu soprado. - Não é nada de mais, gracinha. Só o meu irmão fingindo que ainda se importa com os irmãos.

- E como você sabe que é só fingimento?

- Porque faz mais de 6 anos que ele sumiu da minha vida. - Respondeu, um pouco ríspido demais. Falar sobre Hashirama, era cutucar uma ferida que ainda não tinha cicatrizado 100%. - Sem nem dizer o porquê. Simplesmente foi embora, ignorava minhas ligações, não respondia minhas mensagens. Nossos pais morreram e ele deixou os gêmeos, de 11 anos, pra eu cuidar sozinho. Eu tive que me virar em 10 e ele não fez porra nenhuma para me ajudar. Graças a Deus, Indra e Minato me ajudaram nos primeiros anos, com grana e tempo para atenção que duas crianças precisam. Ashura descolou contato com um internato público e eles tiveram que ir morar lá, porque eu ia pirar se tivesse que continuar cuidando deles, trabalhando dois turnos, terminando minha faculdade e sustentando nós três. E eu nem imagino como ficou a cabeça do dois após perder os pais tão novos e ainda ter os dois irmãos mais velhos os deixando de lado. Pra ser sincero, não sei nem como a minha cabeça ficou com tudo isso. O assunto é beeeem mais pesado e profundo do que você imagina. Então, sério, eu realmente não quero conversar sobre isso.

Izuna ficou o olhando por um tempinho, sem saber o que falar ou se devia falar algo. Tobirama o olhava com uma expressão super neutra, mas seus olhos denunciavam toda a dor que ele sentia. E, Deus, o Uchiha queria poder ajudar de alguma forma.

- Eu realmente não sei o que te falar agora. - Admitiu, envergonhado. Tobirama sorriu fraco, beijando sua testa por alguns segundos.

- Tudo bem, não precisa dizer nada. - Se levantou, caminhando em direção ao banheiro. - Vou tomar um banho, já volto.

Quando a porta fechou, Izuna murmurou chateado. Queria que Tobirama se resolvesse com o irmão. Só de pensar em não poder contar com Madara, ou não ter seu amor e carinho... Ele já ficava com vontade de chorar. Tinha que dar um jeito nisso para ele.

Ele pegou seu celular e mandou uma mensagem para Madara, que só Madara entenderia. Se fosse ele, responderia com a frase padrão que combinaram desde que eram adolescentes. Se fosse outra pessoa, responderia como todo mundo responderia ao "o dia está tão quente hj, n é?".

Nii-san🧡:

so n mais q o fogo da sua bunda

Era ele.

Eu:

nii-san temos um problema

Nii-san🧡:

eu fiquei sabendo pelo hashi

vc esta bem meu bebezinho?

quer q eu denuncie esse cara?

eu posso transformar a vida dele num inferno, vc sabe

Eu:

eu to bem, nii-san

o tobi já deu um jeito

o problema é outro

Nii-san🧡:

ai Deus, mal curei do ataque de coração q esse assunto me causou

oq é agr???

Eu:

os irmãos Senjus

hashi e tobi pra ser mais específico

Nii-san🧡:

oq tem eles?

Eu:

oq vc sabe sobre oq aconteceu entre eles?

Nii-san🧡:

Izuna...

Eu:

pf nii-san

eu quero mt q eles se entendam

vc n?

Nii-san🧡:

golpe baixo

Eu:

vaaaai

eu odeio ver eles assim

me conta oq o hashi já te falou pf

Nii-san🧡:

vou arrumar confusão com ele, Izuna

...

mas vou te contar msm assim

ta na hr desses dois se resolverem logo msm

Eu:

isso!

conta!

Nii-san🧡:

o hashi disse q quando os pais dele morreram, ele perdeu o rumo

era super apegado a mae, ao pai mais ainda

eles eram o ponto seguro dele, ele dependia totalmente deles

e os dois morrerem de uma vez so, abalou mt ele

ele entrou em depressão, izu

uma tão profunda, q ele ta lidando ate hj

tentou suicídio varias vezes

foi assim q eu conheci ele

ele veio parar no pronto socorro

overdose por ter ingerido remédio demais

tivemos q monitorar ele, levar para grupo de apoio

ele ta melhorando, mas é um processo lento

e ele foi aconselhado a n fugir mais da família

pq n é pq os pais morreram, q os irmãos vao morrer tb

ele n vai sofrer com isso de novo, pelo menos n tao cedo

falaram pra ele q ele tinha q aproveitar o tempo q tinha, n ficar pensando no q perdeu

então ele ta tentando se reconectar com os irmãos

mas n consegue tao fácil, pq ele bloqueou os sentimentos

Eu:

conheço alguém assim...

Nii-san🧡:

Izu, olha

eu quero mt te ajudar a juntar eles

mas tem q ser mt bem pensado

pq o hashi n ta estável ainda

e qualquer coisa q o gênio forte do Tobirama for dizer pra ele

vai ser um gatilho

Eu:

entendi

vou pensar com bastante carinho e volto a falar com vc

Nii-san🧡:

vou pensando em algo tb

e me avisa se precisar q eu contrate um assassino

ainda posso mandar o fdp q te atacou pro inferno

Eu:

kkkkkkkkkkk tudo bem, nii-san

vc sabe q n é a primeira vez

Nii-san🧡:

isso q mais me irrita

vc n pode simplesmente trabalhar cara

q ódio

Eu:

é...

sla nii-san

tava pensando em parar

Nii-san🧡:

parar? parar com oq?

Eu:

n vou aguentar mais um evento desses

foi tão assustador hj

se o tobi n tivesse aparecido

...

serio

eu acho q n ia da

eu n ia conseguir me livrar sozinho

o cara era desgraçadamente forte demais

amo trabalhar noq trabalho

mas n vale a pena

Nii-san🧡:

oh izu

me parte o coração saber disso

mas se vc acha q vai ser o melhor pra ti

eu vou te apoiar, ok?

vc pode continuar trabalhando com dança

eu acho um lugar mais seguro

Eu:

obg nii-san, vc é td pra mim💛

Nii-san🧡:

amo vc, pequeno💙

boa noite, durma bem

Eu:

vc tb, descanse bastante

- Você ainda não foi dormir? - Tobirama perguntou, saindo do banheiro enrolado na toalha.

- Estava conversando com o meu irmão. - Foi sincero e o Senju assentiu com a cabeça, indo se vestir. - Tobi.

- Fala, gracinha.

Izuna sorriu. De alguma forma, Tobirama chamar ele dessa forma em um costume tão grande, trazia sentimento de lar ao Uchiha. O Senju era o seu lar. Izuna finalmente entendia o que Madara queria dizer com "pessoas são nossos portos seguros".

- Eu amo você. - Disse, ainda o olhando com um sorriso de canto.

Tobirama já estava com um shorts e Izuna viu quando os pelos do braço dele arrepiaram. Ele endireitou a coluna e virou a cabeça, abrindo um sorriso tão grande para o moreno, que o Uchiha só soube sorrir ainda mais.

- Fala de novo. - Pediu, jogando a toalha pra longe enquanto caminhava na direção do mais baixo.

- Eu amo você. - Izuna riu baixinho, deitando na cama quando Tobirama subiu em cima dele, os olhos brilhando de uma forma tão genuína, que encantava o outro. - Muito.

- Muito mesmo? - Ele sussurrou, descendo o rosto até poder deixar beijinhos por todo o rosto do moreno.

- Uhum. - Suspirou, se agarrando nos cabelos brancos enquanto continuava a sentir os beijos gostosos. - Quase quanto amo chocolate.

Tobirama caiu na risada, forçando os braços para poder erguer a cabeça de novo, olhando nos olhos escuros do Uchiha. Eles sorriram e trocaram um beijo calmo, que revirou seus estômagos de uma forma que nunca tinha acontecido antes.

- Também amo você. - Tobirama segredou e Izuna sorriu mais.

- Quase quanto o quê?

- Quase quanto amo ficar bêbado com os meus amigos.

- Uou, então estamos falando de muito amor mesmo. - Izuna arregalou os olhos e Tobirama riu de novo.

- É melhor nós irmos dormir, gracinha. Você já tá ficando mais doido que o normal. - Ele lhe deu um último beijo antes de os puxar para cima do colchão, um se ajeitando no outro para dormirem bem agarradinhos. - Boa noite.

- Durma bem, docinho. - Izuna sussurrou, espremendo os olhos no pescoço do mais velho, o abraçando pela cintura e mantendo uma das pernas em cima da dele. - Se você sentir seu corpo adormecer, o problema é seu.

- Amor, por que você me trata assim? Apenas quero te fazer feliz. - Tobirama cantarolou, fingindo que ia chorar. Izuna sorriu.

- Bobo.

- Por você.

- Bregaaaaaaaaaaaaaaaa.

- Sai daqui. - Ele o empurrou para longe e Izuna caiu na risada, tentando voltar a abraçar ele, mas Tobirama continuava na luta de o afastar. - Sai! Eu tentando ser romântico aqui e você me manda uma dessas!

- Mas olha o que você disse! - Izuna estava rindo que nem um condenado. - Nem sabia que você conseguia passar uma vergonha dessas.

- Chega, vai embora da minha casa. - Ele levantou da cama e puxou Izuna pelo pé, fazendo ele gritar pelo movimento brusco e rir mais alto ainda quando foi jogado em cima do ombro do Senju. - Tô sendo desrespeitado dentro da minha própria residência. Não acredito nisso.

- Tobi! - Izuna estava chorando de tanto rir.

- O respeito pelos mais velhos enfiou no cu, né? - Ele bateu na bunda empinada do moreno e Izuna riu mais um pouco.

- Temos a mesma idade!

- Sou três dias mais velho!

- Grande bosta.

- Tchau, Izuna. - Ele colocou Izuna para fora do apartamento e fechou a porta, trancando a mesma.

- Tobirama! - Izuna caiu na risada de novo e começou a bater na porta, sem se preocupar com horário e vizinhos. - Seu dramático, abre a porta!

- Não, dorme aí fora. - Tobirama sorriu de canto, cruzando os braços.

- Se você não deixar eu entrar agora, você nunca mais vai tocar na minha bunda. - Deixou claro e Tobirama arregalou os olhos, abrindo a porta no mesmo segundo.

- Calma, gracinha. Eu estava só brincando. - Disse, pegando ele no colo de novo. Izuna riu outra vez. - Você é dono do meu apartamento, não sabia?

- Muito bom saber agora. - Ele sorriu, lhe dando um beijo lento e gostoso, que acalmou suas risadas e sentimentos eufóricos. - Agora, me leva pra cama, porque tô morrendo de sono.

- Sim, senhor. Você manda e eu obedeço. - Tobirama roubou outro beijo e Izuna sorriu feliz, sendo carregado até o quarto.

Eles se ajeitaram de novo e sussurraram mais algumas falas antes de adormecerem completamente, tão cansados e sonolentos, que a conversa morreu no meio. Mas tudo bem, eles teriam tempo para isso depois.

Eles teriam a vida toda.

[...]

- Não levou um ano.

- Você viu? O cara caiu em 7 meses.

- Vergonha pro clã.

- Vamos tirar ele do trio, ele não tem mais esse direito de andar com a gente.

- Na quarta usamos preto, pra demonstrar luto por um guerreiro que morreu na guerra do solteirismo.

- Vocês vão continuar com isso por quantos dias? - Tobirama questionou, olhando para seus dois melhores amigos que deviam estar trabalhando, mas estavam passando o tempo zuando com a sua cara só porque ele disse que amava Izuna.

- Só até passar o choque. - Indra sorriu de canto. - Ou até você resolver contar que é brincadeira.

- Não é brincadeira. Eu amo ele.

- No acredito. Meme do cachorrinho com um chapéu mexicano. - Minato disse, colocando as duas mãos nas bochechas. - Nosso garotinho, não é mais nosso garotinho.

- Trocaram ele e a gente não viu?

- Acho que clonaram ele. Rápido, que dia é meu aniversário?

- E eu lá sei? - Tobirama o olhou com descaso e Minato estralou a língua no céu da boca.

- É ele, fim do mistério. - Bateu um martelo invisível e Indra riu baixo.

- Mas falando sério agora. - Indra o olhou com curiosidade. - Quando descobriu que estava amando ele?

- Não sei dizer. - Deu de ombros, as bochechas corando um pouco. - Só me toquei na hora que disse.

- Nhonhonho. - Minato apertou as bochechas avermelhadas do amigo. - Ele tá vermelhinho, Indra! Olha que fofo! Que meigo! Que-

E ele grunhiu pela dor, quando Tobirama lhe acertou um soco no estômago.

- Bruto. - Gemeu, se afastando.

- Tão me estranhando, porra? Eu continuo o mesmo. - Tobirama bufou, voltando a trabalhar.

- Sua vida era pegar e não se apegar. Agora você está 100% apegado. Meu querido, você não é mais o mesmo. - Indra riu. - Senta e chora.

- Ajoelha e chora, oi. Ajoelha e chora. - Minato cantarolou, remexendo os ombros.

- Nossa, você desenterrou essa música agora, amor. - O Ōtsutsuki o olhou divertido.

- Verdade, tô preocupado com a minha sanidade mental agora. - Ele fez uma careta. - Vamos cantar uma música realmente boa, calma. - Tossiu, ajeitando a voz e então fez uma super cara séria. - Eu não nasci gay. A culpa é do meu pai. Que contratou um tal de Indra. Pra ser capataz. Eu vi o bofe tomar banho. E o tamanho da sua mala. Era demais. Além de linda, era demais!

- Você não tá falando sério. - Os outros dois começaram a gargalhar. - Puta merda, essa música é perfeita pra você!

- Eu virei gay. E me assumi. A arte da pederastia. E pude um dia, então sorrir. Pedi o Indra em casamento. E o jumento aceitou. A Lua de mel foi no Egito. Eu fui pra cama e dei um grito! - Ele continuou cantando, rindo juntos dos dois amigos. - E disse: Hey. Vai devagar, amor. Não vai com força, ainda sou moça. E não quero sentir dor. Me trate como uma menina. Vaselina, por favor. Parecia Rambo. Com a sua bazuca na minha nuca. E disse: Vai. Ai, Indra, vai. Esfrega a mala na minha cara. Vai pra frente e vai pra trás. Pra malona eu dei um grito. Entalei, quase eu vomito. Ai, Indra, vai-

- O trabalho tá rendendo? - A voz de Kakashi atrás dele fez Minato saltar na cadeira, caindo no chão enquanto soltava um gritinho assustado.

Indra e Tobirama tamparam os rostos, tentando rir em silêncio. Ou o máximo que conseguiam serem discretos. Kakashi ergueu as sobrancelhas, sorrindo de canto enquanto olhava para o loiro com diversão.

- S-Senhor Hatake, eu-

- Canta muito bem, senhor Namikaze. - Ele elogiou e Minato estava 100% vermelho agora. - Mas não te contratei para cantar.

- Eu sei, me desculpa. - Pediu, constrangido.

Ele se levantou, com o resto de sua dignidade pedindo socorro.

- Eu vim pela maquete. - Hatake disse, desviando o olhar para Tobirama, que parou de rir no mesmo segundo, passando a mão na nuca.

- Então... Aconteceu um pequeno... Acidente... Com a maquete...

- Acidente? - Kakashi ergueu as sobrancelhas de novo, cruzando os braços.

- É... Sabe, ela estava pronta e tudo..., mas aí ela acabou... Quebrando...

- Você fez de madeira como eu mandei?

- Fiz...

- E como conseguiu quebrar acidentalmente?

- A culpa não foi dele. - Indra se levantou, cruzando a bronca. - Eu derrubei no chão.

- Mentira. Eu joguei pela janela. - Minato se meteu também.

- Nada disso, eles estão tentando me ajudar. - Tobirama também se levantou. - Eu quebrei ela num filho da puta que estava tentando abusar do meu homem.

- Do seu homem, é? - Indra provocou e Tobirama ficou vermelho.

- Da licença, o assunto é sério. - O Senju rosnou pra ele e Indra riu baixinho. - Sinto muito, senhor Hatake. Eu sei que você precisava desse projeto pra hoje, mas se me der uma semana, eu refaço tudinho e deixo ainda melhor.

- E eu ajudo ele. - Minato ergueu a mão.

- Nós três viramos a noite, mas trazemos até segunda-feira que vem. - Indra prometeu.

Kakashi ficou os olhando por alguns segundos, até suspirar pesado.

- Estão demitidos.

- Espera, o quê!? - Eles arregalaram os olhos. - Foi tudo culpa do Tobirama!

- Ei!? Obrigado amigo, você é um amigo. - O olhou incrédulo e Kakashi caiu na risada.

- Só tô tirando uma com a cara de vocês. - O Hatake disse, todo tranquilo como sempre foi. - Gosto da irmandade que vocês têm.

- Indra acabou de jogar toda a culpa em mim. - Tobirama murmurou ranzinza e o Ōtsutsuki fez um coração com as mãos pra ele. - Enfia seu amor no cu.

- Rude.

Kakashi riu de novo, negando com a cabeça.

- Eu preciso dessa maquete o quanto antes, então eu dou um mês pra ela estar pronta. - Kakashi disse e Tobirama assentiu com a cabeça, totalmente sério. - E veem se deixam a hora do karaokê para mais tarde, sim? - Sorriu para o loiro, que sorriu sem graça de volta.

- Sim, senhor Hatake. - Os três disseram juntos, se curvando antes do mesmo sair.

- Nada de festa pra mim por um mês. - Tobirama suspirou pesado, se sentando de novo. - Se der sorte, termino a tempo.

- Podemos ajudar, se quiser. - Minato colocou a mão em seu ombro, apertando com firmeza. - Podemos sair todos os dias depois do trabalho e ir para o seu apartamento. Ficamos mexendo nisso até umas dez e meia, e no sábado e no domingo começando mais cedo.

- Já basta um de castigo, não quero que vocês percam um mês. - Murmurou, mandando uma mensagem para o contato que lhe vendeu as madeiras especificas para fazer a maquete, iria precisar de mais.

- Para de drama, o que é um mês? Levei 4 anos pra ficar com o Minato. - Indra revirou os olhos e Tobirama riu baixo. - Podemos começar hoje.

- Um dia pedi dois anjos para Deus. - Tobirama os olhou, com carinho. - Aí ele estava em falta e mandou vocês.

- Caralho, isso era pra ser fofo? - Minato estava na dúvida e o Senju sorriu de canto pra eles.

- Amo vocês.

- Que coincidência, a gente também se ama. - Indra falou, surpreso.

- Vai pra merda. - Tobirama riu, revirando os olhos. Minato e Indra pularam em cima dele, abraçando sua cabeça e beijando seus cabelos.

- Amamos você, pulguinha. - Minato disse, com a voz que usa para falar com bebês. - Do fundo do nosso coração gótico e trevoso.

- Falou o boiola.

- Com licença? - O loiro bufou, empurrando o namorado. - Você tá de que lado?

- Do lado que dá pra ver esse rabão aqui. - Ele deu um tapão na bunda do Namikaze, que gemeu baixinho.

- Cruzes, meus ouvidos sangram. - Tobirama voltou a trabalhar. - Valeu pela a ajuda, galera.

- Ah mas não é de graça não, a gente vai cobrar. - Indra piscou com um dos olhos. - Quando você menos esperar, vamos estar lá para você passar vergonha.

- É por isso que não troco vocês por nada. - Ele riu.

- Por nada mesmo? Nem pelo Izuna?

- Por nada.

- Nem pelos gêmeos?

- Não exagerem.

Os três caíram na risada, mas ficaram bem quietinhos quando escutaram a voz de Kakashi no corredor. Eles se entreolharam, sorrindo marotos, antes de voltarem a trabalhar. Afinal, aquele mês seria bastante puxado para os três.

[...]

- Eu juro, essa maldita cola não quer sair! - Indra esperneava, tentando tirar a pecinha da maquete do meio de seus cabelos. - Alguém me ajuda, seus porras!

Tobirama e Minato estavam rolando no chão de tanto rir. Indra estava com um puta nó nos cabelos compridos e cada vez que mexia mais, pior ficava.

- Amooooooooooooooor!!!!!!

- Tudo bem, tudo bem. - Minato se levantou, pegando uma tesoura. - Vou ajudar.

- Tá maluco! Sai pra lá! - Indra se pôs de pé, esticando as mãos para o namorado não chegar perto. - Se você ousar cortar meu cabelinho, eu corto o teu pau fora! Tô avisando!

- Mas amor! Tá tudo enosado! E essa cola não sai com água! Não tem outra alternativa! - Ele se aproximou de novo e Indra deu um grito antes de correr pra longe. - Vai crescer de novo!

- Fiquei minha vida inteira pra ele ficar desse tamanho! Você não encosta nele!

Minato colocou uma das mãos na cintura, olhando para Indra com descrença.

- Quer que eu faça o que, então?

Indra fez biquinho, os olhos se enchendo de lágrima.

- Oh meu deuso. - O loiro usou uma voz que se usa para falar com criança antes de deixar a tesoura de lado e ir abraçar o moreno. - Você que foi burro de colar a madeira no cabelo.

- Eu sei, não precisa esfregar na minha cara. - Fungou.

- Você tem duas escolhas: 1) ficar com essa peça no cabelo que nem um idiota ou 2) cortar fora.

- Você me odeia. - Ele choramingou.

- Te amo, meu nenê. - O abraçou mais apertado. - Mas não vou namorar com um cara que deixa uma madeira colada no cabelo.

- Af, seletivo.

Tobirama riu, revirando os olhos. Ele se pôs de pé quando a campainha tocou e foi abrir a porta, franzindo o cenho quando deu de cara com Izuna, Madara e Hashirama. Esse último que parecia um tanto sem graça de estar aí.

- Que isso? Festa surpresa? - Perguntou, de bom humor. Os três riram baixinho.

- Viemos ajudar na maquete. - Izuna sorriu, ficando nas pontinhas dos pés para beijar o Senju. - Indra comentou que vocês só têm mais uma semana. Então chamei reforço.

- Ah, gracinha. Não precisava. - Ele sorriu genuinamente, puxando o Uchiha para o abraçar gostoso pela cintura. - Está tudo sob controle e-

- NÃÃÃÃÃÃÃO! PARA! PARA! NÃO QUERO MAIS! SAI! - Indra gritou, esperneando lá na sala, assustando o pessoal na porta, que foram ver o que acontecia. Minato estava com uma mecha do cabelo do moreno nas mãos. - Desisto de namorar você! Seus requisitos são altos demais pra mim! Vou viver sozinho com 45 gatos, mas estarei cabeludo!

- Indra, é só cabelo. - Minato revirou os olhos, usando uma das mãos para secar o rosto do namorado. - Não precisa chorar, vai.

- Meu cabelinho precioso...

- Tudo sob controle, né? - Madara riu, olhando divertido para o cunhado, que entortou a boca.

- Tivemos um pequeno contratempo. - Admitiu e os três recém chegados riram outra vez.

- Deixa que eu corto. - Hashirama se disponibilizou, se aproximando dos dois. - Eu que cortava o cabelo do Tobirama quando pequenos.

Tobirama se remexeu desconfortável e trocou o peso de pernas. Indra, Minato e Izuna o olharam de canto, chateados que uma frase tão boba fizesse tanto mal assim ao albino, só por vir do irmão mais velho.

- Tudo bem, vou confiar em você. - Indra resmungou e Minato passou a tesoura para ele. - Mas faça um corte maneiro. Se é pra ter cabelo curto, que ao menos seja estiloso.

- Certo. - Ele riu baixinho e foi fazer o serviço.

- Podemos continuar a maquete enquanto isso. - Minato se ajoelhou ao lado da mesinha com a maquete em cima, já pegando as peças e a cola. - Falta bem pouco.

- Ok, mãos à obra. - Izuna tirou seu casacão e se ajoelhou ao lado do loiro. - O que eu faço?

Tobirama sorriu de canto, esbanjando carinho enquanto via Izuna focado em o ajudar. Madara riu e ele piscou algumas vezes, ficando vermelho por ser pego no flagra. O Uchiha mais velho negou com a cabeça antes de se ajoelhar do outro lado do loiro.

- Bom, bora lá. - Ele também se abaixou e começou a trabalhar.

[...]

- Prontinho... - Hashirama sorriu, sacudindo a roupa de Indra para tirar os fios de cabelo solto de cima dele. - Vai no banheiro pra ver se você gostou.

- Se eu não gostar, só raspando a cabeça. - Choramingou. - Aí eu desisto de viver. Vou parecer um ovo.

- Mas um ovo bem bonito. - Minato sorriu positivo pra ele e Indra bufou.

- Eu te odeio.

- Você me ama, seu fedido.

- Quer acabar mais com a minha autoestima, caralho!?

- Vai logo se olhar, cara. - Madara riu deles. - Está bonitão.

- Vou confiar em você. - Murmurou e saiu andando até o banheiro mais perto, abrindo a porta e acendendo a luz. Ele se olhou no espelho, pasmo. - Puta merda.

Seu cabelo estava tão curto, que ele quis chorar. A parte da frente continuava igual, com duas mechas presas aos seus prendedores, como ele costumava a usar. Mas atrás, Hashirama tinha rapado quase que completamente. Ok, ele estava descolado, mas levaria anos para seu cabelo crescer outra vez!

- Gostou? - Hashirama apareceu ali na porta, sorrindo de forma contida.

- Poderia estar pior. - Ele admitiu e o mais velho riu baixinho. - Obrigado, cara.

- Disponha. - Eles ficaram se olhando e Indra assobiou, desconfortável.

- Então né...

- Posso fazer uma pergunta? - Hashirama tomou coragem pra dizer de uma vez.

- Uh... Claro, manda aí. - Indra cruzou os braços, rezando para a pergunta não ser de exatas. Ele era péssimo nisso.

- Você é o melhor amigo do meu irmão, não é?

- Só não deixa o Minato escutar isso. - Brincou e o mais velho riu soprado.

- O Tobi... Ele... - Suas bochechas coraram e Indra juntou as sobrancelhas. - Como ele está?

- Ué? - Indra não entendeu. - Como assim?

- No trabalho, na relação com os amigos, no namoro com o Izuna. - Ele começou a listar, passando uma das mãos na nuca, bem sem graça. - Ele está feliz?

Indra ficou o olhando, sem reação. Hashirama parecia querer de verdade saber como o albino estava. A carinha tímida, a voz baixinha, vulnerável... Nem parecia o adulto que abandonou os irmãos.

- Por que não pergunta a ele?

Hashirama suspirou pesadamente.

- Você sabe que ele não vai me responder. - Disse, mais baixo ainda.

Indra se segurou para não soltar um "e por que será, né?" bem ácido e irônico. Claro, sendo melhor amigo de Tobirama, tinha pego as dores dele. Viu e sentiu como o amigo perdeu o rumo ao ser literalmente abandonado por Hashirama. Ele contava com o mesmo mais do que contava com os próprios pais. Eram unha e carne. Se defendiam, se protegiam, se amavam. E do nada... Nada?

Hashirama simplesmente foi embora?

- Olha, cara... - Indra passou a mão pelos cabelos curtos. - Eu realmente não quero me meter nisso. Não vou te dizer nada, porque Tobirama não ia gostar.

Hashirama comprimiu os lábios e abaixou a cabeça, assentindo cabisbaixo.

- Tudo bem, eu entendo. - Ele forçou um sorriso, que mal ergueu os cantos dos seus lábios. - Só... Vocês estão cuidando dele, não é? Você e o Minato?

- Sempre. - Indra assentiu com a cabeça, o olhar sério. - Como verdadeiros irmãos.

Uh, esse tapa doeu.

Hashirama sorriu pequeno uma última vez antes de pedir licença e voltar pra sala. Indra suspirou, esfregando as mãos no rosto. Qual era a de Hashirama? Por que de repente, depois de malditos 6 anos no sufoco, ele resolveu que seria legal ser um irmão mais velho de novo?

- Era o que faltava. - Murmurou, saindo do banheiro também.

Na sala, eles quase terminavam a maquete. Izuna estava graciosamente sentado no colo de Tobirama, que ajudava a colar as pecinhas como os gays que eram. Minato estava focado em cortar com o estilete, sem acabar cortando os dedos (de novo) e Madara olhava para Hashirama com preocupação. Mas o Senju moreno fazia uma bela atuação para mais ninguém notar o quanto ele queria chorar.

- Que tal uma pizza? - Tobirama sugeriu, erguendo a cabeça para encarar Indra. - Caralho, você ficou um gostoso, eim!? - Assobiou e Indra riu, revirando os olhos.

- Eu nasci gostoso.

- Não posso negar. - Minato respondeu, concentrado no estilete.

- Não faz nem oito meses que ele jurava de pés junto que era hétero. - O Senju acusou e Indra riu, lembrando bem disso.

- Dias de luta e dias de glória, baby. - O Namikaze devolveu, piscando com um dos olhos para o amigo. - E eu continuo hétero, apenas tenho um penhasco pelo Indra.

- Você é o hétero de Taubaté, isso sim.

- No que isso muda na sua vida? - Minato bufou, quase jogando o estilete nele. - Vai boiolar pelo o Izuna, seu falso desapegado, e me deixa em paz.

- Uhhh, vamos parar. - Indra se meteu e os dois fizeram bico. - Não briguem, bonecas. Todos sabem que vocês se amam.

- E a pizza? - Tobirama ignorou, apoiando o queixo no ombro de Izuna, que sorriu pra ele, a língua pra fora enquanto se concentrava para colar bem retinho.

- Só se for com borda recheada. - Madara sorriu brincalhão e Tobirama sorriu de canto pra ele.

- Aí cunhado, você fala bem a minha língua. - Esticou a mão e Madara riu antes de bater nela. - Seis tá bom?

- Uma pra cada? - Izuna arregalou os olhos e o trio de ouro deu de ombros. - Por Deus, pra onde vai tanta comida?

- Pra bunda do Tobi que não, olha essa bunda de grilo. - Indra bateu no traseiro do amigo e Tobirama riu, erguendo o dedo do meio pra ele. - Nós queimamos tudo na academia depois, confia.

- Confio. - Izuna riu, negando com a cabeça. - Alguém come metade da minha?

- Eu como! - Os três disseram juntos e os outros riram.

- Eu que como o Izuna, eu que deveria comer a pizza dele! - Tobirama apontou e o Uchiha arregalou os olhos, ficando extremamente vermelho.

- Tobi!

- Menti?

- Pior que não. - Ele riu baixinho e se sentou melhor no colo dele, sua bunda espremendo deliciosamente o membro do maior, que mordeu o lábio inferior, gostando daquilo.

- Jesus Christ. - Madara atacou uma bolinha de borracha nos dois, horrorizado. - Vocês dois são piores que adolescentes!

- A graça tá aí. - Tobirama piscou com um dos olhos e ergueu o quadril só para provocar, fazendo Izuna rir baixinho enquanto também mordia o lábio.

- Que pouca vergonha. - Minato negou com a cabeça. - E a pizza? Tô varado de fome.

- Vou ligar. - Tobirama beijou o topo da cabeça de Izuna antes de o tirar do colo, se levantando e indo na direção da cozinha. - Os mesmos sabores de sempre?

- Não sei quais são os sabores de sempre, mas como de tudo. - Madara deu de ombros e Tobirama riu, assentindo com a cabeça.

- Fechou então.

Ele foi até seu celular carregando na tomada perto da pia e discou o número já gravado de sua pizzaria favorita. Pediu por 6 sabores diferentes, com bordas recheadas com queijo cheddar derretido. Disse que ia pagar no dinheiro, pediu quanto tempo demoraria (uma hora e meia, porra) e desligou.

- Puta que pariu! - Quase gritou, quando virou e deu de cara com Hashirama, feito uma assombração. - Que porra, cara. Pra que isso?

- Desculpa. - Ele riu baixinho e Tobirama revirou os olhos, dando de ombros depois.

- Precisa de algo?

- Hm, sim. - E ficou quieto. Tobirama coçou o braço, visivelmente ficando irritado.

- E o que precisa, Hashirama? - Precisou perguntar.

Hashirama corou e desviou o olhar pra baixo.

- Você... - Ele desistiu. - Pode me dar uma água?

- Claro.

Se virou e foi até o armário, pegando um dos copos de vidro. Encheu até a borda no bebedouro e entregou para o irmão mais velho, que ficou segurando o copo e olhando para Tobirama, brigando mentalmente com ele mesmo.

- O que foi? - Tobirama estranhou. - Não vai beber? Não tem gosto de cebola no copo.

- Eu sinto muito. - Disse, depressa.

- Ahn? Você não quer mais a água?

- Não é isso. - Hashirama estava tremendo, a água quase caia no chão. - Sinto muito por ter ido embora.

Tobirama o olhou, a expressão ficando mais dura. Ele desviou o olhar, respirando fundo.

- Já conversamos sobre isso-

- Não! A gente nunca conversou sobre isso! - Hashirama o cortou, deixando o copo em cima da mesa. - Por favor, Tobi-

- Não me chama assim. - Mandou, ríspido. - Só meus amigos me chamam assim.

Hashirama sentiu os olhos arderem.

- Eu sei que fiz merda. - Ele sussurrou, com a voz embargada. - E sendo o mais velho, devia ter sido a ponta mais firme também, mas cada um reage de uma forma a morte dos próprios pais.

- Ah, então a culpa é deles? - Tobirama riu, incrédulo. - Quer saber? Eu realmente não tô afim de falar com você. Então, se me dá licença.

Hashirama segurou sua mão quando ele passou por ele e Tobirama sentiu o braço inteiro ficar rígido. O mais velho o puxou para perto e tomou coragem para dizer aquilo olhando em seus olhos.

- Sempre vou ser o seu irmão mais velho. - Disse, firme. - Sempre vou querer que você seja a pessoa mais feliz no mundo. - Tobirama frisou as sobrancelhas, não gostando do que estava sentindo no peito naquele momento. - Amo você, Tobirama.

- Não. - Ele quase rosnou, de tão irritado que ficou. - Você não ama. - Soltou as suas mãos, de uma forma tão bruta, que quase machucou Hashirama. - Você nunca me amou.

- Não é verdade. Eu te amo sim.

- Para de dizer isso! - Ele gritou, empurrando Hashirama para trás. - Cala a maldita da boca!

- Por favor, me deixa explicar tudo o que aconte-

- NÃO! - Os olhos dos dois ficaram vermelhos, banhados em lágrimas. - Explicar!? Explicar o quê!? Nossos pais morreram, Hashirama! E você não estava lá!

- Eu sei-

- Não, você não faz a porra da ideia! - Os outros quatro apareceram depressa na porta da cozinha, olhando alarmados para ambos. - Me diz o que você sentiria, quando estivesse com Itama morrendo de gripe nos braços, com Kawarama chorando de medo de perder o irmão também. E aí você me ligasse, desesperado, sem saber o que fazer, porque não tinha a porra de dinheiro para levar ele ao hospital, nem pais para te socorrer. E EU SIMPLESMENTE DESLIGASSE A DROGA DO CELULAR!

- T-Tobirama...

- Não encosta em mim! - Ele deu um tapa na mão do maior, que deixou uma lágrima escorrer. - Eu não quero nada de você agora. Eu não preciso mais de você. Eu não quero nem ver você! Por que voltou? Porque não continuou na puta que te pariu como fez por 6 anos!?

- Se você deixar eu explicar-

- EU NÃO QUERO TE OUVIR! - Ele gritou, derrubando uma lágrima também. - Vai embora daqui!

- Por favor-

- SAAAAAAI! - Berrou, batendo a mão com força na mesa, derrubando o copo no chão, quebrando e molhando tudo. - Você não entende!? Já chega! Nós não temos mais nada! Você morreu pra mim!

- Tobi! - Izuna chamou, horrorizado.

Hashirama estava estático, os olhos arregalados, as lágrimas presas, a boca entreaberta, o ar sem sair e nem entrar dos pulmões. Seu coração doía como nunca doeu e ver Tobirama assim, sem nenhum arrependimento no rosto por ter dito aquelas coisas, o destruía mais.

- V-Você não está falando sério...

- Ah, eu tô. - Tobirama trincou o maxilar, os olhos banhados de raiva. - Você morreu no mesmo dia que nossos pais. Só não deu pra te enterrar.

- Ei, cara... - Minato tentou também. - Tenta esfriar a cabeça...

Tobirama ignorou completamente todos eles.

- O que foi? Tá doendo? - Tobirama sorriu cínico, quando Hashirama voltou a chorar, e deu um passo para frente, fazendo Madara dar um também. - Sabe o que também doeu? Ter a porra do meu melhor amigo me dando as costas no momento que eu mais precisei.

- Chega. - O Uchiha mandou, se aproximando deles e entrando na frente do namorado, olhando sério para o cunhado. - Não fala assim com ele.

- Eu falo como eu quero. - Retrucou, ríspido. - Eu já não tenho mais nenhum respeito por ele.

- Não me interessa. - Madara foi ríspido também. - Você não faz ideia da metade das merdas que aconteceram com ele.

- É claro que não! - Tobirama riu, abrindo os braços. - Ele fez questão que eu não soubesse!

- Tobi. - Izuna foi até ele, segurando seu rosto com as duas mãos. Buscando por seus olhos perdidos. - Se acalma. Por favor.

Eles ficaram se olhando, os olhos do Senju ficando mais marejados com o passar dos segundos. Seu coração doía, a maldita ferida estava toda aberta outra vez. E ele só queria chorar sem que ninguém soubesse.

Como foi, por 6 anos.

- Só vão embora. - Ele pediu, tirando as mãos dele de seu rosto, se virando e indo em direção ao seu quarto. - Todos vocês.

- Tobi...

Ele bateu a porta e o silêncio reinou no apartamento. Indra e Minato se olharam, esfregando as cabeças. Sabiam o quanto o amigo estava machucado, mas sabiam mais ainda, que não adiantava se fazerem presentes naquele momento. Tobirama era como um lobo solitário, se tivesse que demonstrar fraqueza, morreria.

- Acho melhor irmos embora. - O Ōtsutsuki avisou. - Ele não vai sair do quarto.

- É melhor voltarmos no domingo. - Já que era sexta, daria tempo de o albino esfriar bem a cabeça. - Quem sabe, podemos fazer ele conversar com o Hashirama sem uma grande briga.

- Não. - Madara negou, muito irritado. - Hashirama não deve nada a ele. Se ele não quis escutar, o problema é dele.

- Nii-san. - Izuna o olhou, muito cansado. - Você só sabe o lado do seu namorado.

- E você está passando a mão na cabeça do seu. - Ele retrucou, cético.

- Não briguem. - Hashirama pediu, baixinho e fungando antes de secar o rosto. Forçando um sorriso depois que doeu em todos. - Tá tudo bem.

- Não está tudo bem, Hashirama! - Madara o olhou, incrédulo. - Eu disse pra você esperar! Tínhamos um plano! Íamos fazer isso com calma!

- Eu só queria me resolver com ele, Maddy. - Hashirama ergueu os ombros, acanhado. - Eu só... Eu só queria que ele... - Suspirou, abaixando a cabeça. - Não importa... Eu não vou desistir.

- Isso não vai te fazer bem.

- Você não entende? Estar assim com os meus próprios irmãos não me faz bem! - Ele retrucou, puxando a camisa com força. - Destruí a porra da minha família. Perdi meus pais, afastei meus irmãos. Eles nem se importam mais comigo!

- Isso não é verdade. - Izuna o olhou, negando com a cabeça. - Ele te ama, Hashi.

- Não foi o que pareceu. - Riu, meio amargo. - Gente, desculpa estragar o final da sexta-feira de vocês. Prometo que não faço mais isso.

- Cara... - Minato comprimiu os lábios, meio sem graça.

- Tô indo embora. - Ele deu um último sorriso forçado para então fugir do apartamento.

Madara suspirou pesado e saiu correndo atrás. Indra e Minato se olharam, antes de olhar para Izuna.

- Eu vou ficar. - Ele disse, sério. - Não me importo se ele nem sair do quarto, não vou deixá-lo sozinho.

Os dois sorriram pequeno antes de apertarem seus ombros, dizendo um "boa noite" para então irem embora também. Izuna suspirou, voltando para a sala. A maquete estava quase no fim e ele decidiu que seria uma boa forma de passar as horas.

Antes que ele se ajoelhasse ao lado da mesinha, escutou um soluço meio engasgado que fez ele arregalar os olhos. Virou a cabeça na direção do quarto do Senju no mesmo segundo, seus ouvidos se acostumando com o ambiente até escutar melhor o choro doloroso do dono da residência.

- Merda. - Praguejou, correndo até a porta. - Tobi? - Bateu de leve.

- E-Eu pedi pra ir embora. - Ele devolveu, abafado.

- Não saio daqui. - Ele forçou a maçaneta, tentando abrir a porta. - Ei, me deixa ajudar.

- Por favor... Por favor, me deixa sozinho. - Ele implorou.

Izuna fechou os olhos, apoiando a cabeça na porta, o coração esmagado dentro do peito.

- Eu odeio te ver assim. - Admitiu, querendo poder passar pela madeira que os dividia. - Eu juro que não falo nada, só me deixa te abraçar. Você não tem que estar sozinho agora. Você pode chorar para alguém secar suas lágrimas, amor.

O silêncio que se seguiu, fez Izuna pensar em derrubar a porta com um chute, mas antes que se afastasse para tomar impulso, ela foi destrancada e aberta devagarinho. O Uchiha tentou enxergar dentro do quarto escuro e sentiu vontade de chorar quando viu os olhos avermelhados do outro.

- Você me chamou de "amor". - Ele fungou, passando uma das mãos embaixo do nariz.

- Chamei, né? - Izuna sorriu pequeno e Tobirama devolveu o sorriso.

- Isso é tão brega. - Ele brincou e Izuna encurtou a distância entre eles, o abraçando apertado pela cintura. - Tudo bem, eu deixo você ser brega comigo.

- Vou cuidar de você, docinho. - Ele prometeu, se inclinando nas pontinhas dos pés para selar seus lábios com carinho. - Eu te amo muito.

- Também te amo. - Ele sussurrou e riu baixinho quando Izuna o pegou no colo, caminhando com ele em direção ao colchão. - Ainda não me acostumei com a sua força.

- Você ainda nem recebeu um tapa meu na bunda. - Ele brincou de volta, deitando o Senju na cama com calma e carinho. - Deixa só eu te convencer a praticar BDSM.

- Você é um homem cheio de surpresas. - Tobirama riu, se acomodando no corpo do mais baixo, que o envolveu com carinho nos braços e nas pernas, mantendo o rosto dele prensado em seu peito. - Você se importa se eu chorar?

- Não. - Ele sussurrou, beijando seus cabelos bem demoradamente. - Fica à vontade. Estarei aqui o tempo todo.

- Obrigado. - Sussurrou. - Eu preciso mesmo disso.

- Sempre que desejar. - Izuna fechou mais forte os olhos. - Sempre que desejar.

Tobirama só precisava disso. Ele sempre só precisou disso. De chorar. Tirar as coisas ruins de dentro de si. Desenterrar tudo o que o machuca e já o machucou. E Hashirama, querendo ou não, foi a pessoa que mais o machucou em toda sua vida.

Algumas coisas... Infelizmente não tinham como serem remendadas. Outras, que precisavam só de um pouco de dedicação para torná-las apresentáveis outra vez. A questão era: você estava disposto a correr contra o prejuízo? Lutar e concertar seus erros? Faria tudo pela família? Faria tudo em nome do amor?

Porque Hashirama sim. Ele lutaria pelos seus irmãos. Ele concertaria seus erros. Ele compensaria sua ausência. Culpa, ninguém realmente tinha ali. Mas ele daria seu jeito de ganhar o perdão daqueles que mais amava na vida.

Nem que fosse a última coisa que fizesse.

E AI? QUAL VAI SER?

AGORA VOCÊ VAI TER QUE ESCOLHER

OU EU OU A CACHAÇA

SE DECIDE BEBÊ

VOCÊ TEM DUAS OPIÇÃO

OU EU OU LITRÃO

SÓ QUE SEU EU PERCO ESSA MULATA

VOU VIVER NA SOLIDÃO

Nem sei se é assim a músicaKKKKKKKKKKKKKKK mas amo, foda-se

E foi isso por esse capítulo... Gente, não me matem ainda, ok? Tem mais um capitulo para vocês sofrerem com os irmãos Tobihashi buah buah

Tem algo nesses irmãos Senju que eu AMO dramatizar, porque sério, eles são tão aaaaaaaaaaaa a irmandade deles me deixa fraca, ai eu venho e cago nissoKKKKKKKKKKKKKKKK pq deus, pq?

Mas fé que vai dar tudo certo...... ou não né, pq ainda não terminei de escrever e teve gente que pediu final tristeKKKKKKKKKKKKKKKK fica a duvida ai

Enfim, espero muuuito que vocês tenham gostado, meus anjinhos

Até final de semana (Se Deus quiser)?



PS.: O próximo cap vai ser tipo um bônus, de algumas cosinhas que eu achei legal compartilhar com vocês. Não precisam ver, se não quiserem. Não vai mudar em nada na história, só tô doida e quero falar mais com vocês mesmo KKKKKKKKKKKKKKKK a

Então, espero que gostem, caso forem dar uma olhadinha nele! É só rolarem a telinha

tchauzinhooooooooooo

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