A herdeira perfeita - DEGUSTA...

By Bi-king

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Após a leitura do testamento deixado por seu pai, Christopher Collins descobre que a única condição exigida p... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
AVISO

Capítulo 7

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By Bi-king


Seis horas da manhã, em ponto, vi todos saírem do elevador sérios. Erick e Marrie de óculos escuros, provavelmente em ressaca e Isabelle com cara de poucos amigos. Como eu já tinha fechado a conta e pedido um táxi, não tinha que me preocupar com nada mais , só precisávamos seguir caminho e voltar para casa.

-Bom dia irmão-

Erick disse com uma voz meio derrotada.

-Bom dia maninho.

Marrie parecia melhor eu ele.

Isabelle me encarou, mas não me cumprimentou, ignorei.

-Senhor Christopher?

A recepcionista me chamou.

- Uma carta para o senhor.

Me entregou um envelope amarelado e sorriu.

Eu podia imaginar de quem era mas talvez eu estivesse equivocado. Meus irmãos me olharam sorrindo e me apressei em abrir e ler em voz alta.

Em Vegas, Christopher?

Olá queridos filhos (isso inclui Isabelle)

Quando eu disse que Isabelle teria que conhecer a vida em pouco tempo eu quis dizer, dar atenção a ela e a ensinar, não leva-la para Vegas como vocês fizeram.

Eu acho que sei até de quem foi a ideia, vejo glitter nessa decisão!

Agora que acabou a festa, foquem em suas vidas e na de Isabelle que agora vai precisar de vocês mais do que nunca, no dia a dia não vai ser tão fácil e vocês vão notar a real diferença.

Christopher, se lembre de que você é um homem com responsabilidades e espero que não se esqueça delas, tenha muita paciência e muito amor nessa tarefa importante que eu deixei para você.

Amo vocês!

Papai.

- Ele pensou em tudo, mesmo- Marrie sorriu.

Nosso pai estava fazendo um joguinho com a gente mesmo depois de morto. Ele nos conhecia mais do que ninguém e sabia o que faríamos. É somos muito previsíveis!

Se as cartas me deixam intrigado? Sim! Se o testamento me deixou curioso? Sim!

Meu pai nunca faz nada sem um motivo e eu gostaria se saber qual o motivo dele para isso.

Talvez ele quisesse dar um fim em minha vida de saídas e mulheres exigindo de mim uma responsabilidade repentina e me fazer dar mais valor a família e bla bla bla, bem típico dele. Certo que ele podia me dar outro tipo de responsabilidade, não precisava jogar uma pessoa aos meus cuidados de paraquedas, isso é perigoso para a pessoa e mesmo sabendo disso pôs uma garota que ele tanto se orgulhava e amava, pelo menos era o que ele dava a entender.

Mas de certa forma eu não deveria reclamar tanto, ela é adulta, depois vai tomar o rumo dela e eu terei de novo minha liberdade. Ele pensou que isso faria qual diferença na minha vida?

Pelo menos ele não exigiu que eu casasse com alguém para receber a herança, como nas novelas e disso eu agradeceria pelo resto de minha vida.

Chegamos em casa sãos e salvos. Marrie foi para a casa da nossa mãe e Erick para a próprio apartamento. Eu tive que levar Isabella para minha casa como mandou o testamento e a deixei no quarto arrumando as coisas.

Depois de tomar um banho quente, meu telefone tocou.

-Filho?- Era a voz de minha mãe animada do outro lado da linha.

-Mãe- Respondi.

-Venha já para casa, estou preparando um jantar de boas-vindas para Isabelle, sua irmã já está a caminho para arruma-la, você sabe como ela é, espero vocês aqui as 19h.

Desligou na minha cara sem ao menos me dar uma chance de rejeitar. Ela e Marrie tem esse mal.

5 minutos depois Marrie entrou usando minha chave reserva e foi direto para o quarto de Isabelle. Olhei no relógio, já era 18:20.

Procurei no celular o nome do meu detetive particular, Martin, ele seria de grande serventia agora.

- Martin falando- Ele atendia o próprio telefone particular de forma profissional.

-É Christopher- Me identifiquei

-Olá, em que posso ser útil? - Foi direto ao assunto.

Já utilizei os serviços dele antes para investigação de possíveis futuros clientes e sócios da empresa e algumas mulheres, para descobrir se eram casadas ou com algum impedimento que poderia me por em apuros. Ele sempre se saiu perfeito no seu trabalho, bastante eficaz e profissional e mesmo assim, ainda era um amigo que me conhecia bem.

- Ei, calma, eu não posso estar simplesmente ligando para um amigo para saber como ele está?

Perguntei me fazendo de ofendido. Ele deu risada do outro lado da linha.

- Você ligou para saber como um amigo está? - Perguntou divertido.

-Não- Ele riu novamente.

-Então, em que posso ser útil, amigo?- Frisou a palavra amigo.

-Certo, preciso que pesquise tudo sobre a vida de alguém..

-Alguém..?

-Uma garota, Isabelle Summer.

-Mais uma mulher?

-Não mais uma, ela é diferente! - Expliquei

-Hum, diferente? Quem foi que mudou Christopher Collins?

Perguntou zombando de mim.

-Não esse tipo de diferente, outro tipo de diferente.

- Existe outro tipo de diferente?

-Sim

-Qual?

-Não importa, quero informações, urgentes!

-Tudo bem, quando eu souber de alguma coisa eu ligo novamente.

-Tudo bem, obrigado...urgente!

- Certo, e eu estou bem amigo - Falou com a voz divertida e desligou.

Me arrumei o mais devagar possível, eu sabia que elas não iam ser rápidas, talvez até nem chegaríamos no horário marcado. No meio do meu raciocínio de inventar uma desculpa para não demorar lá ouvi batidas na minha porta.

-Vamos Barbie, estamos atrasadas! - Era a voz de Marrie.

Sai emburrado, elas riram de mim, mais uma vez. Eu achei que elas não seriam mais rápidas que eu e fiquei com fama de quem demora para se arrumar.

Segui calado no volante e Marrie tagarelava com Isabelle coisas de decoração para o quarto e de como seria legal a vida dali por diante.

Minha mãe me recebeu na porta, arrumada demais, com um sorriso no rosto.

-Querido!- Me abraçou, eu retribui.

-Bem vinda, filha!- Abraçou Isabelle que parecia abobalhada com a recepção calorosa de minha mãe.

As três mulheres entraram e eu fui atrás. Meus olhos quase saltaram da minha cabeça quando eu vi uma quantidade razoável de pessoas conversando dentro da sala de minha mãe. Não era um simples jantar como ela disse e sim uma festa de boas vindas.

Pessoas me cumprimentaram, todas conhecidas. Alguns amigos do escritório, alguns primos e primas, tios e tias, Paul, nosso advogado amigo, todos eles sorrindo para mim. Eles sabiam do testamento?

- Cara, que sorte! - Meu primo, Aron deu dois tapas no meu ombro, ele olhava para Isabelle que conversava com minha mãe e uma tia.

- Relativamente- Comentei. Se ele soubesse o meu sufoco!

Ele estava olhando para ela com malicia.

-Ei, o que está olhando?- Perguntei sério.

- A garota que vai morar com você! Linda, nunca vi ninguém igual!- Continuou sorrindo.

Aron era um cara legal mas com o ego maior que sua conta bancária milionária. Típico cara de negócios como eu, vivia cheio de mulher atrás e agora estava olhando para Isabelle.

-Tira o olho- Mandei

- Calma, só falei que é linda!- Levantou as mãos em rendimento.

- Boa sorte primo! - Sorriu e saiu da mesma forma que apareceu.

Isabelle

A festa era para mim!

Rebeca, mãe de Christopher planejou tudo para minha chegada e fiquei surpresa de como as pessoas eram receptivas e educadas, diferente de Christopher, ninguém parecia me querer longe o mais rápido possível e isso me emocionou bastante.

Muitas pessoas me elogiaram, outras me convidaram para visita-los em suas casas e eu confesso que fiquei um pouco tonta e confundi ou esqueci alguns nomes, mas eu estava amando tudo isso.

Em contrapartida, Christopher estava em um canto segurando uma taça e totalmente entediado. Provavelmente não estava feliz com a festa e nem com minha presença e isso me chateava bastante.

Porque ele tinha que ser tão irritante?

Ele parecia querer afastar as pessoas de mim e isso me magoava mais que o simples fato de ele não querer estar perto de mim.

Talvez eu devesse me manter longe dele, não conversar, nem olhar na sua cara e quem sabe fazer algumas amizades que realmente me querem por perto.

-Você e meu filho vão se dar bem, ele é uma ótima pessoa- Rebeca disse quando me pegou olhando para ele.

-Ele parece muito infeliz em me ter por perto- Respondi em desanimo.

-Ele é um homem sozinho e deve estar muito assustado com a sua presença, vai se acostumar, meu marido não teria feito isso se não soubesse que daria certo! Você o conhecia!- Pela primeira vez ninguém me tratou como uma adolescente ou uma mercadoria. Rebeca me tratou como uma igual, pessoa consciente e que conhecia tio Andrew. Eu esperava que estivesse certa no caso de Christopher.

- Eu fico pensando...será mesmo que eu preciso ficar com ele?

- Na verdade não, você não é obrigada a ficar, mas ele perderá tudo se você for embora- Afirmou mexendo no meu cabelo de forma carinhosa.

-Então eu tenho a opção?- Perguntei esperançosa.

-Tem, mas dê uma chance a ele, tenho certeza que vão se dar bem- Pediu.

-Uma chance- Concordei, ela me abraçou.

Christopher

Lá para as 10 da noite eu estava no limite do meu tédio e todo mundo parecia feliz na festa.

Alguma pessoa até dançavam no meio da sala animadas.

Erick estava mais uma vez que nem um carrapato sanguessuga colado em Isabelle e os dois pareciam se dar muito bem, bem até demais. Minha bunda estava coçando para levantar da cadeira e mandar ele procurar sua turma.

Vou me lembrar de ter uma conversa séria com ele e mandar ficar longe porque ela está comigo...digo...morando comigo!

A mão dele segurava sua cintura e meu sangue começou a ficar quente. Eu não queria ver aquilo, queria que as patas dele estivessem longe dela.

Ele disse algo em seu ouvido e eu me vi em pé andando na direção deles.

-Erick- Chamei, ele se assustou e veio até mim.

E de novo eu estava tentando tirar Erick do lado dela e não tinha uma desculpa descente para isso.

-Vem aqui- Chamei. No caminho fiquei pensando no que falar.

-Cara- Me parou, já estávamos longe o suficiente.

- Você está muito muito pé no saco, fura olho!- Falou pausadamente.

-Han, do que está falando?

Me fingi de desentendido.

-Toda vez que estou perto da garota você dá um jeito de me afastar, qual é o problema?

Ele cruzou os braços e esperou minha resposta. Tinha mesmo um problema com isso? Talvez tivesse, eu tinha que defendê-la, não é? Deixar a garota nas mãos pegadoras de meu irmão seria perigoso? Provavelmente sim! Melhor, com certeza era.

Erick não consegue ver um rabo de saia que corre atrás e ela é....é uma inocente. Nem eu mesmo ouso a toca-la – tirando o fato de que apanharia- pois sei que Isabelle não é desse tipo. Como se guardião eu devo manter a garota longe de perigos.

- Er..han...- Não tinha como eu responder a essa pergunta. Pensa Christopher, é só pensar em alguma coisa!

-Você está pensando demais para responder- Ele sorriu assim que terminou de falar. Eu podia ver uma lâmpada acendendo acima de sua cabeça.

-Você não quer me ver perto porque está com ciúmes?

Han? Não!

-Não, não, nada disso- Desmenti na hora.

-Ser um pouco protetor faria de mim um ciumento?

- Claro, você está vermelho como uma garotinha agora. Eu vejo como olha pra ela, vi como espantou Aron como uma mosca quando olhou para ela, vejo tudo isso, eu posso ser um pouco lento mas eu não sou cego nem burro- Afirmou e me deu tapinhas nas costas.

-Você está enganado.

Negando até a morte!

- Tudo bem, defenderei a honra da garota para você e não deixarei ninguém encostar nela irmão, fiquei tranquilo, mas só farei isso até você admitir o que sente ai é ciúme- Com o indicador que mais parecia uma salsicha, ele tocou o meio do meu peito e depois o meio da minha testa.

Antes de uma chance de resposta ele saiu rindo de mim.

Dei uma outra olhada desinteressada para o local da pista onde coincidentemente estava Isabelle e ele havia voltado a dançar com elas. Me joguei no sofá derrotado.

Eu Christopher Collins, não sinto ciúmes de ninguém.

......

No escritório tudo estava um caos, esses poucos dias que passei fora acumularam umas boas pilhas de papeis, reuniões pendentes e eu, como presidente da empresa, tinha que resolver isso em tempo recorde.

Minha secretária, Amanda, uma mulher jovem, bonita, magra com cabelo castanho na altura dos ombros era razoável apesar de um pouco estranha e as vezes me dar medo, entrou na minha sala ou me ligou de 5 em 5 minutos me mandando problema atrás do outro e eu não aguentava mais ouvir a voz dela , isso começou a me estressar.

-Mas esses papeis precisam ser lidos e assinados- O expediente estava no fim, faltavam 15 minutos, eu estava exausto, com alergia a Amanda e louco para chegar em casa e me jogar no sofá.

- Até quando? - Passei a mão no cabelo, irritado.

-Amanhã as 16h.

Não sei se era impressão minha, mas o decote dela estava um pouco mais aberto do que hoje mais cedo. Eu devo estar mesmo na seca, to de olho no decote da minha secretária!

- Tudo bem, eu levo, examino em casa e amanhã eu trago tudo assinado- Peguei minha pasta e estava indo em direção a porta libertadora.

- Se preferir, posso ficar aqui mais algum tempo para ajudá-lo a examinar- Me olhou fixamente com os olhos enormes verdes atrás dos óculos de armação dourada. Ela estava se oferecendo para mim ou era alguém extremamente aplicada ao trabalho!

Mas eu podia notar alguma coisa diferente em seu olhar...uma relutância talvez.

- Até amanhã, Amanda, obrigado pelo comprometimento- Virei as costas e sai.

Meus ombros estavam extremamente tensos e eu preocupado com minha casa. Será que Isabelle conseguiu destruir tudo?

Pensando nos últimos dias, tive a excelente ideia de passar numa loja e comprar um celular para ela. Talvez na próxima vez que ela sumisse eu não tivesse tanta sorte assim dela voltar pra casa, e não seria nada mal ter um GPS do aparelho no bolso dela o tempo inteiro.

Peguei um modelo igual o meu, cadastrei o numero no meu cpf, coloquei meu numero cadastrado no dela como chamada numero 1 em casos de emergência e salvei o numero dela na minha agenda não muito depois que configurei o GPS dela.

Quando terminei de virar as chaves do apartamento eu empurrei a porta com cautela, bem devagar, quem sabe o que sairia dali. Uma enchente? Ou algo pior? Mas para a minha surpresa, estava tudo muito calmo além do barulho da tv ligada.

-Hm..Isabelle?- Chamei com receio da resposta ser um grito ou sei lá.

Sem resposta.

-Alguém em casa?- insisti, a porta se fechou atrás de mim e eu andei em passos leves como se estivesse invadindo domicílios alheios. Não que eu soubesse como se invade um domicilio, mas quem faz isso, com certeza deve ser cauteloso como eu estava sendo agora.

- Belle?- Chamei, mais uma vez e percebi assim que terminei de falar que era a primeira vez que eu não a chamava pelo nome inteiro e sim pelo apelido.

Sem resposta

A tv da sala estava ligada no Discovery Chanel em algum documentário de bicho , o que me fez pensar o limite da caipirez dela.

Talvez, se ela não fosse tão esquisita e maléfica comigo eu poderia leva-la ao zoológico , poderia ser mais ou menos divertido. Mas ah, qual é? Eu não tinha mesmo que ficar por ai passeando com ela como se fosse minha filha.

Desliguei a televisão de tela plana com o controle remoto mas nenhuma manifestação de protesto foi ouvida, então eu podia imaginar que : Ou ela estava dormindo, ou ficou surda, ou fugiu, e para meu bem físico e mental eu preferia que fosse a primeira opção.

A porta do quarto dela estava semiaberta e estava escuro do lado de dentro. Empurrei tentando fazer o mínimo de barulho possível e liguei a luz.

Para meu alivio ela estava deitada enrolada no edredom branco, dormindo feito um anjo.

Me aproximei e notei que ela realmente parecia um anjo, afinal. Dormindo, estava serena, totalmente inofensiva, calma e linda. Sim, muito bonita. Os cabelos compridos estavam esparramados pela cama e na frente do rosto e ela estava abraçada em um travesseiro.

Tentei tirar um pouco do cabelo do rosto sem acorda-la, me senti bem fazendo isso, ela era realmente diferente.

Agora, dias longe do trabalho na fazenda, a pele estava da cor mais clara, e eu percebi que apesar do cabelo dela ser escuro a raiz era bem loirinha e essa era a diferença dela. Parecia um erro genético bem-sucedido. Era como se ela fosse nascer loiras de olhos claros, mas a natureza deu uma reviravolta e preferiu que os cabelos e olhos fossem escuros.

Ela respirava profundamente algumas vezes e eu me lembrei de como eu passei muito tempo sem ver uma mulher dormindo antes. Meu lema a anos era se divertir e isso não incluía uma boa noite de sono com as mulheres com quem eu saia, nenhuma delas dormia comigo, nenhuma.

Mas era fato que Isabelle dormindo era como um sonho, uma lembrança estranha.

Mais cabelo caiu no rosto e eu novamente tentei tirar.

Foi ai que uma mão voou na minha bochecha em um tapa colossalmente forte e dolorido estalou no meu rosto.

-CARAMBA!- Levei as duas mãos para a bochecha latejante.

- CALISTO! JESUS, QUE SUSTO- Ela gritou assustada, de joelhos na cama abraçando o travesseio na frente do corpo.

- Seu susto não é nada comparado com a dor que sinto agora!

Reclamei. Minha bochecha deve estar com a marca da mão, com certeza.

-O que você estava fazendo? -Sua expressão mudou de assustada para irritada- Eu estava dormindo e você...

Pensou. Sua expressão foi modificando assustadoramente.

-Você!- Apontou o dedo acusador para mim- Que merda estava fazendo?- Perguntou, se levantando da cama furiosa.

Eu estava sentado na ponta da cama e me levantei imediatamente.

- Bom, nada, cheguei e você não respondeu, dai vim no quarto, você estava dormindo- Falei rapidamente antes que ela chegasse até mim. Eu não queria apanhar de novo.

Ela milagrosamente parou bem perto e eu fiquei na posição de defesa com medo de um novo golpe ninja ao estilo caipira Summer.

Nos dois ficamos em um silencio irritante. Ela me olhava de forma acusatória/ desconfiada e eu pensando o que faria para acalmar essa mulher maluca.

Do que as mulheres gostam? Carinho? Não, se eu fizesse isso tomaria um tapa do outro lado, nada de carinho, talvez...flores? Não tinha nenhuma agora, hum...PRESENTE! Isso!

Peguei o celular no meu bolso rapidamente e estendi no pequeno espaço entre nossos rostos.

-Pra você- Falei.

-Que joça é essa?- Perguntou desconfiada sem fazer menção de pegar no aparelho novinhoecarissimo.

- Isso aqui, é um smartphone, aquele aparelho que serve para ligar para outras pessoas, mandar mensagens , ouvir musicas e baixar coisas na internet....aliás, sabe o que é internet?

Falei de forma explicativa e ela estava com a boca entreaberta e um olhar de surpresa. Isso minha gente, é a face da descoberta! É como ficam as pessoas quando veem a magia da tecnologia pela primeira vez.

- Eu sei que isso é um celular, sei o que é internet, onde acha que eu vivi? Nas montanhas com unicórnios e me alimentando de frutas e caça?- Perguntou raivosa depois de tomar o aparelho da minha mão.

- É seu!- Afirmei tentando extravasar a vergonha de ter subestimado ela.

- Porque está me dando isso?- Ela não deixava sua forma defensiva e desconfiada quando se tratava de mim. Ela me odiava antes mesmo de me conhecer e eu ao menos sabia porquê.

- Bom, você vai precisar se comunicar comigo, eu estou cuidando de você, posso precisar falar, ou você pode precisar...- Expliquei meio desajeitado.

-Hum ,sei, a propósito, quero falar com você- Jesus! Não peça para ir embora, por favor, por favor, por favor!

- Calisto, eu quero trabalhar com você- Pôs as mãos na cintura confiante.

Mas o que?

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