Maze estava na cozinha preparando algo para Hope comer quando sentiu um arrepio na base de seu pescoço. Isso a fez rolar os ombros em uma tentativa fraca de aliviar a sensação, mas foi persistente. Não seria ignorado.
Com as sobrancelhas franzidas curiosamente, Maze foi em busca da fonte e sentiu seu estômago revirar com o que encontrou. Hope caminhava casualmente ao redor da pequena mesa redonda no centro da sala. O maxilar na mesa prendeu bastante sua atenção desde sua descoberta – o que talvez não fosse surpreendente – mas o olhar intenso no rosto de Hope fez a demônia franzir a testa. Antes que ela pudesse falar e dizer à criança para deixar para lá, Hope deu um passo para o lado... e o osso seguiu.
Hope andava lentamente pela mesa e a cada passo, o osso se virava em direção a ela. A boca de Mazikeen se abriu e seu coração afundou quanto mais o osso seguia Hope como um gato perseguindo uma corda. Era uma visão perturbadora.
"Hope!" Mazikeen exclamou. Hayley que se aproximava,franziu a testa. Seja a intuição ou o olhar de horror no rosto de Mazikeen, Hayley rapidamente percebeu que algo não estava certo.
"O que está acontecendo?" ela perguntou enquanto corria rapidamente para o lado de sua filha.
"Você os ouve também?" Hope perguntou em voz alta.
"O que está acontecendo?" Klaus perguntou ao aparecer também. Seus olhos se voltaram para Maze, que parecia horrorizada. "Maizkeen?"
Ela voltou à realidade e tentou dizer a ele o que viu, mas as palavras não pareciam dispostas a vir a princípio.
"O que eles disseram?" Hayley perguntou a Hope.
"Eles disseram... eles disseram que estamos conectados a isso, você e eu." Hope a explicou.
"Se este fóssil está lhe contando mentiras, eu o jogarei no rio com prazer." Klaus retrucou pegando o maxilar nas mãos.
"Não", disse Hope rapidamente, "Não o osso, as bruxas. As Ancestrais. Eles têm uma mensagem para nós, um aviso."
"Diga-me o que eles disseram." Hayley sussurrou quase desesperadamente.
"Eles querem que você vá à igreja de Saint Anne." Hope disse. "Eles disseram que você tem que ouvir o que eles dizem, e tem que fazer isso agora, antes que o Hollow venha para nós."
O ambiente ficou em silêncio pelo que pareceu uma eternidade antes de Mazikeen dar um passo à frente. Ela ofereceu a mão a Hope.
"Vamos, querida." Ela finalmente disse. "Almoço."
Hope assentiu, olhou uma última vez para Hayley antes de pegar a mão de Maze e segui-la pela mansão. Mesmo com ninguém dizendo nada, a tensão deixada para trás após a declaração de Hope era inegável.
Enquanto Hope beliscava preguiçosamente sua comida, Maze sentou-se por perto, forçando-se a ouvir as conversas ao redor da casa. Ela fez o possível para ouvir o que Hayley e Klaus planejavam fazer sobre a exigência dos Ancestrais de falar com eles.
"Mamãe,"
A voz de Hope tirou Maze de seus pensamentos e voltou sua atenção para a filha sentada ao lado dela.
"Sim, demoniazinha?" ela perguntou com um sorriso.
Hope não olhou para cima enquanto empurrava suas batatas preguiçosamente ao longo do prato. O comportamento estranho fez Maze franzir as sobrancelhas.
"Eu não queria assustar a todos."
As sobrancelhas de Mazikeen se juntaram ainda mais.
"O que você quer dizer, Hope?"
Foi a vez do rosto de Hope se contorcer em tristeza. Hesitante, ela olhou para cima e Mazikeen pôde ver o quão triste ela realmente estava. Isso fez a demônia querer agarrá-la e abraçá-la com força.
"Eu não quero ouvi-los," ela disse em voz baixa, "Eu só... ouço."
"Oh, querida," Mazikeen suspirou suavemente. Se levantou,pegando a filha no colo e a abraçou com força. "Eu sei, baby. Eu sei." Ela gentilmente acariciou o cabelo de Hope. "E você não nos assusta, ok? Nenhum de nós tem medo de você."
Hope agarrou-se a Mazikeen e lutou para não chorar. Mazikeen se sentiu horrível, Hope ainda era uma criança, sensata e adorável. Claro que Hope pensaria que o medo deles era culpa dela.
Claro que ela pensaria que todos estavam com medo dela por causa do que ela podia fazer. As crianças têm uma incrível capacidade de levar tudo para dentro de si mesmas, de fazer com que cada situação ruim de alguma forma seja obra sua, mesmo quando a verdade não estava nem perto disso.
"Então por que todos estavam tão preocupados?" ela murmurou na camisa de Maze.
Maze respirou fundo e soltou o ar lentamente. Mais uma vez, ela teria que tentar explicar tudo para Hope e isso partiu seu coração. Ela sentia falta do tempo em que a criança era alegremente ignorante.
"Porque o que você disse é assustador." Ela disse honestamente. A demônia se afastou para que ela pudesse olhar para Hope. Carinhosamente acariciou seu cabelo e segurou sua bochecha.
"Não temos medo de você, querida. Temos medo deles."
Hope parecia levemente confusa.
"Mas eu sou uma bruxa, também."
"Eu sei."
Mazikeen colocou Hope de volta ao seu lugar e se ajoelhou ao em frente a menina.
"As Ancestrais não gostam dos Mikaelson. Provavelmente não gostam de mim e de seu pai também." Ela disse honestamente: "E quando eles querem falar conosco, isso nos deixa nervosos".
"Eu não deveria ter dito nada?"
"Não, se você ouve vozes, você deve sempre nos dizer, porque não podemos ouvi-las. Você é uma bruxa, querida, você está em sintonia com coisas que nós, sobrenaturais, às vezes não somos. Mas magia... magia nos assusta."
"Por que?"
"Porque é incrível e imparável e às vezes parece que não há regras." Ela disse honestamente. "Vampiros, lobos, demônios, nós usamos nossas mãos." Ela os ergueu para mostrar a Hope. "Quando lutamos, fazemos isso com nossos corpos, mas bruxas como você, podem usar suas mentes, seus corações." Ela gentilmente tocou o peito de Hope. "Nós não podemos fazer isso, e isso nos deixa sem nada para lutar. É assustador, querida. Isso... nos faz sentir como uma borboleta em um tornado, porque não importa o quão forte sejamos, as bruxas podem ser mais fortes. Entendeu?"
"Eu acho que sim." Ela assentiu suavemente. "Você... você acha que a Hayley está em perigo?"
Maze gentilmente negou com a cabeça, "Não, eu acho que não. Eu acho que os Ancestrais têm tanto medo do Hollow quanto nós, e eles realmente querem ajudar."
Hope começou a assentir novamente e um sorriso lento tocou seus lábios.
"Ok."
"Ok", ela assentiu. "Termine seu almoço, querida. E depois,iremos ligar para Lucifer."
Hope assentiu mais uma vez e voltou para sua comida, desta vez realmente dando uma mordida em seu sanduíche.
Quando Mazikeen voltou a sentar-se, ouviu-se uma batida suave por trás. Maze se virou e Hope olhou para cima para ver Klaus parado na porta da sala de jantar com um sorriso no rosto. Ele olhou para Hope.
"Posso pegar sua mãe emprestada por um momento, querida?" ele perguntou educadamente. Hope assentiu. "Obrigada."
Mazikeen se levantou e seguiu Klaus,ambos dobraram a esquina para ficarem fora de vista da criança.
"Hayley e eu vamos para Saint Anne's." ele disse a ela.
"Eu sei", ela respondeu. "Eu ouvi."
Ele assentiu. Ele não estava totalmente surpreso.
"Fique aqui com Hope."
Ela fez uma careta, mas se algo desse errado,ela seria a primeira a pegar Hope e fugir.
"Elijah e Marcel estão encontrando Alaric Saltmaz, um velho amigo, para verem se acham outro pedaço de osso, Hayley e eu estaremos lidando com as bruxas, não tenho ideia para onde Freya foi, então por favor fique com Hope.Para protegê-la e eu sei que você vai"
"Tudo bem", ela rosnou por entre os dentes. "Apenas... tome cuidado, por favor? Eu sei como você fica. Hope precisa do pai dela com ela."
Ele fingiu ofensa, o que fez Maze revirar os olhos.
Horas se passaram e Maze não teve notícias de ninguém. Ela começou a andar de um lado para o outro. Telefonemas seriam uma coisa óbvia a se considerar, mas não foram atendidos. Ela sabia que algo havia acontecido. Mas ela não sabia o que fazer.
"Mamãe", Hope chamou de seu quarto.
"Sim, querida?" A demônia perguntou enquanto ela seguia o som da voz de sua filha.
Quando ela apareceu, Hope olhou para sua mãe e notou como ela estava nervosa. Hope não estava preocupada porque tinha fé que tudo ficaria bem, então ela queria que sua mãe se sentisse melhor.
"Me conte uma história?" ela perguntou.
As sobrancelhas de Maze se ergueram lentamente e um sorriso tocou seus lábios.Hope a ofereceu uma distração.Sua filha era doce,e empatica.De quem ela havia puxado isso,Mazikeen não fazia ideia.
Hope deu um tapinha na cama, silenciosamente dizendo á mãe para se sentar ao lado dela. Ainda sorrindo, e balançando a cabeça para si mesma, sua mãe fez o que lhe foi dito.
"Diga uma que eu goste."
"Ok." Mazikeen começou. "O primeiro hotel a ter mais de treze andares teve uma grande festa de Halloween para comemorar sua inauguração. Cada andar foi montado como um labirinto, decorado com teias de aranha e outras decorações de Halloween. Havia muitas pessoas vestidas de fantasmas para assustar os foliões. Um prêmio emocionante estava escondido no último andar, e a primeira pessoa a chegar ao prêmio o ganharia. Jack e Sophia eram uma das duas pessoas a tentarem. Eles abriram caminho facilmente pelos labirintos nos primeiros andares. subindo pelo prédio, os corredores de cada andar ficaram mais escuros e assustadores. Quando chegaram ao décimo segundo andar, Jack e Sophia ouviram um grito de gelar o sangue. Enquanto caminhavam pelo labirinto, ouviram mais gritos e gritos de socorro. Finalmente, no saguão dos elevadores, eles viram sangue pingando do teto. O elevador apitou e as portas se abriram lentamente, o que foi estranho porque todas as outras vezes que eles usaram o elevador, as portas foram rápidas e suaves. No elevador as luzes estava piscando quando eles entraram e, quando as portas começaram a se fechar, as luzes se apagaram completamente. E então, gritos tão altos soaram que todo o prédio ouviu. A princípio, os foliões pensaram que era parte do tema assustador do Halloween. Mas então, os donos do prédio acenderam todas as luzes e pediram que todos voltassem para o saguão. Mas quando as pessoas tentavam usar o elevador, ele nunca vinha. A campainha tocava, mas as portas não abriam, e todos foram obrigados a usar as escadas. No saguão, os donos do prédio explicaram que não haviam tocado os sons dos gritos. E, enquanto verificavam todos os que haviam voltado, perceberam que Jack e Sophia não haviam retornado. Nesse momento, as portas do elevador se abriram. Estava vazio, exceto pelo relógio de Jack, um dos sapatos de Sophia e uma poça de sangue. Jack e Sophia nunca mais foram vistos, e os donos do prédio tiraram o botão do décimo terceiro andar, para que ninguém desaparecesse ali novamente. "
"Oooo, isso foi legal, mamãe." Hope disse do lado dela.
"Não é o meu melhor, mas tudo bem." Maze sorriu em resposta. "Com fome?" Hope assentiu.
"Eu vou fazer algo para você comer."
Ela se inclinou e beijou a testa de Hope antes de sair da cama. Hope observou enquanto ela desaparecia por um momento antes de pegar um livro. Enquanto abria, Hope realmente não leu as palavras na frente dela quando tudo ficou embaçado.
No andar de baixo, Mazikeen estava procurando algo para Hope comer quando ouviu algo que parou seu coração.
"Mamãe!" A voz estridente de Hope e o medo que continha fizeram todos os nervos do corpo de Maze explodirem. Nunca em sua vida Hope soou com tanto medo ou gritou por Maze assim."Mamãe!" ela gritou novamente antes de correr para a cozinha.
"O quê? O que há de errado?" Mazikeen rapidamente caiu de joelhos e segurou os braços de Hope. "O que aconteceu?"
"É papai," ela respirou pesadamente depois de ter corrido pela casa. "Algo está errado. As Ancestrais querem machucá-lo."
"Ok," ela assentiu. "Venha aqui."
Mazikeen pegou sua mão e ambas correram para o carro. Mazikeen quebrou todos os limites de velocidade chegando na frente da igreja em cinco minutos.
Hope abriu a porta do banco do passageiro e saiu correndo, Maizkeen a seguiu sem fechar as portas do carro. Mãe e filha não hesitaram em abrir as portas da frente.
"Não!" Hope gritou. Todos olharam para a garotinha e a mulher ao seu lado. "Você prometeu ajudar, mas você não está ajudando. Você está nos machucando, e eu não vou deixar."
Antes que os outros pudessem falar, Hope empurrou o punho na direção deles e enviou uma enorme onda de magia em direção ao feitiço que mantinha Klaus preso sob Davina. Hayley e Elijah lutaram para se manter de pé enquanto o vento rasgava o feitiço, quebrando o círculo ao redor do híbrido. Bancos se moveram, a terra sacudiu e em segundos, o feitiço foi quebrado completamente com menos esforço do que Hope colocou em um de seus desenhos.
O ambiente ficou em silêncio. Hayley não conseguia limpar o medo de seu rosto enquanto olhava para sua filhinha. Não havia como negar o poder que Hope acabara de exibir e isso a aterrorizava.
Klaus começou a se mexer e, sem hesitar, Hope correu para o pai. Ela imediatamente o abraçou quando estava perto o suficiente e se recusou a soltá-lo.
Mazikeen se aproximou lentamente. Os olhos de Hayley encontraram foco nela.
"Por que você a trouxe aqui?" ela sibilou por entre os dentes. "Isso foi perigoso."
"Porque ela estava apavorada." Mazikeen retrucou de volta . "Ela ouviu o que Davina estava fazendo com ele. Você realmente acha que ela deixaria isso passar? Se eu não a trouxesse aqui, ela teria encontrado seu próprio caminho."
Hayley franziu o cenho, mas não podia negar que Maze provavelmente estava certo.
"Venha", a voz de Klaus atraiu seus olhares. Ele se levantou e pegou a mão de Hope. "Vamos sair deste lugar abominável."
Houve acordos silenciosos quando todos começaram a se dispersar. Ninguém estava disposto a falar sobre o que aconteceu, pelo menos não ainda. Honestamente, eles não estavam inteiramente certos do que havia acontecido.