Por trás do Véu

بواسطة vantecherries_

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TWOSHOT | PWP | BETA x ÔMEGA | ROYAL Taehyung tinha um objetivo claro em mente: vingança. Após a morte de sua... المزيد

Um: O tesouro do rei

Dois: O tesouro do beta

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بواسطة vantecherries_

SURPRESA!

Vocês pediram e aqui estou eu!

Como eu sei que muitos estão curiosos e ansiosos para saber o que aconteceu, não vou demorar aqui.

Agradeço a mulletdoteteco por ter betado o capítulo!

Nada de avisos e final fechado dessa vez, adios!

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Castelo de Verão, Reino do Sol
1600 depois de B.G.L, Dinastia Jeon
Túneis secretos

  Para a maioria das pessoas, uma declaração romântica deveria ser feita em um jantar a luz de velas, ou em um belíssimo encontro, em um parque bonito, em um jardim florido… Mas, para Taehyung, a forma que descobriu estar apaixonado pelo príncipe, foi a mais romântica que poderia existir.

Ele se lembrava bem de tudo o que aconteceu. Jeongguk estava em cima de seu corpo naquela noite, suado, corado e ofegante. O rei precisou viajar para resolver alguns problemas políticos, e quando o cão sai, os gatinhos fazem a festa. Fazia pouco mais de dois meses que Taehyung tinha apresentado a Jeongguk as maravilhas do prazer carnal, e desde então, não pararam mais de se envolver.

O beta estava deitado em meio aos lençóis de seda extremamente caros, gemendo o nome do príncipe o mais baixo que conseguia para não chamar atenção. As unhas marcavam as costas do Jeon, enquanto ele se movia em seu interior, atingindo sua próstata com destreza, fazendo-o revirar os olhos por baixo das pálpebras fechadas devido ao prazer que corria em seu corpo.

Por algum motivo, Taehyung decidiu abrir os olhos naquela noite. Nunca tinha feito sexo olhando nos olhos do príncipe, e naquele momento, descobriu o motivo.

Quando os abriu, Jeongguk o encarava. Ele estava ali, completamente nu, entregando-se de corpo e alma para Taehyung, um servo sem valor algum. Ele estava ali, em seu momento de maior vulnerabilidade, com Taehyung. Jeongguk queria ele, um beta maltrapilho, e o Kim pôde constatar isso apenas por olhar em seus olhos âmbar, enxergando o próprio Sol tão brilhante e esplêndido. Jeongguk o encarava com carinho, doçura e amor.

Há anos não sabia o que era receber esse tipo de olhar. Apenas sua mãe lhe encarava daquele modo, e o rei tinha tirado-a de si.

Mas ali estava o filho desse maldito rei, que deveria se casar com um nobre, que deveria governar aquele reino, entregando-se para Taehyung, encarando-o como se fosse o único homem no mundo que pudesse dar a ele tudo o que desejava: amor.

Assim como Taehyung, Jeongguk só desejava ser amado.

Taehyung acreditava piamente que, naquela noite, ao menos por um minuto, fez amor com o príncipe. Ele manteve os olhos abertos, encarando aquelas jóias brilhantes que Jeongguk possuía no olhar, sentindo mil e uma sensações o invadirem enquanto Jeon continuava se movimentando, até derramar seu prazer no interior do beta.

Taehyung nunca se esqueceria daquela noite. A noite em que decidiu que, por Jeon Jeongguk, seu primeiro e único amor, daria sua vida.

E há quase dois anos, Taehyung prometeu em baixo tom, enquanto Jeongguk dormia em seu peito, que o protegeria para sempre. Protegeria Jeon Jeongguk, não o príncipe, não o ômega, apenas Jeon Jeongguk, que via beleza nas mínimas coisas do mundo.

E foi por isso que trancou a passagem de volta para o castelo. Se por acaso algum dos invasores achasse as malditas passagens dentro das paredes, não conseguiriam achar seu bem mais precioso naquela floresta, pois o túnel estava fechado.

Ninguém machucaria seu amor.

【 « « 】

  Jeongguk levantou o corpo assustado quando ouviu um estrondo. A cama estava vazia ao seu lado, Deville estava sentado em cima do alçapão e Taehyung não estava ali.

O que estava acontecendo?

Antes que pudesse fazer algo, viu um pedaço de papel ao seu lado, então pegou-o rapidamente, passando os olhos pelas letras tortas. Era de Taehyung, ele não sabia escrever muito bem, o que sabia tinha sido ensinado pelo próprio Jeongguk.

“Desculpe. Eu te amo mas tenho que vingar mamae. Vou matar ele. Tem comida agua para sete dia. Se nao voltar morri.

Desculpe. Eu te amo.”

— Merda! — exclamou, levantando rapidamente da cama, tentando se aproximar do alçapão.

Por um momento, achou que Deville iria machucá-lo. Apesar de ser seu, o cão obedecia somente a Taehyung. Mas lá estava ele, saindo de cima da portinhola em silêncio, mostrando uma chave pendurada em seu pescoço.

Pegou-a rapidamente, abrindo o alçapão de modo afoito, sentindo o coração batendo forte. Ao descer os pequenos degraus, escutou mais pedras sendo arrastadas, tapando a passagem de volta para o castelo.

Taehyung! Paixão, por favor, não faça isso! Você vai morrer, volta pra mim, eu imploro! — berrou desesperado, tentando empurrar as pedras, cortando sua mão no processo.

As lágrimas deslizavam por seu rosto, sua boca tremia tamanho nervosismo e sentia sua garganta fechando. Teve tanto medo de que Taehyung não correspondesse seus sentimentos, e agora que sabia que ele o amava, lá estava o Kim sendo inconsequente, arriscando seu pescoço por uma vingança.

Perderia o amor de sua vida.

Jeongguk sentiu medo. Sentiu seu coração parando por alguns segundos, o ar faltou enquanto sufocava mais um grito na garganta, deixando o corpo ceder rapidamente ao chão empoeirado. Engasgou no próprio choro, sentindo o medo corroer seu corpo, seu peito doendo pela dor de pensar perder a única pessoa que se importava consigo naquele mundo.

Ficou ali, naquele chão empoeirado e frio, chorando até finalmente pegar no sono.

【 🌹 】

  Taehyung engoliu em seco, sentindo a visão embaçar. Três dias. Três malditos dias naquele castelo infernal, lutando ao lado de outros vingadores, aldeões que foram atingidos pelo rei desgraçado. Enquanto lutava, não deixou que vissem seu rosto, impedindo que qualquer um suspeitasse sobre sua verdadeira identidade.

É claro que o rei continuou em seu pedestal, sendo devidamente protegido, sequer se importando se seu próprio filho estava em perigo. E como Taehyung suspeitava, não hesitaram em invadir o quarto de Jeongguk, revirando todo o lugar, encontrando os lençóis sujos de sangue.

Pensaram que ele já estava morto. Taehyung realmente tinha feito tudo para impedir que machucassem seu bem mais precioso.

E quando a notícia de que Taehyung e Jeongguk não estavam no castelo e que o herdeiro provavelmente estava morto chegou aos ouvidos do rei, ele não fez nada. Não mandou procurarem, não quis saber o que aconteceu. Apenas mandou que procurassem uma nova esposa, de preferência uma ômega muito fértil.

Causou repulsa em Taehyung.

Então, quando viu que sua batalha estava perdida e que não chegaria até o rei, apelou para o veneno na comida. Invadiu a cozinha, envenenou o prato que apenas o rei usava, torcendo para que de algum modo, ele realmente morresse daquele jeito tão idiota.

Durante os três dias, o ataque continuou do lado de fora do castelo, e por algum milagre, aquela cozinha – uma das três dentro do palácio – não tinha sido alcançada pelos aldeões enfurecidos, então a barriga do rei continuava cheia enquanto mais pessoas inocentes morriam.

Deixou o castelo após isso. Foi para o quarto de Jeongguk por entre as passagens, completamente machucado pelas lutas que travou, com cortes de espadas pelo corpo, hematomas e arranhões. Ele aproveitou que ninguém estava por ali e pegou algumas peças das roupas preferidas de Jeongguk, junto de várias jóias que poderiam vender para sobreviver.

Saiu pela passagem secreta, arrastando-se por entre as paredes, até finalmente deixar todo aquele caos para trás. Mesmo sentindo seu corpo fraco, querendo ceder ao cansaço e a dor, obrigou-se a andar por aqueles túneis tão conhecidos, sabendo que teria que ir mais longe para chegar em uma caverna atrás de uma cachoeira, e então voltar para a cabana onde Jeongguk estava.

Ou deveria estar, se não tivesse fugido.

Ao chegar na porta, sentiu seu corpo fraquejar, cedendo ao cansaço. Ouviu os latidos de Deville, seguido dos arranhões na porta de madeira e os choramingos. Por um instante, achou que Jeongguk tivesse ido embora e largado seu cachorro ali, mas então, a porta abriu.

Com a visão embaçada, viu pés descalços na altura de seu rosto pressionado no chão. Não tinha forças para levantar, a bolsa cheia de roupas e jóias caída ao seu lado.

— Tae! — sentiu seu coração disparar ao ouvir a voz doce chamando seu nome, ao mesmo tempo que as mãos macias tocavam seu rosto, puxando sua cabeça para cima das coxas grossas.

— Meu d-doce… P-Perdão… — usou o resto de suas forças para dizer aquilo, tossindo sangue.

Então, Taehyung apagou.

【 🌹 】

  Taehyung abriu os olhos com dificuldade, sentindo algo pressionando suas costelas, cabeça e coxa. Demorou para notar que seu braço estava dobrado contra o peito, enfaixado e preso com um pano amarrado em seu pescoço. Olhou um pouco para o lado, encontrando a cabeça de Deville apoiada na beirada da cama, o doberman dormia tranquilo ali, esperando seu dono despertar.

Olhou para o outro lado, encontrando a cabana toda arrumada, e até mais iluminada que o comum. As janelas estavam abertas, e Taehyung sentiu um arrepio correr por seu corpo machucado quando uma brisa fria adentrou a casinha, e só então notou que estava apenas de cueca. Tinha bandagens e pomada espalhadas por seu corpo, e o beta sabia muito bem quem tinha feito tudo aquilo.

E lá estava ele, adentrando a cabana com um capuz e uma cesta com frutas. Jamais iria se arrepender de ter ensinado Jeongguk a sobreviver sozinho caso alguma coisa acontecesse. Pelo menos ele sabia coisas básicas, como pegar frutas ou alguns animais pequenos, limpar carne e cozinhar ou assar.

— M-Meu doce… — chamou baixo, a garganta arranhando.

Jeongguk suspirou, deixando a cesta no chão, antes de pegar uma bacia com água em cima de uma mesinha. Ele se aproximou da cama, ajoelhando ao lado do Kim e espremendo um pano molhado, passando pela testa suada.

— J-Jeong-

Shh… Você está fraco, precisa descansar — o ômega sussurrou, passando o pano pela testa acobreada.

— D-Desculpa…

— Por me deixar sozinho depois de foder comigo? Ou por me deixar sozinho depois que eu me declarei? Ou por me deixar sozinho para ir em uma missão suicida para matar o rei?

Taehyung fechou os olhos, suspirando pesado. Deixou Jeongguk cuidar de si, em silêncio, como ele havia pedido. Precisava respeitar a mágoa que ele estava sentindo e se preparar para qualquer decisão que ele fosse tomar depois que se recuperasse.

Após alguns minutos, todos os curativos tinham sido trocados, e o beta finalmente notou alguns pontos em cortes mais fundos. Graças aos Grandes Lobos o rei achou necessário que o herdeiro soubesse como tratar de alguém ferido, isso era extremamente útil no momento.

Amor

— Agora eu sou “amor”? Você me largou aqui sozinho, Taehyung! Desgraçado! — Jeongguk levantou a voz, apertando as bochechas do Kim entre os dedos.

— Eu te amo tanto… Te amo, te amo, te amo… — sussurrou repetidas vezes, sentindo os olhos pesando.

— Está delirando de febre, seu maldito!

— Não… Jeongguk, meu amor… Perdão — Taehyung suplicou, segurando o pulso do ômega. — Perdão

Então, ele desmaiou novamente. Jeongguk chorou mais uma vez, apertando os dedos do Kim contra os seus, soluçando contido. Teve medo de que seu tão amado Taehyung morresse naquele castelo, mas ele estava ali, mesmo machucado, estava ali. Ele voltou para Jeongguk, como havia prometido no bilhete.

Para ser sincero, o ômega não ligava para o fato de que seu amor queria matar seu pai. O rei tirou muito de si, tratou-lhe como um objeto desde que nasceu, nunca foi seu pai. Mas Taehyung… Ele foi seu amigo, sua primeira paixão, seu único amor. Não seria nada sem ele, talvez já estivesse casado com um alfa nojento qualquer, que lhe tocaria sem nenhuma permissão se o beta não estivesse ao seu lado há tanto tempo.

Naqueles dias em que ficou sozinho e que Taehyung esteve apagado, pensou. Pensou em fugir, começar uma vida do zero, mas não conseguiu. Não conseguia deixar Taehyung. Então decidiu ficar, esperando que ele voltasse, sobrevivendo com as comidas que ele fez questão de deixar para que comesse bem.

Agora estava ali, cuidando do beta inconsequente, sem saber o que aconteceria depois. Para ser sincero, sempre esperou uma ação drástica como aquela vinda de Taehyung. Confiava nele e sabia muito bem que ele jamais lhe machucaria, mas sabia que ele tinha um desejo obscuro de matar o rei, mas não se importava.

Suspirou pesado, afastando-se do beta adormecido para depenar o ganso que pegou. Tinha que limpá-lo e cozinhar a carne depois, para poder comer e dar a Deville também, que continuava ao seu lado como sempre.

Teria que cuidar de tudo até que Taehyung se recuperasse.

Meio da floresta, Reino do Sol
1600 depois de B.G.L, Dinastia Jeon
Dias depois...

  Taehyung tossiu alto, sentindo a garganta seca. Levantou o corpo com rapidez, alerta, sem saber onde estava. Ao olhar ao redor, percebeu ser a cabana que tinha achado no meio da floresta, o lugar seguro dele e do príncipe.

Tinha chegado até ali em segurança.

A cabana estava vazia, as janelas fechadas e as cortinas também, deixando o ambiente escuro. Suspirou pesado, notando uma jarra de água na mesa de cabeceira ao lado da cama, não demorando a encher um copo e virar na boca.

Olhou para seu corpo, notando estar usando apenas uma cueca. Tinha cicatrizes recentes, hematomas que estavam desaparecendo, arranhões cicatrizados.

Estava bem. Mesmo com seu braço dolorido e imobilizado, estava bem.

Levantou o olhar quando a porta se abriu, revelando Jeongguk acompanhado de Deville, segurando um saco e uma cesta cheia de frutas e mais alguma coisa.

— Quem… Quem é você e como eu vim parar aqui? — Taehyung perguntou baixo, arrastando-se até a cabeceira da cama.

Jeongguk sentiu o coração parar e acabou soltando o saco que carregava, revelando dois gansos. Sua boca abriu em choque, e por um momento, Taehyung jurou sentir seu peito doer. Então, começou a rir.

Desgraçado! — Jeongguk berrou, acertando uma maçã na cabeça do beta, que riu ainda mais alto. — Taehyung!

— Perdão, meu doce… Não consegui evitar — Taehyung sorriu fraco, suspirando pesado enquanto Jeon pegava os gansos no chão.

— Como se sente? Você precisa comer, passou dias apagado — Jeongguk se abaixou para pegar os gansos mortos, enquanto Deville corria em direção a cama, apoiando as patas no colchão para receber um afago na cabeça.

— Estou com fome e um pouco dolorido, mas não estou mais com febre. Quanto tempo fiquei desacordado? — perguntou baixo e rouco, a voz falha por ficar tanto tempo sem usá-la.

— Uns três dias… Seu corpo precisava se recuperar dos ferimentos, você ficou com uma febre altíssima, chegou a ter pesadelos e ficou agressivo — Jeongguk respondeu baixo também, jogando um pedaço de carne na tigela de Deville, fazendo o doberman correr para comer.

— Eu… Não te machuquei, não é…?

Não. Você quis sair daqui, quis matar o rei, quis matar Namjoon, mas não me machucou. Não tocou em mim — ele virou um pouco a cabeça, os olhos amarelos demonstrando que estava dizendo a verdade.

Taehyung suspirou aliviado, passando a mão livre pelos cabelos cinzas. Seu corpo estava melado de suor, precisava urgentemente de um banho.

— Fico aliviado. Não sei o que faria se te machucasse — murmurou, suspirando pesado.

— Você já machucou quando me trancou aqui e foi se matar dentro daquele maldito castelo.

Taehyung fechou os olhos com força, esfregando o rosto machucado com a mão livre. Jeongguk continuava de costas, depenando o ganso, e Taehyung se sentiu a pior pessoa do mundo por obrigar seu amado a manchar as mãos com sangue de animais.

— Perdão… Eu não aguentava mais a dor que me sufocava, eu não aguentava olhar para o rosto dele todos os dias e-

— Você disse que me ama. Mas se me amasse tanto como disse, não teria ido para aquele castelo em uma missão suicida. Você está vivo por sorte, Taehyung, e não colocou apenas a sua vida em risco, mas a minha também. E tudo para quê? Matá-lo não traria sua mãe de volta e você poderia perder sua cabeça no meio disso! — Jeongguk finalmente virou o corpo, e só então, Taehyung notou um corte em sua bochecha e seus cabelos mais curtos, na altura dos ombros, já que o capuz que ele usava tinha caído.

Sentiu-se horrível. O rosto tão belo estava ferido por sua culpa. Os cabelos longos e sempre bem cuidados estavam picados por sua culpa. Ele estava irritado por sua culpa. Não, ele não estava irritado, estava magoado, e isso era ainda pior. Devastou Taehyung.

Desejou voltar no tempo e ser mais atencioso, desejou dar mais carinho, dizer mais coisas bonitas, desejou amá-lo um pouco mais do que amava. Desejou que não desejasse vingança.

Ele levantou da cama, as pernas fracas o obrigando a caminhar cambaleando até seu amor. Ajoelhou no chão, aos pés dele, segurando sua mão e começando a chorar.

Jeongguk nunca viu Taehyung chorando tanto, expressando tantos sentimentos. Era um Taehyung novo, que não fazia ideia de que existia. Quis conhecê-lo.

— Perdão! Eu imploro, perdão! Não deveria ter feito nada disso, não deveria tê-lo deixado! Mas eu o amo, Jeongguk, o amo com todo o meu ser. Meu coração, a única coisa que realmente me pertence, é todo seu, nem mesmo eu me pertenço! Pode me odiar, eu não vou lhe pedir para que não, mas eu imploro, perdoe-me! Não conseguiria viver sem teu perdão!

Lágrimas grossas e desesperadas escorriam pelas bochechas do beta, demonstrando todo o pavor que sentia apenas por cogitar a ideia que seu amado jamais lhe perdoaria. Poderia viver sabendo que Jeongguk lhe odiava, mas não conseguiria se ele não lhe perdoasse.

— Como poderei acreditar em suas palavras, se quando acreditei que me amava, você me deixou sozinho em uma cama após me foder? — a voz dele soou baixa e um tanto frívola, aumentando as lágrimas de Taehyung.

— Jeongguk, eu nunca te fodi — disse sôfrego, apertando a mão do ômega, que continuava impassível — Lembra-se de quando o rei teve que viajar por vários dias? De quando você estava em cima de mim e-

— Seja mais específico.

— No começo…

— Continue.

— Naquela noite, eu… Eu olhei nos seus olhos, eu vi tanto amor, um amor que eu não recebia há tanto tempo… Eu nunca mais consegui pensar que era apenas sexo, todas as vezes que íamos para a cama, eu pensava que era o homem mais sortudo do mundo por ter você, eu te amava em todas as ve-

— Por que está dizendo isso agora, Taehyung? — Jeongguk perguntou seco, soltando sua mão — Você teve anos para dizer isso, mas nunca disse. Agora está com medo de me perder, então vai começar a falar? É isso?

— Meu doce, por fav-

Pare. Apenas pare. Eu não quero mais escutar, não agora — Jeongguk rosnou, enfiando os dedos entre os fios de cabelo.

Taehyung tentou falar algo, mas começou a tossir, o peito queimava e então, viu sangue em sua mão após cobrir a boca. Sua visão ficou turva, e só conseguiu sentir os dedos macios de Jeongguk em sua pele antes de apagar novamente.

【 🌹 】

  Taehyung levantou o corpo assustado, respirando pesado. Lágrimas rolavam por seu rosto, devido ao sonho que teve. Sonho não, um pesadelo.

Jeongguk o odiava. Nunca lhe perdoaria pelo que tinha feito. Ele disse que jamais amaria alguém tão cruel e frio como Taehyung, que jamais desejava vê-lo novamente. Então, começou a morrer. Taehyung morria pela rejeição, por sua própria escolha de por sua vingança acima de Jeongguk.

Nunca deveria ter feito aquilo.

Soltou o ar com força, olhando para seu braço. Ainda estava todo enfaixado, mas já conseguia mexer novamente, então já estava recuperado. Sem pensar muito, tirou as faixas que o imobilizavam, suspirando aliviado por estar livre.

Seus olhos vagaram rapidamente pela cabana, encontrando Jeongguk dormindo no chão, em cima de alguns cobertores. Aquilo era inaceitável.

Taehyung levantou da cama, sentindo-se mais forte, mais disposto. Caminhou silenciosamente para perto do ômega, abaixando-se ao lado dele e pegando-o no colo com extremo cuidado, suspirando apaixonado quando ele aninhou um pouco em seu peito.

Jeongguk era tudo que lhe importava. Pediria perdão quantas vezes fossem necessárias, mas jamais colocaria algo acima dele novamente.

Deixou-o na cama, arrumando os travesseiros e cobrindo-o com o lençol fino. Deville não estava por perto, então presumiu que ele estivesse no banheiro. Caminhou até lá, abrindo a porta com cuidado, encontrando o doberman sentado, olhando para a porta. Colocou o indicador na frente da boca, e rapidamente o cachorro entendeu o comando de seu dono.

O beta abriu mais a porta, indicando para que Deville esperasse do lado de fora, fechando-a novamente assim que entrou. Suspirou audível quando se aliviou, sentindo a bexiga doendo pelo tempo que ficou sem usar o banheiro. Lavou as mãos na bacia de água, abrindo a porta em seguida. Deville estava sentado ao pé da cama, com a cabeça apoiada no colchão enquanto observava Jeongguk dormindo.

Em silêncio, pegou um dos papéis que sempre ficavam por ali, junto de um lápis, apenas para escrever um rápido bilhete, avisando que iria até a cachoeira ali perto, para se banhar.

Assim, saiu da cabana após pegar uma muda de roupas, caminhando em direção ao lago. Quando chegou, livrou-se de suas vestes, entrando na água um tanto fria, sentindo o corpo arrepiar. Não demorou ali, Jeongguk poderia acordar a qualquer momento e desesperar-se, então logo saiu da água, secou-se, vestiu-se e voltou a caminhar para a cabana.

Ao abrir a porta, lá estava o jovem príncipe perto do pequeno fogão a lenha, cozinhando alguma coisa. Pelo cheiro, parecia ser alguma carne com legumes, provavelmente os que tinha deixado para que ele comesse bem.

— Que bom que está de volta e que se sente melhor, agora posso dar um tapa na sua cara — ele disse tranquilo, sem virar o corpo.

Faça o que quiser.

Taehyung jogou suas roupas sujas dentro de uma bolsa de pano, sentando na cama para pegar uma pomada em cima da mesa de cabeceira, para que pudesse passar em seus ferimentos que ainda estavam doloridos. Não era como um alfa que se recuperava em poucos dias, talvez poucas horas, então teria que se virar com pomadas caseiras e os conhecimentos de enfermagem que Jeongguk tinha.

O silêncio dominou por alguns minutos, apenas o som da água chiando e uma colher batendo na panela de aço enquanto Jeon mexia o que quer que estivesse ali dentro.

— É uma sopa de legumes e carne. Você precisa comer — Jeongguk disse por fim, apagando o fogo do fogão a lenha.

— Perdoe-me por tudo…

— Eu já perdoei, Taehyung. Não significa que esqueci. Mas eu perdoei, porque eu te amo, e mesmo que pudesse, não conseguiria deixar de te amar — Jeongguk respondeu, parando em frente ao beta e estendendo a tigela com sopa. — Coma.

— Eu juro que serei um parceiro melhor, nada ficará acima de ti, eu juro — Taehyung insistiu, levantando a cabeça para olhar o ômega.

Jeongguk não respondeu, apenas esticou o braço com uma tigela de sopa, fazendo o beta suspirar pesado. Por fim, cedeu, aceitando a comida. O silêncio dominou novamente, enquanto Taehyung comia com certa pressa. Sua cabeça doía, seu corpo doía, seu coração doía. A última vez que sentiu tanta dor, foi quando sua mãe morreu.

Jeongguk tinha se tornado a pessoa que mais amava no mundo, e tinha estragado tudo por uma vingança boba.

Jeon suspirou, esfregando os cabelos assim que terminou de comer. Ele deixou a tigela ao lado, virando o corpo para encarar o beta nos olhos.

— Eu te perdoei, sim, Taehyung. Mas eu não esqueci. Você me magoou, mas ainda é meu melhor amigo e meu único amor, e eu não consigo deixar de te amar de um dia para o outro — Jeongguk disse sério, sem vacilar o olhar.

— Deixe-me redimir, eu prometo que-

— Não quero promessas. Vou deixar você se redimir, mas não quero nenhuma promessa. Nós vamos sair daqui, vamos para bem longe e vamos achar um lugar para ficar. É a sua única chance, então é melhor andar na linha, ouviu?

Taehyung assentiu freneticamente com a cabeça, não conseguindo segurar o sorriso largo. Jeongguk sabia que aquele sorriso era raro, talvez fosse por isso que seu coração falhou uma batida e talvez tenha sido por isso que cedeu ao beta, mais uma vez.

Não queria se arrepender.

Vila Safira, limites do Reino do Sol
1602 depois de B.G.L, dois anos depois da queda da Dinastia Jeon

  Taehyung secou o suor da testa, respirando fundo. Segurou o chapéu de palha em frente aos olhos, encarando o Sol rapidamente para ter noção de que horas eram. Estava no pico, e sua barriga roncando significava que era hora do almoço.

Saiu da pequena plantação nos fundos de sua casinha, deixando a enxada perto da porta de madeira antes de lavar as mãos na bacia com água. Molhou um pouco sua nuca e o peito nu, secando as mãos na pequena toalha e abrindo a porta logo em seguida, sendo atingido por um cheiro delicioso.

Tirou suas botas em silêncio, deixando o chapéu pendurado perto da porta e caminhando em direção a pequena cozinha em seguida, sorrindo docemente ao encontrar seu amado em frente ao fogão.

— Quer que eu termine isso? Você ainda tem algumas lições para corrigir, não é? — perguntou suave, tocando o quadril largo e beijando suavemente a curvatura do pescoço branquinho.

— Faço isso depois do almoço. Vá tomar um banho, deixei a banheira pronta — Jeongguk respondeu, a pele arrepiando com o toque de Taehyung.

— Obrigado, meu doce — beijou mais uma vez a pele macia, inspirando profundamente o aroma de caramelo. — Pode deixar que eu faço o jantar, tá?

— Uhum.

Taehyung deixou um último beijo no pescoço de Jeongguk, afastando-se em seguida. Caminhou rapidamente para o pequeno banheiro, sorrindo ao ver a tina de madeira com água. Livrou-se da bermuda surrada, entrando na tina em seguida, suspirando aliviado ao sentir o corpo relaxar.

Não demorou muito ali, logo estava se secando com a toalha macia e a enrolando na cintura, caminhando para o pequeno quarto que dividia com Jeongguk. Cansado, deixou o corpo nu cair na cama, colocando o braço em cima dos olhos e respirando devagar. Deville, que estava deitado no tapete, saiu do quarto e foi diretamente para os fundos da casa, para dormir um pouco no Sol.

Assim que Jeongguk terminou o almoço, limpou as mãos e caminhou para o quarto, sorrindo de canto ao encontrar seu amado cochilando na cama. Entrou no cômodo, tirando a toalha úmida de cima do corpo bronzeado repleto de cicatrizes, ajeitando o Kim no colchão e jogando o lençol fino por cima dele. Saiu em seguida para pendurar a toalha no varal do lado de fora da casinha.

Jeongguk estava acostumado com o luxo desde que nasceu, mas preferia mil vezes aquela vida simples e tranquila. Gostava de acordar cedo para ir até a pequena escola da vila para ensinar as criancinhas; gostava de chegar na casinha rústica e ser recebido com um cheiro delicioso de almoço quentinho e um abraço carinhoso de Taehyung; gostava de limpar sua casa e lavar suas roupas; gostava de esquentar a água para tomar banho; gostava de corrigir e preparar atividades; gostava de deitar ao lado de Taehyung e dormir abraçado com ele sem medo de ser pego.

Porque, para todo o reino, Jeongguk tinha morrido. E talvez tivesse mesmo, porque não era o mesmo. Taehyung dizia isso todos os dias, dizia que ele não era o mesmo príncipe que havia conhecido, e que a cada dia que se passava, se apaixonava um pouco mais.

Jeongguk realmente gostava de sua nova vida, sua nova versão.

Voltou para a cozinha e arrumou dois pratos de comida, além de colocar ração para Deville. Com o trabalho na escola e o comércio dos legumes, grãos, leite e queijo, a vida do casal era tranquila e nada faltava. Taehyung trabalhava na própria plantação e vendia os alimentos na feirinha, junto com leite e queijo que as três vaquinhas produziam.

Jeongguk estava feliz. Em dois anos vivendo de um jeito simples, era mais feliz do que vinte e um anos vivendo no luxo.

Voltou para o quarto, aproveitando para amarrar seus cabelos que haviam crescido novamente, mas agora não passavam do peito. Sempre que cresciam um pouco mais, pedia para que Taehyung cortasse as pontas.

— Paixão, você precisa comer — disse suave, balançando levemente o ombro do beta.

Taehyung abriu os olhos devagar, piscando sonolento. Esfregou o rosto, levantando o corpo e deixando o lençol escorregar por seu peito, expondo as cicatrizes que o lembrariam eternamente do maior erro que cometeu em sua vida.

— Obrigado por trazer a comida, meu doce — Taehyung agradeceu baixo, segurando o queixo do ômega para dar um selinho em seus lábios.

Jeongguk sorriu largo, dando mais um selinho no amado, apenas para sentar ao seu lado na cama e começar a comer, enquanto contava sobre as lições que já havia corrigido antes de começar a fazer o almoço.

Às vezes, durante aquelas conversas, Taehyung se culpava. Achava que estava dando uma vida miserável ao homem que amava, achava que tinha arruinado a vida dele. Mas então, via um brilho nos olhos de Jeongguk que jamais tinha visto em onze anos. Via um sorriso que só surgia raramente, uma felicidade que ele nunca teria preso em um castelo luxuoso e casado com algum alfa sem caráter.

Jeongguk estava feliz ali, com seu único amor. Era só isso que importava para ele e Taehyung demorou um pouco para entender isso. Todos os dias se esforçava para entender que Jeongguk estava bem ali, que queria estar ali, e que acima de tudo, eles se amavam incondicionalmente e era isso o que importava. Era só isso.

— Vou deixar os pratos na pia, depois você lava — Jeongguk falou, pegando a tigela da mão do beta e levantando da cama — Descansa mais um pouco, está bem?

— Obrigado, meu amor — Taehyung sorriu gentil, beijando as costas da mão do ômega.

Jeongguk sorriu de canto, não contendo a vontade de se inclinar, segurando o rosto do beta entre uma única mão, apenas para beijar seus lábios, mordendo a boca macia e grossa dele antes de se afastar com um sorriso largo.

Estavam bem. Estavam felizes. Tinham uma vida boa e nada faltava. Não faltava comida, dinheiro, roupas, confiança, amor. Nada faltava.

Eram felizes e apenas isso importava.

Vila Safira, limites do Reino do Sol
1604 depois de B.G.L, quatro anos depois da queda da Dinastia Jeon

  Se um dia Taehyung tivesse pensado em se casar, definitivamente não faria um pedido tão maluco quanto o que Jeongguk fez.

Era de manhã, o Kim estava no campo trabalhando quando, de repente, Deville apareceu na trilha entre os trigos. Ele estava com uma rosa vermelha na boca, sem espinho algum, e uma coleira de diamantes que ele usava antigamente, mas desde que se mudaram, não voltou a usar. Presa na coleira estava uma aliança. Uma aliança de ouro rosa.

Uma aliança de casamento.

Taehyung pegou o anel com as mãos trêmulas, junto com a rosa vermelha. Acariciou a cabeça de Deville enquanto lia o pequeno bilhete junto da aliança.

“Seja eternamente meu. Case-se comigo, meu amor. Meu cio começou, eu posso te marcar. Seja meu.”

Taehyung não hesitou em correr para a casinha que dividia com Jeongguk há quatro anos. Deville correu atrás, mas ficou preso do lado de fora. O Kim havia se esquecido completamente do cio de seu parceiro, tinha esquecido o motivo de ele não ter ido trabalhar naquela manhã.

“Que belo parceiro você é, Kim Taehyung!” pensou sozinho, trancando as portas e janelas. O cheiro de caramelo estava por toda parte, deixando-o completamente excitado e eufórico. Para Taehyung, a parte mais relaxante durante os anos que passaram juntos e sozinhos, era o cio de Jeongguk. Podiam fazer barulho à vontade, podiam fazer bagunça, não precisavam se importar com nada além de sentir um prazer absurdo.

Ele colocou a aliança no dedo e correu para o quarto que dividia com seu “quase” noivo, encontrando-o nu, esfregando a pau duro e molhado em um travesseiro, gemendo sem pudor. Os cabelos na altura do peito estavam suados e grudados na pele branquinha e macia, algumas partes de seu corpo estavam vermelhas e roxas.

Taehyung sentiu-se mal naquele momento. Como não tinha percebido que Jeongguk estava mais sedento? Duas noites atrás, mesmo cansado depois de dar aula e corrigir lições, ele sentou em seu colo e quicou até não ter mais forças.

— Tae! Oh, amor… M-me deixa te c-comer — o ômega choramingou assim que viu o beta, virando a barriga para cima e arqueando as costas.

Como Taehyung poderia negar? Jamais conseguiria dizer não ao seu único amor.

Por isso se livrou das roupas com pressa, enquanto Jeongguk continuava se masturbando com desespero evidente, choramingando de dor. Taehyung subiu na cama sem hesitar, beijando Jeongguk com fome, enquanto envolvia o pau dele com sua própria mão, movendo rapidamente.

Jeongguk levou as mãos para a bunda farta do beta, apertando com ganância. Sem perder tempo, guiou os dedos para a entrada dele, mas foi obrigado a parar ao lembrar que Taehyung não tinha lubrificação natural. Rosnou irritado, invertendo as posições.

— Vou te chupar — avisou antes de virar o corpo musculoso de bruços, afastando as pernas de Taehyung.

O beta agarrou o lençol abaixo de seu corpo quando sentiu a língua atrevida de Jeongguk lambendo desde suas bolas, até adentrar rígida em seu cu. Gemeu abafado quando a mão quente envolveu seu pau duro, apertando com certa força enquanto chupava sua entrada com gula.

Jeongguk era extremamente malicioso, selvagem e sedento. No cio ficava ainda pior, virava um verdadeiro demônio sexual, e Taehyung não se importava nem um pouco de deixar que o ômega fizesse o que bem entendesse com seu corpo.

Quem via aquele rostinho bonito dando aula para crianças, nem imaginava as obscenidades que fazia dentro de casa, em qualquer cômodo. Jeongguk tinha um apetite sexual invejável, mas Taehyung jamais iria reclamar.

E era por isso que estava gemendo o nome dele contra o travesseiro, enquanto sentia a boca macia fazendo o que bem entendia em sua entrada, chupando, beijando, enfiando e rodando a língua, sem vergonha nenhuma. A mão quente continuava punhetando seu pau, subindo e descendo rápido, do jeito que Taehyung gostava.

Mas Jeongguk ficava impaciente quando não tinha suas vontades satisfeitas. Foi por isso que ele se afastou pouco tempo depois, pegando o óleo de coco que sempre ficava na mesa de cabeceira da cama, mergulhando os dedos dentro do pote. Sem hesitar, enfiou um dígito no cu de Taehyung, dobrando um pouco para alcançar a próstata e causar mais prazer do que dor.

— Coloca mais — Taehyung pediu, empinando o quadril.

Jeongguk segurou com força a nádega do beta, amassando-a entre os dedos e puxando para o lado, apenas para enfiar mais um dedo nele. Taehyung baixou uma mão para se masturbar, gemendo abafado enquanto sentia os dedos indo e vindo em seu interior, até o terceiro finalmente ser adicionado.

— Quero você sentando em mim, paixão — Jeongguk murmurou contra o ouvido de Taehyung, esfregando sua próstata.

Taehyung estava atordoado. Quando Jeongguk se afastou, parecia que não tinha entendido bem o que ele disse. Só saiu de seu transe de prazer ao ver a mão de Jeongguk tocando o próprio pau bem ao lado de seu rosto.

Suspirou baixo, levantando o corpo e ajoelhando em cima de Jeongguk. Sentou sobre as coxas dele, beijando os lábios molhados de saliva, iniciando mais uma bagunça. Era sempre assim quando faziam sexo, tudo virava uma grande bagunça.

Jeongguk segurou as nádegas do beta, separando-as para que ele pudesse alinhar seu pau em sua entrada, sentando devagar. Gemeram em meio ao beijo, até que Taehyung sentasse completamente, sentindo o pau molhado e duro pressionando sua próstata.

Jeongguk arranhou as costas do amado, arranhou com força. Taehyung enfiou os dedos nos fios de cabelo molhados de suor, invadindo a boca dele com a língua, sentindo saliva escorrer pelo queixo. O cheiro de Jeongguk estava por toda a parte junto com o cheiro forte de sexo, aquilo deixava Taehyung em completo êxtase, louco para proporcionar o máximo de prazer para seu ômega.

Foi por isso que soltou sua cintura, movendo o quadril para frente e para trás lentamente, arrancando um gemido abafado de Jeongguk. O ômega abraçou a cintura malhada, grudando os corpos enquanto enfiava o rosto no pescoço do beta, mordendo, chupando, lambendo e beijando a pele suada, afogando-se no cheiro de café que emanava com mais força.

Taehyung abraçou a cabeça do amado, erguendo o quadril minimamente, apenas para sentar de novo, fazendo mais gemidos ecoarem pelo quarto. Taehyung começou a sentar devagar, movimentando o quadril com maestria, sentindo seu pau esfregando no abdômen do ômega, sentindo os dentes dele mordendo sua pele sem pena e suas mãos apertando sua carne com gosto.

Jeongguk era um ômega possessivo. Quanto mais pudesse marcar o corpo de Taehyung, mais satisfeito ficaria.

Taehyung jogou a cabeça para trás, gemendo alto quando aumentou a velocidade das sentadas. Jeongguk segurou suas nádegas com força, passando a jogar o quadril contra os movimentos do Kim, fazendo estalos altos soarem junto com os gemidos desesperados.

— Eu vou… G-gozar — Jeongguk rosnou baixo, enfiando o rosto no pescoço do beta.

— Me m-marca! — Taehyung gemeu, sentando o mais rápido que conseguia.

Jeongguk arrastou as unhas pelas costas suadas do beta, sentindo suas presas despontando. Sem hesitar, cravou os dentes no pescoço com cheiro de café, arrancando um grito alto do parceiro. Gozaram juntos, enquanto as presas de Jeongguk se mantinham firmes na pele quente do Kim.

O ômega abraçou com mais força a cintura do amado, sentindo o gosto de sangue em sua boca, sentindo o cu dele apertando seu pau, sentindo a porra dele sujando seu abdômen. Sentiu o prazer dele, sentiu as almas se ligando, sentiu o amor que Taehyung tinha por ele.

Soltou as presas do pescoço quente, vendo a marca de seus dentes se tornando iniciais. JJ. Suas iniciais gravadas no corpo do beta pelo resto de suas vidas.

Seu beta. Seu Taehyung. Seu futuro marido.

O silêncio dominou o cômodo após aquilo. Taehyung continuava abraçando os ombros do amado, recuperando o fôlego enquanto sentia a porra dele escorrendo por suas coxas depois que ele deixou seu interior. Jeongguk continuava abraçando a cintura do Kim com força, sentindo o cheiro de suor, porra, café e caramelo.

Era delicioso.

“Esse é o melhor dia da minha vida…”

Jeongguk levantou o rosto ao escutar aquilo, encarando Taehyung com seus olhos âmbar.

— Ouviu? — o beta sorriu de canto, mordendo o lábio.

— Significa que somos fated mates — Jeongguk sussurrou, abraçando com mais força o corpo robusto.

— Te conheço há quinze anos e só descobrimos isso agora — Taehyung riu, mordendo a boca do amado.

— Não estaríamos aqui agora se tivéssemos descoberto antes, paixão — Jeongguk sorriu fraco, deslizando as mãos pelos braços fortes do Kim, chegando até a mão com a aliança, beijando suavemente. — Amo você.

Antes que Taehyung pudesse responder, Jeongguk inverteu as posições, sorrindo perverso. O beta gemeu quando seu pau foi agarrado com força, ainda sensível pelo orgasmo anterior. Mas Jeongguk estava no cio, e aquilo era só o começo.

Teriam cinco longos dias de foda pela frente.

Vila Safira, futura aldeia Hauyne
1614 depois de B.G.L, Primavera

  Taehyung realmente amava seu marido.

Estavam juntos há tanto tempo, há vinte e cinco anos se conheciam, e mesmo assim, o amor nunca morreu. Já estavam naquela vila há quatorze anos, já haviam fugido e iniciado uma nova vida há quatorze anos. Haviam visto casais se casando, traindo pouco tempo depois, se divorciando, mas eles continuavam firmes juntos.

Jeongguk tinha abandonado completamente seu antigo eu. Agora se chamava Kim Jeongguk e dizia aquilo com o maior orgulho. Continuava trabalhando na mesma escola, ensinando tudo o que sabia para as crianças, aprendendo mais e mais a cada dia que se passava. Já tinha trinta e cinco anos, enquanto Taehyung tinha quarenta, mas o tempo só pareceu fazer bem a aparência deles.

Taehyung sorriu apaixonado ao ver seu marido se aproximando. Estava sentado no campo de flores um pouco afastado da vila, pensando em como sua vida tinha mudado e em como era feliz ali, como nunca foi antes.

— Olhe, eu coloquei um laço no Bam e no Tan, o que achou? — Jeongguk disse assim que chegou perto do marido, mostrando os dois filhotes de doberman na cesta que carregava.

Deville tinha morrido há alguns anos, de velhice. É claro que o casal ficou arrasado, porque ele não era um simples cachorro, era como um filho para eles. Só agora Jeongguk tinha tomado coragem para adotar um filhote, mas acabou amolecendo e pegando dois: Bam, o marrom, e Yeontan, o preto. Bam estava com um laço preto e Yeontan com um branco.

— Ficou uma graça, meu amor — Taehyung sorriu, o rosto bonito com linhas de expressão mostrando as consequências da idade.

Jeongguk nunca engravidou. Passaram diversos cios juntos, mas após a quinta vez, perceberam que ele nunca teria um filhote. Era até melhor assim, de qualquer modo. Não queriam filhos, não tinham vontade de ter uma criança, mas viviam visitando o orfanato da vila, interagindo com as crianças e adolescentes. Os únicos filhos que tinham eram Bam e Tan.

— E o que você está fazendo aqui sozinho, paixão? — Jeongguk perguntou suave, sentando ao lado do beta e deixando os filhotinhos correrem pelo campo.

— Você sabe, consegue ouvir meus pensamentos — Taehyung sorriu de canto, esticando as pernas e apoiando as mãos atrás do corpo.

— Nunca pensei que você fosse o tipo de homem que fica pensando em como sua vida mudou depois que um príncipe te pediu em casamento — Jeongguk debochou, deitando na grama e olhando o céu.

— Você não tinha uma língua tão afiada assim — Taehyung olhou para o marido, sorrindo largo.

— Você não tinha cabelos brancos.

— Não dá para notar, meus cabelos são cinzas. Dá para perceber os seus, ainda mais porque seu cabelo é escuro — o sorriso dele se tornou maldoso, fazendo Jeongguk bater em seu peito — Olhe só, o príncipe está envelhecendo.

— Cale a boca, seu beta bobo.

Taehyung suspirou apaixonado, deitando ao lado do ômega e apoiando a cabeça em seu peito. Os dedos longos começaram a acariciar seus cabelos, o silêncio confortável dominando.

— Eu te amo, Jeongguk. Nunca duvide disso — Taehyung murmurou um tempo depois, observando os filhotes de doberman brincando entre as flores. — Você é tudo para mim.

Jeongguk riu fraco, mas não respondeu. Ele tinha deixado de responder aquelas declarações há algum tempo. Ele não respondia mais porque sabia que Taehyung ainda se sentia culpado pelo que fez há quase quinze anos, que aquelas declarações eram só para que Jeongguk soubesse que era único para ele, que nada estava acima dele na vida do beta.

Jeongguk esperava que um dia ele se perdoasse. As coisas já estavam melhores agora, não havia necessidade de sentir-se culpado após tantos anos.

Mas Taehyung era daquele jeito e talvez nunca fosse mudar. Taehyung era intenso em tudo que sentia, foi intenso quando amou tanto sua mãe a ponto de ajudá-la a abortar. Foi intenso quando odiou o rei a ponto de matá-lo envenenado. Foi intenso quando se colocou de joelhos para pedir perdão ao amor de sua vida. Taehyung era naturalmente intenso, e era intenso enquanto se culpava durante anos por deixar Jeongguk sozinho após ele ter se declarado, arriscando sua vida por uma vingança que não traria sua mãe de volta.

— Não acho que consigo me perdoar nessa vida, meu amor. Já se passaram anos e isso continua me corroendo.

— Espero que na nossa próxima vida, você consiga. Eu amo você e vou continuar amando em todas as vidas que nós tivermos — Jeongguk murmurou, virando o corpo para tocar a bochecha do marido. — Eu amo você para sempre.

Um dia, Taehyung iria esquecer aquilo. Mas enquanto esse dia não chegasse, continuaria amando Jeongguk intensamente como amava há vinte anos.

E amaria ele para sempre.

XXXXXXXXX

Agora sim acabou, final fechadinho e feliz.

Espero que tenham gostado! E para quem ficou com dúvida, não, o Tae não vai conseguir se perdoar pelo que fez. Como o jk disse, ele é intenso, e é firme no julgamento próprio. Não acha que merece o que tem, mas não consegue ficar sem o jk.

Não vai ter mais nenhum bônus, a história acaba aí mesmo.

Podem ler minhas outras histórias se quiserem 😊 obrigada por lerem até aqui, não esqueçam de votar!

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