Théo
"Ele surgiu no meio de uma praça,numa quinta feira; três dias antes todos os pássaros foram embora de Nova Orleans e um nevoeiro cobriu o centro da cidade. Ele saiu do Nevoeiro e sentou no primeiro banco que viu. Não trocou olhares ou falou com alguém.
Quanto mais ele ficava, mais frio fazia e assim foi naquela semana, todos os dias ele sentava lá e o frio ia cobrindo tudo; na última sexta de Nova Orleans ,ele explodiu no banco e levou todos com ele. O gelo e a neve tomou conta de tudo que se podia contar ou chorar; infelizmente não sobrou uma lágrima que não foi congelada"
Eu contei as notícias sobre o lugar e do por que eu achava que lá estaríamos seguros, mas ela só olhava para as casas e calçadas enquanto pequenos flocos de neve caiam sobre nossa cabeça.
Se fez um longo silêncio e depois de um tempo eu toquei seus dedos.
— Ivan...o que você fez?
Ela falou baixinho.
— Eu fiz o que fui obrigado a fazer Lyn! Tiraram ela de mim. Seu pai tirou tudo de mim.
A voz parecia vir de todos os lados, a garota que agora eu sabia, se chamava Lyn encarava a calçada branca.
Tudo foi interrompido pelo estrondo vindo das nuvens, o cara de olhos brilhantes surgiu na frente dela; ela não tentou fugir nem lutar e com uma luz e um estrondo que jogou neve pra todos os lados eles sumiram.
Okkulation City.
Centro psiquiátrico Victorie Harth
Domingo 09:45
Dois meses depois de ter sido achado perto de Nova Orleans, O paciente 237 ainda não apresenta nenhuma melhora do quadro mental.
Acreditamos que Théo tenha desmoronado em algum momento e perdido a noção de realidade; sua degradação mental parece inalterável.
Passa dias sussurrando a história que nos contou quando foi encontrado, sempre corre quando começa a chover e sente um medo enorme de Trovões; Sempre de frente a janela olhando as nuvens e falando com colegas sobre a criação da chuva e de uma garota que ouve Rock do Outro lado do Trovão.
Fim.