Olá minhas leitoras favoritas... Antes de mais tenho de dedicar este capítulo à primeira pessoa que comentou a minha obra: @dennove_lovato (muito obrigada linda!). A próxima podes ser tu! Por isso comenta e vota na minha história...
Espero que gostem do Cap <3
xoxo Rose
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Começo por explorar o piso do meu quarto, mas só vejo os corredores cobertos de portas brancas. Nada de interessante. Desço para o rés-do-chão.
Como é que, depois de ver este Hall 5 vezes, ainda me consigo embasbacar?
Vejo a sala de jantar. É toda ela em tons de vermelho. Existem três mesas compridas em forma de U, e uma outra um pouco afastada. Presumo que essa seja a da família Real. Ao fundo da sala vejo outra porta, que deve ligar a cozinha à Sala.
Avanço pelo corredor à esquerda. A primeira porta dá para um salão. No Salão das Mulheres ainda estão muitas selecionadas a serem transformadas. A terceira porta está fechada, tal como a quarta e a quinta. A sexta dá para outro salão com uma enorme mesa ao centro, e a sétima para uma sala de Jogos. Na oitava porta existe um pequeno cinema, e a nona tem vários instrumentos, é uma sala de música. Curioso, sempre quis aprender a tocar um instrumento, mesmo não sendo uma cinco. A décima e última sala, que é transparente, é a passagem para os jardins.
Passo por essa porta e vejo um jardim cheio de flores, e de seguida uma área de piscina, com muitas mesas de jardim à volta, assim como espreguiçadeiras. À esquerda encontra-se um bar de self-service. Depois do jardim existe uma pequena estufa, e por fim uma grande divisão que presumo ser para festas ou almoços ao ar livre. A seguir, só relva.
Continuo a avançar e pouco depois já vejo a paisagem que vejo da minha varanda. E quando me viro vejo as costas do castelo.
3 Varandas e uma delas é minha. Que sorte! São duas pequenas no meu piso, e uma enorme no andar a seguir, do tamanho das nossas duas juntas.
Acabo por decidir voltar para o quarto, já são 19.00 e está a ficar frio. Entretanto também tenho de me começar a preparar para o jantar.
Meredith já lá está quando chego.
- Olá! - Ela está na casa de banho - Posso preparar o teu banho?
Quê?! Vejam lá se é muito difícil abrir a torneira.
Ela deve ter percebido a minha cara de espanto porque apressa-se a responder.
- Ah, as criadas costumam preparar os banhos para por os sais na água.
- Ok, então. Vou escolher a minha roupa. - Dirijo-me ao quarto dos trapinhos e opto por um vestido simples creme que é comprido, até nas mangas. Depois pego na minha roupa interior, num par de sandálias com salto alto rosa claras e levo tudo para a casa de banho. Desde muito cedo que me habituei a vestir lá. - Então, posso entrar para a banheira?
Ela assinte e sai da casa de banho. Ainda bem, porque acho que não ia conseguir tomar banho com alguém ali 'em cima' de mim.
Tomo o meu banho habitual, mas tenho a certeza que saio com um cheiro a rosas impressionante. Estes sais lá devem ter as suas vantagens.
Seco-me e coloco creme na cara e no corpo. Depois visto-me e coloco corretor nas olheiras e o rímel nos olhos.
Saio da casa de banho por volta das 20.00 e decido ir fazer tempo para o hall até às 20.30, as horas do jantar.
Quando lá chego já lá está uma selecionada.
- Olá! Sou a Rose.
Ela vira-se para mim.
-Ei, sou a Annie - ela sorri. Os seus cabelos são castanhos-escuros e os seus olhos são também. A sua tez é branca, mas ela é muito bonita. - Rose, prazer!
Ela estende a mão e eu rio.
- Já tinha saudades de um posso bem! Aqui no palácio há tantas formalidades!
- Podes crer! Então, já conheceste alguém? - ela pergunta com suavidade - eu ainda não. Tive a tarde toda no salão das mulheres na transformação.
- Só a ti. E que tortura é que te fizeram?
- Pintaram o meu cabelo de castanho-escuro. Ele antes era loiro. Loiro!
- Ahahah, mas estás muito bem assim. O príncipe até se vai babar!
- Isso é que interessa - ela puxa para trás o cabelo, de uma forma dramática - mas deixa lá que tu também o vais deixar de queixo caído!
- Aprende que eu não duro para sempre - Eu ajo dramaticamente - Qual é a tua casta?
- Sou uma 5.
- A sério? Que sorte! Tocas algum instrumento? Eu amava aprender piano, ou guitarra.
- Eu sei tocar violino e guitarra, e estava a aprender a tocar piano. Se quiseres eu posso ensinar-te a tocar guitarra. Vamos ter muito tempo livre por cá, e eu também não tenho muito que fazer aqui...
Eu sorrio entusiasmada.
- A sério?! Eu adorava!
- Então pronto, está combinado! Mas...Não temos instrumentos!
- Claro que temos, depois da minha transformação eu andei a explorar e descobri uma sala de música!
- Então amanhã depois do almoço tu mostras-me a sala e vamos para lá treinar.
- Ok. Bem, é melhor nos juntarmos às outras selecionadas, falta menos de 5 minutos para o jantar começar.
E dito isto, eu e Annie fomos para a fila de selecionadas que estava à porta do Palácio.
- Boa-Noite, meninas. - Celia aparece do nada - Façam uma fila por ordem do vosso número. Sentar-se-ão por ordem de números sempre.
Eu coloco-me na fila. Que bom, a Amanda está à minha frente.
Nós entramos e eu fico sentada na mesa da esquerda. Ao meu lado direito está Amanda, e ao meu lado esquerdo uma rapariga que não conheço.
- As selecionadas entram na sala de Jantar sempre antes da Família Real. Até estes chegarem podem falar baixinho. Só um último aviso antes de sair. - Mas ela não vai jantar connosco? - Amanhã têm o dia livre porque vão conhecer o príncipe e vão participar no primeiro Diário de Illéa, mas a partir de segunda-feira vão ter aulas de etiqueta, da história de Illéa entre outros projetos duas horas por dia, depois do pequeno-almoço. Isto, a não ser que sejam dispensadas pelo príncipe, mas é claro que vão ter de compensa-las quando já não estiverem com ele. Entendido?
Nós acenamos, e ela sai.
Como não estou com paciência para falar com Amanda, decido conhecer a rapariga que está à minha esquerda:
- Olá, tudo bem? Sou a Rose, e tu? Como é que te chamas?
A rapariga de cabelos loiros encaracolados vira a cara para mim e abre a boca num grande sorriso.
- Ei! Sou a Brenda. Então, estás a gostar do castelo?
Eu assinto, entusiasmada.
- Estou a adorar... Cada canto dele! É tudo tão detalhado e monstruosamente grande, sabes?
- Mesmo! Eu já me perdi duas vezes hoje! Se não fosse um guarda a encontrar-me, acho que ainda estava perdida... Tu és do quarto 25, não é?
- Sou sim! E deixa-me adivinhar o teu... 24! - Ela ri-se - Uau, a minha inteligência é tanta que ás vezes até duvido dela...!
Ela está agarrada à barriga de tanto rir, mas consegue balbuciar as seguintes palavras:
- Sim, acho mesmo que devias de duvidar!
- Ai queres jogar esse jogo? - Eu digo ameaçadoramente.
- Vamos a isso! - ela aceita o desafio enquanto ainda está a rir.
Reparo que Annie está sentada na mesa em frente à minha, e apresento-a gestualmente a Brenda.
Elas sorriem uma para a outra enquanto acenam.
- A Annie amanhã vai dar-me aulas de guitarra. Queres vir?
- A sério? Eu amava!
Eu sorrio para ela, e assim que capto a atenção de Annie finjo tocar guitarra e aponto para Brenda. Annie deve ter percebido porque assinte e esboça um sorriso.
Entretanto a família Real chega ao salão. Como o príncipe não está, o Rei e a Rainha dirigem-se à sua mesa e sentam-se.
- Boa noite, selecionadas. Antes de mais, espero que estejam a gostar tanto do palácio como nós. Queria desejar-vos uma ótima estadia, e sempre que precisarem, poderei ajudar-vos. E lembrem-se, a melhor maneira de conquistar o coração de Sebastian será através de atos de bondade e humildade. Um bom jantar.
A rainha senta-se com um sorriso, ao qual eu retribuo, e os garçons começam a distribuir a comida.
No final do jantar estou tão cheia de lasanha e pudim de ovos que acredito que podia rebolar até ao meu quarto.
Antes de me aposentar apresento Brenda a Annie propriamente e seguimos as três para os respetivos quartos.
- Boa noite, meninas! - Nós despedimo-nos e eu entro no meu quarto.
Finalmente a sós.
Visto a camisa de dormir e dirijo-me para a varanda. Deito-me numa das espreguiçadeiras depois de acender um candeeiro no extremo direito daquele espaço.
Observo a floresta, e os sons que oiço desta fazem-me relembrar da floresta que havia perto de casa.
Automaticamente lembro-me da mãe e de Mel e uma lágrima involuntária percorre o meu rosto.
Sinto a falta delas. Sinto falta dos conselhos sábios da mãe, das palavras encorajadoras da Mel.
Não resisto perguntar-me se a mãe está bem. E se quando ou se regressar a casa descobri que não conseguiram salvar a mãe? Que não estive lá para ouvir as suas últimas palavras ou para lhe dizer mil 'eu amo-te'?
E agora estou a chorar. Incontrolavelmente.
Minutos passam e as lágrimas continuam a sair, por muito que eu as queira parar. Como estará Mel?
E de repente oiço um barulho.
Uma porta a ranger, seguida de passos. E por fim uma vós. Doce, mas ao mesmo tempo áspera. Será isso possível?
- Está bem?
Olho à minha volta e não vejo ninguém. Boa, agora até já alucino.
- Está bem?
A voz repete-se, e desta vez tenho a certeza que não estou a imaginar, porque vejo uma pessoa debruçada na varanda de cima, a olhar para baixo.
De seguida, e num movimento que nem sequer sei se é humano, a pessoa salta para baixo.
- Credo! Podias ter morrido! A tua sorte é que a minha presença irradia sorte, porque caso eu não estivesse aqui, podias considerar-te morto!
- Nesse caso obrigada por me salvar a vida.
O ser desconhecido começa a avançar na escuridão.
- Pois, não tens de quê.
Dou de ombros, até que finalmente vejo um rapaz loiro. Ele é uma obra de arte, tenho de admitir! É pena não conseguir ver toda a sua cara e corpo, devido à escuridão, mas tenho de admitir que esta pequena varanda se tornou mais quente assim que ele aqui pôs os pés.
- Há muito tempo que não me tratam por tu. Diga outra vez. - Ele pede, quase como suplicando.
- Tu.
Ele sorri.
- Há, qual é o seu nome?
- Quer dizer, eu tenho de te tratar por tu, mas pelos vistos eu continuo a ser tratada por 'você'. Eu não sou uma velha de oitenta anos, para me teres de tratar de tal forma! - Eu brinco, casualmente.
- Não me respondes-te à pergunta.
Boa, ele modificou o seu discurso.
- Sou a Rose. E tu?
- Rosalinda?
Ainda bem que está escuro, porque senão ele teria de ver a minha cara vermelha de raiva. O MEU nome não é ROSALINDA!
- Prefiro Rose - digo com os dentes serrados - E não me respondeste à pergunta - imito a sua afirmação, com uma voz extremamente masculina.
O que resulta numa gargalhada sincera.
- Apanhaste-me... Sou o Sebastian.
Ahah.
- Que coincidência! És parecido com o príncipe, tens o nome do príncipe - Eu estou a rir-me, mas de repente o meu brilhante cérebro lembra-me que ele É o PRÍNCIPE - Pois... Aghr... O píncipe?!... Claro, sua estúpida, é claro que é ele. - Analiso-o outra vez, para ter a certeza que é ele, e acabo por perceber que estava a falar a alto e bom som. Que mau! - Há... Vossa Alteza - digo, enquanto faço uma vénia desajeitada.
Ele ri-se e apercebo-me da situação estúpida que criei.
- Ok, pronto, eu desisto! Eu não sei fazer vénias, não sei tratar pessoas por 'você', quanto mais por 'Alteza'. Espero que não te importes, mas vais voltar a ser chamado por tu. - E dou-lhe um posso bem, o que o surpreende- Sebastian.
- Sabe bem ouvir isso.
E faço sinal para que ele se deite na outra espreguiçadeira.
Este príncipe não é nada do que eu estava à espera...
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Nota: Na língua portuguesa, as pessoas comuns tratam-se entre si por 'tu', enquanto no Brasil se tratam por 'você'. Em Portugal só tratamos por 'você' os mais velhos ou pessoas a quem temos muito respeito.
Escrevi esta nota porque sei que a maioria das minhas leitoras é Brasileira...
Espero que não haja grande problema que eu continue a escrever no meu idioma... <3