Lúcia:
Recebi uma ligação.
- Alô? - Falei ao colocar o telefone no ouvido.
- Alô. Aqui é o general Martin. És a esposa do soldado Christopher Miller?
- Sou sim. Aconteceu alguma coisa? - Perguntei desconfiada.
- Como sabe, os soldados foram convocados para a guerra de ocupação de terras e sinto muito lhe infomar que seu marido foi um das centenas de homens que faleceram durante este ato. Não encontramos o corpo dele, mas tudo indica que pereceu na explosão das bombas.
Soltei o telefone e fiquei muda.
- Alô? Tem alguém na linha?
Corri para meu quarto e lançando-se na cama, comecei a chorar.
Não podia acreditar que ele havia morrido e queria que fosse apenas um pesadelo.
Depois de haver chorado muito, descí e pus a água no fogo para preparar um chá de camomila para tentar ficar calma, mas foi só olhar os retratos de mim ao lado de Christopher que a tristeza voltou.
Não aguentei tamanha dor e fui para a beira da janela de meu quarto, que era um pouco alto, já que era o segundo piso da casa e fiquei olhando para baixo.
E se eu pulasse? - Pensei.
Nada mais em minha vida fazia sentido. Estava decidida, fechei os olhos e já ia pular, mas senti que alguém me puxou para dentro do quarto à tempo, gritando:
- O que deu em você?! Por que estava pendurada na sacada da janela de seu quarto?!
- Eu quero morrer! - Chorava.
- Mas por que?! O que aconteceu?!
Só conseguia chorar ali e Joaquim me abraçou.
Depois que tomei um chá, fiquei mais calma e Joaquim me perguntou:
- Estás melhor?
Balancei a cabeça em sinal de positivo.
- Que bom. Agora me diga o que aconteceu para agires daquela forma?
Suspirei e lhe respondí:
- O Christopher...
- O que tem ele?!
- Morreu na guerra! - Voltei a chorar.
Joaquim pareceu surpreso.
- Sinto muito, Lúcia.
- O pior é que eu não fui uma boa esposa pra ele enquanto estava fora!
- Me perdoe. - Ficou triste.
- Eu sou a culpada de tudo.
Joaquim ficou bravo com ele mesmo e gruniu de raiva, ficando em pé e passando a mão nos cabelos, encostamdo- se na parede.
- Tem uma coisa que nunca te contei antes. - Quebrei o silêncio.
- O que é?
- Eu... Já estive grávida do Christopher.
Joaquim assustou-se com minha revelação.
- E o que aconteceu com seu filho?
- Caí da escada e abortei.
- Lúcia... - Joaquim abaixou-se para ficar de frente à mim e segurou minhas mãos - Isso é muito triste!
- Eu sei. Demorei anos para superar e depois disto tive medo de tentar outro filho.
- Sinto muito por isso também.
- Parece que a vida me odeia! Agora entende porquê eu queria morrer?!
- Não diga isso, agora eu estou do seu lado e prometo que cuidarei de ti. - Acariciou minha bochecha.
- Obrigada, Joaquim. Não sei o que seria de mim sem ti. - O abracei.
Uma semana se passou e Lúcia já estava melhor e até sorria às vezes. Joaquim esteve ao seu lado neste momento muito difícil que ela estava passando e deu todo o apoio.
Ele deu mais atenção à ela, a levando aos lugares bonitos, fazendo companhia e surpresas agradáveis, a amando, já que a pediu em namoro.
Mas apesar de tudo isto, seu semblante caía quando passava por uma mãe levando seu bebê no carrinho.
- Ah, Lúcia... - Joaquim segura a mão dela ao sentarem no banco. - Assim eu me preocupo contigo.
- Desculpa. - Sentiu tristeza. - É que não consigo evitar às vezes.
- A verdade é que eu te amo. E faria de tudo pra te ver feliz.
- Verdade?
- Sim. E não quero te perder novamente, por isso eu quero viver uma vida inteira ao seu lado. - Segurou seu rosto.
Ela sorriu e sentiu-se melhor.
Pedro Henrique, o irmão de Joaquim continuava a explorar o mundo, ele fez um novo amigo e o levou para casa, para sua mãe conhecê-lo:
- Mãe! Mãe! Mãe! - Entrou na sala correndo e gritando.
- O que foi, Pedro Henrique?! Por que essa gritaria toda?! - Irene veio preocupada, enxugando as mãos no avental.
- Mãe! Esse aqui é o Billy, meu novo amigo.
- Ah... Olá, Billy! Muito prazer. - O cumprimentou sorridente.
- Prazer, dona Irene. - Billy respondeu simpático.
- Ele pode almoçar com a gente hoje?
- Pode sim!
- Éhh!!
- Enquanto isso, podem ir brincar. Quando a comida estiver pronta eu aviso.
- Vamos, Billy! Quero te mostrar uma coisa! - Foram para fora.
Joaquim apareceu e os meninos quase esbrarraram-se nele.
- Ei! - Falou.
- Desculpa, Joaquim!
Eles foram para fora e Joaquim riu deles.
- Quem era o miúdo?
- Um novo amigo do Pedro.
Pedro Henrique emprestou à Billy seu caleidoscópio e eles brincaram de piratas da ilha e Irene os observou da janela.
Irene conversou com seu filho e lhe disse antes de colocá-lo na cama:
- Parece que se divertiu muito hoje.
- Muito! O Billy é muito legal!
Ela ri.
- Que bom, querido.
- Mãe?
- Sim?
- Tome. - Deu à ela sua prova de matemática.
Irene olhou a nota e se alegrou com o filho.
- Um dez? Parabéns, querido! - O abraça forte.
Por fim, eles se despedem para dormirem.
- Boa noite, mãe!
- Boa noite, meu amor. - O beijou.
Harry:
Recebi uma ligação em meu escritório.
- Alô?
- Alô, Harry! É o detetive Walter. - Disse eufórico- Estou a te ligar para lhe dizer-te que capturamos Nicolau Rivera!
Saí correndo dalí.
- Onde está indo desse jeito, querido? - Anastácia me perguntou.
- Para a delegacia, pois encontraram quem matou meu pai! - Beijei -a rapidamente e peguei meu carro e parti para ao Departamento de Polícia.
Chegando lá, fui logo querendo falar com o detetive.
- Eu preciso falar com o detetive Walter! - Estava impaciente.
- Harry! - O delegado apareceu chamou meu nome. - Venha comigo.
Fui para o escritório do delegado.
- Então o prenderam?!
- Sim.
- E onde ele está?!
- No momento irá ficar aqui até o transferirmos para uma prisão. Juntamos todas as provas e concluímos que Nicolau foi o responsável pela morte do seu pai por asfixia.
Fiquei aliviado por terem o prendido, e também com raiva daquele que se dizia amigo de meu pai e ia o visitar.
Fui encarar Nicolau e dizer à ele tudo o que tinha a lhe dizer.
- Então tu matastes meu pai!
- Harry, isso é tudo um grande engano!
Tentava manter-me calmo ali dentro da delegacia.
- Por que?!
- Eu já te disse que não foi eu! Tu bens sabes que Frederich e eu éramos grandes amigos...
- Não acredito em ti! Mesmo que meu pai não tenha sido o melhor homem da terra, me doeu muito o que TU fizestes com ele!
Nicolau se pôs a rir e eu estranhei sua atitude.
- Que engraçado. Agora dizes que importava-te com seu pai?
- Mas é claro!
- Por que não confessas de uma vez que a morte de seu pai foi um alívio para ti?!
- Estás louco. É melhor eu já ir embora, pois não aguento ficar aqui ouvindo as bobagens que estás a me dizer. - Disse e foi-se.
- ISSO NÃO VAI FICAR ASSIM! EU VOU DAR UM JEITO DE SAIR DAQUI E IREI PROVAR A MINHA INOCÊNCIA! - Gritou.
Cheguei em casa inquieto e Anastácia veio falar comigo com a maior delicadeza.
- Como foi lá?
- Tive uma pequena conversa com Nicolau e tive que vir embora antes que perdesse a cabeça.
- O que vais fazer agora?
- Vou fazer de tudo para que ele permanceça preso.
Nicolau foi levado ao presídio e ele teve que dividir cela com mais dois detentos.
Com o passar do tempo, eles se deram bem, ao contrário do que aconteceu com outro preso. Os dois se odiaram e até tiveram que os separar da briga certa vez, no refeitório.
- Parem com essa palhaçada agora! - Os carcereiros vieram.
- Este animal que veio querer me expulsar do meu lugar na mesa! - Nicolau o xingou.
- Do que me chamaste?!
- Por acaso estás surdo?
Quiseram brigar novamente e tiveram que os colocar de castigo, em salas solitárias.
Depois disto, Nicolau pediu para fazer uma ligação, já que ninguém ia o visitar.
- Alô? Sou eu, Nicolau.
Depois de haver explicado a situação ao comparça, disse com toda a raiva:
- Por isso mesmo, quero que Harry SOFRA, pois ELE e sua família tornaram minha vida um inferno!
Seu semblante era sério e cheio de ódio. Para ele, tudo o que estava contecendo com sua vida, era culpa da família Lancelloti.
Enquanto isso...
Os filhos de Harry e Anastácia brincavam alegremente, correndo pelo jardim.
- Cuidado para não caírem, crianças! - Anastácia os advertiu.
- Fico feliz em vê-los felizes assim. - Harry disse.
- Eu também. - Sorriu.
- Vocês são tudo pra mim e tenho muita sorte de tê-los.
- Ah, Harry... Que lindo.
- Eu te amo. Não te esqueças disso.
- Também te amo.
A beijou.
Hello there!
Capítulo emocionante este, não é?
Coitada de Lúcia, perdeu sua família e revelou um segredo que não havia contado antes.
Mas ainda bem que ela tem seu amigo de infância ao seu lado, que está a apoiando nesse momento tão difícil para ela.