O diário de Bree

By drunksassenach

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Esse é mais um pedacinho da jornada do nosso casal querido, Jamie e Claire. Trago em pequenos contos e trecho... More

Notas
Prólogo
Quando conheci sua mãe, achei que estivesse em um sonho/Nos tornamos dois e meio
O primeiro ultrassom
Picles de madrugada
Menina ou menino?
Como um peixinho
Conversas veladas/E então eu senti você se mexer
A barriga/Nomes e arranjos
E você se cansou de esperar...
Ten fingers, ten toes / O primeiro mês
Our first Christmas
Coisas que sei sobre você
Valentine's Day/Mother's day/Goodnight moon, and I rolled over...
Segredo de pai e filha
Happy birthday, Daddy!
A comilona
First family vacation
Dentes e coelhos

Oi, filha...

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By drunksassenach

Olá, de novo... Como vai?

Um pai de menina é muito diferente de um pai de menino, tenho relatos a respeito disso... E nosso querido Jamie é a prova... 😁😁

Faça uma ótima leitura de mais um capítulo dessa trajetória do Jamie papai.

***




Ficamos uma semana trancados em casa, uma chuvinha nos deixando preguiçosos, o que nos fez reviver momentos felizes na Escócia, refugiados na cabana depois de uma tempestade. Claire estava ainda mais dorminhoca, dormia a noite toda, acordava tarde, e ainda tirava cochilos no decorrer do dia. Seu corpo mudava exponencialmente, evidenciando a barriguinha e aumentando a minha paixão.

— Quando a gravidez acabar, ainda vou receber café na cama ou esse tratamento especial é só porque carrego seu filho? ‒ Claire disse e sorriu. Eu havia acordado mais cedo e nos preparado um bom café da manhã, que levei para a cama numa bandeja.

— Você fala como se fosse a primeira vez que te trago café na cama. Gosto muito disso, quando eu morava sozinho, fazia café na cama só pra mim. É um prazer.

— É, estou sendo injusta, me desculpe. E eu também adoro café na cama, querido. ‒ Ela deu uma bela mordida na torrada com mel.

— Desculpas aceitas, mas quero um beijinho de bom dia. ‒ Me aproximei e Claire me beijou sorrindo, o sabor de mel dos seus lábios invadiu a minha boca, e sorri de volta. — Duas das vitaminas acabaram, mais tarde vou até à farmácia buscar mais.

— Não precisa buscar, você pode pedir e eles entregam.

— Mas eu preciso sair, querida, esticar as pernas... respirar ar fresco. Estamos trancados aqui há dias!

— Tudo bem, como quiser. Eu pretendo esticar as minhas pernas na banheira de água quentinha, com sais e muita espuma.

— Tentador, hein... ‒ Lhe roubei um beijo. — Não vou deixá-la sozinha naquela banheira enorme.

— Hum, vai ser melhor com a sua companhia.

— Com a facilidade que você tem dormido, Sassenach, me preocupa que durma e se afogue.

— Eu não sou tão imprudente assim, Jamie. ‒ Claire revirou os olhos e mordeu novamente a torrada.

— Não é imprudente, mas está dorminhoca. Se eu estiver junto, você pode até dormir na água, se quiser.

— Talvez eu durma... ou talvez eu queira algo mais de você. ‒ Ela me fitou intensamente.

— Sim, claro, pensei numa massagem, o que acha? Você disse que seus quadris estão doloridos.

— Massagem? Sim, mas em outro lugar. ‒ Deu um gole no suco, escondendo uma risadinha.

— Além de dorminhoca, nunca te vi tão safada, Sassenach, tudo que eu digo vira libertinagem. ‒ Eu também mordi uma torrada com mel.

— E você adora, não é? ‒ Claire estreitou os olhos, me fitando com atenção.

— É divertido realizar seus desejos de grávida, é bom te ver sorrindo satisfeita enquanto come batata frita com sorvete ou após seu quarto orgasmo do dia...

— Não é tão difícil me satisfazer, não é mesmo? Agora, por exemplo, porque você não tira essa bandeja da cama, e tira também essa calça de moletom que deixa a sua bunda enorme, e vem aqui pra baixo do edredom comigo? ‒ Ela lançou uma das pernas no meu colo, me laçando. — Na verdade, vem de calça mesmo, quero ver uma coisa.

— Mas ainda estamos tomando café da manhã.

— E eu quero outro tipo de café da manhã, pode me dar? ‒ Escorregou a mão fria implacável para dentro da minha calça. — Pretendia sair na rua com essa calça e sem cueca?

— Dá pra perceber? ‒ Comecei a ceder em segundos.

— Agora dá. ‒ Eu já estava aceso como uma lâmpada.

— Desejo de grávida, então? ‒ Sussurrei em sofrimento.

— Sim.

Uma hora mais tarde, deixei Claire lânguida na cama, e sai andando tranquilo pela rua, sentindo o ar de um dia relativamente fresco. Era verão, mas os dias chuvosos deixavam o ar menos abafado. E eu agradecia. Acostumado com o verão escocês, o verão americano me soava quente demais, me incomodando em alguns momentos.

A farmácia ficava a três quadras de casa, dentro do mercado, então aproveitei para comprar algumas guloseimas e mais frutas. Comprei outros produtos de necessidade imediata, e me dirigi para a farmácia, onde esperei numa pequena fila, já que, por conta da Covid, a lotação estava limitada.

Andando nos corredores da imensa farmácia, me vi pela primeira vez, vagando pela sessão de produtos infantis. Um universo inteiro de tipos de fraldas, sabonetes, xampus e colônias de bebê, que tinham um cheiro irresistível. Foi quando me deparei com uma caixinha metade rosa e metade azul, um teste rápido de sexagem fetal. Na dúvida, comprei logo um de cada marca.

Voltei para casa saltitante com a possibilidade de saber o sexo do meu bebê. Quando cheguei, Claire estava na sala com Geillis, que por questões de segurança, se mantinha um pouco afastada. As duas conversavam animadas sobre assuntos do hospital enquanto eu higienizava as compras e também meu próprio corpo.

Quando surgi na sala longos minutos depois, Claire sorria de orelha a orelha, e até esqueci da minha empolgação com o teste que havia comprado.

— O que houve, querida? Olá, Geillis, como vai?

— Tudo bem, Jamie, e você? Vejo que está sobrevivendo bem a bagunça hormonal da sua mulher.

— Estou bem... O que foi, querida?

— Ah... ‒ Claire pareceu hesitar. — Só estou feliz com as notícias do hospital, mais dois colegas se recuperando da Covid. ‒ Eu sabia que ela estava mentindo, ou com uma meia verdade, só me intrigou porque a necessidade da omissão.

— São ótimas notícias. ‒ Geillis completou, deixando ainda mais estranho. — Ah, e devemos ter vacina em breve.

— Temos esperança, então. ‒ Eu sorri e percebi que Claire me fitava com curiosidade.

— O que houve, Jamie?

— Nada não. Eu trouxe as vitaminas, e mais frutas. Você comeu mais alguma coisa ou devo preparar um lanche? Geillis, você come conosco? ‒ Não tirei os olhos de Claire, tentando ler seu rosto.

— Agradeço, Jamie, mas fica para a próxima. Estou a caminho do hospital, e, na verdade, já estou atrasada. Até logo vocês dois, se cuidem! Eu retorno em breve com notícias, querida. ‒ Geillis se levantou indo em direção a porta, as duas cochicharam algo, se despediram com apenas um aceno e por fim, sobramos eu e Claire sozinhos novamente.

— O que houve, Sassenach? ‒ Ela mal se virou de volta para mim e eu disparei.

— Não houve nada. Vamos cozinhar? ‒ Ela sorria aberto.

— Você está mentindo, eu sei que está.

— Só fiquei feliz com a visita, Jamie. É bom ver o meu pessoal. ‒ Ela soou sincera, mas continuava omitindo algo.

— Eu trouxe algo pra você... pra nós. O cara da farmácia disse que tem mais de 90% de chance de acerto. ‒ Andamos até a cozinha, meu coração pulava no peito. — Quero muito que você faça, quero muito...

— Tenho algo para você também, e não vou aguentar esperar pelo jantar. ‒ Havia mais ansiedade em Claire do que em mim. — Mas o que você trouxe para mim?

— É um teste pra saber o sexo do bebê. ‒ Dei de ombros e lhe entreguei as embalagens previamente higienizadas.

— Ah, querido, esses testes que reagem com a urina tem mais chance de dar um resultado falso do que de fato acertar. ‒ Ela se aproximou e me abraçou, me amparando.

— Foi por isso então que você não falou da existência desses testes. ‒ Senti como se um balde de água fria tivesse caído em cima de mim. — Vai para o lixo... ‒ Dei de ombros e voltei a pegar as embalagens rosa e azul.

Claire sorriu, mais uma vez radiante, e me abraçou mais forte.

— Estou triste, queria não ter que esperar pelo ultrassom do final do mês.

— Eu disse que tenho algo para você... ‒ Ela sussurrou.

— O que é?

— Percebi o quanto você está ansioso para saber o sexo do bebê, o quanto isso te deixou inquieto, então pedi que Geillis solicitasse direto no laboratório ho hospital. ‒ Claire tirou um envelope dobrado do bolso do roupão.

— O que é, Sassenach?

— No primeiro ultrassom, eles coletaram meu sangue para exames de rotina, e apenas uma gotinha foi necessária para isso... Eu ia te dar no jantar, fazer algo especial, mas ver sua ansiedade...

E foi assim, um teste de sexagem feito em laboratório confirmou que seríamos pais de uma menina. Nós vibramos juntos, em pé, abraçados no meio da cozinha. Eu mal me aguentava de felicidade, e por um momento achei que realmente fosse ter um treco. Eu tremia, minhas mãos suavam profusamente, e minha única reação foi beijar Claire repetidas vezes.

Era isso, minha mulher desfilava pela cozinha com sua barriguinha saliente, onde crescia a minha filha.



Oi, filha...

Mamãe ama o papai, eu nunca tive dúvidas. Ela também me conhece profundamente a ponto de saber quando preciso desesperadamente de algo. Ela sabia que eu estava ansioso para saber de você, e me surpreendeu com um presente que me deixou atordoado de tão feliz. Um teste que nos revelou que uma menininha cresce dentro dela, e agora, posso te chamar de minha filha, posso brincar com nomes, e te colocar apelidos, como: minha pequeninha, minha princesa, minha boneca...

Não pensei que seria possível sentir mais amor e felicidade, mas saber que você é uma menina, me fez flutuar nas nuvens, depois explodir de alegria e chorar de emoção. Acho que meu lado mais doce e terno veio à tona com toda força, e também uma necessidade de proteção ainda maior.

Não vejo a hora de ouvir a sua voz me chamando de papai, de conversar com você enquanto arrumo seu cabelinho, que aliás, deve ser cheio de cachinhos; porque tanto papai quanto mamãe tem cabelos cacheados. Não vejo a hora de te assistir adormecida nos meus braços, sabendo o quanto você se sente segura comigo. Não vejo a hora de participar do seu mundo imaginário, de ser o herói das suas brincadeiras e partilhar de histórias e aventuras. Não vejo a hora de te levar para a escola, de mãos dadas pela rua, e depois receber seu abraço de despedida.

Eu prometo dançar com você, cantar canções e colorir o seu mundo da mesma maneira extraordinária com que você coloriu a minha vida.

14/08/2020 - Guardamos o registro de que seríamos pais de uma linda menina.




***

Antes de partir, deixa aí uma estrelinha. Obrigada!

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