Lúcia estava tendo um pesadelo:
Joaquim caminhava ao lado de Lúcia em uma ponte de madeira azul, por onde passava um riacho em baixo dela.
- Estou feliz por finalmente estarmos juntos e felizes.
- Eu também. - Sorriu.
- Queria te fazer um pedido. - Disse retirando algo do bolso da calça.
- Queres se casar comigo?
- Sim! Sim!
Os dois já iam beijando-se quando um som de tiro ecoou, manchando a camisa de Joaquim, e ele caiu na água, sem vida.
- Joaquim! - Lúcia gritou olhando para baixo.
A água tornou-se densa e escura e não dava mais para ver nada lá em baixo.
Ela olha e vê Christopher com uma arma.
- O que você fez?
- Achastes que eu não iria descobrir? Eres uma traidora! Agora tu também irás me pagar!
Christopher apontou a arma para ela e atirou, o que fez um ruído estridende de disparo.
Lúcia acordou assustada, e Cristopher acorda com seu grito.
- Calma, querida. Foi só um pesadelo. - Ele a abraça.
Cristopher prepararou um chá e deu à ela para tomar e se acalmar.
- Obrigada pelo chá.
- De nada, amor.
Cristopher suspirou, parecia querer dizer algo, então tomou coragem e disse:
- Enquanto dormias, escutei que dissestes um nome.
Lúcia sentiu um pequeno temor.
- "Joaquim". Conheces alguém com este nome?
Cristopher não lembrava-se de quem era Joaquim, pois o viu uma única vez anos atrás, no circo.
- Ai! minha cabeça dói. - Pôs a mão na testa, fazendo careta de dor.
Cristopher não quis mais perguntar nada de Lúcia, mas achou isso estranho.
No dia seguinte... 🌄
Amanhece e Lúcia ainda dormia com Cristopher.
A porta se abre, fazendo um rangido e um pequeno de cabelos castanhos entra e sobe na cama do casal.
- Mamãe! Papai! - Ele pula na cama.
Cristopher acorda bocejando e em seguida, Lúcia.
Ao ver a cena, eles sorriem.
- Vem cá, filho! - Cristopher senta-se e o puxa para um abraço e começa a fazer cócegas nele.
O menino ri alegre e Lúcia olha como Cristopher ama seu filho.
- Vamos tomar café. - Lúcia diz.
Levantam-se e descem as escadas.
Mais tarde, João Miguel fazia desenhos com giz de cera enquanto Lúcia costurava.
- O que estás a desenhar, querido? - Lúcia perguntou.
Ele levanta o papel para ela ver.
- É um belo desenho, meu amor. - Ela o beija.
Enquanto isso, Nicolau recebe a visita de um jovem, seu sobrinho Guilherme.
- Trouxe o que eu te mandei?
- Aqui. - O entrega disfarçadamente e Nicolau esconde uma pázinha de tamanho pequeno.
- Ótimo! - Sussurra.
Um guarda ficando em pé na porta.
- E como vai minha irmã Clotilde? - Disfarça.
- Ah! Muito bem. - Ele responde ao ver o guarda na porta.
- Que bom, sobrinho...
- A visita acabou. - O guarda disse sério.
O levaram de volta à cela e o prenderam. Seu sobrinho suspirou ao ver isso.
Nicolau tinha uma pázinha em mãos e esperou todos dormirem à noite para começar a cavar o chão de terra abaixo de sua cama.
Ele passou a fazer isto toda madrugada e tinha muito cuidado para não chamar a atenção dos guardas que ficavam de vigia à noite do lado de fora da cela.
Um dia, ele estava sentado em sua cama, quando Bruce, que estava na cela ao lado levantou-se e o descobriu.
- O que está fazendo, seu velho fedorento?!
Nilocau assustou-se e antes que ele respondesse, Bruce falou:
- Já sei... está cavando um buraco para escapar?
- Por favor não conte nada aos guardas! - Pediu sussurrando.
- Se eu falar, eles vão te punir, o que eu adoraria que fizessem. Mas por outro lado eu posso me aproveitar do seu segredo para te chantagear. - Analisou.
- O que queres de mim?
Bruce sorriu de forma má.
- Quero que faças tudo o que eu mandar.
- Como o quê?
- Isso veremos pela frente.
- Tudo bem.
- Mais uma coisa.
- O quê?
- Quando escapares, quero que procures minha família e diga à eles que estou preso aqui. Eles têm grana, com certeza irão me tirar daqui.
- Mas não tu não ficarás livre daqui há menos de dois anos?
- Mas se eu sair antes, é melhor! Já estou aqui há seis anos e sabes muito bem que aqui é um inferno!
- Está bem. Farei isso.
- Se não cumprir, é melhor já indo cavando sua sepultura também. Ouviu bem? - Ameaçou.
- Pode deixar. - Respondeu com raiva, mas fingindo tranquilidade.
No dia seguinte, era dia de os presos lavarem os banheiros, o que eram muitos, pois haviam muitos detentos.
- Toma. - Bruce entregou um desentupidor à Nicolau.
- Já limpei o meu.
- Mas está faltando o que eu iria limpar. Lembre-se do nosso trato.
Nicolau não teve opção e pegou o desentupidor da mão de Bruce e começou a desentupir o vaso com força, de tanta raiva que estava sentindo.
Depois, na hora do banho, era a vez de Nicolau, mas Bruce o segurou dizendo:
- Eu primeiro.
Bruce usou toda a água que havia restado e não sobrou nada para Nicolau, que bufou de raiva.
Na hora do almoço, Bruce tomou o lugar na fila de Nicolau, que estava mais à frente e o mandou ir para o fim da fila.
Ele teve que ir, e quando sentou-se à mesa para comer, olhou de forma fatal para Bruce.
- Aproveitador! - Sussurrava de ódio e apertou o punho.
Seis meses depois
Nicolau já havia feito um túnel abaixo do chão e já podia sair do lado de fora daquela prisão.
- Estou indo. - Disse para Bruce antes de entrar no buraco.
- Te darei cobertura.
Nicolau entrou no buraco e saiu do lado de fora do muro, pois o bruraco era fundo e passou por debaixo dele.
- Consegui! - Respirou o ar.
Ele sorria alegre, mas alarmes soaram e ele correu para a floresta, pois sabia que haviam descoberto sua fuga.
Do lado de dentro da prisão, nas celas dos detentos, os guardas procuravam por Nicolau.
- Busquem-no em todo canto ao redor!
- Vocês o ajudaram, não foi? - Um perguntou dos outros detentos, ameaçando-o com o cacetete.
- Não sabíamos de nada! - Se defenderam.
- Calados! - Deu um tapa em quem disse isto. - Bando de delinquentes!
Todos foram transferidos para outra cela e Nicolau estava sendo procurado pelos policiais e pelos cães farejadores.
O delegado ligou para as forças armadas, para comunicar sobre a fuga.
- Tomara que o velho tenha conseguido. - Bruce pensava.
Os policiais encontraram o lenço de Nicolau no chão e deram para os cães farejarem seu cheiro.
Assim que fizeram, correram para dentro da floresta.
- Ele foi por ali!
Au! Au! Au!
Nicolau recuperava o fôlego e ao ouvir o latido dos cães, correu. Em um momento de sua fuga, caiu, mas levantou-se e continuou a correr.
Na mansão:
Harry brincava com Maria Clara e Gabriel de freesby no quintal e se divertiam.
O telefone da casa tocou e Celeste atenteu:
- Você ligou para a família Lancelloti, quem fala, por favor?
- Aqui é o delegado Walter, do Departamento de Polícia. O sr. Harry se encontra? Preciso falar com ele.
Celeste foi ao quintal, onde a família estava.
- Senhor Harry! - Celeste o chamou - Ligação para o senhor.
- Quem é?
- Delegado Walter.
Harry entrou para dentro e atendeu o telefone.
- Alô sr. Delegado. Sou eu, Harry.
- Harry! Por favor venha imediatamente. Tenho más notícias. É sobre Nicolau. Escapou da prisão.
Harry assustou-se e foi para o Departamento para falar com o delegado pessoalmente.
No escritório do delegado:
- Um túnel?! - Harry estava impressionado.
- Sim. O detento cavou uma passagem sem que ninguém desconfiasse por meses e conseguiu escapar.
- Aquele homem é perigoso e não sei o que pode fazer estando livre.
- Já estamos procurando por ele. Mas enquanto não o capturarmos, tenha cuidado, já que ele está solto e poderá querer causar-te mal ou à sua família.
Harry fechou os punhos de raiva e respondeu:
- Aquele maníaco não vai conseguir, pois eu não vou deixar!
- Em todo caso, fique alerta. - Advertiu.
Chegando em casa, Harry ordenou para que Anastácia e seus filhos não saíssem de casa, pois Nicolau estava foragido e poderia querer fazer algum tipo de ataque à eles.
Anastácia ficou preocupada com seus filhos e lhes disse:
- Ouviram o pai de vocês. NÃO saiam de casa, me entenderam?
Maria Clara e Gabriel balançaram a cabeça e concordaram.
Longe dalí, uma batida na porta fez com que o sobrinho de Nicolau abrisse a porta de madeira.
- Tio?! - Expressou ao vê-lo todo sujo.
- Olá, Guilherme. - Respondeu normalmente.
Depois de Guilherme haver o colocado para dentro, serviu dois copos de bebida e perguntou:
- O que vais fazer, estando livre?
- Tenho um plano para me vingar de alguém.
- Como irá fazer isso? Estão todos à sua procura!
- Terei que tomar muito cuidado, mas antes de me prenderem novamente, Harry e sua família irão pagar pelo que fizeram comigo! - Esbravejou e engoliu de uma vez a bebida e a pondo sob a mesa com força. - E tu irás me ajudar.
- O que eu ganho com isso?
- Isto. - Põe um saco de dinheiro em cima da mesa.
Os dias foram passando e Maria Clara e Gabriel estavam ficando entediados de ficarem em seus quartos, sem poderem sair para fora.
Maria Clara bateu na porta do irmão e ele a abriu.
- Cansei de ficar no quarto. - Ela disse.
- Eu também! Como eu queria estar brincando lá fora agora. - Ele respondeu.
- E se a gente saísse rapidinho?
- Mas o papai e a mamãe disseram para ficarmos em casa!
- Eu sei. Mas não vamos demorar. E eles nem estão em casa.
Gabriel pensou por um momento e respondeu:
- Não gosto de desobedecer ordens dos nossos pais.
- Como eres chato! Queres saber? Eu vou sozinha. - Disse e deu as costas.
Gabriel foi atrás dela.
- Espere!
Passaram pela cozinha e os empregados estavam merendando tão distraídos conversando e rindo que nem os viram passar para a porta.
Eles correram pela grama verde e se distanciaram muito, parando perto da floresta.
- Acho melhor voltarmos. Se o papai descobrir que estamos aqui... - Gabriel disse já arrependido de estar ali.
- Como eres medroso! Mas tens razão. É melhor voltarmos antes que o papai e a mamãe voltem.
- Onde pensam que vão? - Se depararam com um homem alto moreno.
Deram um passo para trás com medo, mas se depararam com outro.
Eles tamparam suas bocas, os puseram dentro do carro e os sequestraram.
Na mansão, os empregados estavam contando piadas e rindo na cozinha.
- Bom, chega de conversa. Os donos da casa chegaram! - Avisaram.
Cada um foi procurar o que fazer e o casal entrou na cozinha.
- Sr. Harry e sra. Anastácia! Que bom que voltaram!
- Sim, Madalena. Como as crianças se comportaram? - Harry perguntou.
- Muito bem!
- E onde eles estão? - Anastácia quis saber.
- Em seus aposentos.
- Vou dá uma olhada neles. Devem estar entediados. - Anastácia disse e subiu as escadas.
Chegando ao quarto de Maria Clara, bateu na porta mas ela não respondeu.
Achando estranho, Anastácia abriu a porta e viu que o quarto estava vazio.
Ela correu para o quarto de Gabriel, que estava do mesmo jeito.
Anastácia olhou o jardim pela janela e eles também não estavam lá.
- Harry! - Gritou chegando-se à ele. - As crianças!
- O que têm eles?!
- Sumiram! - Começou a ficar nervosa.
- Não estão nos quartos?!
- Não! Eu procurei por todo canto e não estão!
- Mas eu disse para eles não saírem de casa!
Ele pensou que seus filhos haviam sido sequestrados e deu ordem para procurarem por eles, mas ninguém sabia o que tinha acontecido.
- Nicolau pode estar por trás disso! - Harry falou.
- Mas como ele os levaria daqui de dentro de casa? - Anastácia perguntou.
- Só se eles não estivessem aqui dentro.
O investigador Leonard foi à mansão para entrevistar as pessoas. Ele fez perguntas à Harry, e aos funcionários da casa.
- À que horas eles sumiram?
- Lá pelas dez horas.
- Receberam alguma visita nesse horário?
- Não, senhor.
- O que estavam fazendo?
- Ah... estávamos todos na cozinha, no nosso horário de merenda.
Depois que o investigador terminou as entrevistas, foi para o Departamento de Polícia.
Enquanto isso:
Os comparsas de Nicolau levaram as crianças amordaçadas e amarradas dentro do carro e chegaram na casa, onde Nicolau estava escondido.
- Aqui estão eles. Como o senhor pediu.
- Ora, ora, o que temos aqui... - Os encarou com um sorriso assustador.
- O que vamos fazer com eles, chefe?
- Por mim eu os mataria. - Isso deixou as crianças assustadas - Mas vou mantê-los como reféns. Vou tirar proveito disso.
À noite, ninguém na casa dos Lancelloti sentia sono, pois estavam angustiados.
O telefone toca e Madalena atende.
- Mansão dos Lancelloti. Boa noite.
- Alô. Harry está?
- Da parte de quem?
- Aqui é Nicolau Barsosa.
Madalena quase deixa o telefone cair de sua mão e fica muda. Harry pergunta o quem era e ela passa o telefone para ele.
- Olá Harry. - Nicolau diz e dá uma risada abafada.
- Nicolau?!
Todos ficaram apreensivos e algumas se benziam.
- Só liguei para lhe dizer que estou com seus filhos. - Passou o telefone para eles pedirem socorro.
- Socorro, pai! - Maria Clara pediu.
- Salve-nos! - Gabriel também gritou.
Dois homens, aliados de Nicolau tamparam a boca dos dois com fita, a pedido de Nicolau.
- Não ouse machucá-los! - Gritou Harry.
- Sei que farias tudo pelos seus filhinhos, não é mesmo?
- É claro!
- Pois bem, vamos fazer um trato.
- Eu nunca faria trato contigo!
- A vida de seus filhos é que estão em jogo. - Colocou o telefone na boca deles que resmungaram.
Harry suspirou, olhou para os que ali estavam chorando e respondeu:
- O que vais querer para devolver meus filhos?
- Quero que faças um documento, onde tu transfiras setenta por cento de seus bens para mim.
- Setenta por cento?!
- Esse valor pode aumentar se demorares muito.
- Mas se a polícia está atrás de ti, como queres isso?
- Limparás a minha ficha primeiro.
- O que?!
- É isso mesmo que ouvistes!
- Tudo bem. Mas quero meus filhos sãos e salvos.
- Isso dependerá de ti.
- Farei o documento.
- Bom garoto. - Debocha.
- Mas onde lhe encontro para te entregar e para que assines também?
Nicolau ri.
- Não vais me enganar, Harry. Se fores com a polícia, seus filhos vão pagar caro!
Harry engole em seco.
- Não levarei ninguém comigo.
- Prometa! - Ordena.
- Prometo.
- Okay. Vou te ligar no dia, para dizer-te onde me encontrares.
Após desligar o telefone, Harry abraçou Anastácia.
- Nicolau está com nossos filhos.
- O que ele pediu para devolver eles?! Anastácia perguntou com lágrimas nos olhos.
- Setenta por cento dos bens.
- Temos que avisar a polícia!
- Não podemos. Ele ameaçou fazer o pior se contarmos às autoridades.
- Isso não pode estar acontecendo! Tens que fazer o que ele pediu, só assim salvaremos as crianças.
- Pelos meus filhos eu darei até minha vida se for preciso.
Hello!
Estou gostando do resultado deste conto. As emoções estão à flor da pele e ainda há muita coisa pela frente.
Favor, me informem algum erro ou frase sem sentido.
Continue comigo.