The Proposal

By furiosasg13

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[Concluída] [EM REVISÃO] Lena Luthor é uma poderosa editora de livros que corre o risco de ser deportada para... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Epílogo

Capítulo 9

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By furiosasg13

Mal havia despertado, mas Kara já tinha um sorriso no rosto pelos acontecimentos da noite anterior. Jamais poderia imaginar que um dia sua chefe simplesmente iria beijá-la da maneira mais carinhosa possível. Poderia até ter sido o primeiro beijo real entre as duas, mas foi o suficiente para se tornar um vício — um vício muito bom por sinal.
 
Depois daquele momento que fez Kara quase surtar internamente, ela apenas se dedicou encher Lena de carinhos. Além de continuar com a cafuné que sabia que ela gostava, por vezes distribuía alguns beijinhos em seu rosto e acariciava seu braço que estava pousado sobre sua barriga.
 
Mesmo depois da morena ter adormecido, Kara continuou com gestos de afeto por um longo tempo. Era bom saber que Lena estava confiando nela a ponto de se sentir a vontade em sua presença. Por isso, faria de tudo para que cada vez mais ela soubesse que agora tinha alguém que estava disposta a enfrentar qualquer coisa com ela e por ela. Sua  meta era fazer a sua garota se esquecer que um dia já esteve sozinha.
 
Batendo a mão na cama procurando por Lena, Kara abriu os olhos rapidamente quando percebeu que ela não estava ali. Quando olhou para o relógio, entendeu bem o motivo. Já passava das dez da manhã e a morena sempre acordava extremamente cedo. A cama estava quentinha e gostosa, mas decidiu se levantar, pois queria muito abraçar a mulher por quem era apaixonada e enchê-la de beijos.
 
Apesar de ser carinhosa, Kara não era uma pessoa grudenta. Mas com Lena queria ser um pouquinho, ainda mais percebendo que, embora ela não confessasse, gostava daquilo. E, para a loira, era muito bom ver ela quase se derretendo em seus braços por estar fazendo uma coisa tão simples.
 
Depois de um belo banho e se trocar, Kara sentiu sua barriga roncar. Mesmo querendo se arrumar um pouco mais só para impressionar Lena, decidiu deixar isso para lá, já que seu estômago implorava por comida. A última coisa que havia comido foi no bistrô e depois de estar com Lena em seus braços, não se atreveu a sair do quarto e ir assaltar a geladeira como fazia toda a madrugada.
 
Sem demora, percorreu o corredor que dava para as escadas e logo começou descê-las. Antes mesmo de chegar a sala, ouviu  vozes que identificou sendo de avó e de Lena. Assim que desceu o último degrau, seu coração se encheu de alegria ao ver as duas juntas sentadas no sofá. A morena estava com um sorriso no rosto e uma aparência muito mais leve, enquanto isso, vovó Danvers mostrava a ela um álbum de fotos.
 
— Como vão as minhas garotas? — perguntou se aproximando da avó deixando um beijo em seu rosto e dando um beijo próximo aos lábios da morena antes de se sentar ao lado dela. — Dormiram bem?
 
— Parece que alguém está de bom humor — vovó Danvers comentou sem desgrudar os olhos da foto. — Dormi como um anjo.  Estou mostrando para Lena as fotos de quando você era bebê.
 
— Vovó, eu achei que você me amava. Dsse jeito ela vai desistir de mim antes mesmo de casarmos — disse quase indignada.
 
— Essa aqui é ela chateada porque Eliza não a deixou comer mais doce no seu aniversário de cinco aninhos. É só ela não gostar de algo que fica assim. — apontou para foto que mostrava uma menininha fazendo bico. — Pode ver se estou mentindo — olhou para a neta e apontou com o queixo.
 
Lena olhou para loira que estava com a mesma expressão que a da foto, foi impossível não rir daquilo, pois olhando bem, ela não tinha mudado muita coisa.
 
— Adorável, como sempre — se inclinou um pouco em sua direção a dando um selinho. — Que bom saber mais uma mania de Kara Danvers.
 
— Não é mania. Eu fico normal quando não gosto de alguma coisa. A vovó só está falando isso para me envergonhar.
 
— Claro que fica normal, meu amor. Estamos vendo isso nesse momento. Está agindo como uma adulta — Lena ironizou fazendo Kara ficar com um bico maior.
 
— Teve uma vez, Lena, que ela não gostou da Sammy e da Alex irem numa pizzaria sem ela. Ela passou dois dias inteirinhos emburrada até que as duas compraram uma pizza só pra ela. Toda vez que Sammy e Alex saiam, tinham que trazer algo para ela, se não ela fechava a cara.
 
— Vovó! — disse com a voz estridente. Estava com medo de Lena a achar imatura por essas pequenas atitudes. — Não era bem assim.
 
— Era como então? — Lena a olhou arqueado as sobrancelhas.
 
— Não era assim — voltou a repetir agindo exatamente como a avó estava falando. — Eu só não gostava de não ser convidada para os lugares que elas iam.
 
— Elas estavam indo a encontros. Se você fosse, só iria segurar vela.
 
— Não importa, vovó. Gostaria de pelo menos ser convidada, é errado querer estar com as irmãs? Vou tomar meu café da manhã. Com licença.
 
Observando a loira sair da sala, Lena sorriu mais uma vez. Nesses anos trabalhando juntas, jamais poderia imaginar que Kara poderia agir daquela forma. Na DOE, ela era bastante profissional e firme no que fazia. Mas depois disso, pode perceber que elas tinham bem mais coisas em comum do que um dia chegou a imaginar, já que a sua noiva também não era exatamente a pessoa que pensava. Se antes a achava encantadora, a cada minuto com ela estava achando ainda mais.
 
— Daqui a pouco ela volta como se nada tivesse acontecido. Mas as vezes ela leva essa birra por mais tempo. Ser mimada demais acaba assim.
 
— Não sabia que ela era mimada. Na verdade, sendo bem sincera, eu nem achava que ela era de uma família rica.
 
— Ela prefere não falar sobre isso — olhou para jovem que tinha os olhos presos em outra foto no álbum. — Mas, sim, ela foi mimada desde que chegou a essa casa. Era apenas um bebê de dias e ganhou nossos corações no primeiro minuto.
 
— Como assim, vovó Danvers? — a olhou sem entender.
 
— Bom, se ela não te contou, não sei se deveria fazer isso. Eu entendo a situação e sei que estão se conhecendo, pode-se dizer assim. Só que tem coisas que tem que partir dela, assim como tem que partir de você. Na hora certa, ela vai te dizer.
 
— Compreendo — balançou a cabeça afirmando juntando aquelas informações. — Porque a senhora não disse nada a ninguém sobre o que estamos fazendo?
 
— Você não a escolheu aleatoriamente, e ela não aceitou por estar sendo obrigada — fechou o álbum. — Desde que passaram por aquela porta era evidente que ao menos uma coisa não era mentira. Queria te mostrar algumas coisas da família, está com tempo?
 
— Da família? Vovó, é...
 
— Lena, você é da família e em breve casará com a minha neta — sorriu ternamente afagando o rosto de Lena. — Não vou te mostrar nada demais, só algumas coisinhas que eu gostaria que ficasse com vocês. Alex, Sam, Kelly, todas já tem algo, mas Kara passou muito tempo sem vir aqui, e agora tem você, também quero te dar um presentinho.
 
Não era difícil perceber de quem Kara tinha puxado toda a compreensão e afeto que externava. Ela era uma versão mais nova da vovó Danvers, talvez seja por isso que Lena havia se apegado as duas tão rapidamente.
 
— Posso falar com a emburradinha rapidinho?

— Claro!

— Já volto.
 
Enquanto vovó Danvers foi guardar o álbum de fotos, Lena foi até a cozinha. Antes de entrar no local, ela parou para observar Kara que parecia pensativa comendo um pedaço de pizza e tomando uma latinha de refrigerante.
 
— Isso é aconselhável no café da manhã? — perguntou ao se aproximar.
 
— Em que outra parte do dia se come pizza dormida se não pela manhã?

— A noite? Na hora do almoço? — Lena não conseguiu não rir quando percebeu que Kara estava falando sério.

— Minha avó já parou de me envergonhar?
 
— Ela não estava te envergonhando, só estava me mostrando e contando coisas de quando você era pequenininha, coisas que eu adorei saber.
 
— E qual é a diferença? — levantou as duas sobrancelhas.
 
— Não quer que eu saiba seus pobres?

— Não é bem assim — Kara a olhou séria e então a puxou para que sentasse em seu colo virando um pouco a cabeça para olhá-la enquanto rodeava a sua cintura. — Eu não quero é que você desista de mim, isso sim. Mas gosto de ver você com a minha avó. Ela é a pessoa que eu mais amo nesse mundo, é importante pra mim que goste dela.
 
— Gosto dela porque ela me lembra você — colocou uma mexa dos cabelos dourados atrás de sua orelha. — Ela disse que quer me mostrar algumas coisas de família. Disse que são algumas coisas que queria que ficasse com nós duas. Devo aceitar?
 
— Porque não aceitaria?
 
Como poderia lembrar a Kara que elas estavam prestes a se casar, mas era um casamento falso? Mesmo que tudo estivesse indo bem entre as duas, isso não encobria a mentira que estavam contando. Só que, ao ver os olhos azuis a encarando com tanta ternura e admiração, não conseguiu responder o que queria exatamente.
 
— Tem razão.
 
— Vamos sair pra jantar? Vou te levar a outro lugar e dessa vez, nada vai nos atrapalhar — a deu um beijo rápido. — O que acha?
 
— Bom... é que sua mãe, Alex, Kelly e Sam disseram que vão me levar a uma despedida de solteira. Você sabe que eu não curto muito isso, mas elas estavam tão animadas que não consegui dizer não.
 
— Você não conseguiu dizer não? — a questionou admirada pela informação. — Você, Lena Luthor, não conseguiu dizer não?
 
— Não quis estragar a animação delas, e... elas acham que estão me agradando. Não quis ser cruel. 
 
— Mas comigo você gostava de ser. Legal. Legal. Legal — voltou ao mesmo bico de antes encarando o  prato a sua frente e deixando um suspiro dramático escapar. — Então hoje seremos eu, vovó e as meninas. Nem se lembraram que eu sou a outra noiva, mas não tem problema, eu irei me divertir. Farei a minha própria despedida hoje.
 
— Bem que a vovó disse que mais cedo ou mais tarde eu iria descobrir que você gostava de fazer drama — Kara a olhou de boca aberta como se tivesse sido agredida verbalmente.
 
— Muito bom saber que minha avó me expõe assim. Parece que a família tem uma nova pessoa favorita. Só vou aceitar perder esse cargo de pessoa favorita pra você, porque você também é a minha.
 
— Preciso ir — deixou um beijo em seu rosto e a abraçou — não quero deixar a vovó esperando.  
 
— Vou aproveitar e vou caminhar um pouco.
 
— Nada de ir se encontrar com a Diana — a encarou com os olhos semicerrados se levantando para sair da cozinha.
 
— Você que manda. Sentirei saudades — gritou assim que ela se afastou mais. — Não demora muito se não vou ter que atrapalhar vocês só pra te dar um beijinho.
 
Enquanto Lena passava um tempo com vovó Danvers, Kara foi andar pela floresta. Quando era criança, costumava a correr muito por ali brincando com Alex e Sam. Às vezes era até difícil de acreditar que foi achada naquele lugar, talvez fosse por isso que se sentia bem entre as árvores.
 
Até a hora do almoço, a loira ficou perambulando pelo arvoredo. Quando retornou para casa mal conseguindo conter a ansiedade para ficar com a sua noiva, a cozinheira disse que Lena e sua avó não iriam almoçar na mesa. Ela até poderia ficar chateada com isso, mas sua felicidade em ver as duas se dando bem era muito maior.

Logo que terminou de comer, Kara foi até uma rede que havia no quintal da frente e se deitou ali. Com o vai e vem, aos poucos ela foi ficando com sono e acabou adormecendo.
 
O dia em Midvale estava bonito. O sol estava com seus raios amarelados e o tempo tinha esquentado um pouco. O clima estava ameno, o céu totalmente azul e quase sem nenhuma nuvem. Apesar de ser um dia da semana, estava ótimo para não fazer nada.
 
Vovó Danvers adorou ter a companhia de Lena a maior parte do dia. Antes de Kara e ela chegarem, passava muito tempo sozinha, já cada um ia seguir sua vida durante a semana. Por isso, ter duas pessoas a mais naquela enorme casa, trouxe um brilho novo para o lugar.
 
— Está querendo ir ficar com a Kara, não é? — perguntou a Lena que lia um caderno de anotações cheio de pensamentos da Danvers mais velha.
 
— Não, vovó — a olhou e sorriu. — Estou gostando de estar com a senhora.
 
— Pode ir procurar por ela. Eu já ocupei muito o seu tempo hoje.
 
— Tem certeza que quer que eu fique com essas coisas? — se referiu ao caderno e um colar que estava em seu pescoço. — Não acha que a Kara vai querer seu caderninho de pensamentos ou esse colar que pertenceu a sua mãe?
 
— Essas coisas são suas — segurou sua mão. — Você me faz lembrar minha mãe, por isso quero que fique com esse colar, assim você sempre se lembrará de mim como eu me lembro dela. E para Kara, entregarei outra coisa, então não se preocupe com isso.
 
— Obrigada, vovó — a abraçou forte. — Isso significa muito pra mim.
 
— De nada, meu anjo. Lembre-se que amanhã iremos ver o seu vestido — depositou um beijo no topo da cabeça da morena. — Será meu presente para você e também farei isso com a Kara. Agora vai, é importante vocês passarem um tempo juntas.
 
Logo que saiu do quarto da senhorinha, Lena foi até sua mala guardar aquele caderninho, não estava entendendo bem o porquê ter ganhado aquilo, mas ficou feliz.
 
Assim como o recomendado, a Luthor rapidamente foi procurar por Kara. Depois de alguns minutos, acabou a encontrando adormecida na rede do lado de fora. Por alguns segundos, apenas ficou em pé pensando no que fazer, mas então decidiu se juntar a ela. Quando se deitou por cima dela, a loira lentamente abriu os olhos sem entender o que estava acontecendo, mas logo que viu Lena sorriu.
 
— Olá, bela adormecida — afundou seu rosto no pescoço da noiva. — Achei que se eu demorasse muito, iria atrás de mim para me dar um beijinho.
 
— Não quis atrapalhar — a envolveu em seus braços. — Aposto que estavam em uma conversa fascinante.
 
— Estávamos. Será que pode mexer no meu cabelo?
 
— Claro, minha gatinha manhosa — escutou uma risada rouca bem próximo ao seu ouvido. — Aceitou o que ela queria te dar?
 
— Aceitei, mas não sei se fiz certo. Acho que deveria ser seu.
 
— Aposto que fez o certo em aceitar e ela fez o certo em te dá — colocou o pé no chão para balançar a rede devagar. — Minha avó gosta de presentear as pessoas por quem ela tem carinho.
 
— Mas ela me deu uma joia de família. Acho que deveria ser sua, da Alex ou da Sam.
 
— Mas agora é sua e não há nada de errado nisso. Se ela te deu, é porque sabia que você iria guardar ou usar com muito carinho — apoiou o queixo sobre a cabeça da morena.
 
Por alguns instantes, elas ficaram em completo silêncio. Lena aproveitava o afago que recebia e Kara se controlava para não morrer de amores pela morena. A cada segundo ao lado da sua chefe,  ela tinha mais certeza que a Luthor tinha todo seu coração.
 
— Sabe, se sua avó fosse mais nova — levantou a cabeça para a olhar —, eu podia facilmente me apaixonar por ela. Acho que vou casar com a Danvers errada. Será que dá tempo de trocar? Alex também é um bom partido, mas já é casada. Apesar que Kelly é uma baita mulher. Será que aceitam fazer um trisal? Tem a Sammy também, acho que seríamos um belo casal.
 
— Você tá brincando comigo, não é? — deu três piscadas rápidas esperando uma resposta. Ainda nao tinha entendido que era um provicação. — Sabia que é muito estranho ouvir você falar isso, porque assim, ela é minha avó, Alex é minha irmã e Sammy é minha prima e minha irmã ao mesmo tempo, o que agrava mais ainda a situação. E Kelly, ela é minha cunhada, como pode pensar isso? Ela tem uma filha com a minha irmã. Você quer destruir uma família? Você tá brincando comigo, não tá?
 
— É óbvio — começou a rir da cara da loira que não gostou muito da brincadeira. — Só fiz isso pra você saber como me senti quando falou da Diana.
 
Kara começou a rir, pois Lena havia realmente implicado com ela.
 
— Então admite que estava com ciúmes?
 
— Não faço ideia do que está falando — sua expressão endureceu.
 
— Não quero saber da minha ex e nem de qualquer outro membro da minha família. Todas estão muito bem do jeito que estão — levou uma das mãos até seu rosto. — Agora vem me dar um beijinho porque eu estava com saudades, e logo você vai me deixar de novo.
 
Sorrindo, Lena estava se aproximando para beijá-la, pois também sentiu falta dela, apesar de não ter dito e só terem ficado algumas horas sem se ver. Para quem sempre tinha mil muros para qualquer tipo relação, Kara conseguia derrubar um por um sem precisar fazer muito esforço e, pela primeira vez na vida, a Luthor estava gostando disso.
 
Kara havia fechado os olhos ao perceber que finalmente iria matar seu desejo e estava determinada a só se separar da morena quando não aguentasse mais respirar. No entanto, antes que Lena conseguisse grudar seus lábios, a voz de Jeremiah as atrapalhou.
 
— Vocês duas, vem comigo agora. Quero falar com vocês — passou direto entrando na casa.
 
O casal não entendeu o que aquilo significava, mas decidiu acompanhá-lo.
 
Não gostando nenhum pouco da situação, Kara pegou a mão da noiva entrelaçando seus dedos e seguiu Jeremiah até a cabana nos fundos da casa. As duas fizeram todo o trajeto em silêncio e no fundo Lena sentia que não era uma coisa boa.
 
— A sua mãe não pode saber disso — disse para filha e logo depois abriu a porta.
 
Assim que passaram pela porta, Lena sentiu seu corpo gelar e em um ato involuntário, apertou mais a mão de Kara. A loira por sua vez olhou para o pai com a expressão surpresa e depois olhou o homem a sua frente que segurava um gravador.
 
— Eu disse que iria ficar de olho em vocês — William Dey comentou com um sorriso presunçoso.
 
— O que você fez? — Kara voltou a olhar para o pai incrédula.
 
— Ah! Eu recebi uma ligação do senhor Dey dizendo que se descobrissem que vocês estão mentindo, e ele acredita que estão, você poderia ser presa. Por isso o trouxe até aqui — respondeu como se não fosse nada.
 
— Pai... — começou a balançar a cabeça negando sem acreditar naquilo.
 
— Para a sua sorte, seu pai fez um acordo para salvar a sua pele — William falou chamando a atenção da loira. — Você tem apenas vinte segundos para aceitar. Você vai dar uma declaração confessando que esse casamento é uma farsa e fica livre da prisão, e ela — apontou para Lena que estava um pouco mais atrás de Kara, pois ela havia entrado na sua frente — volta para Irlanda em vinte e quatro horas.
 
De tudo o que poderia esperar de seu pai, Kara nunca imaginou que ele faria uma coisa daquela. Antes mesmo de dar chance dela explicar tudo o que estava acontecendo, decidiu levar o oficial da imigração até Midvale só para colocá-la contra a parede. O pior era entender agora que ele só deu a ideia delas se casarem rapidamente para tentar flagrá-las na mentira.
 
Engolindo seco, Lena mal conseguia respirar, pois uma onda de pavor invadia seu corpo. Ela suspeitava que Jeremiah não gostava dela, só não imaginava que seria a ponto de estragar a sua vida.
 
— Aceita esse acordo, Kara — Jeremiah insistiu.
 
— Eu acho que não.
 
— Não seja tola. É o melhor para você.
 
— Você quer uma declaração? — Kara perguntou a William que abriu um sorriso. Então grava isso aí. Trabalho para Lena Luthor tem três anos. Há seis meses começamos a sair, nos apaixonamos, eu a pedi em casamento e ela aceitou. Vejo vocês no casamento — se virou para abrir a porta, mas voltou a olhar para o seu  pai.— Implicar todos esse anos comigo por causa dos negócios da família, eu até entendia, mas isso foi demais pra mim. Vem, meu bem.
 
Sentindo Kara voltar a segurar a sua mão, Lena a seguiu sem dizer nada. Enquanto iam para o quarto, a morena reparou o quanto ela estava nervosa e se culpou por isso. Se não a tivesse colocado naquela história, teria evitado tudo aquilo, pensava ela.
 
Quando chegaram no quarto, Kara fechou a porta e suspirou pesadamente. Seu pai a havia magoado demais e quebrado totalmente a sua confiança depois daquilo. Ele poderia ter perguntado a ela se aquilo era verdade, antes de levar William Dey a Midvale.
 
 Tentando se acalmar, procurou por Lena e a viu parada como uma estátua no meio do quarto. Se ela estava nervosa, não conseguia imaginar como a morena estava se sentindo com aquela situação. Querendo mostrar que tudo ficaria bem, foi até ela e abraçou por trás.
 
— Você está bem? — apoiou seu queixo no ombro da mais baixa. — Me desculpe por isso. Eu não fazia ideia que ele faria algo do tipo.
 
— Você não tem culpa — entortou um pouco o pescoço quando sentiu a loira deixar um beijo ali. — Se eu te perguntar uma coisa, você me responde com sinceridade, mas sem ficar brava comigo?
 
— Me pergunta o que quiser.
 
— Todas as vezes que seu pai te colocou contra a parede por minha causa, você reagiu fazendo o contrário — se virou para a encarar. — Está fazendo isso para afrontar ele? Porque não quero causar um mal estar entre você e sua família.
 
— Não. Claro que não — levou a mão até seu rosto. — Eu aceitei isso,  lembra? Eu tive a chance de dizer a verdade e simples não disse. Eu te fiz uma promessa. É o nosso plano, e não vou deixar Jeremiah estragar. Não pense isso mais, por favor. Só não vou fazer o que eu te prometi se você desistir, fora isso, estou com você até o fim. Vai se arrumar, você tem uma despedida de solteira.
 
— Não é justo eu te deixar sozinha depois de você ter, mais uma vez, me defendido — a abraçou.
 
— Eu vou ficar bem. Confia em mim. Vai distrair a sua cabeça, esquecer o que Jeremiah fez e esquecer que aquele oficial da imigração está aqui. Eu vou aproveitar para ficar com minha vó e as crianças.
 
— Tem certeza? — se afastou alguns centímetro para olhá-la. — Eu não me importo em ficar, eu nem queria ir, pra começo de conversa.
 
— Tenho sim. Se divirta, mas nem tento pra eu não ficar com ciúmes, porque diferente de você, eu assumo que sou ciumenta.

— Não sei o que está querendo dizer — fingiu indiferença o que fez Kara rir.

— Agora me dá o beijinho que você está me devendo, antes que todos cheguem e te levem pra longe de mim.
 
Dessa vez ninguém atrapalhou as duas de aproveitarem aquela troca de carinho. E como desejava, Kara só soltou a sua noiva quando não conseguia mais respirar. Porém, a distância não durou muito tempo, pois rapidamente voltaram a se entrelaçar com urgência uma da outra.
 
Era brilhante como o sol, azul como céu, e cristalino como a água que as duas estavam muito apaixonadas e aos poucos indo mais além, só não via quem realmente não queria ver o sentimento mútuo ali.
 
— Se cuida — a loira pediu depois que Lena tinha se arrumado e estava indo encontrar as outras mulheres que já a aguardava na sala. — Se precisar de qualquer coisa, me liga que eu vou correndo até você.
 
— Até mais, querida — acenou antes de sair e deixar Kara sozinha no quarto.
 
Para as duas, a noite seria muito longa estando longe uma da outra.

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