Eu nunca entendi completamente minha obsessão por ela. Desde que olhei em seus olhos avelã pela primeira vez, quando ainda era um bebê, me senti ligado a ela. Uma necessidade primitiva de cuidá-la, de protegê-la e de reivindicá-la me consumiu. Eu queria salvá-la de tudo de ruim existente nesse mundo. E prometi a mim mesmo fazer exatamente isso. Ela sempre seria prioridade na minha vida.
Entender esse sentimento? Impossível. Inexplicável. Vai além da vida, vai além da morte. De todas as compreensões do mundo. Eu a amo, amo desde sempre. Eu a tenho, pois ela me pertence... Assim como eu pertenço a ela. Nossas almas se conectaram de uma maneira ilógica e transcendente. Nossos corpos queimam um sobre o outro, nossos olhos fazem amor a cada mirada. Eu não quero entender essa obsessão, eu só quero senti-la, quero me banhar nela, pois eu sei que fomos predestinados, pelos nossos antepassados, a viver esse amor que, apenas aqueles como nós, sentiram.
Podem me chamar de louco toda vez que eu gritar: "ELA É MINHA!". Entretanto, há sempre alguma loucura no amor. Mas também há sempre um pouco de razão na loucura. Eu não posso deixar meus instintos tomarem conta de mim, não posso perder o foco e esquecer que essa é aquela menina que um dia pequena em meus braços jurei proteger. Não posso deixar que seu corpo queime ao encostar ao meu. Mas como evitar quando minha mente, minha alma e minha pele gritam por ela? Eu não sei que tipo de amor eu sinto por esse anjo que faz com que eu esqueça todo a escuridão existente em minha volta, toda a tristeza, toda guerra e amargura, apenas com seu lindo sorriso e seu olhar inocente. Eu só sei que não posso viver sem ela, sem esse anjo, sem esse ser que completa uma parte de mim que sinto vazia. Só ela me preenche, só ela me entende, só ela me faz sorrir mesmo quando me sinto indiferente em relação aos outros.
Ela é minha.
Para sempre minha.
A minha menina.
"Você é minha vida. Você é minha alma. Sem minha vida não posso viver. Sem minha alma não sei quem sou. Sem você eu não existo. Sem você eu não sei o que é o amor."
Caleb Donoghue.