Narrado por
Bianca
Nem tinha dado tempo para a ficha cair que eu havia perdido a minha virgindade ou pelo menos falar sobre isso. Admito que achei que Marcelo estava morto pois alguma coisa arrastava ele para todos os lados. Levando em consideração o que aconteceu com Diogo e Ryan, seria difícil não achar que ele teria o mesmo destino.
Eu e o Lucas nos vestimos rápido com medo até da Júlia aparecer e nos encontrar no estado que estamos. Coloquei novamente o blusão e coloquei a calcinha que estava por um tris. Arrumei meus cabelos e dei dois passos para trás enquanto que o Lucas foi abrir a porta. Assim que ele abriu, Marcelo se jogou em cima do meu namorado que quase caiu.
Marcelo gritava muito, e as tentativas de fazê-lo ficar calmo foram inúteis.
- Eles estão vindo, eles querem me pegar!
Gritou várias vezes isso. Me arrepiei toda e o Marcelo se desvencilhou dos braços de Lucas e sentou no chão se balançando para frente e para trás.
- Lucas, o que ele tem? - Perguntei de forma discreta.
- Parece que alguma entidade fez um estrago na mente dele. Pode ser efeito do choque ou pode ser algo mais forte que isso.
- Gente, o que está havendo aqui?
Marcelo, assim que viu Júlia entrando na sala, correu e a colocou contra a parede sem motivo algum, gritando e chamando minha amiga de demônio. Sem escolha, o Lucas deu um mata leão em Marcelo, e foi imobilizando o mesmo no chão. Meu coração estava quase saindo pela boca vendo toda essa situação. Marcelo babava e tentava resistir ao domínio de Lucas que teve que bater a cabeça dele contra o chão fazendo o garoto desmaiar.
- Puta que pariu! precisamos sair dessa cidade, precisamos voltar pra São Paulo - disse minha amiga, desesperada.
- Não vai adiantar, eles vão atrás de vocês duas do mesmo jeito.
- Por sua culpa Bianca, eu vou morrer!
- Ninguém mais aqui vai morrer! vamos sair daqui a pouco. Vamos na feira comprar as coisas pois andei pesquisando e já sei o que usar.
- Tá, mas o que vamos fazer com o Marcelo? - Perguntei para Lucas.
- Ligaremos para a Samu e vamos dizer que ele não está bem da cabeça.
- Explicou Lucas. - E não é nenhuma mentira pra dizer a verdade.
- Acrescentou.
- Tá bom, liga! - Pediu Júlia em tom de ordem, saindo da sala.
Lucas pegou o celular e ligou para a Samu dando o endereço, e ele foi dizendo o que aconteceu omitindo algumas coisas, é claro.
Não demorou muito para a ambulância chegar, todavia a mãe do Lucas foi tirar satisfação sobre o que havia ocorrido. Tínhamos que inventar uma bela história para omitir o detalhe de que corremos a noite toda para sobreviver. Marcelo foi levado de maca para dentro da Samu, e o mesmo parecia está em estado vegetativo, pois estava de olhos abertos, respirava, mas não esboçava reação.
*****
Quando tudo se "acalmou" liguei para minha mãe que estava morrendo de preocupação. Meu pai estava uma fera por eu ter dormido na casa do Lucas, no entanto naquele momento não estava nem aí para essas reclamações, tanto é que quando ele levantou o nível da voz, desliguei e nem disse quando voltava para o hotel.
- Tem certeza que é uma boa ignorar o seu pai? - Perguntou Lucas pegando algumas coisas.
- Isso não importa agora. - Dei de ombros.
- Tudo bem, vamos pegar um ônibus para chegar na feira. - Ele avisou e saímos da casa dele.
Descemos a ladeira da rua dele e durante o percurso fiquei me perguntando como a polícia ainda não tinha batido em nossa porta para saber dos dois homicídios na mesma noite, sendo que as duas pessoas eram do nosso grupo.
- Vocês não acham estranho não terem polícias indo atrás da gente para saber dos supostos assassinatos? - Perguntei já que a minha curiosidade estava extrapolando.
- Ainda está cedo, mas logo eles viram atrás da gente. Não temos nada a ver com isso. As digitais vão apontar para outra coisa que está além da capacidade deles.
- Você pensa em tudo, sabia? - Minha amiga olhou para Lucas com uma certa desconfiança. Meu namorado não à respondeu, contudo eu passei a ficar até meio receosa....
****
Pegamos um ônibus chamado Barra R1 que Lucas disse que assim chegaríamos na cidade baixa de Salvador. Depois de mais ou menos trinta minutos, chegamos no local.
Andamos rápido pela feira e o Lucas foi vendo as coisas que deveriam ser compradas.
Primeiro ele pediu para a moça escolher os melhores quiabos, depois disso ele comprou uma abóbora e por fim camarões.
Ainda faltava na lista dele a cerveja preta, por isso batemos perna por um tempo até acharmos.
Velas o Lucas disse que tinha.
Agora só restava preparar, porém não faço ideia de como faremos isso pois de longe eu sou perita em cozinha.
- Como vamos preparar isso?
- Perguntei para Lucas.
- Eu tenho uma amiga que digamos que foi condecorada a mãe de santo. Tem um terrero perto de onde eu moro, podemos ir lá, quer dizer, eu vou
- Explicou Lucas.
- Mas você acha que ela vai ajudar? Pergunto isso porque parece que você abandonou.
- Concerteza ela pedirá algo... mas estou disposto a fazer qualquer coisa para salvar vocês duas, especialmente você, Bianca.
Lucas beija a minha testa e eu o abraço forte pois eu não tinha nenhuma ideia do que a mãe de santo poderia pedir.
Era quase meio dia quando voltamos para o bairro do Lucas. Comemos alguma coisa e seguimos para a rua onde ele disse que havia um Terrero. Em poucos minutos chegamos na frente deste lugar que era todo branco e em cima havia algumas estátuas, devo admitir que por fora é bem bonito, contudo depois dos últimos acontecimentos não tenho coragem de entrar.
- Vou tentar não demorar. - Lucas caminhou até a porta, bateu e chamou pelo nome da moça que se chamava Nanda. Logo alguém abriu mas eu não consegui vê-la, apenas escutei a sua voz dizendo: "Quem diria, é como dizem, o bom filho a casa torna, apesar que esse filho decepcionou e muito."
Já da pra notar que a negociação não será fácil...
Continuaaaaaaa
Espero que estejam gostando desse livro!
É, ia ser um conto mas quem me conhece sabe como eu sou..😂😂😂😂👉👈
Já troquei até de capa.
RAINHAERAS Causadora do meu surtooo
Maravilhosa igual essa capa.❤❤❤😍😍😍😍😍🍷