Dois bebês e quatro amigos

By helavosk

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Andrew Bells, Daner Donalld e Tyler William são os garanhões de Nova Iorque, a grande cidade suspira ao ver o... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capitulo 12
Capitulo 13

Prólogo

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By helavosk

CLARISSA ARANTES

Sair do Brasil foi a parte fácil, viver por dias em Nova Iorque com um inglês enferrujado e apenas dez dólares no bolso, nem tanto.

Eu fui embora de São Paulo sem qualquer apoio financeiro, não é como se minha mãe realmente conseguisse me ajudar e bom, também não é como se eu tivesse um pai presente.

Eu finalizei o ensino médio no ano passado e com muita dedicação passei em duas universidades perto de casa, mas não era o que eu queria, nunca foi. Eu criei minha irmã mais nova enquanto minha mãe trabalhava, ela chegava muito tarde e antes mesmo de ser filha me tornei mãe, porém não era minha responsabilidade e eu fiz o que podia enquanto estava lá. E agora que a Sofia tem idade suficiente para se cuidar, eu fui embora.

Pode até ser egoísmo, deixar minha mãe e irmã para trás, mas eu nunca pensei em mim. Primeiro, comecei a trabalhar cedo demais para sustentar uma criança que não era minha, já que minha mãe não conseguia sustentar a casa e a Sofia, Depois, comecei mudar todos os meus planos para que Sofia me tivesse por perto já que nossa mãe nunca esteve e nem sequer conhecemos seu pai. Então, pelo menos uma vez na vida, fiz o que eu queria e durante um ano juntei dinheiro suficiente para uma única passagem de ida para Nova Iorque.

Mas não julgo Sarah, minha mãe, na verdade eu até entendo. Ela não trabalhava até tarde porquê não queria cuidar de suas filhas, pelo contrário, ela fazia isso porquê precisava, porquê era o único jeito, assim como ajudei como pude, porquê era o único jeito de continuarmos tendo uma casa e comida. Nos últimos meses tudo melhorou, minha mãe conseguiu um aumento significativo e é o suficiente para Sarah e Sofia.

E aqui estou eu; sem casa, emprego e apenas dez dólares. Mas vendo pelo lado bom... Pelo menos estou fodida em Nova Iorque e não em um bairro pobre e desvalorizado de São Paulo.

De qualquer forma, a desesperança e saudade preenche meu peito, estou a três dias em Nova Iorque e tudo o que me sobrou foi os malditos dez dólares e uma mala cheia de roupas. Então, sem dinheiro para mais uma noite em um motel barato, arrasto minha mala de rodinhas até o bar mais próximo, não o mais barato, mas ainda sim o único que consigo chegar apé e sem qualquer dinheiro extra para o táxi, entro no bar chique decidida a tomar pelo menos uma dose.

Obviamente não estou vestida adequadamente, isso faz muitos olhares se direcionarem a mim, sequer consigo me importar. Caminho até o balcão com minha calça jeans surrada, meu moletom da banda Nirvana e meu ALL star vermelho de cano alto, minha mala com rodas sequer faz barulho no chão luminoso.

Até o maldito chão zomba de mim, mostrando o como ele é mais caro do que qualquer coisa que tenho. Meu pensamento só me faz ficar mais aborrecida, triste e um passo mais perto de um choro histérico.

- O que quer beber, senhorita? - O barman pergunta assim que me sento, seu olhar é de pena, o que me diz que minha cara não é a das melhores.

- Gostaria de ver o cardápio antes. - Minha voz saiu baixa, ele concordou com a cabeça a pós a minha frente o cardápio que ele já segurava.

O barman sabia que eu pediria um cardápio, eu não me encaixava alí e sequer eu conseguiria pronunciar os nomes das bebidas. Mas o que me deixou ainda mais tristonha que antes, foi o preço dos malditos drinks.

Sério, cento e vinte dólares por uma taça?

- Qual a bebida mais barata? - Eu me debrucei no balcão, sem conseguir me importar com as pessoas ao meu redor - Eu só quero ficar bêbada sem precisar vender meu corpo - Minha voz saiu abafada por meu rosto estar no meio de meus braços, minha bochecha colada a pedra escura e fria do balcão.

Mas então, eu ouvi uma risada, mais de uma na verdade e todas vinham do meu lado direito. Quando lentamente ergui a cabeça a visão de três homens me atingiram com tudo, como um soco no estômago, me deixando sem ar.

Eram lindos, os três, nunca vi beleza tão grande e luminosa. Eles são tão diferentes e mesmo assim tão igualmente deslumbrantes e fortes...

O mais próximo tinha cabelos grandes, indo até abaixo de suas orelhas, eu estava indecisa se seu cabelo era loiro escuro ou castanho, talvez os dois, ele usava um moletom, não como o meu que era velho e desbotado, mas um que com toda a certeza mostrava que era caríssimo, mesmo sem qualquer desenho ou marca a vista eu consegui notar que custava bem mais do que eu tinha nos bolsos. Sua calça de moletom era preta assim como a blusa e seus tênis eram brancos, ele tinha um sorriso encantador em seus lábios carnudos, um sorriso que refletia em seu olhar castanho.

Ao seu lado, se apoiando no ombro do loiro, Um homem do mesmo tamanho que ele, e isso era incrivelmente alto, tinha os cabelos castanhos e bem cortados, seus ombros eram largos e a camisa social branca foi claramente feita sobre medida, assim como a calça de alfaiataria azul marinho. Ele parecia um galã de filme de romance, seu sorriso ofuscava minha visão de tão brilhante e seus olhos verdes eram sedutores.

Um pouco atrás dos dois homens, o mais alto dos três estava lá, de braços cruzados e seus cabelos ruivos penteados em topete, suas roupas era diferente das de seus amigos, sua calça jeans tinha rasgos propositais e sua camisa social estava dobrada até o cotovelo. E mesmo sabendo que todo seu look foi pensado para transparecer que o mesmo era despojado, não tinha nada disso nele, essa não foi a primeira roupa que ele pegou e ela com toda certeza não estava jogada no guarda-roupa, ela estava dobrada e passada e os vincos do tecidos estão alinhados. Seus olhos azuis brilhavam com confiança e sua barba estava bem feita, assim como a de seus amigos.

- Dê a garota a bebida que quiser - O loiro ria me encarando.

O barman sequer ficou surpreso - É claro, Senhor William. - O homem atrás do balcão esperou por meu pedido.

- Cuidado, Senhor William - Eu avisei, falando seu nome em puro deboche - Eu estou com muita vontade de beber hoje.

- Então aproveite que o Tyler irá pagar, seja esperta e peça o cardápio inteiro. - O de cabelos castanhos se sentou ao meu lado rindo, claramente se divertindo - Eu irei acompanha-lá, é feio deixar uma mulher beber sozinha - Ele completou.

- Não seja tolo - O tal Tyler William deu um tapa na cabeça do amigo e se sentou ao seu lado - Não pagarei nada para você. - Ele disse, não para mim, mas para seu amigo.

- Qual é, Tay! - O de olhos verdes ao meu lado disse indignado - Achei que fossemos amigos irmãos!

- Você está com uma conta alta pro lado do Tyler, Andrew - O ruivo zombou, dando a volta e se sentando ao meu lado esquerdo.

- Em minha defesa... - Andrew começou, se virando completamente para olhar seu amigo ao meu lado

- Você estragou o quadro de Dozentos mil dólares, sem querer? - O ruivo, do qual ainda não sei o nome, retrucou com sarcasmo, completando a fala do seu amigo Andrew.

Andrew não se defendeu, apenas fez beiço como uma criança, isso era fofo. Toda a cena era fofa, os três amigos falavam sem notar que eu estava ali e realmente acho que esqueceram, eles não se importavam em falar em bom tom, já que ninguém ousou sentar ao nosso redor.

- Vou querer o drink mais caro, já que o bonitão alí vai pagar - Eu disse para o Barman que ainda aguardava em silêncio e só então o trio de amigos voltou a me encarar.

O loiro riu alto, o ruivo sorrio para mim e o moreno gargalhou, colocando uma mão em meu ombro em apoio.

- Eu gostei dela! - O moreno disse. - Eu sou Andrew, Andrew Bells. - O homem estendeu sua mão para mim.

- Sou Clarissa Arantes - Apertei sua mão me apresentando.

- Tyler William - O loiro disse, segurando minha mão em seguida.

- Sou o Daner Donalld - O ruivo apertou minha mão se apresentando. - E você não precisará vender seu corpo essa noite, pagaremos sua conta.

Eu não sei se eles ficaram com pena por me ver quase chorar deitada no balcão a minutos atrás, se são boa pessoas ou querem me sequestrar... De qualquer maneira, preciso de álcool para suportar essa cidade que nunca dorme.

Depois de muitos drinks nós quatro estavamos sentindo tudo girar, gargalhando  alto e gritando em comemoração quando um dê nós virava um novo shot's.

- Olha... eu estou começando a gostar de vocês - Eu disse alto, meu inglês saindo embolado - Então, se vocês me sequestrarem e roubarem todos os meus órgãos... eu vou ficar muito triste!

Tyler gargalhou alto, Andrew entrou em uma crise de riso que o fez lacrimejar e Daner ria batendo no balcão.

- Acredite, não é nosso hobby. - Foi Tyler quem respondeu.

- Na verdade... - Andrew suspirou secando as lágrimas - Não consigo me lembrar da vez em que realmente conversamos com uma mulher.

- Tão lindos e são evitados? - perguntei confusa.

- Não evitados, nunca evitados. - Daner sussurrou para nós - Normalmente, pagamos uma bebida para uma mulher e trocamos duas frases, é o suficiente para acordar ao lado dela no dia seguinte.

- Sim, - Tyler concordou - É sempre sexo, é legal conversar com você mas é... diferente

- Podem parando - Eu falei erguendo minhas mãos - Já estou sem dinheiro e sem casa, não preciso ficar sem autoestima!

Os três me olhavam intrigados, confusos.

- Estão dizendo que sequer sou atraente! - Eu acusei e então Andrew voltou a chorar de rir.

- Não, princesa - Tyler foi quem falou - Estamos dizendo que é tão linda e sexy e consegue ser tão legal que não sabemos reagir.

- Eu nunca transaria com você! - Daner falou de forma embaraçosa, o álcool tomando aos poucos seu corpo -  Porque se isso acontecesse, você ficaria estranha, iria embora e eu perderia sua amizade.

- Não somos amigos - Eu revirei os olhos e Andrew perdeu o ar de tanto rir - Eu sequer conheço você!

- Eu amo ela! - Andrew passou seus braços por mim, me abraçando de lado enquanto afundava seu rosto em meu cabelo ainda rindo.

- Pera... você disse que não tem casa? - Tyler pergunta indignado.

E foi ai, nessa noite que ganhei três amigos e uma casa.

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