O Cowboy, a Viúva e o Bebê

By FerJMelo0

556K 57.6K 3.5K

Um cowboy bruto, mas com o coração protetor. Uma viúva e um bebezinho precisando ser salvas. Ellen perdeu o m... More

Notícias
Personagens
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Epílogo

Capítulo 11

17.8K 1.9K 140
By FerJMelo0

Ellen

Passar uma noite na companhia de Diogo havia sido maravilhoso. A companhia dele era agradável e me deixava leve, espontânea.

Eu não me sentia daquele jeito nem mesmo com Otávio.

Mas já fazia dois dias que eu não o via. E mesmo assim, meus olhos sempre me traíam, direcionando-se para a porteira, em uma esperança tola de encontrá-lo ali.

— Bom dia, menina.

Sr. Arnaldo cumprimentou assim que adentrou o quintal, com sua enxada nas costas como de costume.

— Bom dia, Arnaldo. Como o senhor está? — A cada dia que passava, eu me apegava mais aquele senhor tão simpático e que me ajudava tanto.

— Levando a vida. O Pedro está bem?

O carinho que ele tinha por meu filho, fazia com que eu gostasse ainda mais dele. Toda e qualquer pessoa que tratasse meu filho bem, já tinha um lugar garantido no meu coração.

— Dormindo ainda.

— Bom. Vou ver como está a Jurema. Aquela vaca deve criar hoje ainda.

Jurema era uma das vacas da propriedade que estava prenha, quase ganhando o bezerrinho. Seria o primeiro filhote desde que me mudei para aquele lugar, e eu estava muito empolgada.

Quando Sr. Arnaldo descia para a mangueira, onde estava a vaca, entrei na casa para passar um café para nós. Quando estava pronto, preparei duas xícaras e desci para encontrá-lo.

— Seu Arnaldo, preparei um café para a gente. Como andam os trabalhos com Jurema? — comecei a falar antes mesmo de entrar no lugar.

Quando me aproximei mais da mangueira, consegui ouvir duas vozes, provavelmente alguém havia se juntado com Arnaldo enquanto eu estava fora.

A segunda voz, antes mesmo que eu pudesse distinguir quem era, fez o meu coração parar por breves segundos. Aquela efêmera bombeada irregular em um órgão que a tanto eu não sentia reviver em meu peito. Parei de caminhar, sentindo meus pés pararem no meio do caminho.

— Ela é uma mulher maravilhosa — era a voz de Arnaldo.

— Eu sei que é. — Diogo concordou.

Eu não queria me intrometer na conversa deles. Mas fiquei curiosa para saber de quem falava. Um pedacinho dentro de mim, torcia para que fosse sobre mim.

— E ela é muito batalhadora. Criar um filho sozinha. E olha o que ela está fazendo com esse lugar. Nem parece o mesmo de um mês atrás.

— Eu admiro Ellen cada dia mais, Sr. Arnaldo — a voz de Diogo estava carregada de um sentimento que eu não conseguia distinguir.

Era sobre mim que eles falavam, então... Um sorriso bobo fez meus lábios se contorcerem. Mas era errado ouvir conversas alheias, então aprumei minha postura e comecei a caminhar em direção a eles enquanto voltava a falar.

— Hora do café quentinho.

Quando entrei no lugar, os dois se viraram para mim. E inevitavelmente, meus olhos recaíram em Diogo.

Ele usava uma camisa de flanela, uma calça jeans desbotada, nos pés uma bota e o chapéu sobre a cabeça.

Quando levantei meus olhos para ele, vi que também me analisava dos pés à cabeça.

— Oi... Não sabia que estava ai. — Estendi minha mão para cumprimentá-lo.

— Vim ajudar no parto da Jurema. Arnaldo me disse que ela estava prestes a ter o bezerro.

Só então que me lembrei do senhor que estava no mesmo ambiente.

— Eu trouxe café. — Estendi uma das xícaras para Arnaldo e a que seria minha, para Diogo. — Muito obrigada por vir ajudar. Eu não teria muita noção do que fazer.

— Ás vezes nem vamos precisar fazer nada, apenas supervisionar. Mas é sempre bom ficarmos atentos quando possível.

Concordei com a cabeça e me virei para Arnaldo, que nos observava com uma expressão desconfiada nos olhos. Não era julgamento, mas sim a cara de quem sabia do que estava por vir.

Dei um passo à frente, e subi em uma das tábuas da cerca, observando a vaca que caminhava de um lado ao outro, parecendo inquieta.

— Ela parece estar sofrendo — minha voz saiu baixa, eu falava mais comigo mesma, do que esperando uma resposta.

— É o preço que se paga para gerar uma vida. É doloroso para ela, mas quando seu filhote está no seu pé, ela não se lembra de mais nada, a não ser de limpá-lo.

Diogo se colocou ao meu lado na cerca de madeira, apoiando um dos pés e os cotovelos nas tábuas.

— É fascinante.

— É sim.

Quando me virei para ele, Diogo me observava. Era como se falasse sobre mim. Seus olhos fixos nos meus, como se transpassasse uma energia por eles. Era enigmático, e intenso.

— Bom... eu... — Comecei a alisar minha roupa, sem saber o que fazer com as mãos. — Acho que vou preparar algo para... Bom, vou indo.

Meu Deus, o que estava acontecendo comigo? Eu não sabia o que falar, ou o que fazer com as mãos. Estava parecendo uma adolescente perto de um homem bonito.

Respirei fundo, tentando me recompor.

— Vou preparar algo para comermos. — Finalmente consegui organizar meus pensamentos e desci da cerca.

Mas aparentemente meu corpo não tinha se recuperado como minha mente, e minhas pernas falharam para trás, fazendo com que eu pisasse em algo mole e escorregadio. Provavelmente seria um tombo doloroso se braços fortes não tivessem me segurado a tempo.

Diogo me puxou pelos braços, não deixando que eu fosse para o chão, e em seguida encaixou uma das mãos na minha cintura, firmando-me mais perto de si.

Levei minha mão ao seu peito, sentindo pela primeira vez os músculos por baixo de sua camisa. E novamente nossos olhos se encontraram. Era estranho me prender tanto apenas por um olhar, mas Diogo tinha algo diferente na forma como me encarava, como se dirigia a mim. Eu conseguia me ver através de suas íris castanhas, e me enxergava uma mulher diferente daquela que via no espelho.

Notei quando seus olhos recaíram sobre minha boca, parando por alguns segundos nela, e quando mordeu o lábio inferior. Minha respiração ficou mais pesada, descontrolada.

Sentia que seria beijada a qualquer momento, mas um pigarrear me tirou dos meus devaneios, trazendo-me para o momento presente novamente.

— É... Obrigada por me segurar.

Diogo apenas concordou com a cabeça e me soltou. Quando me virei de costas para ele, vi Arnaldo mexendo em uma caixinha de medicamentos, como se não quisesse nada.

Subi para a casa e fui direto ver Pedro. Meu coração ainda martelava no meu peito, sem conseguir entender o que estava acontecendo com o meu corpo.

Passei um tempo com ele, vendo-o dormir. Era tão perfeito. E até aquele momento, a única pessoa que fazia meu coração disparar daquele jeito era meu filho.

Ele disse com uma voz tão mansa, calma, e doce, que se fosse outra pessoa, se fosse Otávio, eu estaria assustada. Para falar a verdade, meu falecido marido nunca se dignaria a pegar um rodo na mão para me ajudar.

Com outro sorriso, voltei ao serviço.

Quando terminamos, nos sentamos na varanda, nos mesmos lugares onde havíamos passado a noite conversando.

— Nossa, que confusão. — Soltei meu peso, deixando-o relaxar sobre a cadeira.

— Que diversão. — Olhei para Diogo e ele tinha um sorriso no rosto.

Instantaneamente, meus lábios tomaram vida, abrindo um sorriso para ele também.

Mas antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, Sr. Arnaldo começou a nos chamar.

— Está nascendo, venham.

Ainda trocando olhares com Diogo, seu sorriso se iluminou de um jeito diferente de quando olhava para mim.

— Vamos?

Colocando-se de pé, ele me estendeu a mão e me esperou.

E assim presenciei uma das cenas mais agoniantes e lindas, o nascimento do meu primeiro bezerro naquele lugar.

Eu me sentia mais feliz do que nunca.

Continue Reading

You'll Also Like

2.8K 148 10
+16 | "Tudo significa nada se eu não tenho você" giveon - if i ain't got you Por Havanna
3.4M 271K 59
JÁ DISPONÍVEL NA AMAZON! Não recomendado para menores de 18 anos! ... Para Victor Hugo, desde a morte de sua esposa, o mundo é um lugar sombrio. E ju...
580K 46.4K 39
♡CONCLUÍDA♡ "_Sabe, você é tão insuportável que chega a dar enjoô. -Digo enquanto abro meu livro favorito. _Sabe, você é tão atraente que chega a irr...
60.7K 4.4K 47
Ruby Milburn Uma mulher que teve sua adolescência marcada por um grande trauma. Trauma esse que a persegue até a sua vida adulta e que a impede de fa...