What you did in the Dark

By slytcruz

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"Aquele com o poder de vencer o Lorde das Trevas se aproxima... nascido dos que o desafiaram três vezes, nasc... More

Informações da história
Chapter One: When all starts.
Chapter Two: Don't go, Harry!
Chapter Three: Healing
Chapter Four: Let's find out
Chapter Five: The game starts.
Chapter Six: Gringotts with revelations.
Chapter Seven: Platform, godbye and train.
Chapter Eight: Hogwarts!
Chapter Nine: Selection.
Chapter Ten: The Gringotts theft.
Chapter Eleven: Flying Leassons.
Chapter Twelve: Halloween.
Chapter Thirteen: Quidditch.
Chapter Fourteen: Erised mirror.
Chapter Fifteen: Yule.
Chapter Sixteen: Planting Seeds.
Chapter Seventeen: Abused.
Chapter Eighteen: Drowning
Chapter Nineteen: Forbidden Forest
Chapter Twenty: Two-faced
Chapter Twenty-One: Summer of Planning
Chapter Twenty-Two: New Generation.
Chapter Twenty-Three: Deja Vu
Chapter Twenty-Four: Voices
Chapter Twenty-Five: Court
Chapter Twenty-Six: Dobby, the house elf
Chapter Twenty-Seven: Snakes, Ghosts and Puffs
Chapter Twenty-Eight: T. M. Riddle
Chapter Thirty: The Chamber
Chapter Thirty-One: My Blood
Chapter Thirty-Two: Safe
Chapter Thirty-Three: Sirius Black
Chapter Thirty-Four: Dementor
Chapter Thirty-Five: Hippogriff and Boggart
Chapter Thirty-Six: Marauders Map
Chapter Thirty-Seven: Truth or Dare
Chapter Thirty-Eight: Final
Chapter Thirty-Nine: Reunited
Chapter Forty: Expecto Patronum!
Prólogo Pt.2
2.1: The beginning
2.2: Princess
2.3: Imperius
2.4: Long time no see
2.5: Goblet of Fire
2.6: Rage
2.7: Wands
2.8: Pierre
2.9: Dragon
2.10: Ball
2.11: Second Task
2.12: Alliance
2.13: Third Task
2.14: And so it starts
2.15: Remember
2.16: Mourning
2.17: Breakdown
2.18: Unwanted connection
2.19: Preview
2.20: Wizengamot
2.21: Tortured Loved Ones Department
2.22: Routine
2.23: Dates and Winks
2.24: Army
2.25: Daggers and teddys

Chapter Twenty-Nine: Spiders

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By slytcruz

"Você sabe o que sente, mas finge não sentir nada, pra não tentar sentir"

Abril de 1993

Tudo parecia muito quieto e calmo até o feriado de Páscoa. Depois de todo o evento que foi o dia dos namorados, Lockhart tinha sido, finalmente, exonerado no seu cargo como professor de DCAT, e quem lhes ensinava era um auror moreno enviado pelo ministério.

Harry e seus amigos passaram o feriado na escola, pensando sobre o seu ano letivo e, os segundos anos, sobre as matérias que se inscreveriam para o ano seguinte. Essa parte foi levada a sério, pelo menos. Todos pensaram muito bem antes de se candidatarem.

Os dias se passavam rapidamente, e logo o jogo de quadribol entre os Hufflepuffs e Gryffindors tinha chegado.

Harry tinha concluído, ao acordar, que era um ótimo dia para quadribol, o que era maravilhoso para as equipes. Tomou coragem para se arrumar e assistir a partida, esperançosamente conseguindo captar algumas jogadas para repassar para Flint.

No café da manhã, os times rivais se provocavam, deixando-o animado. Poderia se um bom jogo...

Porém, quanto ia na direção do estádio com seus amigos, escutou outra vez...

  "Matar dessa vez... me deixe cortar... estraçalhar..."

Congelou, a cor sumindo do seu rosto.

- A voz! - sussurrou alarmado, espiando por cima do ombro. Seus amigos o encararam em choque. - Acabei de ouvi-la de novo!

A maioria deles arregalou os olhos, mas Hermione deu uma palmada na testa.

- Harry, acho que acabei de entender uma coisa! Tenho que ir até a biblioteca!

E, deixando-os para trás, subiu as escadas correndo.

- Vou atrás dela - Susan disse, seguindo seus passos apressados.

- Sinceramente, garotas são estranhas - Terry murmurou, não baixo o suficiente para evitar receber olhares fuzilantes das garotas do grupo. - Me... desculpem?

Bufando, elas seguiram na frente enquanto os garotos riam do amigo, mas Harry não conseguiu para a sensação incomoda que surgia no seu peito. Sentia que tinha algo ruim acontecendo, ou prestes a acontecer.

- Eu... acho que não estou me sentindo muito bem - ele murmurou, quando já estavam na metade do caminho para o estádio. Seus amigos o olharam preocupado.

- Está se sentindo doente? - Pansy perguntou, olhando-o a procura de sinais de alguma doença ou algo assim.

- Acho que só preciso me deitar.

- Vou leva-lo para o castelo - Draco disse. - Podem aproveitar o jogo.

- Ok - Neville disse, parecendo desconfiado, mas seguindo o caminho com os outros logo atrás.

Harry e Draco caminharam em silêncio e devagar até quase chegarem nas portas do castelo. O clima mais quente era um alivio comparado ao frio infernal de Dezembro, então eles aproveitavam para respirar o ar puro.

- Qual é a verdade? - Draco disse, de repente. - Por que não queria assistir o jogo?

- Uma... sensação ruim. Não sei ao certo o que é - admitiu Harry, se encolhendo levemente.

Naquele mesmo momento, a Prof. McGonagall ia passando correndo por eles em direção ao estádio com um megafone púrpura na mão. Assim que os viu, voltou em passos rápidos, parando ofegante na sua frente.

- Vocês deviam ir à enfermaria - ela disse, um olhar triste em seu rosto que deu arrepios em ambos os meninos. - Vou... cancelar o jogo e mandarei os seus amigos em seguida.

Eles não disseram nada à mulher, somente correram. Correram tão rápido que, quando estavam na frente da ala hospitalar, suas pernas doíam. O coração de Harry batia muito rápido, já imaginando o que tinha acontecido, mas se recusando a acreditar.

Quando abriram as portas, além dos leitos já cobertos por biombos, Harry contou mais três. Suas mãos tremiam.

- Senhores - a Prof. Sprout os recebeu com um sorriso triste. - Sinto muito, mas houve mais um ataque... um ataque triplo.

Harry sentiu sua mão sendo agarrada, e segurou de volta com a mesma força.

A mulher os guiou até o final da enfermaria, aonde Madame Pomfrey estava curvada sobre uma menina do quinto ano, de cabelos longos e crespos — a monitora da Ravenclaw. Na cama ao lado encontravam-se...

- Meu Merlin! - ele escutou Draco sussurrar com a voz embargada.

Mione e Susan estavam de mãos dadas, suas macas coladas uma na outra. Seus olhos abertos e vidrados numa expressão de medo, petrificadas. O braço livre de Hermione estava estendido, enquanto o de Susan estava meio escondido sob a sua saia. Passos os alertaram de que tinha mais gente chegando, e Harry se virou a tempo de receber o furacão de cabelos ruivos choroso que escondeu o rosto na curva do seu pescoço.

- Sinto muito - disse a Prof. McGonagall. - Elas foram encontradas perto da biblioteca. Suponho que não tenham explicação para isso. Estava no chão ao lado delas...

Segurava um pequeno espelho circular quebrado. Harry engoliu um soluço rapidamente ao ver que ele tinha dado aquele espelho à Hermione no Natal daquele ano. Tinha achado a cara dela...

Todos eles negaram, os olhos fixos nas suas amigas petrificadas. A professora o deu para Harry, que o guardou com cuidado no bolso.

- Vou pedir para os outros diretores de casa os levarem para as suas comunais - ela suspirou. - Peço que os gryffindors me sigam.

Ginny e Neville se foram, agora ele acalmando a garota. A professora Sprout levou uma Hannah quase desolada num meio abraço ao mesmo tempo que o Prof. Flitwick se aproximou e encaminhou Terry e Luna. Severus foi o ultimo a chegar, e a ala hospitalar já estava vazia, a não ser pelos corpos petrificados e os quatro slytherins.

Ele se aproximou hesitante da maca, estremecendo ao ver Hermione petrificada. Harry mandou Blaise e Pansy esperarem na porta, sabendo que o homem precisava de um tempo e que não conseguiria fazer o que precisava com os dois ali.

Assim que a porta se fechou, ele se aproximou de Sev:

- Ei?

O homem parecia sem ar. Estava branco — mais do que o normal — e tremia. Harry temeu que ele caísse duro.

- Não é justo - Severus sussurrou, seus dedos passando pelos cabelos cacheados de Mione. - Ela... ela podia ter morrido... Eu vou matar Lucius! 

- Eu não reclamaria, padrinho, acredite em mim, mas não é a ação certa nesse momento - Draco disse, se aproximando também.

- O que deu deveria fazer, então? Chorar?

- Agora, é o melhor que podemos fazer até revertermos a situação - concordou Harry, se obrigando a virar o rosto ao ver as lagrimas caindo dos olhos do homem. Mal lembrava de vê-lo chorar, e era doloroso. Ele a amava muito...

Ele viu que Draco fez o mesmo, e eles trocaram um olhar doloroso. Sabiam que queriam fazer a mesma coisa, mas se mantiveram fortes por Sev. Passados alguns minutos, ele sabia que tinham que sair dali.

- Vamos lá! Levante-se e se recomponha. Você tem obrigações e, depois que cumpri-las, pode ir para o seu quarto e chorar o quanto quiser - Harry odiava ser grosso, mas sabia que Severus só o escutaria se fosse firme. E direto.

- Certo - ele murmurou, enxugando os olhos e se endireitando, abaixando uma máscara sobre as suas feições. Gentilmente, ele se abaixou e depositou um beijo na testa de Hermione, afagando seus cabelos carinhosamente.

Se virando, lançou um feitiço no próprio rosto que retirou as marcas de lagrimas e o inchaço, então andou rapidamente para fora da enfermaria, que escurecia.

Os cinco andaram rapidamente até o Salão Comunal, onde toda a casa já se encontrava aglomerada sob ordens do Príncipe. Severus já chegou falando:

- Todos os alunos devem voltar à sala comunal de suas casas até as seis horas da tarde. Nenhum aluno deve sair dos dormitórios depois dessa hora. Um professor os acompanhará a cada aula. Nenhum aluno deve usar o banheiro a não ser escoltado por um professor. Todos os treinos e jogos de quadribol estão adiados. Não haverá mais atividades noturnas.

Os alunos ouviram o professor em silêncio. Ele enrolou o pergaminho que estava lendo e falou com a voz firme:

- Não é necessário acrescentar que seremos um alvo muito frequente do ataque das outras casas. Até agora, fomos a única não atacada, o que eu considero um milagre ou pura sorte, embora não acredite muito em ambas as coisas. Já disse para se protegerem e se defenderem, então acho que não é necessário repetir.

"Agora, eu dou a ultima chance do culpado se entregar se ele ou ela estiver nessa sala. Posso até ser misericordioso, mas se eu descobrir que você é o responsável e não se entregou por causa dessa ideia de "eliminar sangues ruins"... vai conhecer um lado meu que poucos já viram. Vou logo chamando-o de burro por atacar a sobrinha da chefe do DELM".

O salão estava em silêncio e alguns primeiros anos tremiam com a ameaça do seu diretor de casa.

- Vale lembra-los também que a nossa amada escola está em risco. Se não encontrarem o culpado, Hogwarts vai fechar por tempo indeterminado. Então, se souberem de algo, falem comigo imediatamente. Boa noite - e saiu, suas vestes um segundo depois.

Harry e seus amigos se sentaram bem no fundo do salão no sofá que liberaram para eles. A fofoca espalhava rápido por ali.

- Eu juro por tudo que é mais sagrado que se Ronald falar uma palavra sobre isso - Blaise disse, raiva pingando de suas palavras enquanto Pansy se encolhia ao seu lado, chorando baixinho - eu vou mata-lo.

- Nós vamos todos, fique tranquilo - Draco ironizou. Harry percebeu que suas mãos tremiam e que ele tentava esconde-las embaixo da perna. Ele parecia extremamente desconfortável.

Harry olhou envolta, vendo os alunos curiosos olhando-os, alguns com pena, outros com curiosidade velada. O olhar de Daphne se prendeu no dele e ela pareceu entender o que ele queria, porque se levantou imediatamente. Harry puxou Draco de onde estava sentado, deixando-o confuso.

- Vamos subir, ok? Esses olhares estão me agoniando - ele disse, sabendo bem que os dois poderiam lidar com aquilo facilmente. Suas vidas os obrigaram a se adaptar à atenção.

- Tudo bem - Pansy fungou. - Fiquem bem, e me chamem qualquer coisa.

- Ok - Harry concordou. Quando passou por Daphne, que se aproximava, sussurrou: - Cuide deles - ela somente assentiu.

Harry guiou Draco pelas escadas até o seu dormitório. O loiro começou a tremer com os soluços assim que a porta se fechou e Harry o envolveu num abraço imediatamente, deixando suas próprias lágrimas correrem soltas.

- Isso não é justo - ele murmurou com a voz abafada pela camisa de Harry.

- Nunca é conosco.

O moreno o ajudou a se levantar e o deixou no banheiro com os seus pijamas para tomar um banho. Quando ele saiu, assumiu o seu lugar, voltando limpo e com roupas de dormir adequadas.

- Harry... você se importaria se eu... - Draco hesitou na sua pergunta, sinalizando o seu pescoço. Harry entendeu.

- Você quer tirar o adesivo?

- É que está coçando...

- Não vejo problema algum. É um cheiro bom.

Draco sorriu agradecido, sua mão subindo ao pescoço rapidamente e tirando a fita que escondia o seu cheiro. Harry respirou fundo quando o cheiro suave o atingiu.

- Hmm, bem melhor do que antes!

O loiro riu, se jogando na sua cama. Harry o imitou, apagando as luzes. Ficaram em silencio por alguns minutos antes do moreno dizer simplesmente:

- Venha.

Houve um movimento da cama de Draco, então ele logo estava ao lado de Harry. Diferente do que pensavam, não conseguiram dormir.

- O que você está pensando?

- Que eu estou me esquecendo de algo, o que é difícil - Harry respondeu, franzindo as sobrancelhas. - Acho... acho que algo vai acontecer hoje.

- O que? - questionou Draco, curioso, levantando a cabeça para encarar os olhos verdes do moreno.

- Não sei, mas... - com um ofego, ele se levantou rapidamente, acendendo uma luz fraca com a sua varinha e correndo para se trocar.

- O que foi, Harry?

- Hagrid! Alguém deve vir à escola hoje. Não deixariam o ataque a Susan passar batido. Preciso ir à sua cabana.

Draco pareceu surpreso por um momento antes de copiá-lo, tirando seus pijamas e colocando um tênis.

Eles pegaram a Capa da Invisibilidade e saíram do quarto quando viram que o corredor estava livre. Já era tarde.

Seus passos rápidos pelos corredores mal podiam ser escutados pela leveza da sua pisada — um pouco de prática fazia milagres. O vento frio, mas confortável, da noite atingiu seus rostos assim que chegaram aos jardins. Novamente, Harry viu as aranhas agindo de maneira estranha.

A noite estava clara e estrelada. Eles correram em direção às janelas iluminadas da casa de Hagrid e despiram a capa somente quando estavam à porta.

Segundos depois de terem batido, Hagrid escancarou a porta. Eles deram de cara com o arco enorme que ele apontava. Canino o acompanhava dando fortes latidos.

- Ah! - exclamou ele, baixando a arma e encarando os meninos. - Que é que vocês estão fazendo aqui?

- Ouvimos que você é o responsável pelo que aconteceu em 1943 - Harry disse, indo direto ao ponto. - Não acreditamos nem um pouco.

- Entrem, entrem - murmurou Hagrid, puxando-os para dentro. - Como sabem sobre o que aconteceu?

- Ouvimos por aí. Qual é a verdade sobre o que aconteceu?

- Bom, eu tinha um bicho, realmente, mas ele não era perigoso. Aragogue era um amor, mas tinha estado muito nervosa ultimamente e queria sair da caixa em que eu a mantinha presa. Então Ele apareceu - ele cuspiu o nome - e concluiu que eu era o culpado. Dumbledore foi o único que acreditou em mim, e os ataques pararam, então foi conveniente.

- Quem o acusou? - Harry perguntou, precisando somente da confirmação.

- Tom Riddle.

Ao mesmo tempo, uma forte batida na porta os assustou. Hagrid direcionou os dois até a porta de trás, mandando-os se esconderem. Quando o meio gigante se afastou, eles se envolveram na Capa da Invisibilidade e ficaram espiando pela janela.

- Boa noite, Hagrid.

Era Dumbledore. Ele entrou, parecendo mortalmente serio, embora seus olhos brilhassem, seguido por um homem esquisito e conhecido pelos dois meninos.

Tinha cabelos grisalhos despenteados, uma expressão ansiosa e usava uma estranha combinação de roupas: terno de risca de giz, gravata vermelha, uma longa capa preta e botas roxas de bico fino. Debaixo do braço levava um chapéu-coco verde limão.

Harry e Draco se encararam com os olhos arregalados de surpresa. O que Cornélio Fudge, Ministro da Magia, estava fazendo ali? Pensaram que seria algum auror, no máximo, Amélia Bones.

Hagrid empalidecera e suava. Deixou-se cair em uma cadeira e olhava de Dumbledore para Fudge.

- Problema sério, Hagrid - disse o Ministro em tom seco. - Problema muito sério. Tive que vir. Quatro ataques em alunos nascidos trouxas e uma puro sangue sobrinha da Madame Bones... As coisas foram longe demais. O Ministério teve que agir.

- Eu nunca... - disse Hagrid, olhando suplicante para Dumbledore. - O senhor sabe que eu nunca, Prof. Dumbledore...

- Quero que fique entendido, Cornélio, que Hagrid tem minha total confiança - Dumbledore disse, fechando a cara para Fudge, embora Harry pudesse dizer que era atuação. Seus olhos não paravam de brilhar.

- Olhe, Albus - respondeu Fudge, constrangido. - A ficha de Hagrid depõe contra ele. O Ministério teve que fazer alguma coisa, o conselho diretor da escola entrou em contato...

- Contudo, Cornélio, continuo a afirmar que levar Hagrid não vai resolver nada - disse Dumbledore. Harry praguejou baixinho, percebendo que aquele.. verme tinha uma boa noção do que estava acontecendo e não fazia nada.

- Procure entender o meu ponto de vista - pediu Fudge, manuseando o chapéu-coco. - Estou sofrendo muita pressão. Precisam ver que estou fazendo alguma coisa. Se descobrirmos que não foi Hagrid, ele voltará e não se fala mais do assunto. Mas tenho que leva-lo. Tenho. Não estaria cumprindo meu dever...

- Me levar? - perguntou Hagrid, começando a tremer. - Me levar aonde?

Mas Harry sabia, e doía pra ele ver acontecer novamente. Estavam mandando Hagrid pra Azkaban por um crime que ele não cometeu, assim como foi feito com Sirius.

Ele voltou a si com uma batida na porta. Dumbledore atendeu-a.

Harry colocou uma mão na boca de Draco para segurar a sua exclamação surpresa e o puxou para perto de si. Percebeu que ele não tinha recolocado a fita no seu pescoço, então cobriu com a própria mão, fazendo o cheiro agradável diminuir e se desvanecer no vento. Harry sentiu Draco se encolhendo perto de si, assistindo o seu pai adentrar a casa com um ar decidido, envolto em uma longa capa de viagem, com um sorriso frio e satisfeito.

- Já está aqui, Fudge - disse em tom de aprovação. - Muito bem...

- Que é que o senhor está fazendo aqui? - perguntou Hagrid, furioso. - Saia da minha casa!

- Acredite em mim quando digo que preferiria não estar aqui - disse Malfoy, correndo os olhos pela pequena cabana. - Isso mal pode ser chamado de casa. Vim à escola e me disseram que o diretor estava aqui.

- E o que era exatamente o que você queria comigo, Lucius? - perguntou Dumbledore. Falou com cortesia, mas a raiva começava a despontar nos seus olhos azuis.

- É lamentável, Dumbledore - disse Malfoy, sem pressa, puxando um rolo de pergaminho -, mas os conselheiros acham que está na hora de você se retirar. Tenho aqui uma Ordem de Suspensão, com as doze assinaturas. Receio que o Conselho pense que você está perdendo o jeito. Quantos ataques houve até agora? Mais três hoje a tarde, não foi? Nesse ritmo, não sobrarão alunos nascidos trouxas em Hogwarts, e todos sabemos que perda horrível isto seria para a escola.

- Ah, olhe aqui, Lucius - disse Fudge, parecendo assustado. - Dumbledore suspenso, não, não, a ultima coisa que queremos nesse momento...

- A nomeação e a suspensão de um diretor é assunto do Conselho, Ministro Fudge - disse Malfoy suavemente. - E como Dumbledore não conseguiu fazer parar os ataques...

- Olhe aqui, Malfoy, se Dumbledore não consegue faze-los parar - disse Fudge, cujo lábio superior estava úmido de suor -, eu me pergunto, quem vai conseguir?

- Isso resta ver, mas como todo o Conselho votou...

Hagrid levantou-se num pulo, a cabeça desgrenhada batendo no teto.

- E quantos você precisou ameaçar e chantagear para concordarem, hein, Malfoy? - vociferou.

Harry sabia que tinha sido chantagem, mas pode se deliciar com a cara horrorizada de Dumbledore, pelo menos. Seria uma tragedia para Hogwarts, e era melhor eles descobrirem quem tinha o diário logo, mas... Ah, como era maravilhoso vê-lo rebaixado a nada por causa de um único papel!

- Ai, ai, ai, sabe, esse seu mau gênio ainda vai lhe causar problemas um dia desses, Hagrid - disse Malfoy. - Não o aconselharia a gritar com os guardas de Azkaban assim, eles não vão gostar nadinha.

- Você não pode afastar Dumbledore! - gritou Hagrid, fazendo Canino choramingas no cesto de dormir. - Afaste ele, e os alunos nascidos trouxas não terão a menor chance. Vai haver mortes em seguida.

- Acalme-se, Hagrid - ordenou Dumbledore, principalmente porque a situação piorava pra ele com os protestos veementes e o seu silêncio. Virou-se então para Malfoy, parecendo ter comido uma bala de limão muito azeda. - Se o Conselho quer que eu me afaste, Lucius, naturalmente vou obedecer...

- Mas... - gaguejou Fudge.

- Não - disse Hagrid com raiva.

Dava pra ver que ele se deliciava com o sentimento de ser importante para os outros, e isso enojava Harry. Mesmo com os olhos cintilantes presos nos frios de Malfoy, que deveria ganhar a situação, ele parecia superior.

- Porém - Dumbledore continuou, falando lenta e claramente de modo que ninguém perdesse uma única palavra -, você vai descobrir que só terei realmente deixado a escola quando ninguém mais aqui for leal a mim - ele tinha alguém sob o seu controle ou isso era realmente verdade? - Hogwarts... sempre ajudará aqueles a quem a ela recorrerem.

Essa pareceu uma daquelas frases feitas, mas que acabam tendo uma verdade.

- Admiráveis sentimentos - disse Malfoy fazendo uma reverência. - Todos sentiremos falta do seu... hmm... modo muito pessoal de dirigir as coisas, Albus, e só espero que o seu sucessor consigas impedir... ah... matanças.

E dirigiu-se à porta da cabana, abriu-a, fez um gesto largo indicando a porta para Dumbledore. Fudge, manuseando seu chapéu-coco, esperou Hagrid passar à sua frente, mas Hagrid continuou firme, inspirou profundamente, e disse com clareza:

- Se alguém quiser descobrir alguma coisa, é só seguir as aranhas. Elas indicariam o caminho certo! É só o que digo.

Fudge olhou-o com impaciência.

- Tudo bem, estou indo - disse Hagrid, vestindo o casacão de pele de toupeira. Mas quando ia saindo para acompanhar Fudge, ele parou outra vez e disse em voz alta: - Alguém vai ter que dar comida a Canino enquanto eu estiver fora.

A porta, então, se fechou com força, e eles correram rápida e silenciosamente para dentro da casa novamente. Draco se despiu da capa, assim como Harry.

- Isso não é bom - o loiro murmurou, andando de um lado para o outro. - Meu pai sabe que é o responsável por isso tudo, tirou Dumbledore de perto, o que nos deixa mais expostos, e nem temos alguma dica!

- Temos sim - Harry o lembrou. - As aranhas. Aragogue que Hagrid citou deve ser uma aranha, talvez uma acromântula, se ele era tão apaixonado por ela. Ela deve ter sentido o monstro, por isso estava inquieta. As aranhas estão fugindo... Está tudo conectado.

- Então temos que "seguir as aranhas" e possivelmente cair num ninho sinistro no meio da floresta? - Draco guinchou, parecendo apavorado.

- Não, não é necessário. Só precisamos descobrir quais são as outras dicas que perdemos.

Canino uivava, arranhando a porta. Harry sentou no chão e o chamou para perto, sabendo o quão ruim era ver alguém que ama ser levado embora.

Tinham que acabar com isso logo.

Ou seria o fim de Hogwarts.

Oie! Tudo bem?

Ah, consegui escrever mais um em uma semana certinho. Agora sem uma fanfic pra escrever fica mais fácil hahahaha

Mídia de hoje é o Blaise Zabini. Juro que foi difícil achar alguém que combinasse com o que eu imagino dele nessa fic, mas esse aí é tão perfeito e lindo! Nao sei se sou só eu, mas ele tem até uma cara maio aristocrática... De novo, esse seria ele com 16-17 anos, e no momento atual ele tem 12-13 anos.

Espero que tenham gostado!

Curtam, comentem, me sigam e compartilhem!

Até a próxima,

~Bia+

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