A última noite

By julhakjkk

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Para Scarllet, sua vida deveria ser seguida à risca, com muitas expectativas a cumprir. Ao crescer cercada po... More

capítulo 1
capítulo 2
capítulo 3
capítulo 4
capítulo 5
capítulo 6
capítulo 7
capítulo 8
capítulo 9
capítulo 10
capítulo 11
capítulo 12
capítulo 13
personagens <3
capítulo 14
capítulo 15
capítulo 16
capítulo 17
capítulo 18
capítulo 19
capítulo 20
capítulo 21
capítulo 22
capítulo 23
capitulo 24
capítulo 25
capítulo 26
capítulo 27
capítulo 28
capítulo 29
capítulo 30
capítulo 31
capítulo 32
capítulo 33
capítulo 34
capítulo 36
capítulo 37
capítulo 38
capitulo 39
capítulo 40
capítulo 41
capítulo 42
capítulo 43
capítulo 44
capítulo 45
capítulo 46
capítulo 47
capítulo 48
capítulo 49
capítulo 50
capítulo 51
capítulo 52
capítulo 53
capítulo 54
capítulo 55
capitulo 56
capítulo 57
capítulo 58
capítulo 59
capítulo 60
capítulo 61 "what is a monster?"
capítulo 62 "truths"
capítulo 63 "incendiar"
capítulo 64 "após o incêndio."
capítulo 65 "personificação"

capítulo 35

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By julhakjkk

Nossos corpos estavam grudados. Nesse momento, eu não me importo de estar exposta para ele. Era bom poder sentí-lo tão perto. E Thomas beijava meu pescoço. Eu sinto arrepios.

— Deixe- me te dar prazer também, pêssego. — Thomas deu- me um tapa da bunda.

Minhas bochechas esquentam. Era estranho ver que já chegamos a esse ponto, tão rápido.

— Não, acho melhor não. — não era isso que queria dizer.

— Por que? — franziu a testa.

— Porque não.

— Certo. — diz ele.

— Outro dia?

— Está tentando me enrolar?

Odeio quando Thomas percebe que tudo que tento, é ganhar tempo. Ele sempre lança o que vê, antes que eu possa pensar em algo convincente. 

— Está tão na cara, assim?

Ele tira os cabelos da testa, como se estivesse incomodado.

— Ah, não. Se você não tivesse assumido, eu nem ia perceber. — mentiu.

Eu fiquei receosa com o que ele disse. Thomas falou tão bem, que me perguntei se estava sendo irônico ou não. Mesmo sabendo que estava.

— É só que, eu já fui além dos limites hoje. Se fizer mais alguma coisa, já será o bastante para enlouquecer com o peso da culpa.

— Você não fez nada de errado.

— Eu fiz...

— Não, não fez. E que se foda. Está arrependida?

Pra ser sincera, respondendo a pergunta para mim, não me arrependo do que fiz. Faria de novo, se possível. Faria isso muitas vezes. Não pensaria duas vezes. A única coisa que me arrependo, é de saber que quebrei a confiança dos meus pais.

Mas agora me lembrei, que não se pode dar fim a algo que nunca existiu.

— Não, não estou. — as minhas mãos tocaram o peito de Thomas e como resposta, ele sorriu para mim.

— Mas isso não significa que eu não possa te beijar. — Thomas encarou freneticamente os meus seios. Tive vontade de dizer a ele para que parasse. Eu estava ficando envergonhada. Mas deixei que fizesse isso.

E de vez em quando, eu também olhava para a intimidade dele. Tentava disfarçar, mas eu sabia que Thomas percebia. Ele parecia torcer para que eu continuasse.

— É claro que não pode. Se os meus pais descobrirem, você é um homem morto! — brinquei para ele, mas a forma como Thomas reagiu, foi estranha.

Primeiro, ele tocou a nuca e a gesticulou. Inclinou o olhar para o chão e depois olhou para mim. Thomas me encarou como se eu tivesse dito algo muito errado. Os olhos deles estavam frios, mas foi impressionante como ele mudou isso, antes que eu pudesse ter tempo para perguntar se estava tudo bem.

—É claro, pêssego. — as sobrancelhas ergueram- se ele sorriu. Mas não estava sorrindo verdadeiramente. — Espero continuar vivo para poder vestir meu melhor terno e ir na porta dos seus pais. Talvez assim eles deixem você se casar comigo. — surpreendentemente, o humor dele mudou. Agora sua expressão é de diversão.

— Casar? — perguntei. — E o qual argumento você usaria?

— Ah, tenho muitos!

— Espero que não se importe de levar um "não"! — brinquei de volta.

— E o que te faz achar que eu levaria um não? Posso ser bom o suficiente para convencê- los. E se caso isso acontecesse, acho que teria que roubar você deles.

Era legal falar disso com ele. Até porque, é a primeira vez que o vejo sendo engraçado.

— Acho que eles nunca deixariam você fazer isso. — rebati. Encerei o chuveiro, sentindo as gostas baterem em meu rosto.

— Eu vou me casar com você de qualquer forma mesmo. — algo que me dizia que ele estava falando sério, perpassou o rosto dele. Ele não estava brincando. Thomas pareceu se lembrar de algo muito grave.

— Boa sorte, senhor Collin. — me esforcei para retornar ao ar de brincadeira que estávamos a pouco tempo. É claro que eu tentei ignorar as mudanças de humor dele.

— Não preciso. Tudo que tenho que dizer, é que a filha deles está caidinha por mim e que vamos fazer muitos bebês.

Uma onde de vergonha me invade. Thomas não tem medo de dizer o que pensa e isso me deixa sem reação.

— Calma, eu estou brincando. Retiro a parte dos bebês, não sou a fim de ter filhos.

— Eu não disse nada. — falei.

— Mas pensou. — alegou com total certeza.

— Você está lendo os meus pensamentos? — o bom humor dele não havia voltado. Ele estava apenas fingindo. Então eu o abracei, como se assim, pudesse encontrar respostas.

— Não é muito difícil saber o que pensa. — os braços deles moveram- se ao redor da minha cintura, apertando- me contra o seu peito.

— E no que você pensa? — encostei a cabeça e ouço o seu coração bater.

— Em muitas coisas. — Thomas ciciou.

— Posso saber algumas delas? — disse com cuidado, para não soar invasiva.

— Não.

Eu não queria bancar a idiota que faz perguntas demais. Até porque, me lembro do que ele disse para mim uma vez. "Odeio responder questionários frequentes." E no final, sempre chegamos a um ponto que nunca quero chegar. Sendo assim, eu prefiro ficar calada.

— Está bem.

— Não é nada com você, eu garanto.

— É com o quê? — após falar, só pode me dar conta depois, que fiz uma outra pergunta. Droga.

— Nada.

— Você disse que pensava em mim o tempo todo. — brinquei, mas não demorou para que eu me sentisse uma perfeita idiota por ter dito isso. Agora estou com vergonha e também arrependida.

— E penso. Tenho que pensar, mesmo que não queira.

Cada vez que ele responde as minhas perguntas vagamente, eu percebo que não tenho excelência alguma para entender. Thomas fala como se pensar em mim, fosse uma obrigação.

— Sinto muito por ter que pensar em mim. — sorri para ele.

— Eu não disse que não gosto. — Thomas estava prestes a roubar um beijo, mas desviei.

Um sorriso cheio de resistência ressurgiu em meu rosto. Esforcei- me para não rir da cara dele e dos seus olhos arregalados ao ver que eu havia negado um beijo. Ele agiu como se fosse a primeira vez que alguém tivesse resistido. E talvez, seja mesmo.

— Precisamos tomar banho. — lembrei.

— Ótimo, então já pode começar a tirar a roupa. — Thomas virou a cabeça para examinar a minha calcinha.

— Não vou tirar a roupa.

— Fala sério. É só uma maldita calcinha. O que tem de mais? Você já viu o meu pau e eu já vi os seus peitos.

Revirei os olhos para ele e o afastei. Já fomos além do esperado por hoje. Pelo menos não havíamos transado. E eu quero preservar isso.

— Pode ir para o outro chuveiro? — cruzei os braços, cobrindo os seios.

— Sério Milles?

— Sério.

— Isso que você está fazendo comigo é pura babaquice. — resmungou aparentemente revoltado.

— Thomas! — repreendi e ele foi para o outro box com a cara fechada.

— Vou fazer você implorar pra eu arrancar essa sua calcinha. — ouvi a voz dele vindo do outro box.

Ignorei e dei início ao meu banho. Meu cabelo estava limpo e penteado, e isso era bom, porque assim não acabaria em um estrago. O máximo que fiz, foi atravessar os dedos pelos fios que se encontravam com pequenos nós. E depois de algum tempo, eu vi o relance de Thomas em direção a porta. Ele não olhou para mim. Mas pouco tempo depois, Thomas abriu a porta. Ele cobriu os olhos com as mãos e deixou uma camisa sobre a pia.

Quando terminei, estiquei a camisa para o ar. Ela era grande o batente para cobrir todo o meu corpo. Em seguida, eu vesti a camisa. Assim como pensei, ela serviu perfeitamente. Um pouco demais. Chegava até a altura das coxas. Parecia mais um vestido.

Eu tive que conter- me quando entrei no quarto e vi Thomas em frente ao grande espelho. Ele estava abotoando o paletó do terno. Eu me sentei na cama, e o assisti. Ele fazia isso com toda sutileza e agilidade. Como se já estivesse acostumado a fazer. Depois colocou um relógio no pulso e me encarou. Ele sabia que eu já estava o observando, mas eu desviei o olhar mesmo assim.

Fico pensando no que irá fazer. É notável em quanto ele ficava mais encantador, quando usa terno. Sem contar, que ele assume toda a excelência de um homem importante. De um homem, ocupado.

— O que foi Milles? — perguntou como se estivesse mesmo interessado na resposta.

— Nada.

Thomas encarou as horas, no relógio em seu pulso. Ajeitou os cabelos, os penteando para trás. Era incontestável que ele se encontrava impecável. Sempre achei exagero da parte das garotas da escola, por babarem por ele. Mas agora, eu estou tão perdida, quanto elas. 

Quando finalmente pareceu estar pronto, borrifou perfume no pescoço. O aroma correu por todo o quarto. Eu não precisava estar perto dele, para sentir.

— Você se importa se ficar sozinha por um tempo, pêssego? — checou de novo, as horas.

— Não.

Se aquela conversa com Lucas for verdade, então sei o que Thomas está indo fazer. Ele está indo ver o pai. Eu não entendo, a razão pela qual precisa se vestir assim.

— Vai demorar? — ele aproximou- se e ficou de joelhos sobre o meu corpo.

— Não sei. Provavelmente. — foi o que ele respondeu. Ele parecia estar sendo sincero. — Nunca mais me negue um beijo. — cravou os olhos em mim.

Eu estava procurando palavras, mas ele grudou nossos lábios. A boca dele, carregava aquele frescor forte de menta. Em meio a isso, roubei a bala de menta da boca dele e ele sorriu.

— Até mais, amor.  — Thomas voltou para o chão e caminhou até a porta. — Boa noite. — disse e saiu.

Fiquei rolando na cama por um tempo, antes de pegar no sono.

THOMAS:

Odeio ser um maldito escravo. Uma maldita marionete nas mãos deles. Dizem que o sangue que carrego, vale mais do que qualquer um do resto da família, dizem que sou especial, mas não estão agindo de acordo com o que pregam.

Scarllet está me desviando do foco. Seria uma maldita mentira, se alegasse que ela me deixa eletrizado pra caralho. E isso é patético.

Quando saí do edifício, a BMW estava lá, estacionada. Entrei e Brian também já estava lá. Ascendi um cigarro e esperei que o carro partisse.

— Belo terno. — implicou.

— Belo terno. — repeti para ele.

— Uma pena que isso não irá esconder seus hematomas. 

— Desencana.  — soltei a fumaça.

— Lucas me disse que Scarllet estava com você. Muita burrice da sua parte trazê- la.

— Ela está dormindo. Provavelmente.

— Isso não irá impedi- la de ver. — ele lembrou.

Algo triste, perpassa o seu rosto. Eu sei que no fundo, ele se importa. E está prestes a disparar o falatório sem fim. 

— Você acha que eu gosto de te ver assim?! Porra Thomy. Você é meu melhor amigo. Eu não posso interferir entre você e o seu pai. — ele diz finalmente. — Então, não acha que está na hora de parar de bancar o filhinho rebelde?! Você já tem dezessete anos. 

— Eu não sou idiota.

— Às vezes, você age como um. — Brian encarou. — Imagina a cara da Scarllet, quando ver você. Já não foi humilhante demais pra você, ter aparecido bêbado na porta do quarto dela, e daquele jeito?!

Fiquei em silencio enquanto fumava. O destino, não era tão longe. E nós estávamos mais do que perto.

— Já me ferrei tanto por você, seu filho da puta. Se não sabe, eu devo a vida ao seu pai. — continuou ele.

— Você deve a vida a ele, não eu. — disse desinteressado.

— Você também deve.

— Não devo. Em nenhum momento, me perguntaram se eu queria nascer. 

— Vai conseguir ou não?!

Ele estava tão ansioso quanto meu pai. Não há um maldito dia que Brian não me pergunte isso. Eu estou aguentando isso por nós dois. Uma vez, que meu pai também deu um jeito de enfiar Brian nessa. E tudo que estou fazendo, é por nós dois. Ele não escolheu ser um voluntário. E essa merda toda, não é justa. Não com ele.

— Obviamente. 

— Já deveria ter dado um fim a isso. — Brian disse com a respiração apertada. Ele sempre fica assim, quando está com raiva. — Está apaixonado por ela? Por isso está tão distraído? Fala sério.

— Não estou apaixonado.

— Amor é uma fraqueza. Você cresceu ouvindo isso! Mas que droga, cara. — Brian virou- se para mim. — Mulher nasceram para serem usadas. Você só fode elas, e depois vai embora. — recitou uma das frases do meu pai.

— Está aprendendo bem.

— Estou aprendendo melhor do que você. Aí Thomy, esqueça ela e faça o que tem que fazer.

— Já disse, eu não sou idiota. Se vão continuar me manipulando, eu vou continuar manipulando a situação. As coisas funcionam como eu quero. 

Mencionar o meu poder nisso, era a forma mais fácil de chegar ao silêncio. Brian sabe disso. E eu sei que ele odeia ouvir, porque não concorda com nada que digo. 

Ele não disse mais nada. Quando saímos do carro, minha mãe veio até nós. É claro que tinha que vir atrás de mim. Depois dos abraços e beijos, ela começou a tocar o meu rosto, como se nele houvesse algo.

— Você esteve bebendo água e comendo direito? — é claro que chegaria a essas perguntas idiotas.

Depois de algum tempo, respondendo as euas dezenas de perguntas, ela foi buscar vinho.

— A sua mãe vai continuar nessa até quando? Na boa, ela te trata como uma criança. — Brian fez piada.

— Talvez devesse ter mais um filho. — respondi.

— Ou um novo marido. Não dá pra negar Thomy. Se o seu pai não tivesse visto a sua mãe primeiro... Mas quem sabe um dia, seu merdinha, você possa me chamar de pai. — ele deu risada. — Será se há uma possibilidade dos seus pais se divorciarem? Estou torcendo por isso.

— Brian, cresça! Não fale isso na frente do senhor Collin nem brincando. — a voz atrás de nós falou. Logo reconheci a voz da mãe dele.

— Ah, qual é. Até parece que a mãe do Thomas me daria uma chance. Ou vocês acham que eu teria? — abraçou a mãe.

— Vai se ferrar. Já disse pra você esquecer esse lance de querer pegar a minha mãe, seu inútil. — troquei as palavras que iria realmente usar, para que a mãe dele não levasse a sério.

— Alice é uma mulher casada. Se quer uma namorada, procure uma da sua idade! — a mãe dele advertiu.

— Mas eu quero ela... — agiu como uma maldita criança.

Quando minha mãe chegou, Brian havia saído com a mãe dele. Ela me ofereceu vinho, enquanto bebia o da sua taça. Eu sabia que ela só estava aqui, para fazer com que as coisas não ficassem tão tensas. Mas isso é bom, de alguma forma. Assim, eu poderia arrancar dela o que estava fazendo a minha cabeça latejar por muitos dias.

— O seu pai quer ver você. — as mãos cuidadosas dela, ajeitaram o meu terno. Não hesitei em demonstrar meu incômodo quando ela tocou meu cabelo.

— Eu sei.

— Você se parece muito com o seu pai. — limpou a sujeira inexistente do meu rosto.

— Não me pareço com o meu pai. — resmungo tirando suas mãos do meu rosto.

— A arrogância e prepotência é a mesma. — repreendeu e voltou a atravessar os dedos em meu cabelo. — Como diz não se parecer com o seu pai, se nem pentear o cabelo, você sabe. — eu tentei resistir aos seus toques. — Pronto. Agora o que vejo, é um lindo homem. — finalmente terminou o que fazia.

Minha mãe sempre fez questão de me deixar impecável. Ela odeia desleixo. Até mesmo o jeito que anda, implica isso. Ela me guiou até a ala de bebidas, com a mão ao redor dos meus braço. Ingeriu o vinho da sua taça formalmente.

— Você não bebeu o vinho que dei você.

— Não estou aqui para tomar vinho.

— O seu pai irá vir aqui... Prometa que não irá agir como da última vez. — ela ergueu os olhos para mim, preocupada.

— Por que eu faria isso?

— Porque vocês dois são iguais. E isso é o que me preocupa.

— É mesmo?

— Por favor, Thomas...

— Sabe, eu estava lendo um livro e, encontrei uma nome muito curioso. — ignorei seu pedido em súplica. Não estou a fim de aguentar seus dramas.

— Nome?

— Isso. — eu respondi para ela. — Se não me engano, se chama... quarto preto.

Já carregava isso há muito tempo. Eu já estava ciente que eles não me contavam tudo. E a reação da minha mãe, confirmou a minha tese. Ela arregalou os olhos, mas logo tentou se recompor.  Agiu como se aquela palavra não a tivesse afetado.

— Esqueça isso, querido. — ela estava inquieta. Pude ver isso, através da respiração. E quando a encarei nos olhos, sério, vi a sombra do desespero.

Sabia que ela não iria me contar. Mesmo que eu insistisse. Então teria que arrancar isso dela. Eu só precisava manipular ela, sem que ela perceba.

— Mas eu não entendo, mãe.

— Onde viu isso?

— Na biblioteca. — afirmei com total certeza, mas estava mentindo. 

— Bom, você pode procurar pelo livro e descobrir por si só.

Era muito fácil. As únicas dúvidas que eu ainda obtinha, acabaram de ser eliminadas. Em questão de pouco tempo, o tal livro nem estará mais na biblioteca.

— Eu tinha sete anos, quando viajei para a Itália.

— Você não viajou para Itália, Thomas. Quantas vezes tenho que dizer que aquilo foi apenas um sonho?!

Estávamos na Itália, há três dias. Quando chegava à noite, mamãe nunca deixava que saíssemos. Nenhum de nós entendia. Eu, Brian e Brandon, estávamos entediados. Então mamãe orientou, que explotássemos a mansão. Ela disse que seria divertido. De fato, era.

Estávamos no jardim. Estava escuro e então vimos que um carro parou em frente ao portão. Os seguranças, interrogaram os homens de preto, antes que os desse permissão para entrar. Era assim, o tempo todo. 

Nós três, ficamos enfiados na folhas dos arbustos. Aquela era a brincadeira, de esconder- se, até que os adultos ficassem preocupados, e nos procurassem. É claro que ficamos observando, cada um dos passos daqueles homens. Um deles, saiu do carro. E depois, em seguida, todos. Ninguém ali nunca os tinha visto. Eles não trabalhavam para o meu pai.

Nós três nos assustamos, quando um deles, tirou uma faca de dentro do terno. Ele degolou um dos seguranças em silêncio. Brandon estava prestes a gritar, mas Brian cobriu a boca dele. E então, pegaram todos os seguranças da portaria. Sangue jorrou por todo lugar. Eles faziam isso, sem dificuldade alguma. Nós três, estamos assustados, mas ninguém teve coragem para sair de dentro dos arbustos.

Foi rápido e silencioso. Os homens de terno, foram para fora. Nesse momento, aproveitamos para correr para dentro da mansão. Quando entramos, batermos de frente com mamãe e os outros empregados. Mamãe estava furiosa e a senhorita Anastácia, mãe de Brandon e Brian, também.

"Procurei vocês por toda a casa! Onde estavam?!" ela interrogou bruscamente.

"Mamãe, os seguranças estão mortos." eu disse a ele, mas ela não pareceu se importar. Não acreditou em mim.

"Você vai tomar banho e chega de brincadeiras."cruzou os braços.

"É verdade. Nós vimos. Os homens de preto, mataram todos eles! Com facas." Brian falou.

Brandon deveria nos ajudar, mas ele está pálido e permanece em silêncio. Com os olhos arregalados.

"Sinto muito por isso, senhora. Brian está na fase de contar mentiras.". a mãe deles os puxou para a diração das escadas.

"Não é só ele." mamãe me repreendeu com um olhar.

Ouvimos a porta sendo batida. Com tamanha brutalidade, que fez com que todos nós nos assuntássemos. Um corpo de um homem, completamente nu, foi arremessado pela janela. Ao ver, mamãe cobriu meus olhos, e os seguranças, que estavam ao redor da casa, e que estavam também, na sala e presenciaram, correram para o centro da sala, sacando armas. Eles apontaram armas para o ar, analisando. Agora tudo está silencioso. Mamãe não deixa eu que possa me mexer.

Três seguranças, aproximaram- se do corpo do homem. Abaixaram- se, e estudaram. Eu via tudo pelo canto dos olhos.

"Senhora, tem algo escrito no peito deste homem."
um deles disse a mamãe.

Mamãe estava aflita. Ela não conseguia respirar, e apartava- me contra o seu corpo, cada vez mais.

"Estão aqui! Vieram atrás do Thomas." o outro falou e ela entrou em desespero, enquanto me olhava.

"Avise meu marido"

"Saia daqui."

Ela me pegou no colo, e subiu as escadas. Cinco seguranças nos acompanharam. Eu vi a fisionomia de um homem atravessando a porta. Ele gritou o nome da minha mãe, mas ela prosseguiu correndo para a direção do quarto. E nos trancou lá, junto com a senhorita Anastácia, Brandon e Brian.

Mamãe foi para a cama, e deitou- se comigo. Me colocando em seu colo.

"Durma querido. Isso é só um sonho." abraçou meu corpo, e cantou a música que sempre cantava para eu dormir. Mamãe tem uma voz calma e serena. Eu sempre dormia em seu colo.

Eu adormeci, enquanto escutava o tiroteio. Vidro sendo dissipados, gritos, armas sendo carregadas. Mas ela continuou a cantar. A última coisa que vi, antes de dormir por completo, foi o rosto pálido da senhorita Anastácia, enquanto segurava meus dois irmãos.

Quando acordei, mamãe e eu, estávamos saindo de dentro de um carro. Eu ainda estava no colo dela, sentindo os olhos pesarem. Foi então, que percebi que estamos entrando em um avião.

"O seu marido foi informado, senhora." a mulher de preto disse, mantendo reverência a minha mãe.

Mamãe sentou- se no banco, e encarou a janela. A mulher que nos recebeu, também sentou- se, próximo a nós.

"O Thomas não é o único que está sendo procurado."

"Dane- se. A única coisa que quero, é tirar o meu filho desse país. Ele nunca deveria ter pisado os pés aqui." mamãe retrucou. 

"Khai não previu isso."

"Que ela esteja ardendo no inferno. Tudo isso é culpa dela. O meu filho corre risco por causa disso."

"Não só ele." interveio. "Nenhuma das outras famílias irão desistir. Não irão desistir dos dois. O sangue deles vale muito. Principalmente por conta do que Khai decretou..."

"Delatores." mamãe resmungou e olhou para mim. "Você deveria estar dormindo." ela disse para mim.

"Não estou com sono.".

"Isso é só um sonho. Feche os olhos, e logo irá dormir."

"Não é um sonho." eu a lembrei. 

"É claro que é, querido."

"Eu estou acordado."

"Porque está tendo um sonho lúcido." tocou a ponta do meu nariz.

"O que é um sonho lúcido?" perguntei com a voz de sono.

"É quando você está sonhando, e tem consciência disso. Tudo que está vendo agora, faz parte do seu sonho. Pra acordar, você tem voltar a dormir e quando abrir os olhos, estaremos em casa."

Eu a encarei e virei a cabeça para olhar meus irmãos. Eles estavam dormindo. Mal se mexiam.

"Feche os olhos." mamãe disse mais uma vez e eu obedeci.

Encarei os olhos assombrosos da minha mãe. Quanto mais tentava esconder, mas aquilo vinha à tona.

— Eu me lembro de tudo.  — falei para ela e mais uma vez, reagiu mal a isso. 

— E por qual motivo Brian e Brandon não se lembram? — quando usou isso, achou ser um bom argumento para me contrariar. 

— A memória deles, é péssima. E vocês cometeram o erro de não terem me sedado ou dado remédios para sono, assim como fizeram com os dois.

— Esqueça isso, filho. Não passa de uma fantasia que a sua cabeça criou.

— Eu não me lembro muito bem. Mas por causa disso, tenho uma boa reposta para saber o significado de "quarto preto".

— Você está enganado! — minha mãe me lançou um olhar severo.

— Você trepou com um assassino, Alice? — confrontei ela calmamente. — Trepou com ele, mesmo sabendo da pessoa que ele era? Isso não é muito racional.

— Eu sou sua mãe. No que está pensando?

— Por quanto tempo pensaram que podiam esconder? — minha mãe ficou perplexa. Ela endureceu como uma estátua. Embora ela tentasse esconder, eu senti a tensão.

— Pare de falar tantas besteiras. — procurou desesperadamente, algo para beber na mesa. — Não estamos escondendo nada de você.

— Sabe qual o seu problema, Alice? Você é desprezível. Assim como o seu marido.

— Filho?

— Não sou idiota. E se quer saber, mamãe, eu não tenho medo de tirar a vida de ninguém. Posso ser bom nisso. E quem tentar brincar com a minha cabeça, irá conhecer o inferno. — não tive o trabalho de conter minhas emoções. Ela nunca me viu assim, até porque, eu sempre me controlei. Mas agora, ela está assustada. Com os olhos arregalados, ela só foi capaz concentrar- se na taça vazia que estava sobre a mesa.

— Não estou reconhecendo você. — grudou as mãos nas laterais da mesa.

— Como você disse, Alice, eu sou igual ao seu marido. Até porque, tenho o sangue sujo dele corrompendo minhas veias.

— Eu nunca apoiei nenhuma das atitudes do seu pai...— ressaltou sem olhar para mim.

— Eu não ligo.

Eu a encarei firme. Não demonstrei o que sentia ou que pensava. Não é o tipo de coisa que costuma fazer, mas sempre costumei fingir. Eu vejo que ela está quase chorando, mas não me importo.

— Seja diferente dele.

— Não. E se quer saber, serei tão pior quanto ele.

Brian e Anastácia, que estavam atrás das colunas, apenas ouvindo a conversa, tomaram a iniciativa de vir até nós. Eu sabia que estavam nos ouvindo e observando, mas não cogitei a possibilidade de quererem interferir.

— Aí seu merdinha, fale direito com a sua mãe. — Brian disse. — Está merecendo uma boa surra.

— Thomas querido, está tudo bem com você? — Anastácia perguntou.

— Está tudo bem.— eu saí sem me dar o trabalho de olhar para trás. Puxei o cigarro do bolso, ascendi e coloquei na boca. — Quero Vodka.

Estou me sentindo estanho. E isso é patético pra caralho. Tudo que estou recebendo agora, é a bajulação. Eles dizem que sou especial, e por isso, me tratam como o próximo Deus. Eles não se importam se eu minto ou não, porque gostam de ser enganados. Eu caminhei até a ala de reunião, onde estava sentando, junto a muitos outros, o homem, que a maioria encarava com respeito, terror e medo.

Antes que eu pudesse entrar, a esposa do primeiro ministro, lançou um aviso no olhar. Há muito tempo eu não fodo essa puta do caralho. Eu costumava comer ela, quando estava entediado. O que fazíamos, era discreto e silencioso. E pelo seu olhar, está exigindo que sua presença seja notada. Gosto de olhar para ela, porque me lembro da nossa última foda.

"A questão, é... deixaria o idiota do seu marido por mim?" não me movi, apenas a permaneci em pé, com os olhos grudados em seu corpo nu. Observando cada centímetro, enquanto ela permanecia de joelhos.

"Sim."

"Iria pedir o divórcio, por mim?"

"Sim."

"Você quer isso?" ela subiu em cima de mim.

"Eu quero."

"Então diga."

"Eu quero. Por favor, Thomas." disse enquanto pulava em meu pau.

"Muito bem."

Mas agora, quero apagar a memória, de que transei com a mãe de Lian. Muitas vezes.

— Olá Thomas. — ela disse. — Precisamos conversar. — as unhas delas correram pelo pescoço, descendo até o decote do vestido. Eu sei que ela gosta totalmente mim.

——————

dessa vez não me atrasei💋

eu sei que os capítulos estão meio chatinhos nos últimos dias, mas eu juro que vai ficar mais legalzinho de novo. n abandonem minha fic só por isso!😭😭

beijinho na testa. desculpa pela demora kkk. amo vcs❤️❤️❤️❤️

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