Problemas da Família Chase

By leitoravoraz16

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A família dos Chase tem uma história meio... complicada. Como todos sabem, o senhor e a senhora Chase tiveram... More

1- Achavam que tinham se livrado de mim, né?
2- O culto do qual faço parte
3- Devia saber que a paz não ia durar
4- Testando um feitiço da invisibilidade questionável
5- Uma deusa de quatro anos
6- As aulas
8- Foi então que tudo deu errado

7- Olá Boston! Destruição iminente

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By leitoravoraz16


Não consegui achar nenhuma desculpa boa o suficiente para evitar a missão que não envolvesse contar do meu passado, então lá estava eu andando pelas ruas de Boston com meus amigos em uma tarde de quarta-feira.

Eu estava muito tensa e em alerta total, como se a qualquer segundo alguém fosse aparecer de uma esquina gritando meu nome e um monte de coisas da minha infância para todo mundo ouvir.

Já os meninos pareciam turistas, e tinham praticamente esquecido da missão.

Depois de vinte minutos andando por aí, finalmente comecei a relaxar. Mesmo se tivesse alguém que ainda lembrasse de mim por ali, Boston era uma cidade grande, e estávamos longe do bairro onde eu cresci.

Lucas decidiu parar por alguns minutos para fazer um feitiço localizador e nos ajudar a achar onde precisávamos ir ao em vez de perambular sem rumo a tarde toda. Tínhamos usado um portal para chegar aqui ao meio-dia, e tínhamos que ter resolvido tudo antes do pôr do sol para conseguir que Nut nos levasse pra casa. Ele fez um círculo de hieróglifos no chão e começou a meditar.

- Ei!- Chamei Marco e Luís que ficavam tentando pular e acertar placas de trânsito.- Venham aqui.

Depois de eles terem chegado perto, uma aura brilhante começou a se tornar cada vez mais visível ao redor de Lucas, e ele murmurou palavras estranhas. Quando acabou, o ajudei a se levantar e os meninos apagaram os desenhos de giz no chão.

Depois que o mais velho se recuperou ele começou a nos guiar concentrado pelas ruas, como se estivesse em uma espécie de transe. Ele devia estar olhando parcialmente dentro do Duat, ouvindo sussurros de magia para conseguir chegar onde precisávamos.

Percebi um pouco tarde demais onde era.

Assim que me dei conta, vi que Lucas observava o movimento da Ponte Longfellow. Ele fechou os olhos, respirou fundo, e olhou para nós pela primeira vez em pelo menos quinze minutos.

- É aqui.

Minha pulsação acelerou e tentei parecer calma. Os três se espalharam para vasculhar o lugar e me vi indo na direção da cerca que impedia as pessoas de caírem lá embaixo. Observei a água azul brilhando pacificamente debaixo de nós, se estendendo infinitamente mais a frente.

Minha respiração começou a ficar superficial e fraca enquanto minha visão se alternava entre duas imagens da paisagem à frente. Uma era a inofensiva baía tranquila à tarde que eu via agora, a outra era coberta por nuvens de tempestade à noite, com um barquinho solitário no meio das ondas selvagens, prestes a virar.

Não sei quanto tempo fiquei daquele jeito, lutando contra lembranças e tentando não entrar em crise. Agora era um péssimo momento, e tinha muita gente em volta. Por que raios eu aceitei vir pra Boston?

- Aubrey.- O jeito que meu nome foi dito sugeria que já tinham me chamado várias vezes. Me virei e vi os meninos me olhando preocupados na calçada. Foi Lucas que tinha falado. - Tá tudo bem? Sentiu alguma coisa?

Demorei um tempo para responder. Respirei fundo acalmando meus nervos e finalmente senti tudo que estava acontecendo ao nosso redor. Com isso veio a familiar sensação de magia próxima.

- Sim. Tem magia por aqui. E parece estranhamente com a minha.- Andei até a beira da calçada e virada para a rua fechei os olhos.- Um segundo.

Peguei poder de Néftis e ergui as mãos. As posicionei verticalmente e movi os braços em um círculo antes de cruzar as mãos sobre o corpo. Assim que abri os olhos foi como se a realidade a nossa frente se quebrasse como resultado do fim do feitiço de ilusão.

Bem no meio da ponte, criando um caos que passava invisível por todas as pessoas passeando, estava um demônio elementar. Por mais que tentasse, não conseguia dizer com qual dos cinco elementos ele se relacionava, mas não importava muito. Se ele continuasse fazendo o que fazia agora, ia acabar com a magia da cidade inteira.

Luís veio até o meu lado e observava o demônio com olhos franzidos. Ele se voltou para Lucas e Marco.

- Ele parece com um demônio do ar, mas não é só isso. É como se tivesse alguma outra coisa nele. Alguma coisa que não consigo identificar.- Depois que ele disse isso voltei a me concentrar na energia do monstro, e assim que ignorei a energia do ar que era parecida com a do menino de cabelos claros, a parte misteriosa de seu poder nunca esteve mais clara.

- Água. De algum jeito ele é uma mistura de ar e água.- Falei olhando nervosa para os outros. Lucas não parecia muito abalado.

- Que bom que temos dois elementaristas desses elementos aqui agora então. Não podemos perder mais tempo. Vocês sabem o que fazer. Formação esfinge. Não bobeiem.

Nos dividimos pelos quatro cantos tentando cercar o demônio sem sermos vistos e rezei para que, com sorte, já estarmos com o ritual quase terminado antes dele notar na nossa presença.

Depois de anos lidando com magia eu devia ter aprendido a não ser tão ingênua.

Talvez eu e Luís teríamos conseguido não ser vistos se estivéssemos sozinhos, mas a energia dos meninos era tão chamativa quanto um ponto preto em uma folha branca de papel. Não demorou nem um minuto para o demônio começar a focar sua magia em nos destruir em vez de roubar poder de Boston.

Consegui me desviar da maior parte dos ataques, enquanto tentava freneticamente construir um shabti para nos ajudar. Mesmo tendo a magia dos deuses a nossa disposição, ela chamava muita atenção e podia ser um pouco... imprevisível. A conexão completa era sempre deixada como último recurso.

Olhei em volta para ver o que os outros faziam. Lucas concentrava todo seu esforço em atacar o demônio para manter sua atenção longe de nós, mas ele não ia conseguir lutar pra sempre. Marco tinha ajoelhado no chão para tentar criar um escudo entre nós e a civilização inocente, e ainda precisava de mais alguns minutos antes de terminar por completo. Já Luís subia silenciosamente por uma das vigas da ponte, esperando o momento ideal para atacar o monstro por trás.

Esse precioso tempo que gastei olhando os outros fez com que me distraísse, o que consequentemente me impediu de perceber o poste que voava na minha direção. Consegui me abaixar bem a tempo, mas o para-choque de um carro me acertou no peito logo depois. Minha cabeça bateu no chão duro de concreto e perdi os sentidos por um segundo.

Me levantei com a ajuda da grade na beirada da ponte, minha visão embaçada e sem conseguir ouvir nada sem ser o zumbido nos meus ouvidos. Quando enfim meu corpo voltou relativamente ao normal, só tive alguns segundos para registrar Lucas sendo lançado para o meio da rua e a enorme onda de vento que derrubou todos na ponte.

O que, graças a Marco, exclui as pessoas mortais.

O que, infelizmente, me inclui.

Esse pequeno instante de lucidez foi seguido de um momento de queda livre antes da água gelada me atingir com tudo. Néftis se alinhou com a minha cabeça e lá estávamos nós, perfeitamente equilibradas. Me ergui do fundo da água em cima de uma coluna de ondas.

Um simples segundo de contato visual com Luís, que se erguia em um rodamoinho diretamente a minha frente do outro lado, foi o suficiente para combinarmos o que fazer. Nossa magia se misturou enquanto contínhamos o monstro em um círculo cada vez menor.

Os meninos lá embaixo conseguiram terminar o ritual de contenção e, de um segundo para o outro, tudo estava acabado. O demônio desapareceu, e no mesmo instante que sua magia sumiu, a minha também. Exausta por todo o esforço feito com Néftis, caí os cinco metros de distância que me separavam do chão. A única coisa que me impediu de sofrer o impacto foi Marco me pegando nos braços.

Ele me ajudou a me estabilizar e ficar de pé e Lucas apareceu na minha frente me entregando uma poção de energia básica. Bebi a minha vendo que Luís já fazia isso com a sua própria e fechei os olhos aliviada. A missão tinha acabado.

Só tivemos que cruzar um parque para chegar no ponto de viagem e deixar Nut nos levar para casa.

...

POV Magnus

Eu e meus amigos do andar 19 tínhamos conseguido fugir de Valhalla e agora matávamos o tempo restante antes de ter que voltar no parque onde tantas vezes já tinha me encontrado com a minha prima. TJ estava sendo estranho com as pessoas, Mallory e Mestiço estavam brigando de novo e Alex já devia ter roubado umas cinco pessoas.

O dia perfeito.

Já tínhamos começado a descer uma colina para voltar (T.J escolheu a colina) quando a vi. Era bem na entrada, e um grupo considerável de pessoas tinha se aglomerado lá, mas por meio segundo eu posso jurar que tinha visto. Uma menina, igual a minha mãe.

Tentei achá-la de novo, mas tão rápido quanto aparecera, ela se foi. Fiquei o resto do dia pensando naquilo, vendo se não era nenhum truque ou engano, mas cada minuto a mais pensando no assunto só confirmou minha suspeita inicial. As horas remoendo o assunto me fizeram chegar a duas conclusões.

1- Quem quer que fosse aquela garota no parque ela era idêntica com a minha mãe.

2- Eu não ia desistir antes de descobrir quem ela era.

Mas eu precisava de ajuda de alguém que soubesse o que fazer. Peguei meu telefone.

- Annabeth, você não vai acreditar.

...

Oie!

Como vocês estão?

Demorei pra sair com esse capítulo porque a cena de luta simplesmente não queria se escrever, mas hoje finalmente consegui terminar.

Alguma teoria, ideia ou sugestão sobre a história?

Espero que estejam aproveitando o feriado e até mais!

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