O segundo horário havia começado, ainda não tive nenhum sinal de jonathan, estava sentada em minha cadeira prestando atenção a aula, estava na verdade tentando
Lucas havia saído assim que o segundo horário começou, mas enfatizou que voltaria logo
Pensei no que ele havia me dito antes de ir
"Não vai dar nem tempo de você sentir saudade pequena"
Dou um sorriso bobo
A porta é aberta me tirando do meu transe, assim como eu, todos voltam seu olhar para ela, jonathan a atravessa com passos pesados e a bate forte, ele mantinha uma postura fechada, em seu rosto havia uma expressão de puro ódio, seu cabelo estava todo bagunçado, ele poderia matar alguém só com aquele olhar
Oque aconteceu?
ele vinha em minha direção, seu olhar fixo em mim, ele daquele jeito era intimidador
Um frio na espinha me percorre
Ele parecia que a qualquer momento iria atacar alguém, eu tenho pena da pobre criatura que seria sua vítima
Professor- ei garoto
Ele passa pelo professor ignorando sua existência
Professor- quem você acha que é?
Ele para, fecha os punhos e trava o maxilar, era possível ver as veias de seus braços dilatadas
Ele vai até o professor com passos largos, pensei que ele voaria no professor mas ele apenas sussura algo em seu ouvido
Era possível ver sua cor esvaindo aos poucos, ele apenas concorda com a cabeça e volta a explicar a matéria
Oque será que ele falou?
Jonathan parecia satisfeito, quase como se a reação do professor o tivesse o entretido
Um sorriso aparece em seus lábios mas em questão de segundos desaparece novamente, ele ainda parecia estar com raiva
Todos voltam a fazer oque estavam fazendo, jonathan se senta em seu lugar
Kauane- oque você falou pra ele?
Jonathan se vira para mim
Jonathan- nada demais
Kauane- se não é nada demais, porque ele perdeu a cor?
Jonathan- vai vê ele não tá bem
Kauane- você mente muito mal
Ele se vira para frente, coloco uma cadeira ao lado da minha e estico minhas pernas sobre ela mas não demora muito e lucas aparece
Lucas- tira as perninhas dondoca
As retiro de cima da cadeira e lucas se senta, ele leva uma mão a minha nuca seu toque repentino me faz corar
Jonathan se vira para trás
Jonathan- ei bora sair pra....
Kauane- não dá
Jonathan- você nem deixo eu termina oque eu ia fala
De minha nuca lucas levou a mão até meu joelho
Kauane- não dá
Lucas estava neutro mas sabia que ele estava pegando fogo por dentro
Jonathan- não tá tentando me evitar não né?
Kauane- não
Lucas desliza a mão calmamente um pouco para cima de onde ela estava
Jonathan- vai fazer oque mais tarde de tão importante?
Sinto uma corrente elétrica a medida que lucas percorre a mão até minha coxa
Lucas- fala que vai tá comigo
Ele aperta minha coxa, tento me manter o mais neutra possível diante dessa tortura
Kauane- vou...vou estar com lucas
Jonathan me encara e me analisa
Jonathan- você tá bem?
Kauane- claro e...você?
Embora ele agora estivesse relaxado, eu ainda tinha medo dele descontar toda sua raiva em mim, mas não pude evitar de perguntar
Mesmo sabendo o quão perigoso poderia ser só de estar perto dele, ainda me sentia preocupada com ele
Jonathan- estou bem, só to com alguns problemas
Ele me direciona um sorriso forçado
Kauane- problemas em casa?
Lucas- deixa de ser curiosa
Jonathan- problema em todo lugar, não só em casa
Depois disso não toquei mais no assunto, ele estava mais na dele e calado, mal conversava comigo e parecia estar sempre pensativo
Já em casa e de banho tomado eu e lucas estavamos deitados jogando conversa fora
Lucas- ei se quiser posso vim hoje mais tarde
Ele fazia carinho em minha barriga, eu estava quase pegando no sono
Kauane- se quiser pode vim mas não quero que você se meta em problemas por minha causa
Lucas- eu já sou um problema ambulante
Kauane- para de fala como se você fosse algo ruim
Lucas- é não sou?
Seu tom era baixo, quase como um sussuro, não sabia se ele havia feito a pergunta para mim ou pra si próprio
Kauane- não, não é
Peguei sua mão e entrelacei nossos dedos a levando até meus lábios, depositei um beijo suave nela
Kauane- já pensou em fugir de lá?
Lucas- sim...já tentei uma vez quando era mais novo
Sinto ele se encolher e estremecer como se lembrasse de uma memória dolorosa, aperto levemente sua mão na esperança disso o tranquilizar
Kauane- é oque aconteceu?
Lucas- eles me castigaram como sempre
Não queria o forçar a falar e não queria trazer a tona memórias que ele claramente reprimia.
Conversamos até eu cair num sono profundo
Acordei em uma floresta, no chão úmido e macio, o cheiro de terra molhada invadiu minhas narinas, havia árvores e mais árvores
Onde estou?
Não havia nada além de mato a minha volta, me levantei com certa dificuldade, mal conseguia me manter em pé, estava tonta e sem equilíbrio, me mantive sentada até ter confiança para me levantar
Já estável e com o equilíbrio normal, olhei em volta, às arvores eram tão altas e seus topos tão cheios que mal conseguia ver o céu entre as folhas
Às árvores estavam plantadas alinhadamente, vou até uma árvore cujo o tronco é mais grosso que às outras
Havia marcas e símbolos estranhos na mesma, passei a mão por cima dos símbolos
Espero que isso seja só um sonho...
Um barulho de galho se quebrando chama minha atenção
Não estou sozinha
Medo. Era oque me definia naquele momento
Olho na direção do barulho, mas não havia nada ali
Fico na posição de defensiva
Poderia ser um animal?
A floresta parecia sem vida, não se ouvia um único som de pássaro ou qualquer outro animal
Cato um galho no chão
Não é a melhor arma mas melhor do que nada né
Escuto novamento barulho de galhos se quebrando a trás de mim
Todo meu corpo estava em estado de alerta, eu prestava atenção em tudo a minha volta, escuto passos
Kauane- tem alguém ai?
Só ouço o silêncio e essa é a única resposta que recebo
Seria burrice ir em direção aos sons
O barulho de algo sendo batido contra um tronco me tira de meus pensamentos, o barulho parecia estar longe, a curiosidade me vence e vou em direção ao som
Se isso fosse um filme de terror, concerteza eu seria a primeira a morrer
Mesmo diante de alertas que minha mente me dava continuo seguindo o som
Parecia que eu havia entrado em uma floresta diferente, o matagal era mais denso e parecia ser uma floresta normal, sou guiada até uma clareira, o som dispersa
A minha frente havia um muro de galhos e plantas,
Diante de meus olhos, os galhos se retorcem e recuam abrindo uma passagem
A atravesso, havia uma cabana, suas luzes estavam acessas, caminho com cautela até a mesma, tento espiar pela janela mas uma curtina tampava minha visão
Vou em direção a porta e a abro
Espero que nenhum demônio esteja a minha espera
A abro devagar, ela faz um rangido alto, estragando totalmente minha chance de passar despercebida
Desconhecida- entre
A obeço, com receio adrentro a cabana, era simples seu interior mas meio macabra
Havia prateleiras com livros e potes que conservavam animais, objetos estranhos e plantas, tinha alguns animais empalhados
Senhor, abandonai toda a esperança, vós que aqui entrais
Aquela cabana me dava medo, assim como todo o resto desse lugar
Porque diabos segui aquele barulho...
Esse é o cap de hj : )
Vou postar 1 cap por semana a partir de hoje
Pfvr nn me matem pela demora💕 kkkkk
Refiz tantas vezes esse cap, espero que tenham gostado '-'
<3