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Danna-Channn

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Após um pequeno acidente durante a modificação de um de seus jutsus, Tobirama acaba por trocar de corpo com I... Еще

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Fim

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Danna-Channn

Oii.
Estava meio que sem ideias, então o capítulo ficou bem aleatório.

O Danzou na minha fic é de boas e não fez merda. Então não me joguem hate por citar ele, ok?

Para quem não gosta de ver momentos dos outros personagens, pulem para o final que TobiIzu está lá
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Ao contrário do que muitos pensavam, Kawarama não era bobo.

Sua personalidade descontraída e seu jeito mais largado de se comportar eram quase que uma fachada. O Senju não se importava que os outros pensassem que ele era apenas um bobo e inofensivo garoto.

Era melhor assim, ele pensava. Quanto menos as pessoas realmente souberem sobre você, mais vantagens você terá.

Além de Izuna e sua família, o único que aparentava conhecer sua verdadeira força, era...

– Não é hora disso! – O Senju repreendeu a si mesmo, chacoalhando a cabeça para se livrar de tais pensamentos.

Desconhecido por muitos, Kawarama era uma pessoa extremamente observadora; nenhum detalhe lhe passava despercebido. Devido tal dom, ele notou com perfeição que algo parecia estar acontecendo com Tobirama e Izuna.

Sim, tinha conhecimento de que todos estavam desconfiados até certo ponto, mas Kawarama notou um pouco à mais do que eles. Por ser irmão de Tobirama e o melhor amigo de Izuna, o Senju notou certas coisas - deveras suspeitas, em sua ilustre opinião.

– Hum... Comportamentos similares, mudanças sutis em personalidade... – ele murmurou para si mesmo, anotando algo no pequeno caderno que trouxe consigo.

No momento, Kawarama se encontrava em uma das áreas mais afastadas da aldeia, deitado em um banco e escrevendo suas evidências. Ele gostava bastante de ficar ao ar livre; o ambiente calmo e sereno o ajudava a pensar com mais clareza.

– O que mais...?

– Falando sozinho, Senju?

O de cabelos castanhos por pouco não caiu do banco com a súbita voz que escutou. Murmurando um xingamento em baixo tom, ele se sentou no banco e olhou para trás, se deparando com a peste que lhe assustou.

Danzou. Tinha que ser. O que ele queria?

– Que susto, praga! – Ele xingou em voz alta, colocando uma das mãos em seu peito para dar ênfase em seu drama.

O Shimura revirou os olhos com seu xingamento e se aproximou, sentando-se ao seu lado no banco.

– Eu pensei que você fosse um Shinobi – ele comentou em um tom sarcástico.

Kawarama respirou fundo e contou até dez mentalmente. Não iria se estressar hoje.

– E sou. Mas quando não estou em trabalho, eu gosto de agir como uma pessoa normal e deixar o meu chakra em níveis baixos – enquanto explicava, o Senju continuava a anotar em seu caderno. – Não é minha culpa você ter aparecido aqui igual uma assombração.

O Senju tentou ignorar o outro então, mas a presença dele era deveras irritante e imponente.

– Você me chamou de anormal?

Kawarama achou bastante engraçado ele ter se ofendido com o "anormal" ao invés de se ofender com o "assombração".

Típico...

– Sim... – o Senju terminou de escrever e colocou suas anotações no banco. Se virou para encarar o garoto ao seu lado em seguida. – Você vive implicando comigo, e ainda assim, está aqui.

Danzou bufou e desviou o olhar com suas palavras.

– Eu estava voltando do meu treinamento quando escutei você falando sozinho... – ele explicou com a voz quase monótona. – Eu apenas resolvi vir checar se você não tinha perdido o pouco senso que ainda lhe restava.

Kawarama fechou os olhos fortemente, tentando não deixar as palavras alheias lhe atingir. Era estranho, Danzou o irritava e o fazia querer rir ao mesmo tempo.

– Awn, você se preocupa comigo – resolveu provocar.

O outro lhe olhou com indignação pura em sua face.

– É isto. você perdeu todo o senso. Eu sempre soube que aconteceria mais cedo ou mais tarde.

O de cabelos castanhos apenas riu. Ele não estava totalmente errado.

– Não que eu não esteja me divertindo horrores com sua presença – falou em um tom debochado. – Mas geralmente, você e o Kagami treinam até mais tarde.

Não. Kawarama não iria responder como ele sabia de tal informação.

– Exato, mas o seu irmão resolveu se intrometer... – o Shimura fez uma careta ao responder. – Eu não queria arruinar meus olhos.

– É bem a sua cara mesmo se incomodar com a mínima demonstração de amor e carinho – o Senju tentou fazer uma careta fofa. – Deve ser demais para o seu inexistente coração.

Kawarama riu alto quando Danzou lhe olhou com ódio puro nos olhos. Se lembrou brevemente da época em que se conheceram na academia; que frequentaram apenas por alguns meses, como um tipo de teste. O Shimura implicou consigo desde o primeiro dia, dizendo que sua voz era muito alta e irritante.

E claro, o Senju não era alguém que levava desaforo para casa.

– Até quando pretende deixar esse ferimento sem tratar? – O Senju perguntou de repente.

Danzou se assustou um pouco. Pensou ter escondido bem o machucado com seus cabelos.

– Não é nada demais – deu de ombros. – E como você percebeu?

– Bom. Você escondeu bem, mas seu cabelo costuma ficar um pouco mais separado – Kawarama tocou os próprios cabelos para tentar explicar. – Essa mecha em específico está um pouquinho mais para o lado.

Danzou o olhou com uma sobrancelha arqueada, e Kawarama só então notou o erro que cometeu.

Aquilo com certeza soou bem suspeito.

– Você me assusta – o Shimura disse em um tom sério.

O Senju sentiu o rosto esquentar. Que ódio.

– Não é o que está pensando! Eu sou apenas observador, só isso – bufou irritado. Resolveu então tentar mudar o assunto. – Eu posso te curar. Estou precisando mesmo treinar meu Ninjutsu Médico.

Danzou recuou um pouco.

– Aprecio a preocupação, mas você vai acabar piorando a situação.

Kawarama resolveu insistir.

– Deixa de ser chato, vai ser rapidinho – ele apoiou os joelhos no banco e se aproximou do outro garoto. – Essa sua testa de amolar kunai já é grande demais para você ficar enfeitando ela com cicatrizes.

– Escuta aqui!-

O Shimura interrompeu suas palavras quando o Senju praticamente se jogou encima dele. Aproveitando a chance, Kawarama tocou o ferimento do outro levemente.

Apesar de sua inicial irritação, Danzou deixou ele continuar. Soltou os braços dele e tentou olhar para o lado.

– Pronto! – Kawarama sorriu, orgulhoso de seu trabalho. – Viu só? Não doeu nada.

E como se nada tivesse acontecido, o Senju se afastou e voltou a mexer em suas anotações.

– Não era com a dor que eu estava me preocupando... – estranhando um pouco seu próprio comportamento, Danzou se aproximou mais do Senju. – O que está fazendo?

– Hum? Ah, estou tentando descobrir o que está acontecendo entre o Tobi-nii e o Izuna... – explicou vago, sem dar muita importância para o garoto ao seu lado. – Ei, já que você está aqui, pode me ajudar!

Danzou sentiu um mau pressentimento.

– Qual foi a última vez em que meu irmão treinou com você?

O Shimura ficou pensativo por alguns segundos.

– Três semanas atrás, aproximadamente.

O Senju suspirou, anotando algo rapidamente.

– Droga, isso não vai ajudar muito...

– Eu ainda não entendi o que você quer...

– Bom, até alguém como você deve ter notado que o Tobi-nii e o Izuna têm se comportado de uma maneira bastante estranha nas últimas semanas...

Danzou não teve muito contato com os dois, mas pelo pouco que pôde ver, era nítido que algo estava... errado. E quando se lembrou da festa...

– É verdade que... Espera! Como assim "alguém como eu?" – Perguntou indignado.

– Como eu ia dizendo, eles mudaram o comportamento quase que da noite para o dia... – Kawarama o ignorou e continuou o relato. – Não acha suspeito?

– Bom. Levando em consideração que eles estão juntos agora, não é tão suspeito assim – comentou, fazendo uma careta em seguida. – As pessoas não vivem dizendo baboseiras, como: "as pessoas mudam quando estão apaixonadas"?

O Senju colocou uma das mãos sobre seu rosto, tentando não rir alto. Às vezes, Danzou conseguia ser estranhamente engraçado.

– Eu até pensei que poderia ser isso, mas eu conheço o Tobi-nii e o Izuna muito bem, tanto que conheço cada um de seus comportamentos e manias – respondeu invicto. – Eles estão agindo um como o outro, e eu posso provar!

– Medo... – o outro garoto murmurou.

Kawarama abriu seu caderno em uma página em específico e mostrou para o Shimura.

– O Izuna sempre coloca as mãos na cintura quando está irritado com alguém; o Tobi-nii fez isso aproximadamente dezessete vezes nos últimos dias... – explicou detalhadamente. – O Izuna também tem o costume de andar em círculos quando está aflito ou preocupado; o Tobii têm feito bastante disso ultimamente... E ele está penteando os cabelos demais nesses últimos dias, ele segura a escova do mesmo jeito que o Izuna; na ponta, e com os dedos bem juntinhos...

Kawarama virou a página. Danzou estava imóvel.

– Eu não tive muito tempo para passar com o Izuna, mas pude ver algumas mudanças nele também... – apontou para certas partes em seu caderno. – Quando saímos juntos, ele suspirou da mesma forma dramática que o Tobi-nii faz. Ele pegou a mania que o Tobii tem de ficar deitando a cabeça nos lugares quando quer ignorar as coisas em volta, e... Ah! – Exclamou de repente. – O Izuna também ficou bastante tímido de repente, ele nem quis me contar sobre suas aventuras com o meu irmão. E ele sempre me conta tudo...

Danzou observou admirado e com um pouco de medo Kawarama citar todas as observações que anotou. Talvez tenha o subestimado um pouco...

– ...E é isto.

– Kawarama.

– O quê?

– Você tem um problema.

– Não tenho, não!

– Seu comportamento está beirando à obsessão.

– Não está! Eu apenas sou um ótimo observador!

– Eu estou assustado, de verdade.

Apesar de sua destreza, o Senju não pôde deixar de rir. Até que o Shimura não era tão chato assim...

– Eu apenas me preocupo com eles, não é como se você fosse entender.

– Está querendo insinuar alguma coisa? – Danzou perguntou, levemente ofendido.

– Não... Só que você não tem coração – disse em um tom de brincadeira. – Aposto que se eu te abraçar agora, seu corpo vai se desintegrar igual papel em água.

O Shimura se afastou repentinamente.

– Você não se atreveria...

– Quer apostar?

Danzou arregalou os olhos quando Kawarama jogou os braços em seus ombros abruptamente.

– Já está sentindo a pele derreter? – O de cabelos castanhos perguntou rindo.

– Me solta, seu surtado!

Kawarama estava pronto para o abraçar mais forte e provar seu ponto, mas o som de risadinhas o interrompeu.

– Sempre soube – disse Kagami.

– Kawa, acho que você está sufocando ele... – completou Itama, rindo baixinho.

Danzou fechou os olhos e suspirou derrotado. Ótimo, agora a aldeia inteira iria saber daquilo.

– Não é o que estão pensando! – Exclamou o Senju, se separando do Shimura. – Err... Eu não estou afim de explicar, então pensem o que quiserem.

– Não pensem, não! – Retrucou Danzou

Kagami observou os dois com uma de suas sobrancelhas erguidas; sem dúvidas, suspeitando deles. Enquanto isso, Itama foi até o banco e pegou as anotações do irmão.

– De novo com os seus surtos? – Itama perguntou entediado. Ao olhar o caderno, viu as informações que o irmão tentou o fazer escutar. – Coitado do Danzou-San que teve de aguentar suas paranóias...

– Precisamente – o Shimura concordou.

Kawarama inflou as bochechas em chateação.

– Não mente, você estava curioso!

Kagami se aproximou do Senju mais novo e olhou para o caderno nas mãos dele.

– Olha, eu tenho que concordar com o Kawa – comentou pensativo. – Eu convivo com o Izu-nii quase todos os dias, e ele realmente está mudado.

Kawarama sorriu convencido.

– Conta tudo!

Os quatro garotos se sentaram no chão, formando uma roda.

– Bom... Para começar, o Izuna começou a passar mais tempo sozinho – o Uchiha começou a contar. – Ele estava com problemas naquela época, eu acho, então posso entender. Mas depois, ele começou a mostrar habilidades que nunca teve; como cozinhar, o que realmente me assustou, porque da última vez que ele se aventurou na cozinha, a panela explodiu...

Kawarama riu ao se lembrar da memória. Ele estava com Izuna naquele cômico dia.

– E isso não ê tudo! – Kagami continuou. – O Izu-nii também massacrou o Madara no Shogi, tipo, pisou sem dó! Ele nunca tinha jogado aquilo antes... – enquanto ele falava, Kawarama anotava em seu caderno. – Ele também parou com os palavrões... Ah, e o cabelo dele têm estado um total desastre nos primeiros dias...

– Exatamente! Enquanto isso, o Tobi-nii nunca mais cozinhou sozinho. Ele também ficou mais vaidoso e sociável... – completou o Senju.

Itama e Danzou se olharam. Uma silenciosa mensagem de "onde fomos nos meter?" era dita.

– Certo, eles mudaram um pouco. Mas isso não prova que algo estranho ou sobrenatural esteja acontecendo – disse o Senju de cabelos bicolores. Estava tentando ser a voz da razão no meio de toda aquela insanidade.

Kawarama finalmente acabou de anotar tudo e respirou profundamente.

– A minha teoria é que um dos jutsus do Tobi-nii deu errado e causou alguma consequência – disse por fim.

Danzou revirou os olhos.

– Certo. Vai ver eles trocaram de corpo... – disse com desdém.

Os outros três ficaram brevemente em silêncio.

– Não. O Tobi-nii ainda não se tornou um cientista maluco... – Kawarama negou com a cabeça. – Ele ainda tem salvação...

O Shimura duvidou profundamente. Ele tinha conhecimento de um certo jutsu de ressuscitação que o seu Sensei estava querendo criar.

– Eu estava pensando em algo mais simples, como uma troca de personalidades, ou algo do tipo... – continuou o Senju.

– Faz sentido... – Kagami se pronunciou. – Eles têm se forçado muito para tentar agir naturalmente. O Izuna não para de chamar o Madara de Mada-Nii, ele só fazia isso quando aprontava, mas agora, é todo dia...

– Mas se este for o caso, por que eles não contaram para ninguém? – Itama o interrompeu. – Tenho certeza de que o Hashi-nii iria querer ajudar.

Enquanto eles conversavam, Danzou não sabia se ficava interessado ou assustado.

– Eu também tenho uma teoria pra isso! – O de cabelos castanhos exclamou. – O Tobi-nii sabia que ficaria de castigo se o Hashi-nii descobrisse que ele criou algo perigoso de novo. Por isso, ele convenceu o Izuna para esconderem tudo.

Castigo? Danzou se perguntou mentalmente. Era difícil imaginar que um homem tão digno como o seu Sensei se renderia a algo do tipo...

– O Tobirama-Sensei fica de castigo? – Kagami perguntou rindo. – Vou contar pra geral!

O Shimura lhe deu uma leve cotovelada.

– Não. Se comporte.

– Vocês não tem provas – Itama tentou intervir. – Sobre o Tobi-nii e o Izuna, eu digo.

– Não temos ainda! – Kawarama se levantou. – Mas eu tenho certeza de que encontraremos algo no laboratório do Tobi-nii, vamos!

Kagami se levantou animado e foi atrás dele. Itama os acompanhou resignado. Danzou se levantou por último, estava pronto para ir embora.

– Ei! Você vai com a gente! – Kawarama segurou seu pulso e o puxou.

– Por quê!?

– Porque sim – respondeu simples. – Não vai me dizer que você nunca quis conhecer o laboratório do meu irmão?

Bom...

Resignado, Danzou resolveu os acompanhar.

– Você já pode me soltar...

Ao perceber que ainda segurava o braço dele, Kagami o soltou de imediato.

– Ah, foi mal... – ele disse, um tanto constrangido. – Esqueci que o seu corpo se desintegra com a mínima demonstração de afeto...

Cansado de levar ofensas sem nenhum motivo aparente, Danzou resolveu revidar.

– Tem certeza de que não está cismando com essa história só porque você é o único de sua casa que não está em um relacionamento?

Kawarama até mesmo parou de falar com tamanha audácia. Como... Como ele se atrevia?

Pegou uma pedra no chão e jogou no Shimura - que desviou, infelizmente.

– Você não tinha esse direito! – Exclamou irritado. – E como você sabe que o Hashi-nii está namorando?

– Eu sou amigo do Kagami.

– Ah...

Os dois ficaram em silêncio por alguns segundos.

– Você acabou com o meu dia, mas estou impressionado... – comentou o Senju. – Não sabia que você também tinha um lado debochado.

O Shimura fechou a cara.

– Não me compare a você... – reclamou emburrado. – Te incomoda tanto assim?

– O quê?

– Só você estar sozinho.

O Senju suspirou dramaticamente.

– Mais ou menos...

Ele iria acrescentar algo, mas desistiu ao ver que chegaram em sua casa. Hashirama estava trabalhando, então não precisavam se preocupar.

– Esse lugar me dá medo... – disse Itama assim que chegaram na porta do laboratório de Tobirama.

Kagami e Danzou se entreolharam.

– Não precisam se preocupar – Kawarama tentou os tranquilizar enquanto abria a porta. – Algumas coisas explodem de vez em quando, mas é de boa.

– Estou tão mais tranquilo... – brincou Kagami enquanto entravam no cômodo.

Danzou olhou em volta curiosamente, e Kawarama se perguntou o que tinha de tão interessante em todos aqueles frascos e pergaminhos.

– Tentem não quebrar nada... – Itama pediu. Estava com um pouco de medo que Tobirama descobrisse.

Os quatro então começaram a procurar por algum tipo de pista ou informação. Estava sendo um pouco difícil, já que não sabiam exatamente o que procurar.

– Eu acho que encontrei alguma coisa... – Kagami anunciou de repente.

Os outros três se reuniram ao lado dele.

– Isso é só um rascunho, mas podemos ter alguma ideia do jutsu que o Tobirama-Sensei queria criar... – o Uchiha explicou calmamente, apontando para partes específicas no papel. – Parece que era algum tipo de modificação de clones. Estão vendo esses símbolos? Eles se tratam da porção espiritual de nosso chakra.

Os outros observaram os símbolos mais de perto.

– Agora que me recordei, eles começaram a agir estranho quando aquela explosão aconteceu... – comentou Itama.

– Exatamente! E o jutsu verdadeiro deve estar com eles. Devem estar tentando achar uma cura... – Kawarama teorizou. – Se esses símbolos indicam chakra espiritual, então tenho quase certeza de que minha teoria de troca de personalidades está certa!

Danzou aproveitou para tomar a folha em suas mãos. Analisando tudo mais detalhadamente, tinha quase certeza de que sua teoria era a que estava certa; Tobirama e Izuna trocaram de corpos.

Bom. Não que ele fosse falar alguma coisa...

– Agora eu tenho a prova! – O de cabelos castanhos disse animado. – Eles vão ter que implorar muito para que eu não conte ao Hashi-nii.

Kawarama recebeu olhares estranhos.

– Por que você quis tanto achar uma prova? – Indagou Itama.

– E por que todo esse sangue nos olhos? – Kagami completou.

O Senju questionado mordeu os lábios em apreensão. Não esperava que eles fossem querer saber seus motivos.

– É porque eu sabia desde o início que algo estava errado, e mesmo assim, nenhum dos dois veio falar comigo... – sua voz tinha uma leve chateação. – O Izuna é meu melhor amigo! E o Tobi sempre soube que eu guardo os segredos dele muito bem. Eu poderia muito bem ter ajudado eles...

Itama e Kagami fizeram um breve carinho nos cabelos dele. Danzou não sabia muito bem o que pensar daquela estranha situação.

– Para mim, isso tudo é carência... – ele disse com desdém.

Kawarama o encarou firme.

– E se for? Você vai fazer algo sobre isso?

Itama se engasgou.

– Eita! – Kagami botou lenha na fogueira.

– O-O quê!? – Danzou perguntou abismado, sentindo o rosto esquentar um pouco.

Kawarama virou o rosto para o lado, também com as bochechas ardendo.

– Nada...

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Aproveitando a breve folga que teve de seu trabalho, Hashirama convenceu Madara a descansar um pouco dos documentos que organizava e se sentar no grande sofá que havia no canto de seu escritório.

O Senju se deitou no sofá e apoiou a cabeça no colo do Uchiha. Enquanto isso, ele lia um livro bastante interessante que Tobirama esqueceu na sala.

Estava curioso, no entanto. O livro possuía a mesma caligrafia dele...

Sorriu minimamente quando sentiu Madara fazer carinho em seus cabelos. Estava tudo calmo e tranquilo, até que...

– T-Tobi? – Perguntou em um sussurro, assustado ao chegar em uma parte bem explícita na história. Seu irmão escreveu aquilo?

Com receio, ele virou a página. Mas o a alternativa não era muito melhor...

O livro caiu em seu rosto.

– O que foi? – Madara perguntou confuso. Hashirama estava estático e com o livro que lia caído em sua face.

O Uchiha retirou o objeto de cima do Senju e o observou. Por que o rosto dele estava tão vermelho?

Curioso, Madara voltou uma página atrás e começou a ler.

– Não! – Hashirama se levantou e tentou o impedir, mas o Uchiha ergueu o livro para cima e continuou lendo. – Mada! Não lê isso!

Dito isso, o Senju praticamente se jogou nas costas do Uchiha para tentar o desestabilizar. Ainda assim, Madara não se intimidou e continuou lendo.

Alguns minutos se passaram...

– Eu não sabia que você gostava desse tipo de literatura... – o Uchiha comentou em um tom monótono.

Hashirama sentiu o rosto queimar e o escondeu entre as almofadas do sofá.

– Esse livro não é meu! É do Tobi!

Madara o olhou com desconfiança nítida em seus olhos.

– Sei...

– É verdade!

– Ainda assim, você estava lendo.

– Mas eu não sabia que a história tomaria esse rumo!

Madara sorriu minimamente ao ver o constrangimento no rosto alheio. Ele fez um breve carinho nos cabelos dele antes de voltar sua atenção para o livro.

– Hum... Mada...

– Sim?

– Você já pode parar de ler...

O Uchiha apenas deu de ombros.

– Não quero. Está interessante...

– Madara!

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Tobirama abriu os olhos lentamente, tentando se acostumar à intensa luz que emanava da janela. Alisou o rosto lentamente antes de se virar para o lado; estranhou por não ver Izuna ao seu lado na cama, ele sempre acordava tarde.

– Finalmente, hein? – Tomou um breve susto quando o Uchiha entrou no quarto repentinamente. Ele caminhou até a cama calmamente e se sentou ao seu lado.

O Senju revirou os olhos e fez menção de se levantar, mas Izuna segurou seus ombros e o empurrou para baixo.

– Eu estou brincando, pode ficar mais um pouquinho – teimou ele, se deitando por cima de seu peito.

– Mas Izuna, a missão...

– Ah! Eu já busquei os pergaminhos – ele retrucou como se não fosse nada, apontando para os objetos em questão que estavam encima de uma prateleira.

Tobirama o olhou confuso.

– Você fez a missão sozinho? – Izuna concordou animado. – Por que não me chamou?

– Eu te chamei, não se lembra? – Ele perguntou rindo. O Senju negou com a cabeça. – Nós acordamos juntos e nos arrumamos para sair, mas quando eu fui te chamar para sairmos, você acabou dormindo de novo.

O Senju olhou para baixo e, de fato, estava vestindo as costumeiras roupas de Izuna.

– Nossa... Eu devia estar mesmo cansado... – comentou pensativo, enquanto alisava os cabelos de Izuna lentamente. – Isso nunca aconteceu. Deve ser porque estou no seu corpo.

Um som indignado escapou os lábios do Uchiha antes dele afundar um travesseiro em seu rosto.

– Ei! Você tem que parar de ficar culpando o meu corpo por tudo – após jogar o travesseiro em um canto, o Uchiha beijou o rosto dele com carinho. – Enfim. Pode ficar aí mais um pouco.

A proposta era tentadora, mas o Senju ainda tinha outras coisas para resolver.

– Eu ainda preciso comprar os materiais para tentar consertar o jutsu...

– Eu já fiz isso!

Depois de interromper Tobirama, Izuna se levantou rapidamente e pegou uma grande sacola com vários pergaminhos dentro.

– Eu não sabia de qual você precisava, então comprei um de cada em todas as lojas!

Tobirama se sentou na cama e observou abismado a grande quantidade de pergaminhos que haviam nela. Todos com diferentes tipos de materiais.

– Izuna... Não precisava disso tudo... – ele repreendeu com um pequeno sorriso em seu rosto. Izuna se esforçou tanto por ele. – Eu provavelmente só vou precisar de um.

O Uchiha apenas se aproximou mais e abraçou seus ombros.

– Eu sei. Mas também sei que você gosta bastante desse tipo de coisa, então pode ficar com o resto de presente...

Tobirama até tentou lutar contra, mas não pôde esconder o pequeno sorriso que surgiu em seu rosto ao saber que todos aqueles pergaminhos seriam seus. Poderia fazer tantos jutsus...

– Obrigado... – Izuna se assustou um pouco quando Tobirama aproximou seus rostos repentinamente e tocou os lábios dele com os seus. Após se recuperar de seu breve espanto, o Uchiha apoiou as mãos nos ombros dele e retribuiu o lento e demorado beijo.

Passar em todas aquelas lojas foi um pouco cansativo, mas valera a pena. Faria de tudo e um pouco mais para ver o Senju feliz daquele jeito.

– Vamos poder trabalhar tranquilos e sem pressa hoje. Tenho certeza de que encontraremos a cura – dito isso, Izuna se ajeitou na cama e pegou as folhas da pesquisa que estavam na cabeceira da cama. – Você está sentindo alguma coisa?

– Não, eu só estava cansado mesmo – o Senju se mexeu um pouco para pegar uma das folhas e sentiu um leve desconforto. – Minhas pernas estão doloridas.

Ao ouvir seu resmungo, Izuna sorriu malicioso.

– Só as pernas?

Tobirama sentiu um súbito e insuportável calor subir por seu rosto. Ele pegou um dos pergaminhos e o bateu na cabeça do Uchiha.

– Ai! Ai! Desculpa! – Izuna tentou se defender das agressões enquanto ria. – Mas não é uma surpresa suas pernas estarem doendo, do jeito que você se agarrou em mim ontem...

– Izuna!

O Uchiha parou de rir quando o Senju pegou o cobertor da cama e o jogou por cima do corpo dele, o que fez com que alguns dos pergaminhos caíssem no chão.

Izuna retirou a coberta de cima dele e riu de sua expressão irritada.

– Seu ridículo... – ele xingou, cruzando os braços e virando o rosto.

– Parei, parei... – Izuna o abraçou forte, como uma forma de adulação. – Você quer começar agora?

Sentindo o constrangimento ir embora aos poucos, Tobirama assentiu.

O Uchiha pegou as folhas da pesquisa e sentou na cama, encostando as costas na cabeceira. O Senju pegou três tipos diferentes de pergaminhos e se sentou entre as pernas dele, encostando as costas em seu peito.

Izuna anotava os códigos, enquanto Tobirama os passavam para os pergaminhos.

– Ei, Tobii – Izuna o chamou de repente. – Como têm sido morar lá em casa?

O Senju se virou um pouco para o encarar.

– Por que isso tão de repente?

Izuna sorriu breve.

– Bom, se a gente conseguir aqui, vamos destrocar e as coisas vão voltar ao normal... Mais ou menos – ele se corrigiu. – Eu não quero ficar perdido em minha própria casa.

Compreendendo o que o Uchiha queria dizer, Tobirama se deitou no peito dele novamente e pensou no que responder.

– Têm sido normal e, estranhamente, suportável... – respondeu pensativo
– O Kagami gosta de conversar durante a noite, você sabia que ele tomou interesse por selos? Eu estou ensinando ele... – enquanto contava, o Senju fazia um leve carinho na mão do Uchiha. – O Madara parece mais calmo, temos o costume de jogar Shogi durante as tardes; apostamos os nossos dangos durante os jogos. Inclusive, o Madara está me devendo os dele...

Tobirama não notou a destreza de Izuna enquanto falava.

– Espera! Isso foi de zero à cem muito rápido! – O Uchiha lhe interrompeu. – Como eu vou explicar para o meu irmão que, de repente, eu não sei mais como jogar aquele jogo de doido? Ou que eu não sei nada sobre selos?

O Senju tentou forjar uma expressão inocente e olhou para o Uchiha.

– Hum... Diga a eles que você passou por um breve momento de transcendência?

Izuna não aguentou segurar e começou a rir. Tobirama conseguia ser genuinamente engraçado às vezes.

– Não dá para ficar bravo com você, que ódio – deu um breve beijo no rosto do Senju antes de continuar. – Bom, pelo menos isso me deixa mais tranquilo para te contar como estão as coisas na sua casa...

Tobirama o olhou desconfiado.

– O que você fez?

– Bom... Para começar, eu penteio os cabelos do Hashi todas as manhãs... – contou com um pequeno sorriso no rosto. – Às vezes jogamos cartas durante as tardes... De noite, seus irmãos mais novos e eu fazemos o jantar; eles gostam de jogar as coisas um no outro, então eu controlo a água da pia para molhar eles...

Foi a vez do Senju de entrar em destreza.

– Isso foi de zero à mil muito rápido – ele imitou o comentário do Uchiha. – Já estou até vendo que vou sentir falta da calmaria que é sua casa.

– Ah, deixa de mentir! Você vai sentir falta do Madara que eu sei!

Tobirama bufou e voltou a atenção para os pergaminhos.

– Me deixa.

– Eu também vou sentir muita falta dos seus irmãos... – comentou o Uchiha com um sorriso bobo. – Seria ótimo se pudéssemos morar todos juntos.

– A casa não iria durar uma semana.

Izuna soltou uma breve gargalhada e lhe deu um tapa no ombro.

– Tobii! Não destrua meus sonhos!

Enquanto fugia das agressões alheias, Tobirama imaginou brevemente o quão bom seria se os dois de fato morassem juntos...

[...]

– Acho que consegui... – o Senju comentou em um tom cansado. Estavam trabalhando há horas.

Após testar os diversos códigos que Izuna fez, Tobirama finalmente achou um que fez um pequeno ressoar com seu chakra.

– Sério? – O Uchiha perguntou, surpreso e nervoso ao mesmo tempo.

Tobirama checou o jutsu novamente, tudo parecia estar em ordem.

– Sim.

– Você... Prefere destrocar agora? Ou em casa? – Izuna perguntou com apreensão.

O Senju bocejou.

– Em casa... É mais seguro...

Dito isso, ele se virou de frente para Izuna e o abraçou, apoiando a cabeça em seu ombro.

– Izuna...

– Sim? – Perguntou meio confuso, levando suas mãos até os ombros do outro e o abraçando de volta.

Tobirama ergueu o olhar e fitou o Uchiha no rosto. Estava um pouco nervoso.

– Eu apenas... queria te agradecer... – começou. – Por ter sido paciente por todo esse tempo em que estivemos trocados e por não contar a ninguém; eu sei que essa situação também foi bastante complicada para você... E obrigado por tudo o que têm feito por mim, por ter me ajudado... Eu ainda estaria me afundando em problemas se não fosse por você.

Izuna sorriu bobo enquanto sentia seus olhos lacrimejando. Seu peito estava a ponto de entrar em combustão de tão quente.

– Tobii... Não me faz chorar – seu rosto esquentou um pouco quando Tobirama secou suas lágrimas. – Você também fez muito por mim... Me ajudou com minhas incertezas, me fez ver o quão bom eu posso ser... Muito, muito obrigado.

Izuna então o abraçou forte, e os dois continuaram assim por longos minutos. Perdidos no pequeno receio que era o pensamento de que, finalmente, voltariam à suas vidas normais.

– É estranho eu estar um pouco nervoso? – O Uchiha perguntou de repente, sentindo o gostoso carinho que o Senju fazia em seus cabelos.

– Não. Eu também estou... – Tobirama admitiu, se separando do outro e se deitando na cama.

Izuna se deitou perto dele e ficou por cima de seu peito. Lhe beijando os lábios lentamente.

– Bom... Não vamos nos preocupar com isso agora – ele afundou o nariz em seu pescoço e deu um breve beijo no local. – Amanhã, a gente destroca.

Tobirama abraçou suas costas e o puxou para mais perto.

– Sim. Amanhã.



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