O Cowboy, a Viúva e o Bebê

By FerJMelo0

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Um cowboy bruto, mas com o coração protetor. Uma viúva e um bebezinho precisando ser salvas. Ellen perdeu o m... More

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Personagens
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Epílogo

Capítulo 5

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By FerJMelo0

Ellen

Os dias passaram muito rápido. Talvez isso tenha acontecido por terem sido dias agitados, mexendo com mudanças e uma perspectiva de vida nova.

Talvez eu apenas não tenha visto os dias passando, enfurnada dentro de um apartamento encaixotando coisas e organizando tudo para que nada se quebrasse no meio do caminho.

Mas lá estava eu, colocando a última caixa com algumas roupas dentro do carro de Fabi.

Minha amiga insistira em me acompanhar até o interior para que eu me instalasse na nova casa.

Seria bom, já que eu teria que ir de ônibus com Pedro, pois o único carro que tínhamos fora perdido no acidente de Otávio.

— Você está pronta para ir?

Olhei para Pedro já no bebê conforto dentro do carro, distraído com um brinquedo. Ele estava tão tranquilo. Eu o invejava por não ter tanta preocupação, por tudo acabar se transformando em uma brincadeira para ele.

Mas era daquela forma que eu tinha que ver a vida. Tudo se moldava à nossa volta. E eu seria volútil como a água, me adaptando aquele novo mundo.

Respirei fundo, concordei com Fabi e entrei no carro ao seu lado, pegando a estrada.

A cidade não ficava tão longe quanto pensei, mas ainda assim, passamos algumas horas na estrada. Apesar de tudo, a viagem foi tranquila, Pedro não deu trabalho, e tivemos que parar algumas vezes para trocá-lo.

Quando chegamos à cidade de Santa Fé, a realidade de onde eu iria morar foi caindo sobre mim.

Por onde passávamos, as pessoas seguiam com os olhos, cochichavam com outras, e algumas até mesmo apontavam o dedo.

Eu sabia como era a vida em uma cidade do interior, mas ser a nova moradora de uma cidade como aquela, poderia ser terrível.

Mas eu era uma mulher adulta, e não seria aquilo que me abalaria.

Perguntamos pelo caminho em um mercadinho, pois já estávamos meio perdidas, e o homem apontou com um dedo uma estrada que deveríamos seguir, dizendo que encontraríamos a fazenda no final dela.

E assim fizemos, seguindo pela estrada cheia de buracos e poeira. Quando chegamos, havia duas porteiras. Fabi parou antes da entrada das duas, já que ficava uma de frente à outra.

— E agora?

Olhei para a porteira que estava à minha direita. Era visivelmente uma propriedade muito bem-cuidada. Havia uma placa com o nome dela escrito no alto. Era possível ver as cabeças de gado pastando livremente. E ao longe, uma casa enorme, rodeada de árvores. Havia outra casa, menor que a primeira, mais afastada um pouco, mas era perceptível a sua grandeza.

Virei a cabeça para o outro lado, encontrando uma porteira simples, e muito malcuidada. Um dos lados estava caindo, enquanto uma corrente tentava mantê-la fechada.

Dentro do local, o mato estava crescendo, provavelmente bateria na minha cintura. O quintal estava sujo. Era o total oposto da fazenda à minha direita.

A casa, ao contrário da outra, ficava mais perto da estrada e estava com o quintal: em estado de decadência.

— É aquela. — Apontei com o dedo para a casa à esquerda.

Eu sabia que era uma coisa vinda de Otávio, e só isso já explicava o local maltratado. Era difícil aceitar, mas eu sabia com quem me casara.

Fabi me olhou com uma cara de quem dizia "é sério?", mas não disse nada.

Desci do carro e abri a porteira, que precisou de todo um malabarismo para ser completamente aberta, para que o carro passasse.

Segui o resto do trecho a pé, olhando todo aquele mato pelo quintal e pensando como poderia dar um jeito e fazer com que aquele lugar parecesse um lar.

E minha amiga parecia ler meus pensamentos enquanto descíamos as caixas do seu carro.

O caminhão com a mudança chegaria em alguns dias, então eu havia trazido o essencial, já que o advogado me falara que na casa havia alguns móveis.

E era verdade. Tinha um quarto mobiliado, com cama e guarda-roupa, na cozinha havia alguns móveis também, mesmo pequenos, mas que serviriam. Havia alguns mantimentos também. Pouca coisa, e apenas o básico, mas já seria algo para começar, porém passamos no mercado, fizemos algumas comprar, antes de sair de viagem.

— Você tem certeza do que está fazendo? — Fabi questionou ao colocar a última caixa no chão da cozinha.

Olhei ao redor, para a casa que precisava de uma boa faxina e reforma. Eu me fazia essa mesma pergunta, mas não podia deixar transparecer.

— Eu preciso ter, Fabi.

Coloquei Pedro no bebê conforto que estava sobre a mesa. Havia parado para dar de mamar. Balancei um pouco, para que ele não reclamasse muito, e quando vi que não iria chorar, virei-me para minha amiga.

— Você não pode ficar aqui, amiga. Ainda mais em um lugar tão afastado como esse, apenas você e Pedro.

Já havíamos tido aquela conversa antes, mas minha amiga era teimosa o suficiente para insistir.

— É o que eu tenho, Fabi. E se eu não for ficar sozinha com ele aqui, ficarei em outro lugar. Então eu prefiro ter um cantinho só meu e do meu filho, mas quer seja nosso.

Eu sabia que poderia contar com Fabiana a qualquer momento, mas havia vivido por muito tempo dependente de uma pessoa, para aceitar isso novamente. E ela tinha a própria vida, não seria justo com nenhuma das partes.

— Mas olha para essa casa. É quase precário morar aqui.

Olhei ao meu redor. A situação não era muito boa mesmo. Precisaria de algumas reformas. Mas eu poderia dar um jeito nisso. Tinha algum dinheiro guardado, o que seria suficiente para deixar aquele lugar mais decente.

— Eu nunca fui de fugir de trabalho, Fabi, e não será uma casa neste estado que me impedirá de ser feliz. — Minha amiga respirou fundo, vendo que seria uma batalha perdida lutar comigo. — E além do mais, eu posso exercer minha profissão aqui. Este lugar está bem precisando de uma design de interior. Vou deixar essa casa com outra cara. — Apontei um dedo em riste para cima, fazendo uma cara engraçada e falando um pouco mais animada. — Não só a casa, mas esse lugar será novo comigo aqui.

Ao menos consegui tirar um sorriso do rosto de Fabiana, mas a preocupação era evidente em seus olhos.

E provavelmente nos meus também, mas eu tinha que confiar nas minhas próprias palavras.

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