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By autoramillyferreira

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Ariana, uma mulher que sempre acreditou no amor, vê o seu mundo desmoronar ao enfrentar um divórcio tempestuo... More

Epígrafe/dedicatória
Prólogo
um
dois
três
quatro
cinco
seis
sete
oito
nove
dez
onze
doze
treze
catorze
quinze
dezesseis
dezessete
dezoito
dezenove
vinte
vinte e um
vinte e dois
vinte e quatro
vinte e cinco
vinte e seis
vinte e sete
vinte e oito
vinte e nove
trinta
trinta e um
trinta e dois
trinta e três
trinta e quatro
trinta e cinco
Epílogo
DEAN

vinte e três

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By autoramillyferreira

ARIANA

Estar deitada em um sofá, completamente pelada, não é algo que eu me imaginei fazendo na vida. Entretanto, aqui estou eu, em uma posição ajustada por Damien, com a expressão mais serena que consigo fazer diante da situação. Normalmente eu sou uma pessoa muito tímida, e tenho certeza que estou um pouco corada, mas algo no olhar do homem à minha frente me faz sentir poderosa, com uma confiança que adquiri há pouco tempo. 

Embora eu não tenha um colar exuberante como a Rose, Damien me encara, entre um esboço e outro, como se eu fosse uma joia rara. Ele trouxe uma cadeira para mais perto do sofá, para me observar com mais nitidez, e parece concentrado no seu trabalho. Seu caderno de desenhos está em mãos, e o único ruído que escuto dentro do apartamento é da ponta do lápis deslizando suavemente pela folha. 

Estou louca para ver como o desenho está ficando, mas fui instruída a não me mexer. 

— Vai demorar muito? — pergunto, entredentes. — É que, possivelmente, eu vou acabar ficando com torcicolo. 

Ele sorri. 

— Estou quase terminando. Aguenta firme mais um pouco, ok? 

Apenas suspiro em resposta. Sinto-o me observando por cima do caderno, um olhar de adoração, mas não consigo olhar diretamente para ele sem sair da pose. 

— O que foi? — sussurro. 

— O quê? 

— Você está me olhando de um jeito estranho. 

— Só estou admirando a vista. 

Um sorriso involuntário surge no canto da minha boca, mas logo desaparece, pois lembro que também não posso sorrir. 

— Que foi? Nunca teve uma mulher pelada no seu sofá? — provoco. 

— Não dessa forma — confessa. 

Sinto um desconforto na base da minha coluna. 

— De que forma, então? 

— Prefiro não responder essa pergunta — ele me lança um olhar solene. — Eu nunca disse que era santo, Ariana. 

Eu engulo a frustração, porque percebo o quão patético soa eu estar sentindo ciúmes das antigas amantes dele. Não quero ficar pensando no Damien transando com outras mulheres… justamente nesse sofá onde estou agora. Eca. Preciso começar a dar ouvidos a todos esses sinais de alerta na minha cabeça. 

Um silêncio meio desconfortável recai sobre a sala. Como fui eu quem começou isso, decido levar a conversa para um lado mais descontraído e digo:

— Bom, confesso que essa é minha primeira vez — noto ele me olhando pela minha visão periférica. — Digo, estar deitada, sem roupas, no sofá de um cara, enquanto sirvo de modelo. 

Percebo o seu sorriso. 

— Você deveria fazer isso mais vezes — e depois de uma pausa, corrige: — No meu sofá, é claro. 

Não consigo evitar o sorriso. 

— E se eu quiser fazer isso no sofá de outros caras? — provoco. 

— A questão é que você não quer. 

Viro a cabeça para olhar para ele, boquiaberta. 

— Como você pode afirmar isso com tanta convicção? 

Damien dá de ombros e fecha o caderno, jogando-o sobre a mesa a alguns metros de distância dele. 

— É bem simples, professora: ninguém te excita como eu faço — abro a boca, mas ele me interrompe no ato. — E não adianta tentar negar. Está na forma como você olha para mim, como pede para eu ir mais rápido, mais forte, quando estou dentro de você. 

Minha pele esquenta de um jeito que eu não consigo explicar. Observo atentamente, ainda sem palavras, enquanto ele se levanta da cadeira e caminha lentamente na minha direção. Fico inquieta sobre o sofá, tentando me decidir, em conflito, se devo permanecer como estou ou se devo me sentar. 

— O desenho… — tento escapar. 

Ele sorri de lado e sobe em cima de mim, fazendo minha respiração ficar presa na garganta; seu corpo vai se encaixando no meu como peças de um quebra-cabeça. 

— Faz umas meia hora que terminei — admite. 

Fico chocada. 

— Mas… por que você não me disse nada? 

Damien coloca as mãos em cada lado do meu pescoço e abaixa a cabeça, fazendo nossos narizes se roçarem e sua respiração bater contra o meu rosto. Seus olhos são animalescos. 

— Queria olhar pra você um pouco mais — diz ele, a voz rouca. — Eu poderia apenas olhar pra você, nua no meu sofá, a noite inteira. 

Minha boca fica seca. 

— Bom… não quer me mostrar o resultado do desenho? 

A expressão no seu rosto é extremamente sacana. 

— Claro. Você vai receber o produto depois que eu receber o meu pagamento. 

Engulo em seco, mas percebo tarde demais que minha boca se encontra seca. 

— Qual é o seu valor, senhor? — pergunto sorrateiramente, mexendo no botão da sua calça. 

— É um pouco alto, eu admito. Mas tenho certeza que você pode pagar cada centavo. 

Ele me beija. Eu abraço o seu corpo, as pernas rodeando seus quadris, suspirando contra seus lábios sedosos. Estou completamente pelada, ele completamente vestido, o que cria um atrito gostoso, mas agonizante: prefiro quando ele está sem nada, para que eu possa sentir cada centímetro da sua pele e aquele calor familiar que causa uma pane elétrica no meu corpo. 

Em alguns instantes, as suas roupas estão jogadas em direções diferentes pelo chão, e ele está deslizando para dentro de mim depois de pôr a camisinha. A forma como ele se movimenta, todo possessivo, sem muita velocidade, mas com muita intensidade, acaba comigo. Eu rebolo contra ele, gemo contra a sua boca, e deixo ele tomar todo o controle da situação. 

As outras mulheres que passaram pela vida dele, por esse sofá, não importam. O que realmente importa é que sou eu quem está aqui agora, e Damien é completamente meu. 

***

Algum lugar do meu cérebro registra a letra de "He Could Be the One", da Hannah Montana, cantando alto. Esse é o som do meu toque de celular. Que foi? Eu sei que já tenho trinta anos, mas ainda não tenho coragem de deixar o meu lado Disney para trás. 

Abro os olhos, gemendo de insatisfação. Tateio a cama, ainda meio grogue, mas tudo o que encontro são amontoados de lençóis. Demora apenas um segundo para eu me lembrar onde estou. Reparo que Damien não está mais na cama. 

Encontro o celular sobre a mesa de cabeceira e forço esse maldito a parar de berrar no meu ouvido a essa hora. Quem está me ligando é a minha irmã. Por chamada de vídeo. Sério? Não são nem sete da manhã. 

Sem me importar com minha nudez, eu aceito a sua tentativa de entrar em contato. A primeira coisa que ela diz é: 

— Estou vendo os seus peitos. 

— O que você esperava? — resmungo. — São seis e alguma coisa da manhã e eu estava dormindo. 

Ela faz uma pausa. 

— Você dormiu pelada? Por quê? — Outra pausa, mas ela não espera uma resposta, a expressão de quem está entendendo tudo. — Ai, meu Deus, você transou com o bonitão?!

Arregalo os olhos, e lanço um olhar por cima do ombro como se Damien fosse se materializar em algum ponto a qualquer momento. Olho novamente para a minha irmã, em pânico.

— Dá pra falar mais baixo? — cochicho. — Eu estou na casa do cara. 

Ela aproxima o rosto da tela, os olhos estreitos, como se quisesse enxergar alguma coisa a longa distância com mais nitidez. 

— Levanta o celular um pouco mais — instrui ela. 

— O quê? — Mesmo confusa, eu obedeço. 

— Agora chega um pouco mais pra direita… um pouco mais… aí tá bom! — Pausa. — Ai. Meu. Deus. O que é aquilo?!

Olho para trás, assustada, e se eu não estivesse deitada, tenho certeza que minhas pernas ficariam moles que nem gelatina. Damien está saindo do banheiro; cabelo molhado, peito exposto, uma toalha ao redor dos quadris, meio baixa, deixando suas entradas para o caminho do paraíso à mostra. 

Paro no tempo por um momento. Acho que estou babando. 

Ele finalmente nota que estou acordada e abre um sorriso caloroso. 

— Bom dia — cumprimenta. 

Começo a gaguejar, e para complicar a situação, a maluca da minha irmã grita: 

— Deus existe! Estou vendo com meus próprios olhos! 

Damien fica surpreso, e ele procura a origem da voz intrometida. Fico sem graça. 

— É a minha irmã no celular — explico, em tom de desculpas. 

— Ah — ele parece divertido. — Olá, irmã da Ari. 

— Oi, gostosão! — ela grita em resposta. 

Ele faz uma cara engraçada, e depois ri. Tenho vontade de me enfiar em um buraco. Seus olhos se voltam para mim, e ainda há um sorriso em seu rosto. 

— Eu só esqueci o creme de barbear — ele pega um frasco preto em cima da escrivaninha e balança no ar. — Bom, vou terminar o serviço. Foi um prazer, Lauren. 

— Ai, meu Deus, ele sabe o meu nome! — Seu tom continua alto, histérico. 

Damien volta para o banheiro, rindo, e quando a porta se fecha, retomo a chamada de vídeo, com a minha melhor cara de sermão. 

— Sério isso? Você me mata de vergonha! 

Mas ela me ignora completamente. 

— Caralho, eu preciso me mudar para San Francisco o quanto antes! Há outros como aquele deus grego por aí? 

— Lauren! — repreendo-a. 

Ela revira os olhos. 

— Ok, ok, vou me controlar — ergue os braços. 

Solto um suspiro, mas apesar da vergonha que passei, não estou chateada com essa pentelha. 

— Por que você ligou a essa hora? — questiono. 

— É que você não liga faz alguns dias, e eu estou indo trabalhar mais cedo nessas últimas semanas, e quando chega à noite eu estou exausta pra qualquer coisa. Só queria colocar o papo em dia, mas pelo visto você tem coisas mais importantes pra fazer — conclui em tom malicioso. 

Reviro os olhos, mas não consigo evitar o sorriso. 

— Podemos nos falar uma outra hora? — pergunto. 

É a vez dela suspirar. 

— Trocada por um homem… mas assim é a vida, né? — dramatiza. — Mas cá entre nós: por um homem daquele, eu ficaria confinada no quarto o dia todo e… — o meu olhar de censura é o suficiente para fazê-la engolir as palavras e soltar uma gargalhada. — Ok, ok, já entendi. Vou desligar agora. Não esqueça da camisinha. Te amo. 

E antes que eu possa xingá-la, a danada desliga a câmera na minha cara. Coloco o celular de volta na mesa de cabeceira e caio deitada sobre o travesseiro, com um sorriso idiota na cara. 

Parabéns, Damien, por me transformar em uma adolescente idiota. 

Levanto da cama e vou até o banheiro, me sentindo um pouco sem jeito. Bato antes de entrar, e quando Damien me dá permissão para abrir a porta, o encontro em frente ao espelho, ainda seminu e com aquela maldita toalha que parece estar implorando para cair. 

— Oi — digo, me aproximando da pia, parando ao lado dele. — Desculpe pela minha irmã. Ela é meio doida. 

Vejo o seu sorriso pelo reflexo do espelho. Ele está cheirando a sabonete e loção de barba, enquanto estou parecendo que travei uma batalha com um urso pardo. 

— Não sabia que sua irmã sabia sobre nós — não há julgamento na sua voz. 

— Bom, a minha vida é um livro aberto para a minha irmã — justifico. — Espero que não se importe. 

— Claro que não. Meu irmão também sabe sobre você, então meio que estamos quites. 

Prendo o fôlego por uns instantes. 

— E o que ele acha sobre isso? 

Damien não responde imediatamente, e eu noto os seus ombros um pouco tensos. 

— Ele não concorda. Acha que estou correndo um grande risco. 

Sinto minhas entranhas darem um nó. O banheiro é preenchido pelo silêncio por um tempo, e somos engolidos pelo desconforto da situação, porque provavelmente o irmão dele tem razão quanto a isso. 

— A minha irmã me incentivou a ir atrás de você — revelo, olhando-o de canto de olho. 

Damien abre um sorriso. 

— Preciso me lembrar de enviar um presente como agradecimento. 

Acho graça. 

— Por favor, não faça isso. Ela já te adora, e com um presente, ela vai construir um altar para você com velas e várias fotos. 

Ele inclina a cabeça para trás, rindo como uma criança. 

Ficamos mais um tempo no banheiro, sem nos importar com a presença um do outro. Eu prendo melhor o meu cabelo, sem fazer ideia de onde foram parar as presilhas que eu estava usando ontem, e escovo os dentes com uma escova extra que Damien tem. Ele me dá um beijo no pescoço e sai do banheiro, me dando privacidade para tomar um banho — não que isso seja necessário depois de ele ter me visto nua mais de uma vez. 

Quando chego na cozinha, usando uma peça de roupa extra que eu trouxe — short jeans e camiseta —, minhas narinas são invadidas por um cheiro inebriante de café da manhã. Damien está sob o fogão, usando apenas uma calça jeans que deixa a barra da sua cueca aparecendo. 

— Com fome? — pergunta ele, colocando ovos mexidos em um prato sobre a mesa. 

— Morrendo de fome — corrijo, me sentando sob a mesa. 

— Fiz suco de laranja, caso não queira começar o dia com café forte. Mel ou calda de chocolate para as panquecas? — ele para na minha frente, segurando dois potes com conteúdos diferentes. 

— Calda de chocolate — respondo sem pestanejar, e ele coloca um dos potes diante de mim antes de guardar o outro no armário. 

Damien ocupa uma cadeira sob a mesa e começa a se servir. Fico impressionado com a montanha de comida em seu prato, mas o que eu esperava? O cara é enorme. 

— Não temos aula juntos hoje — comenta ele, parecendo desapontado. 

— Alguma chance de nos vermos à tarde? — pergunto, esperançosa. 

Sua expressão de lamento já diz tudo. 

— Tenho que trabalhar hoje à tarde e durante o resto da semana. Só vou estar livre na sexta. 

Franzo o cenho. 

— Pensei que não estivesse trabalhando no momento. 

— Não é algo fixo — explica. — Um cara está de licença no corpo de bombeiros, e me perguntaram se eu poderia cobrir os turnos dele enquanto isso. A grana é boa, então não vejo porque recusar já que estou com um pouco de tempo livre. 

— Mas e os seus estudos? — questiono, preocupada. 

— Posso estudar à noite. 

— Tudo bem. 

— Podemos nos ver na sexta? Eu gostaria de te levar a um lugar — ele me olha cheio de suspense. 

— Que lugar? — Não consigo conter a curiosidade. 

— Aceite e verá. 

Estreito os olhos para ele, mas acabo concordando. Eu poderia ir a qualquer lugar, desde que seja com ele. 

Oh Deus… estou muito encrencada. 

Terminamos o café da manhã e eu o ajudo com a louça. As horas passam voando, e eu preciso ir embora agora se não quiser chegar atrasada para a primeira aula do dia, sendo que ainda preciso passar em casa para pegar minhas coisas, mas a forma como Damien me abraça no sofá, tomando meus lábios em um beijo voraz, me faz esquecer de todas as responsabilidades. 

Quando eu estou com ele fica muito fácil esquecer quem sou. 

— Preciso ir — sussurro contra os seus lábios, mas sem forças para me afastar. 

— Ainda temos tempo — murmura, ainda me beijando. 

— Vou acabar me atrasando… 

— É por uma boa causa. 

Eu me afasto, rindo. Ele está muito atraente com os lábios inchados e o cabelo desgrenhado. 

— Eu poderia ficar aqui com você a manhã toda — digo. — Mas eu realmente tenho um dever a cumprir. 

Damien suspira, passando a mão pelo cabelo. 

— Acho que não tenho escolha a não ser deixar você ir — murmura. 

Sorrio, e beijo seus lábios mais uma vez, de forma rápida, antes de me afastar completamente. Eu pego minha bolsa, confiro se não deixei nada para trás e me levanto. Ele me acompanha. 

— Antes de você ir — diz ele, pegando seu caderno de desenhos sobre a mesa. — Tenho uma coisa para você. 

Espero, ansiosa, enquanto ele arranca uma folha do caderno com cuidado e depois me entrega. Quando eu vejo o desenho, perco o fôlego, e uma expressão maravilhada surge em meu rosto. Sou eu. Ele desenhou a mim com muita perfeição e capricho, me fazendo acreditar, nem que seja por um momento, que sou realmente tão bonita e sensual quanto no desenho. 

— Obrigada — sussurro, abraçando a folha contra o peito. — Amei. 

Ele sorri. 

— Arrisco dizer que esse é o meu melhor desenho. 

Fico intrigada. 

— Por quê? 

— Porque eu tive a melhor modelo. 

Fico sem graça. 

— Você só está sendo modesto. 

— Não estou — ele me dá um beijo. — Você é linda e sexy. É uma pena que eu tenha que lhe lembrar isso; você deveria saber. 

Eu me derreto diante das suas palavras. Fica difícil não me apaixonar por ele quando o mesmo fica me dizendo essas coisas tão doces. 

Damien me acompanha até a porta. 

— Bom… a gente se vê em breve, então — eu me despeço. 

Ele olha dentro dos meus olhos e diz: 

— Estou contando os segundos. 

E eu saio do prédio com um sorriso idiota na cara.  

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