Volte Duas Casas {jikook}

By swagay

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Park Jimin nunca foi o melhor namorado que um cara pode ter, ele nunca negou, importante ressaltar, agora... More

AVISO 📸
2: FOGUEIRA DE PERTENCES DO EX-NAMORADO 🔥
3: O GOSTOSÃO DO TIME DE VÔLEI 🏐
4: MENINAS DE 16 ANOS, COMO LIDAR 🔎
5: EMBARALHANDO E DISTRIBUINDO 🃏
6: RIVAIS CLÁSSICOS 🐱x🐶
7: AZAR NO AMOR 🥀
8: QUE VENÇA O MELHOR ⚔️
9: CARA OU COROA 📢
10: DESESTABILIZAR O INIMIGO 💢
11: 👶🏻JUNIOR VS 👴🏻SENIOR
12: GOL ⚽
13: CONCEITO DE ES-TRA-TÉ-GIA 📌
14: UM PENTE É UM PENTE 🐬

1: CORNO 🐮

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By swagay

Votem, comentem e boa leitura!

+++

Ser eu nunca foi fácil, mas ultimamente a vida tem caprichado.

Segurando uma pasta de cópias de matérias nos braços, enquanto carregava uma mochila que parecia ter duas vezes o meu peso, eu apertei mais uma vez a campainha em minha frente, mudando também o meu peso para a outra perna.

Quando meu pai abrir essa porta, eu sou plenamente capaz de acertar um soco em sua cara.

Quando fui atendido, não foi por meu pai, e sim por um moleque que devia ter no máximo 7 anos de idade. Eu olhei para sua cara e ele olhou para a minha. Tínhamos narizes iguaizinhos. Valeu, pai.

— Vai chamar seu pai — mandei, apontando para dentro da casa dele, e ele enfarruscou a cara, antes de se virar, correndo e chamando nosso pai.

Enfim, vi a figura do homem que me fez apontar na escada, vindo até mim, ele deu um sorriso amarelo. Literalmente amarelo, e olha que eu já avisei que cigarro é uma merda.

— Jimin — ele me chamou, jogando um pano no ombro. — Viu o Seo? Ele está grande, não?

— Sim — sorri. — Daqui a pouquinho o senhor já pode abandonar ele também.

Fechando a cara, ele fechou também a porta atrás dele, vindo para fora. — O que você quer?

— Se você atendesse minhas ligações, eu não precisaria estar aqui — avisei. — Eu não queria estar aqui.

Respirando fundo, ele cerrou os punhos por um momento, antes de relaxar. — Fala, filho.

— A Yezi precisa da sua assinatura para uma viagem pra fora do estado — disse, e tirei da pasta o papel. — A mamãe já assinou.

— E ela vai sozinha pra tão longe? — ele perguntou, apanhando a folha. — Isso é seguro?

Ah, que bom pai!

— Não se preocupe — disse. — Se ela morrer, você não precisa ir ao velório.

Pesado? Yezi entenderia, tenho certeza.

— Olha como fala comigo — ele disse, e eu vi seu maxilar marcar sob a pele. — Você está cada dia pior.

— Sim — falei. — Acho que sou mesmo seu filho.

Ele arfou, parecendo frustrado. Eu não podia me importar menos. — Por que toda vez é isso, Jimin? — me perguntou. — As coisas com a sua mãe não deram certo, mas ainda somos pai e filhos. Eu mereço respeito.

Eu não respondi de imediato, fiquei um tempo ponderando, escolhendo qual de seus pontos eu atacaria. — Pai… eu não dou a mínima se a gente é pai e filho. Eu deixei de me importar com isso no dia em que você deixou o olho da minha mãe roxo. No dia em que eu tive que levar minha mãe no pronto-socorro, eu percebi que você ser meu pai não acrescentava na minha vida, além de desgraça.

Meu pai ficou um tempo em silêncio, assim como eu fiz, mas eu sabia que ele não iria contra-atacar, e sim se defender. Foi exatamente o que ele fez: — Eu mudei. Mudei mesmo. Pergunte a ChangHa, veja com seus próprios olhos, eu sou um bom marido e pai agora.

— Você quer um troféu? — perguntei, sem conseguir segurar um sorriso dissimulado. — Que bom que você não bate na sua esposa… todas as vezes que você espancou a minha mãe, serviram pra te tornar um homem melhor, né? Acho que isso é o que realmente importa.

— Se você não pode reconhecer que eu mudei — disse ele. — Por que continua lembrando de tudo isso? Se não quer o meu pedido de desculpas, nem a minha mudança, por que continua tocando nesse assunto?

— Desculpas? Sua mudança? Isso apaga o que minha mãe viveu? Você está numa boa, um novo homem, enquanto ela se recusa a conhecer gente nova, porque não quer arriscar. — o respondi, e tirei uma caneta da bolsa. — Assina, por favor. Ninguém está pedindo sua autorização para Yezi viajar, ela vai nem que eu tenha que falsificar a sua assinatura. Só estou tentando ser honesto aqui.

De forma rude, ele apoiou a folha na porta de casa e assinou, me devolvendo em seguida. — Eu não sou um pai tão ruim, Jimin. Eu nem mesmo te repreendi quando você se assumiu gay. Eu te aceitei.

— Você me via há cada 5 meses — eu quase ri. — Mesmo se você não tivesse me aceitado, eu acho que não faria tanta diferença. Sei lá, só um palpite.

Guardando a folha e a caneta, eu o olhei uma última vez. — Não atrase a pensão da Yezi de novo, as contas dela tem data de vencimento. Tchau.

Sem esperar por sua resposta, eu me virei e fui embora dali. Não suportava aquela casa, não suportava a pintura impecável nas paredes, as janelas brilhando, o jardim milimetricamente podado.

Antes de sair, eu chutei sua caixa de correio.

No caminho para casa, dentro do trem, eu senti meu celular vibrar, e o apanhando no bolso, vi a notificação.

“Daichi
Já cheguei”

Bom, como eu posso explicar isso… Meu amigo Jin clonou o Instagram falso do meu namorado no meu celular, então eu posso ver tudo que ele curte, posta, segue, e claro, as mensagens.

Você deve estar pensando: “oh, não, ele é desses”, mas eu não sou não.

Tudo começou há um mês atrás, quando eu fui até a sua casa numa noite e percebi que uma de suas jaquetas estava manchada de tinta vermelha. Sabe o que eu vi mais cedo naquele dia? O único motel da região sendo repintado. Vermelho cardeal, eu diria.

Eu não fiz um alarde, agi como se não tivesse visto nada. No dia seguinte, eu pedi a Jin que fizesse sua magia. Descobrimos que ele logava em um Instagram falso no computador da faculdade, Jin conseguiu as informações e baixou esse aplicativo em meu celular, que me permitia ver tudo que ele fazia, sem que eu fosse percebido. Meu celular começou a travar desde então, mas eu acho que vale o entretenimento.

Ele estava me traindo.

Eu inventei uma infecção e parei de transar com ele. Faz um mês… sabe, foi uma infecção das feias.

Infelizmente eles nunca trocaram nenhum tipo de endereços, então ainda não pude pegá-los.

Até hoje.

“Bebê, eu não tô achando as chaves
Saio de casa assim que eu achar”

Ah, que pena! Não é que o trem acabou de parar na estação que fica a apenas 5 minutos da casa dele? E ah, que droga!, eu estou descendo, estou quase chegando.

Como em uma cena de filme, eu estava parado dentro de um táxi em um beco que me dava a visão necessária da casa dele, esperando por ele. Quando ele saiu, e entrou no carro, eu cutuquei o motorista. — Segue esse carro.

— Isso é sério? — o senhor me perguntou.

— É muito sério — respondi. — Não se preocupe, eu não vou cometer nenhum crime… — disse, lhe dando um sorriso. — Eu posso dizer que obriguei o senhor a dirigir pra mim. Eu digo que botei uma arma na sua cabeça.

— Por Deus — o senhor soltou, arrancando devagar.

Puxando o gorro do meu moletom para me cobrir, eu mantive meu olhar fixo no Honda de Daichi, tentando não perdê-lo de vista.

Eu tive que conter a minha raiva por um mês, eu tive que engolir isso por quatro semanas, esperando por esse momento. Precisa ser perfeito, precisa ser gratificante, e edificador.

Eu quero que ele tome no cu.

Bem, eu não sou ciumento. Eu realmente não sou. Nem sequer gosto do Daichi. Mas eu nunca fui infiel a ele.

É humilhante. É como se eu fosse um merdinha qualquer, que pode ser substituído a qualquer hora. É como se eu aceitasse dividir um homem. Daichi, sua vagabunda, eu não sou nenhuma hiena, pra dividir a carcaça com uma matilha inteira, eu não estou passando fome, caralho.

Ele me fez de corno. Corno. CORNO.

Eu? Eu. EU!

Vendo o Daichi estacionar na frente de uma casa, e sair, eu suspirei, pedindo para o taxista parar, eu o paguei e saí do carro também. Atravessando a rua, eu esperei Daichi ser atendido para que eu pudesse passar pelo portão, e andei até a porta.

Arregaçando minhas mangas, tirei a mochila das costas e meus brincos, os guardando no bolso da calça, bati algumas vezes na porta.

Quando fui atendido, um rapaz, o mesmo do perfil com quem Daichi conversava, me olhou com um pouco de confusão. — O-oi?

— Oi — acenei. — Cheguei atrasado?

— Como? — ele não compreendeu, e no fundo eu vi Daichi sair de um quarto. Assim que me viu, seus olhos puxados se abrindo, ele travou a onde estava.

Sorri para ele, e tudo que ele disse foi: — FECHA A PORTA! AGORA!

Antes que o rapaz pudesse fechar a porta, eu me enfiei entre ela e o batente, lutando para entrar, eu consegui passar, e andei na direção de Daichi, que começou a dar passos para trás. — J-jimin… Não…

Sim.

Ele tentou correr, mas eu literalmente puxei seu tapete, o fazendo cair de boca no chão, gritando de dor, ouvi também o rapaz gritar, abrindo a porta e correndo para fora. Eu montei sobre Daichi, agarrando seu cabelo. — Me diz… eu fui tão ruim assim pra você?

— N-não… — ele choramingou. — Me descul-

Antes que ele pudesse terminar de falar, eu o virei e acertei um soco em seu olho esquerdo. Eu gosto do esquerdo. — Se você vem fazendo essa merda há no mínimo um mês, e nós estamos namorando há 6 meses, então como você pôde ser tão apressado, porra? Em quanto tempo você enjoou de mim, hm? Você é precoce em tudo?

— Eu n-não… — ele tentou dizer, chorando.

— Quem você pensa que é? — perguntei, olhando em seus olhos marejados. — QUEM VOCÊ PENSA QUE É? PORRA, EU TE DEI UMA CHANCE, MESMO VOCÊ SENDO UM BOSTA! EU TE DEFENDI DO GAROTO QUE FAZIA BULLYING COM VOCÊ! EU DEVIA TER ME JUNTADO A ELE DESDE O INÍCIO!

— S-sai de cima dele! — ouvi, e na porta, estava o rapaz, segurando o celular, com um cabo de vassoura na mão. — Eu estou chamando a polícia!

— NÃO! — Daichi gritou, e o outro o olhou com pura perplexidade.

— Você não pode ligar para polícia — expliquei. — O pai dele é delegado… e sabe… o nosso Daichi ainda não saiu do armário. Coisa de família.

— Jimin… p-por favor… — Daichi pediu, e eu acertei mais um tapa em seu rosto.

— Se você me passou alguma doença, pode ter certeza que eu vou mandar você de presente de aniversário pra porra do capeta — avisei, apontando para sua cara. — Porque eu nunca te pus em risco desse jeito. E isso não acaba aqui.

Dito isso, eu me levantei e o chutei na bunda, antes de passar pelo rapaz na porta. — É todo seu.

E apanhando minha mochila no chão, eu fui embora dali, enroscando minhas galhas por onde eu passava, claro.

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Este foi o primeiro capítulo de Volte Duas Casas. Me falem sobre suas primeiras impressões! 💜

TT: @ namjowl
IG: baobei.zi

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