O Cortejo Do Marquês Raeken-H...

By a_belmonte

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A ideia de Liam não era ir a esse bendito baile, ele apenas queria curtir sua desilusão amorosa, depois que s... More

𝖈𝖆𝖕𝖎́𝖙𝖚𝖑𝖔 𝖚𝖒
𝖈𝖆𝖕𝖎́𝖙𝖚𝖑𝖔 𝖙𝖗𝖊̂𝖘
𝖈𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 𝖖𝖚𝖆𝖙𝖗𝖔
𝖈𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 𝖈𝖎𝖓𝖈𝖔
𝖈𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 𝖘𝖊𝖎𝖘
𝖈𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 𝖘𝖊𝖙𝖊
𝖈𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 𝖔𝖎𝖙𝖔
𝖈𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 𝖓𝖔𝖛𝖊
𝖈𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 𝖉𝖊𝖟
𝖈𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 𝖔𝖓𝖟𝖊
𝖈𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 𝖉𝖔𝖟𝖊
𝖈𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 𝖙𝖗𝖊𝖟𝖊
𝖈𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 𝖖𝖚𝖆𝖙𝖔𝖗𝖟𝖊
𝖈𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 𝖖𝖚𝖎𝖓𝖟𝖊
𝖈𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 𝖉𝖊𝖟𝖊𝖘𝖘𝖊𝖎𝖘
𝖈𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 𝖉𝖊𝖟𝖊𝖘𝖘𝖊𝖙𝖊
𝖈𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 𝖉𝖊𝖟𝖔𝖎𝖙𝖔
𝖈𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 𝖉𝖊𝖟𝖊𝖓𝖔𝖛𝖊
𝖈𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 𝖛𝖎𝖓𝖙𝖊
𝖈𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 𝖛𝖎𝖓𝖙𝖊 𝖊 𝖚𝖒
𝖈𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 𝖛𝖎𝖓𝖙𝖊 𝖊 𝖉𝖔𝖎𝖘
𝖈𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 𝖛𝖎𝖓𝖙𝖊 𝖊 𝖙𝖗𝖊̂𝖘
𝖈𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 𝖛𝖎𝖓𝖙𝖊 𝖊 𝖖𝖚𝖆𝖙𝖗𝖔
𝖈𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 𝖛𝖎𝖓𝖙𝖊 𝖊 𝖈𝖎𝖓𝖈𝖔
𝖊𝖕𝖎𝖑𝖔𝖌𝖔

𝖈𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 𝖉𝖔𝖎𝖘

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By a_belmonte

Isaac estava irritado, não irritado. Isaac Dunbar Lahey-McCall, o marquês de Blaser, está possesso. Scott, seu esposo, se mantinha em silêncio no canto do quarto, observando o modo como seu cunhado parecia se encolher na poltrona, esperando a explosão de seu marido. Ele não era nem louco de apressar o esposo, mesmo morrendo de sono, depois da noite agitada, se mantinha alerta, esperando o escândalo. Sabia que o seu ômega não conseguiria ter uma noite de sono tranquila, enquanto não se resolvesse com seu irmão.

Liam está aguardando a surra de seu irmão desde o momento que entraram na carruagem disposta pelo marquês Derek, quando Isaac somente levantou a mão e sinalizou o cocheiro. Naquele instante o mais novo soube que estava ferrado, pois seu irmão não era o tipo de pessoa que esperava para resolver um assunto. E se ele queria esperar, era porque sua raiva já tinha ultrapassado o limite. E isso significava de forma bem clara sua total queda na percepção do irmão.

— Você disse que ia apenas pegar uma bebida e, do nada, resolve noivar e, ainda por cima, arriscar a moral de nossa família se enfiando em uma sala privativa com seu noivo, Liam?

O loiro sabia muito bem que não era como o irmão citava os eventos. Não era como se ele tivesse recebido um cortejo decente, ou um pedido de casamento formal, ou até mesmo um convite para acompanhar o marquês Theo até a biblioteca. Ele apenas se manteve em silêncio, tentando preservar a reputação da sua família, não querendo escândalos. Não era isso que todos os ômegas aprendiam, antes mesmo de saberem falar?

Theodore nem ao menos sabia sua descendência, isso, por si só, já mostrava a total falta de vínculo romântico que seu irmão poderia supor.

— Eu fui pegar apenas uma bebida.

Começou, e meio segundo depois, Liam precisou se atirar pro lado, caindo no chão, para escapar do irmão, quando o loiro se jogou para cima dele, tentando o estapear. O mais novo estava tão acostumado a sair no tapa com o irmão, que apenas se arrastou para o lado, os olhos arregalados.

Talvez, apenas talvez, fizesse certo tempo desde a última vez. Era de se admirar sua capacidade de escapar das garras tão bem treinadas de Isaac.

— Pegar uma bebida na boca do marquês Raeken-Hale? — Isaac gritou, sendo segurado pelo marido para não voar no irmão.

O Lahey-McCall sempre foi certinho, demorou semanas até aceitar o cortejo do conde McCall, mesmo sabendo que se tornaria um marquês no final. Sempre prezou a honra da família e Deus o livre se alguém ousasse duvidar de sua pureza. Não, os ômegas Lahey eram decentes. E ver seu irmão quase colocando fogo em tudo que ele havia conquistado, era demais para ele.

— Eu nem beijei ele! — Liam se defendeu, orando para os empregados do marquês Derek não escutasse a algazarra do quarto — Ele me aprisionou a esse compromisso, ele me arrastou para aquela biblioteca, somente ele.

Scott o encarou em dúvida.

— Oh, claro! Porque você é um anjo. Pobre coitado do Liam Eugene Dunbar Lahey. — Isaac soou sarcástico, ganhando um olhar sentido do irmão — Nossa mãe pode cair nessa sua conversinha, Liam. Mas eu não.

Scott encarou o cunhado, como se pedisse para ele contar a verdade. Porém, ele já estava contando. Só precisava que eles acreditassem, mesmo parecendo um absurdo. A verdade é que o marquês o tinha envolvido em um relacionamento e arriscado sua moral de ômega solteiro sozinho. Ele não teve uma participação ativa em toda a situação. Ele era tão inocente quanto qualquer um naquela situação.

— Eu não fiz nada! — o mais novo exclama começando a se irritar — Estava do lado de fora, conversando com lady Talbot. — olhou para baixo, não tinha citado esse momento antes — Retornei logo em seguida para a festa, a mesa das bebidas e fui posto no compromisso. O marquês apontou o dedo na minha direção e disse que eu era o seu noivo. Eu nunca sequer tinha cogitado  falar com ele.

Scott apertou os lábios, querendo rir. Imaginando como seu pequeno cunhado deve ter parecido um gatinho abandonado sem entender nada. Se bem que ele ainda parecia um pouco.

— Eu não sei se quero dar na sua cara ou rir da sua cara. — Isaac declarou para o outro, levando a mão até às temporas, sentindo uma dorzinha se formando — Continue.

Liam quase sorriu ao perceber que estava ganhando a confiança do irmão, se arrumando melhor e seguindo o assunto.

— Ele me assumiu na frente do visconde Talbot e da noiva dele. — Isaac faz uma careta, claro que ele sabia da quedinha do irmão pelo alfa — Eu... eu fiquei em silêncio, ia ser pior se fizesse um escândalo não?

— E por que estavam sozinhos na biblioteca?

Isaac estava checando a fundo a história, os olhos atentos no irmão, conhecia os gestos e tiques de mentira do Liam. E, por incrível que pareça, ele não tinha feito nenhum ainda.

— Eu tentei ser discreto, menti que era minha música favorita que estava tocando e pedi educadamente para que o marquês me acompanhasse, ele aceitou de pronto, me levando para o meio do salão. Só que aquilo foi uma confusão, pois meio segundo depois, me arrastou para a biblioteca exclamando em alto e bom som que se alguém escutasse nossa conversa, iria arruinar sua reputação.

— É, só que uma ação dessas, pode arruinar a sua reputação. — Scott comentou com o cunhado.

— Sim. — Liam retornou a sentar na poltrona disposta no quarto do casal, um suspiro saiu por seus lábios — Eu só queria uma bebida.

Scott encarou o marido, sinalizando seu cunhado, como quem diz: "Faça alguma coisa". Liam estava passando uma temporada longínqua com os marqueses de Blaser, principalmente depois que sua mãe começou a adoecer e definhar. Isaac assumiu sua tutela, mesmo o ômega já tendo uma idade "avançada", não era de bom tom morar sozinho. Seu cunhado, o marquês Scott, nutria muito respeito e amor por Liam, muitas vezes, o tratando quase como um pai trata o próprio filho.

— Olha... — Isaac se aproximou do irmãozinho, quase sorrindo ao vê-lo se encolher, acostumado com as reações agressivas do mais velho — Peço perdão a você, okay? Agi de forma errada, não deveria tê-lo julgado como culpado, e amanhã mesmo, assim que o Sol nascer, Scott irá tirar notas com o marquês Theo.

— Vou? — Scott perguntou ao marido, recebendo um olhar irritado — Com certeza eu vou.

Liam sorriu para os dois, principalmente pela constatação de que Scott, seu cunhado, faria qualquer coisa para ficar bem com o marido. O Dunbar-Lahey não pensava muito em casamento, mesmo com sua paixão platônica pelo visconde Talbot, não se imaginava responsável pela casa, planejando filhos como Isaac. Porém, sabia, que se um dia casa-se, sem sombra de dúvidas, iria querer um relacionamento parecido com o do seu irmão e cunhado.

— Agora Scott irá deitar no seu quarto. — Isaac avisou aos dois, recebendo um olhar confuso do marido.

— Por que ele não vai pro quarto dele? É ao lado, Derek o deixou ao lado para evitar fadigas já.

— Não é necessário, irmão. — Liam confirmou o que o cunhado disse — Ficarei bem no quarto ao lado.

— O marquês Theodore é acostumado a transitar nas residências Hale. Eu não irei deixar meu irmão sozinho em um quarto, tendo a oportunidade do marquês se aproveitar dele.

Isaac parecia convicto ao expor seu pensamento aos dois.

— Ele não faria isso, amor. — Scott negou.

— Olhe para Liam, meu irmão não vai saber o que fazer, caso ele invada seu quarto, Scott.

O mais novo queria negar, dizer que saberia muito bem se defender, que até já havia feito. Todavia, contar esse pequeno fato, faria o irmão querer o arrastar pelos cabelos pela ousadia de ter batido em um nobre, ao mesmo tempo que iria sorrir pelo ato. Isaac, sem sombra de dúvidas, precisaria ser estudado.

Scott mesmo a contra gosto se foi para o quarto ao lado, abanando quase sem jeito para Alec, quando o encontrou no corredor. O mais novo Hale apertou os lábios, lutando com a vontade de rir ao entender o que estava acontecendo. Ele, sem dúvida nenhuma, iria incomodar o irmão pela manhã.

O resto da noite foi normal para os marqueses de Blaser e Liam, os três estavam cansados e com sono. Liam ainda confuso de como a noite mudou toda a estabilidade conquistada e pensando como seria o dia seguinte, mas conseguiu adormecer. Diferente do homem hospedado no outro lado da residência, Theodore estava inquieto, andando de um lado a outro na companhia de seu primo e seu esposo.

— Por incrível que pareça, eu consigo imaginar Peter e Laura conhecendo Liam e pedindo seus netos. — Derek debochou do primo, ganhando um olhar nada bom do marido — O que foi?

— Será que você pode ser racional? — o Stilinski-Hale pediu — Precisamos saber como agirmos, afinal, você fez um anúncio público, mesmo sendo apenas para algumas pessoas, essa hora, toda nata da corte já sabe e se sua ideia é desistir, irá abalar os possíveis pretendentes futuros do Liam, que apenas caiu no meio dessa sua história.

— Sim. — Theo concordou com o esposo do primo, respirando fundo, tentando achar uma solução para a confusão que ele mesmo havia formado — O garoto certamente me acha um louco agora.

Stiles encarou confuso o primo do marido, o modo como agia, parecendo mais preocupado com a reputação de Liam, do que com a confusão que isso trará para seu nome. Theo já tinha dado algumas ideias de como fugir do noivado, todas colocando a culpa nele e exaltando o Lahey. Todas descartadas por Derek.

— Você quer casar, Theodore?

A pergunta do Stiles fez Theo e Derek o encararem como se fosse um louco, mas o homem estava bem lúcido. Ele precisava da resposta do primo do esposo.

— Não...? — a resposta saiu incerta, chamando a atenção de Derek.

— Não? — questionou seu primo.

Theo dá de ombros. No início do dia, ele realmente não se imaginava casando, mas agora, ele já conseguia se ver aguardando no altar com dona Laura ao seu lado e isso era estranho demais em sua cabeça. Porque somente a ideia de deixar Brett saber que seu noivado era uma farsa, o irritava. Além do mais, o que era aquele olhar do visconde sobre o seu Liam? Ou o modo como a lady Romero ficou animada por ser o Dunbar-Lahey seu noivo. Tinha alguma coisa ali, entre aqueles três que não se encaixava.

— Uma hora precisarei casar, assumir meu ducado. — Theodore disse, sentando na poltrona disposta no quarto — O garoto teve boas reações, confirmou a história, foi discreto, apesar de ter se mostrado um serzinho de opinião na biblioteca e a submissão com o irmão foi bem imposta quando chegaram.

Stiles apertou os lábios, querendo rir. O primo de seu marido parecia encantado, e ele nao julgava, o ômega tinha uma boa aparência, apesar de não ter conversado muito, era irmão do marquês Isaac, o marido do marquês de Blaser, ou seja, a educação certamente foi boa.

— Você quer casar. — o duque Derek afirmou, ganhando a atenção dos dois — Agora basta saber se o Dunbar-Lahey deseja também.

Os três se olharam, mergulhados em seus próprios pensamentos. Stiles, parecendo entender melhor a situação do que o marido e o marquês do café. Derek dividido entre achar propício ou não essa nova união. Theodore pensando em como poderia conversar com Liam, se seria apropriado pedir uma audiência íntima com um ômega solteiro. Ele não se importava muito com as regras da sociedade, mas não queria colocar o pequeno garoto em encrencas.

"Quem sabe se seu primo e irmão do garoto nao soubessem, ele teria uma chance..." Theo sorriu com a ideia, não se demorando em fingir estar cansado e expulsar o casal de seu quarto. Ele não retornou a colocar toda a polpa de suas vestes, caminhando pelos corredores da residência apenas de calças e camiseta, informal. Mas não foi o garoto Lahey que ele encontrou primeiro, não. Ele encontrou seu irmão, Alec sorriu para ele. Como quem tinha descoberto uma coisa completamente adorável.

— O que está fazendo acordado? — o mais velho perguntou ao irmão.

— Esperando você vir arruinar ainda mais a honra do ômega que escolheu.

— Eu não...

Theodore parou de falar ao perceber que não tinha desculpas para dar, muito menos motivos pela qual. Alec é seu irmão, ele não o entregaria.

— O cunhado está no quarto, parece que o irmão do seu ômega imaginou suas intenções, Theo.

O marquês estalou a língua.

— Mas, como sou um ótimo irmão. — Alec sorriu — Posso acordar o seu ômega exigindo uma audiência, já que sou ômega como ele.

— Você não faria isso sem querer algo em troca. — Theodore adivinhou, vendo o sorriso confiante do irmão — O que deseja, Alexander?

— Um baile.

— Vivemos indo em bailes, Alexander.

— Por isso mesmo. — o mais novo continuou — Quero um baile, um baile sem sua supervisão e sem suas caretas para todos os alfas que se aproximam de nós. Isso espanta os pretendentes.

— Você é novo demais para um compromisso, Alexander e não é um encontro com Liam que me fará mudar isso.

— Liam? Cadê seu decoro? Eu posso chama-lo de Liam, eu sou ômega como ele, você não. Você é marquês, é alfa, isso daria um escândalo e tanto.

— Pare de tentar me ameaçar, irmão. — Theodore rosnou — Chame o garoto, se conseguir um sucesso na sua missão, deixarei você ir ao próximo baile com Stiles e Derek. É a melhor negociação que conseguirá comigo.

Alexander suspirou, sabia que era verdade, Derek e Stiles eram sua melhor opção, e, por isso, apenas por isso, se moveu para o quarto disposto para os marqueses de Blaser.

Liam estava ao lado da porta, tinha acordado a menos de dez minutos, um pesadelo horrível havia acontecido em sua mente. Em momentos como esse, sua primeira opção antes era correr para o quarto da sua mãe, porém, com seu irmão era diferente. Isaac achava aquilo uma besteira, então ele não poderia se agarrar ao mais velho e choramingar. Sua outra opção era caminhar, isso o ajudava a pensar, e ele estava cantarolando uma musiquinha quando escutou os passos do lado de fora, se aproximou da porta e ouviu o diálogo dos filhos da duquesa Laura Raeken-Hale.

O mais novo dos três não bateu na porta, abrindo a porta e tendo a boca esmagada pelas mãos de Liam, assim que faz menção de gritar. Afinal, o Lahey o assustou.

— Meu irmão esta dormindo. — Liam sussurrou para Alec, a mão livre com o indicador levantado e sobre os lábios.

— O meu quer lhe ver. — Alec sussurrou também, sinalizando com a cabeça o corredor.

— Um ômega nao pode ficar sozinho com um alfa, você conhece a etiqueta. — Liam barganhou.

— Um encontro secreto, não elimina o decoro. — Alec sorriu para o pretendente do irmão — Apenas dá oportunidades de uma conversa.

Liam franziu a testa, sem saber como responder. Não era certo se encontrar com o marquês sozinho, mas se ninguém soubesse, essa era a chance de entender melhor toda essa confusão que havia se envolvido. Ele olhou para trás, para o irmão que se mantinha adormecido. Se Isaac descobrisse, Liam nao teria chances de casal. Não. Ele estaria embaixo de sete palmos antes que pudesse pensar em qual seria as flores escolhidas.

— Por favor, ele vai me deixar ir a um baile sem ele se você comparecer. — Alec apelou ao emocional do ômega a sua frente — E eu preciso de uma noite sem alguém fazendo todos os pretendentes se afastar. — Liam franziu ainda mais a testa — De ômega a ômega, por favor.

O Lahey suspirou, concordando minimamente e soltando Alexander do seu aperto. Alec sorriu, faceiro por conseguir enganar duas pessoas em uma noite. Primeiro seu feito com seu irmão, agora com seu futuro cunhado. Porque ele conhecia o irmão, e Theodore não viria atrás do ômega a sua frente, se não planeja-se um casamento.

O marquês do café arregalou os olhos assim que o garoto saiu atrás de seu irmão, uma coberta enrolada em seu corpo, o olhar sério.

— Marquês. — Liam inclinou a cabeça, nao se importando em fazer uma reverência completa, pelo horário, nao era mais obrigado a seguir o decoro.

— Pode me chamar de Theo. — pediu o mais velho, ganhando um sorriso do irmão — Podemos?

Liam encarou o braço estendido, dúvida preenchia sua expressão, então voltou os olhos para o Hale menor, vendo sua expressão ansiosa. Suspirou, aceitando o gesto, tomando o lado do marquês e o acompanhando pelo corredor.

— Juro que se tentar me levar a um quarto, irei socar sua cara, e não vai ser instintivo como a última vez. — Liam ameaçou, ganhando um sorriso quase orgulhoso de Theo.

— Iremos a biblioteca de Derek.

— Você gosta de bibliotecas? — Liam se animou, ele gostava de ler, das facetas da literatura.

— Gosto de livros. — explicou o mais velho — Gosto de silêncio também e isso é algo que encontro muito em bibliotecas.

— Sinto muito por puxar assunto. — Liam começou — Gosto de conversar, conhecer mais as pessoas, o silêncio muitas vezes me dá tédio e sono. Mamãe diz que ômegas precisam saber o momento de ficarem calados e se mostrarem submissos a seu parceiro, mas não acho isso certo, sabe? Acredito na via de mão dupla, um respeitar o outro. Tipo Scott e Isaac, meu irmão é um ômega e mesmo assim tem seus pensamentos e ideias ouvidos, porque Scott deseja saber sua opinião, entende que ele não é apenas o pai de seus futuros filhos, que nasceu apenas para lhe dar filhos. Eu estou falando demais?

Theo abriu a porta da biblioteca do primo, observando como as feições do ômega parecia preocupada com a possibilidade. Ele tinha acabado de falar que gostava de silêncio, e mesmo assim estava adorando a animação de Liam ao falar sobre casamentos.

— Acho que você tem razão. — confirmou o marquês — Ômegas não nasceram apenas para dar a luz.

Liam sorriu, gostando de ser ouvido. Isaac já teria pedido educadamente para que ficasse calado. Os alfas que conhecia e dançou também tinham essa mania de cortar sua fala, de o desmotivar.

— Não quero um ômega submisso. — Theo olhou para Liam — Quero alguém para me ajudar, dar respostas as minhas perguntas, me ajudar a cuidar de meu povo.

O garoto sorriu, sentindo as bochechas esquentar, tinha certeza que estava corado.

— Mas também quero filhos. Gosto da imagem de ter meu ômega comigo, enquanto observamos filhotes espalhados pelo tapete. Parece ridículo...

— Não parece ridículo. — Liam o interrompeu – É uma boa imaginação.

— Você pode fazer parte da minha imaginação.

— O senhor ainda não aprendeu a fazer um cortejo decente. — respondeu o mais novo, o rosto quente.

— Quantos anos você tem? — Theo perguntou, sentando no sofázinho disposto no cômodo, convidando o ômega a imitá-lo.

— 18 anos e o senhor?

Liam aceitou o convite, sentando na outra ponta, apertando o cobertor que estava sobre o corpo.

— 28 anos. — o ômega apertou os lábios, sem saber o que dizer — Ainda posso pedir um buquê de rosas para cortejá-lo?

— Não gosto de rosas. — Liam fez careta — São clichês, machucam minhas mãos e são superestimadas.

"Claro que ele não gostaria de algo comum. Ele não era comum." Theo gostou da constatação, da ideia de Liam não ser comum, isso estava claro desde o momento que ele não fez um escarcéu pela situação.

— Me diga as flores que prefere. — Liam ergueu as sobrancelhas, não gostando da escolha das palavras — Se possível.

— Aquelas amarelas que todo mundo arranca por não achar bonitas. Aquelas que nascem em qualquer solo, que todo mundo acha feia.

— As simples?

— Sem sombra de dúvida.

Os dois sorriram. Antes de Liam parecer lembrar de alguma coisa.

— Meu cunhado vai falar com você amanhã.

— Imaginei algo assim. — Theo deu de ombros.

— O que vai dizer a ele?

— Vou dizer a verdade.

Liam o encarou em dúvida.

— Qual é a verdade?

Theo sorriu.

— Que te arrastei para um compromisso, logo depois para a biblioteca.

— Oh! A verdade.

— O marquês deve querer saber minhas intenções e pretendo dizer que quero continuar com o enlace, porém, para isso preciso ter alguma certeza com você.

Liam arregalou os olhos quando a mão do marquês tomou a sua para si, puxando para o meio do sofá, no lugar vago entre eles.

— Você deseja casar?

— Você deseja? — a voz de Liam sai eufórica.

— Não estaria propondo se não quisesse. — constatou o mais velho — Infelizmente não tenho um anel de compromisso no momento, mas se aceitar, podemos ver as joias Hale, ou mandar fazer um do seu gosto.

Os olhos azuis de Liam estavam, se possível, mais arregalados ainda, trazendo aquele brilho de inocência para seu rosto belo. Theo encarou sua face, a boca carnuda e bem desenhada, o nariz arrebitado, a franja que tinha saído do seu penteado, algumas mechas pela sua testa.

— Isso é uma proposta insana, você nem ao menos me conhece direito. Não sabia nem meu nome.

— Realmente gostaria de lhe conhecer.

O mais novo piscou, perplexo. A lembrança de seu pai, o falecido homem que os criou, da raiva que tinha ao encará-lo e ao irmão, o modo como sempre os diminuíam por serem ômegas. "Ninguém importante vai querer conhecer vocês." E agora seu irmão está casado com um marquês, é o marquês de Blaser. Enquanto ele próprio está recebendo uma proposta de casamento do marquês do café, o próximo duque Hale. Ele pode se tornar um duque.

— Se deseja o conhecer, deveria esperar pela manhã e não o arrastar para um cômodo sozinho.

A voz gélida chegou aos ouvidos dos dois, fazendo Liam dar um pulo do sofá, os olhos arregalados para o irmão. Isaac estava com os braços cruzados, Alec atrás dele, parecendo temeroso. Liam não gostaria de imaginar o modo que o irmão o fez começar a falar.

— Nós não estávamos fazendo nada. — Liam se defendeu, as mãos para o alto.

— O simples fato de estar num cômodo sozinho com ele, depois que eu deixei claro que não o queria sozinho com esse homem, já  lhe contradiz. — Isaac respondeu o irmão — Vamos, Liam.

O Lahey baixou a cabeça, fazendo uma reverência muito mal feita ao marquês, antes de seguir para fora. Isaac voltou a atenção para o Theodore, a respiração acelerada.

— Será que você pode deixar de tentar sujar a reputação de meu irmão, marquês? — questionou irritado — Eu não faria isso com seu irmão, ao menos esperava o mesmo do senhor.

O loiro mais velho virou nos calcanhares, saindo no corredor e encarando os dois omegas.

— Vá dormir, Alexander. — ordenou ao Hale mais novo, pegando o braço de Liam — E você vai comigo.

🤎🤎🤎

Quem acha que Liam está em maus lençóis comente aqui!

Hehehehwhwwwh

Estão gostando?

Espero que sim.
Até mais.

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