Já era segunda, queria me enfiar num buraco só para não ter que ir a escola,
Ainda não conseguia tirar a expressão de choro de lucas dá mente, conseguia visualiza-la perfeitamente, o desespero em sua voz, a inquietude de seus olhos a procura de qualquer resquício de medo em mim, mas a única coisa que eu sentia era pena e uma profunda tristeza, estava tudo tão fresco na minha mente, só de imaginar vê-lo naquele estado novamente partia meu coração
Meu garotinho estava perdido na escuridão e eu fui sua guia, o trazendo para a luz
Mas não sou nenhuma salvadora, não sou digna de ser chamada assim
Passei um bom tempo tentando achar respostas para minhas perguntas nas entre linhas de nossa conversa,
Analisei cada frase a procura de algo que fosse útil e cheguei a conclusão que lucas está a procura de respostas assim como eu
Confio nele e sei que quando ele achar as respostas que procura e tiver pronto, ele não hesitara em me contar
Depois que ele acordou apenas conversamos sobre coisas aleatórias e até consegui o fazer gargalhar, ele parecia estar feliz por eu não o ter pressionado para conseguir sanar minhas dúvidas, irei esperar que ele venha até mim e me conte
O clima estava leve entre a gente, parecia até que aquele dia nunca havia acontecido e ele agia como se não tivesse de fato acontecido
Recebo uma leve cotovelada e saio dos meus pensamentos
Estava indo para escola, uma leve chuva insistia em cair, o clima tava frio mas tive o azar de esquecer meu moletom e me xingava mentalmente por isso, segurava o guarda chuva com uma mão e abraçava meu próprio corpo com a outra, lucas andava ao meu lado, às vezes ele roçava nossos braços parecendo querer demonstrar sua presença
Lucas- conversa comigo
Desde que saímos de casa não havia falado muito com ele, apenas respondia suas perguntas evitando falar muito
Kauane- desculpa não estou no clima
Lucas- percebi
Lucas passa seu braço por cima do meu ombro e cola nossos corpos o máximo que consegue
Lucas- tá melhor assim?
Me senti acolhida e protegida, o ter por perto espantou um pouco do meu mau humor
Kauane- tá sim, valeu
Conseguia sentir o calor que seu corpo emanava, ele estava quente e agradeci mentalmente os deuses dos amigos imaginários ou seja lá oque lucas fosse por conseguir sentir seu calor
Ele tirou o braço e se afastou, perder seu calor me deixou triste, ele abriu o zíper de sua blusa de frio e a colocou sobre meus ombros
Sua blusa de fato estava ajudando e quase não sentia mais o frio
Kauane- você não sente frio não garoto?
Lucas- não
Ele passou o braço novamente sobre meus ombros
Kauane- posso te fazer uma pergunta?
Andavamos lado a lado lentamente, eu particularmente não queria chegar ao meu destino
Lucas- você acabou de fazer uma
Kauane- bobado hein, posso?
Lucas- fique a vontade linda
Linda....não me chame assim
Kauane- você já gostou de alguém?
Ele pareceu pensar um pouco
Lucas- sim
Um sorriso bobo aparece em seus lábios
Kauane- nunca me contou isso porque?
Lucas- é complicado...de explicar
Ele parecia envergonhado
Kauane- gosta da sua amiga?
Lucas- de qual tá se referindo, de você ou da outra?
Kauane- dá outra lesado
Lucas- não do jeito que você tá pensando
Kauane- vocês ficou ou ficou ficou?
Lucas- qual a diferença entre ficou e ficou ficou?
Essa conversa tá ficando confusa
Kauane- o primeiro significa que vocês só se pegaram e o segundo...que dizer que foram até o fim
Lucas- a....a gente...fez os dois
Suas bochechas tomaram um tom rosado e me segurei para não rir
Kauane- safados
Me encolho diante de sua resposta, quase como uma flor mucha
Merda, porque raios fui perguntar sobre isso
Lucas- é você e o jonathan?
Kauane- oque que tem?
Me faço de sonsa
Lucas- sua sinica, vi a mensagem que ele te mandou quando me deu seu celular
Kauane- que mensagem?
Realmente não estava fingindo, não me lembrava de nenhuma mensagem
Ele bufa
Lucas- algo do tipo "depois de hoje nunca mais", sei que rolou algo, não minta pra mim mocinha
Kauane- você acerto, rolou algo... muito prazeroso
Meu tom é sugestivo com um pouco de provocação
Lucas- admita foi bom, mas não era ele que você queria que estivesse lá
Um sorriso de meia boca estampava sua cara
Kauane- realmente...
Dou uma longa pausa, ele sorri como se achasse que era ele que eu queria
É realmente era mas nunca iria admitir isso a ele
Kauane- queria que fosse o filho do professor ou melhor, o Tom holland
Seu sorriso desaparece e sua cara fecha
Riu de sua expressão, um carro se aproxima da calçada e para,
Logo o vidro abaixa
Jonathan- aceita uma carona princesa?
Me aproximo do carro
Kauane- não me chama assim
Eu estava até que perto da escola e sinceramente não queria chegar na escola em seu carro, as pessoas de lá além de fofoqueiras, elas aumentam a fofoca
Jonathan- só paro de te chamar assim se aceitar minha carona
Dou um belo sorriso para ele
Kauane- nem fudendo
Lucas continua na mesma posição e se mantinha calado observando tudo
Saiu andando pela calça, ele vai me seguindo com o carro
Jonathan- qual é princesa, só aceita minha ajuda
Filho da mãe está se divertindo com a situação
Continuo andando sem parar
Kauane- não preciso de ajuda, principalmente da sua
Jonathan- entra aqui...porfavor, não quero que você se molhe ou pegue uma chuva forte
Paro de andar, ele parecia estar sendo sincero e havia preocupação seu tom de voz
Lucas- ele não desiste fácil né?
Jonathan para o carro e abre a porta, aceito sua carona
Lucas tira sua blusa de meu ombro
Kauane- me chame de princesa denovo que faço esfoliação na sua cara com o asfalto
Me digo me sentando no banco
Jonathan- oie para você também
Lucas estava no banco de trás e mesmo não o vendo sabia que me fuzilava com o olhar
Aposto que sua cara não está nada amigável
Lucas- vou considerar isso uma traição
Kauane- a gente não namora
Jonathan- tá falando com quem? Com o lucas?
Kauane- sim
Jonathan- manda um oi meu para ele, adorei conversar com ele
Kauane- ouviu lucas?
Digo num tom de raiva reprimida
Eu estava fingindo estar em ligação com lucas e que o ouvia pelo fone
Lucas- ouvi, manda ele se fuder
Kauane- ele mandou um oi de volta
Digo sorrindo em direção a Jonathan, estávamos perto da escola
Jonathan- to atrapalhando algo?
Kauane- não
Lucas- sim
Falamos ao mesmo tempo, respirei fundo para não perder a paciência e fingi desligar a ligação
Era quase um sinal indireto que aquela conversa havia acabado ali
Jonathan tirou os olhos da rua e me encarou
Jonathan- tá bolada?
Kauane- não
Jonathan- vocês brigaram né?
Kauane- não, só to de mau humor mesmo
Jonathan- se sempre tá de mal humor linda
Escuto lucas resmungar algo baixo mas não sei oque ele falava
Kauane- vai se fuder Jonathan
Jonathan- só vou se você for comigo
Deixo escapulir um riso
Kauane- 15 mil é penso no seu caso meu bem
Pisco para ele que solta uma gargalhada
O resto do caminho se resumiu a lucas resmungando, eu o ignorando e Jonathan vez ou outra puxava assunto
Quando me dou conta estavamos já na escola, a chuva havia parado de cair mas o tempo não havia melhorado
Jonathan para o carro no estacionamento da escola
Ele tira o cinto e se inclina para perto de mim
Jonathan- posso te levar em casa hoje?
Seu olhar estava fixo em minha boca
Kauane- não
Me inclino para perto dele
Jonathan- nem se eu for um bom garoto hoje?
Mordo meus lábios involuntariamente, ele umide-se os seus
Kauane- nem se for
Jonathan- não tem um jeito de te fazer mudar de ideia não?
Kauane- talvez
Meu olhar desce para sua boca
Ele se aproxima mais de mim e me dá um selinho, beija minha bochecha e quando chega em meu pescoço me dá um leve chupão
Lucas- nem fudendo que vou fica aqui vendo essa merda, aproveita teu riquinho ai pequena
Ele estava furioso, só seu tom de voz já denunciava isso
Ele atravessou a porta e sumiu
Kauane- jonathan não faz mais isso, alguém pode ver a gente
Sua mão estava em minha nuca
Jonathan- não tem como alguém conseguir nos ver aqui dentro relaxa
Gelo pela sua proximidade
Jonathan- qual o problema de alguém nos ver?
Kauane- não quero sujar minha reputação
Digo num tom sério porém brincalhão
Jonathan- desculpa ser uma vergonha pra você, então vou ser seu caso as escondidas? Seu amante?
Kauane- oque aconteceu com o papo do " depois de hoje nunca mais"?
Nossos labios quase se roçavam
Jonathan- não consigo te evitar, você é uma pedra no meu caminho
Kauane- isso era pra ser um elogio ou uma ofensa?
Jonathan- elogio, mesmo se eu quisesse não conseguiria te evitar
Kauane- não sabia que eu era tão importante assim
Jonathan- não fica se achando hein
Percebi em seu pescoço o chupão que eu deixei nele, estava evidente e tinha mais de um, mas os outros quase não apareciam
Eu brincava com seu cordão evitando seu olhar, ele usa sua mão em minha nuca para me puxar e me dar um selinho
Jonathan- vai me deixar te levar em casa?
Saio de seu agarro
Kauane- no intervalo te dou a resposta, tchauzin
Antes que eu abra a porta ele me chama
Jonathan- ei,não tá esquecendo de nada não?
Revisto meus bolsos fingidamente
Kauane- não, minha dignidade continua comigo
Ele ri mas logo me puxa para um beijo caloroso e lento, quase como se ele quisesse me dizer que estava com saudades
Seu hálito tinha gosto de menta e facilmente me perdi na sensação de ter seus lábios nos meus, ele os separou com receio e hesitação
Me deu três selinhos e abriu um sorriso
Jonathan- agora sim, o clima tá bom mas acho melhor você ir antes que eu me empolgue e não a deixe sair
Seu olhar transmitia desejo e ele parecia lutar uma guerra interna
Kauane- sinto lhe informa mas você já se empolgou
Aponto para sua calça jeans marcada, ele segue meu olhar e fica vermelho e sem graça
Jonathan- ei não olha pra ele, eu e ele somos tímidos
Ele pega sua mochila no banco de trás e coloca em seu colo
Jonathan- porra....olha oque você fez comigo, nem consigo me controlar mais
Riu de seu desabafo
Kauane- não tenho culpa de nada
Digo indo em direção ao seu pescoço, começo dando selinhos rápidos mas logo os dou de um jeito demorado
Desço mais um pouco, puxo a gola de sua camisa para baixo e dou beijos demorados em sua pele amonstra
Jonathan- não brinca com fogo, se prepara que terei minha vingan...
Antes que ele termine a frase lhe dou um selinho
Vou até sua orelha e sussuro
Kauane- vingança? Esperarei ansiosa
Deixo meus lábios roçar em seu lóbulo
Sua respiração estava pesada
Jonathan- é quase uma tortura oque você tá fazendo sabia?
Estávamos cara a cara, sorriu travessa para ele
Kauane- sabia
Ele se aproxima de mim
Jonathan- te odeio
Kauane- também te odeio
Ele me dá um selinho mas continua próximo
Jonathan- vai na frente, vou demorar um pouquinho
Riu já imaginando o motivo, saio de seu carro
Realmente não tem como alguém nos ver, o vidro é tão preto que mal dá pra saber se tem alguém dentro
Sigo meu caminho pra sala de aula, me distraí tanto com jonathan que não ouvi o sinal tocar, sai correndo feito uma doida para conseguir chegar na sala de aula a tempo
Rezei para não dar de cara com a supervisora pelos corredores
Cheguei ao mesmo tempo que o professor na sala, essa minha corrida me fez ver que sou sedentária
Jonathan entrou com a maior cara lavada depois de 5 minutos da aula ter começado
Ele veio sorrindo feito bobo em minha direção
Jonathan- você me paga peste
Até o próximo cap : )🖤