A herdeira perfeita - DEGUSTA...

By Bi-king

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Após a leitura do testamento deixado por seu pai, Christopher Collins descobre que a única condição exigida p... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 9
Capítulo 10
AVISO

Capítulo 8

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By Bi-king


-Isso mesmo que você ouviu, Calisto, eu quero trabalhar com você! - Ela repetiu sorrindo, mas eu me recusei a acreditar.

Eu estou a frente de uma empresa multinacional no ramo de marketing, fazemos para várias marcas diferentes do mundo inteiro as melhores propagandas, anúncios, slogans e tudo mais e somos um dos melhores, não do pais, mas do mundo. Eu sou o chefe disso tudo, seguro aquela empresa a 5 anos em pulso firme, nos últimos anos, claro sempre contando com a experiência e ajuda do meu pai.

Agora, Isabelle, uma garota do interior de não sei quantos anos, talvez 19, ou 20, que não conhece nada sobre a vida, não fez faculdade e estudou em casa durante toda a sua vida enquanto cuidava de cavalos, queria trabalhar na minha empresa. E como eu permitiria isso? Ela não tem experiência alguma nem nenhum conhecimento, no máximo ganharia emprego da garota do café, isso se ela souber mexer numa máquina de expresso, e só pela beleza, apenas.

-De jeito nenhum!-

Neguei convicto, o sorriso dela foi embora. Talvez eu tomasse outro tapa agora.

-Não?-

Perguntou incrédula.

-Sim!- Respondi

-Oh, então sim?

-Não!

-Sim ou não Calisto, eu fiquei confusa!

-Em primeiro lugar, não é Calisto, é Christopher e só por isso eu não lhe daria um emprego, em segundo lugar- É, eu estava com os dedos na frente da cara dela , mostrando o primeiro e o segundo lugar, além de falar da forma mais clara possível para que ela entendesse direitinho.- Você não tem faculdade, não sabe fazer nada, não tem experiência, logo, eu não posso empregar você em uma multinacional importantíssima!- Parei de falar, ela sentou na cama desanimada.

Não era legal ser um cara chato, não era legal deixar Isabelle tão triste e eu não tinha gostado de fazer isso mas era o que eu tinha que fazer.

Antes que eu ou ela tivéssemos a chance de falar alguma coisa, meu celular tocou, olhando na tela ou pude ver que era Martin, atendi prontamente.

- Christopher falando- Imitei a forma como ele atende.

-Sem essa, cara, tenho as informações que você queria- Ótimo!

-Perfeito!

- Você pode me encontrar agora na café a duas ruas da sua casa? É um dossiê muito interessante- ele disse com ar de riso- eu não podia perder isso.

- Vou sair, volto daqui a algumas horas, qualquer coisa me liga, é só discar numero um e liga direto para mim- Avisei a uma Isabelle ainda desanimada sentada na cama, com o ar pensativo e nem me respondeu. Bom, pelo menos não apanhei, de novo.

Isabelle

Totalmente humilhada e rebaixada, foi o que ele fez comigo.

Christopher é um homem muito estranho, é impossível saber quem ele é de verdade. Ele estava me vendo dormir, tenho certeza disso, hora ele passa uma mensagem de que é um cara legal, carinhoso e me deu um celular novo e bastante caro, e no dia que nos desencontramos, foi tão intenso a forma como ele ficou feliz em me ver, mas outra hora ele vira um monstro do pântano e muda completamente.

Eu entendo que não tenho faculdade ou coisa assim, mas realmente não tinha nada para mim lá?

Eu sempre ajudei meu pai a administrar a fazenda, compra e venda de materiais, animais , plantações e tudo mais e sempre fui muito boa em resolver problemas, bem, era o que meu pai dizia.

Eu entendo que a grande empresa importante dele não é a mesma coisa que uma fazenda e eu não queria um cargo tipo, vice presidente da empresa, eu só queria uma oportunidade.

O dia que passei hoje foi totalmente entediante. Eu amo Marrie, ela é muito divertida, mas sinceramente, decorar quarto e falar de roupas não é um melhor passatempo para mim. Depois que ela foi embora, fiquei dentro de casa sem fazer absolutamente nada, sozinha, no silencio, apenas podendo me distrair com alguns programas de teve a cabo mas nada disso melhorava minha inquietude, eu preciso trabalhar!

Se eu passar mais um dia aqui sem fazer nada eu juro, juro que eu volto para minha fazenda. 20 mil reais eu tenho, dá para pagar algumas dividas e recomeçar e eu faria se ele me desse uma chance, afinal eu estou dando uma chance para ele.

Eu não queria simplesmente chantageá-lo para me dar um trabalho, queria fazer ele engolir todas as palavras que ele disse sobre eu não saber fazer nada, e coloquei meu plano em pratica. Espero que ele goste do sabor amargo de suas palavras.

Christopher

Cheguei na cafeteria 5 minutos depois e Martin me esperava sentado em uma mesa do lado de dentro, em um canto, tomando uma xicara de café preto e com um envelope amarelo em cima da mesa.

-Christopher, quanto tempo!- Ele se levantou , apertou a minha mão e voltou a se sentar. Puxei a cadeira e sentei também.

Martin é um cara beirando aos 30 anos, detetive particular a 10 anos, não tem mulher, nem sai com várias, diz que não tem tempo. A muito eu pensava que ele era gay, mas dai eu percebi que não era, realmente, o homem trabalha muito, vive a vida correndo atrás de pessoas e investigando apesar de ter dinheiro o suficiente para viver com a bunda colada no sofá , mas diz que é a grande paixão dele e então, continua.

Pedi um café médio com leite a garçonete que veio prontamente me atender.

-Então, sua garota especial, não especial dessa forma é verdadeiramente peculiar ! - Ele afirmou sorrindo em divertimento.

Mas porque ele estava falando assim?

-Me dá logo esse troço para eu ler- Resmunguei puxando o envelope das mãos dele.

Isabelle Summer 20 anos

Nasceu em: 15 de Agosto

Cabelos e olhos castanhos, pele branca, magra , 1,67 de altura, 50 kg.

Isabelle Summer é filha de Jack Summer (Falecido a 10 dias) e Sofia Summer (Falecida a 12 anos).

Morou na fazenda Hopeland durante toda a vida. Foi alfabetizada em casa por 5 professores a pedido da mãe a principio, depois do falecimento da própria, a garota escolheu continuar do jeito que estava e concluiu o estudo sempre com notas excelentes.

Quando tinha 15 anos de idade, brigou com um funcionário e quebrou o nariz dele após ver o homem maltratando um dos animais da fazenda e ainda deu queixa de maltrato a animais. Ele não conseguiu dar queixa de agressão porque além de ela ser de menor na época, ele ficou com vergonha de dizer que apanhou de uma garota.

A 5 anos, Isabelle aprendeu com o pai o oficio de administradora e a 1 ano e meio ficou responsável pela maioria das questões e conseguiram, juntos, manter a fazenda em excelente condição e ampliação até um mês antes da morte de Jack Summer, quando as contas começaram a atrasar depois de uma grande retirada de dinheiro da conta sem explicação.

Isabelle Summer tem uma madrinha que vive com ela na fazenda, chamada Kate, 64 anos, com quem ela vivia.

Isabelle tem paixão por animais, principalmente cavalos e faz questão de ter em sua fazenda, no total de 5, duas fêmeas e 3 machos, quais ela cuida sozinha e pessoalmente.

Nunca teve relacionamento romântico com ninguém.

Fobia de aranhas e cobras. Sua mãe foi morta por uma cobra.

Gosta de comer doces, principalmente chocolate, comida favorita, macarronada com almondega, odeia salada e afins.

Gosta de jogos de raciocínio lógico e ler livros inteligentes, nada de livros românticos e conteúdo previsível.

- A garota é agressiva desde pequena- Pensei alto.

- Eu entendi o que queria dizer com garota especial e cara, tenho que dizer, ela é muito bonita- Martin comentou com ar de riso, tinha uma foto 3x4 junto com a ficha dela.

- É, eu sei- Pensei alto de novo.

-Quando vou conhece-la?- Ele perguntou interessado, até demais.

-Você não tem tempo, esqueceu?- Perguntei aborrecido. Ele também não!

- Para conhecer essa garota que está morando sob o mesmo teto que Christopher Collins, o senhor, sou solteirão e vou pegar todas, que bate nele , faz ele ter ciúmes, quem ele acha especial e ainda por cima se dá o trabalho de investigar sobre ela, eu tenho, amigo, tenho todo o tempo do mundo!-

Afirmou. Mais um gozando com a minha cara.

Olhei para Martin com cara de poucos amigos e isso o fez rir mais ainda de mim.

- Se você não fosse tão útil pra mim, as vezes, eu chutava sua bunda- Resmunguei, ele continuou se divertindo comigo.

-Tudo bem, tudo bem, até esse dia especial em que vou conhece-la, não tenho muito tempo, vou indo, tenho um caso pra correr atrás- Ele se levantou e apertou minha mão.

- Paga ai a conta- Falou sorrindo com a maior cara cínica do mundo e saiu do café vagarosamente como se estivesse desfilando, não apressado como disse.

Paguei a conta, coloquei o envelope embaixo do braço e fui pegar o carro para voltar para casa.

Dirigi tranquilamente os meus 5 minutos pensantes ate em casa.

Ela não era tão burra, afinal, isso eu já sabia, meu pai falou em uma das cartas, só não sabe lidar com a vida porque não tem malicia, justamente por isso ela não ter vivido fora do mundo dela que se limitava a fazenda.

Era inteligente, admito, decidida, talvez ela pudesse fazer mais do que um cafezinho. Mesmo ela querendo tanto trabalhar ainda não seria uma ideia tão boa assim, afinal, a empresa é dos grandes, o mundo dos negócios é tubarão comendo tubarão e ela seria um peixe perdido no meio disso tudo.

Já estacionado na garagem de casa eu abri o envelope e coloquei em cima do volante. Algumas coisas escritas ali eram realmente interessantes. Procurei uma caneta no painel do carro e achei uma compactor perdida e sem tampa que ainda funcionava. Grifei algumas coisas, o medo de aranha e cobra, amor por animais, principalmente " Nunca teve relacionamento romântico com ninguém." E escrevi uma nota ao lado em letras pequenas " ensinar" , não que eu fosse mesmo o fazer, mas se fosse para aprender eu não queria imaginar ela aprendendo essas coisas nas mãos de qualquer um tipo....é, alguém tipo eu.

No rodapé da pagina escrevi mais algumas notas:

" Visitinha ao zoológico"

" Tomar cuidado para não apanhar"

"Beijo, definitivamente, beijo"

" Garota frigida, solteira, assassina em serie"

Pensei em quantos dias passaríamos sob o mesmo teto até que ela completasse 21 anos.

Depois de fazer um cálculo mental eu percebi que faltava pouco mais de um mês para ela finalmente ficar de maior.

Papai achou que me mudaria em um mês? Puff , acho que não!

Ainda no rodapé escrevi em letras maiúsculas, apenas para dar um certo destaque a grandiosidade de sua informação a contagem regressiva para Isabelle finalmente ficar de maior.

Subi com o envelope debaixo do braço e entrei em casa.

-Talvez eu não seja tão inútil assim!- Isabelle disse sorrindo satisfeita com meu espanto ao ver o que ela fez.

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