O brilho no seu olhar é completamente ridículo, ou pelo menos a mente quer achar isso. Não há nada de interessante nele! Essas covinhas não são charmosas, os seus dentes não são perfeitos, e a coloração rosa de seus lábios não é maravilhosa. Ponho no meu subconsciente.
Talvez seja a tal necessidade humana, aquela que precisa de um parceiro. Eu não acredito muito nessas coisas, porém, nesse momento a ideologia se torna um argumento forte. Só pode ser isso!
— O que foi, Dylan? — ele encara a minha boca enquanto a sua permanece sem reação. Sinto o vento frio se distanciar do meu corpo, então, me solto das suas mãos, dando um passo para trás.
— Estou aguardando — responde, coçando a cabeça.
— Esta bem... — reviro os olhos — Obrigada! Satisfeito? — arqueio as sombrancelhas.
— Sim — responde, se aproximando novamente.
Tento me fazer de idiota, passando a atenção a comida. Como está cheirosa! E ainda tem duas porções! Incrível!
— Agradece a sua mãe também, ela enviou duas porções! — digo sorridente.
— Sai fora, uma é minha! — ele diz.
— Então, obrigada por me dar a sua comiga — por comida japonesa, eu faço tudo.
— Não seja tão morta de fome, me dar logo a outra — Dylan agarra da minha mão a sua parte.
Observo ele subir as escadas da varanda e ir na direção da porta.
— Ei... o que acha que vai fazer? — questiono, me ajuntando a ele.
— Comer em paz — pisca o olho enquanto roda a maçaneta.
— Folgado — resmungo, entrando na casa.
Mesmo sabendo que Dylan é como um filho para a minha mãe, assim como devo ser para a mãe dele, ainda o acho folgado demais, e muito mal educado.
O mesmo segue diretamente a cozinha e eu o acompanho, observando a camisa branca desenhando os seus músculos, principalmente na parte das mangas, que merda! Ele fica tão atraente nela.
Me encosto no armário a medida que o rapaz organiza a comida num prato que buscou sobre as louças lavadas que se encontram ao lado da pia.
— O que esta olhando? — ele questiona, com as pupilas nos cantos dos olhos.
— Minha mãe tem o costume de falar que as pessoas só enxergam o erro dos outros. Agora vamos ver quem é o mal educado — foi a única coisa que surgiu na mente para falar.
As sombrancelhas de Dylan se arqueiam e a risada ridícula toma conta de sua face, fazendo a luz da lâmpada central do cômodo refletir em seus dentes tão perfeitos. Malditos.
Eu odeio ele por isso! Fisicamente não tem defeito algum. Mas interiormente há de sobra.
— Você é engraçada, Emma — nega a cabeça lentamente e volta a atenção para o prato. — Vai ficar ai parada babando?
— Babando? Você tem muitos desvaneios, tia Alice não se preocupa em lhe levar a um especialista? — me movo, a fim de pegar um prato.
Ponho o recipiente na bancada para por toda a comida do depósito para o prato, porém, sou interrompida pelo o som da campainha.
Franzo o cenho e olho para o rapaz ao lado, mas ele parece não se importar em ir atender, então, eu vou. Sigo em passos rapidos enquanto soltava algumas falas defamando o Dylan. Abro a porta tão ligeiro, que ao me deparar com a figura a frente, um espanto corre a espinha. A noite está silenciosa, assim como minutos atrás, e a lua atrás dá ao Liam um cenario perfeito, ficaria incrivel um quadro desse momento, e sentir as borboletas na barriga me faz ficar aliviada, e eu sei o por que. Por não estar gostando de Dylan. É extremamente satisfatório.
— Oi — solto entre os labios fronhos.
— Sei que já um pouco tarde, mas estava aqui perto com os meu amigos, e senti a necessidade de pedir desculpa, acho melhor pessoalmente — ele diz um pouco sem jeito.
O seu semblante é de vergonha, dá de notar pelo seu olhar inquieto, que não foca no meu rosto.
— Esta tudo bem, relaxa — digo, mas ao lembrar da cena vivenciada hoje, fecho a expressão, mas logo a desfaço. Aliás, ele não sabe que eu estava lá.
Não temos nada, ele me conheceu ontem!
— Ultimamente a minha cabeça esta um furacão — gargalha fraco. — Você me esperou?
— Ah, não! Desculpa, eu tive alguns imprevistos — melhor mentir do que se passar por idiota.
— Isso me alivia. — morde o lábio inferior a medida que levanta a cabeça — Gostou do presente?
— Sim, bastante! Muito obrigada — sorrio fraco.
— Você merece... Aliás, quer ir a uma festa após o jogo no sábado? — sua expressão muda completamente.
Eu não lhe julgo pelo seu ato, mas também não posso negar que estou decepcionada.
— É que eu não sei se vou estar disponível nessa noite, mas se estiver eu lhe mando mensagem. — uma pequena desculpa.
Acho que esta me convidando para cobrir o erro. Ele deve pensar que eu estava esperando-o aqui em casa, se fosse assim teria sido melhor.
— Esta bem — ele me olha mais uma vez, e como é cativante. Qual é a sua, Liam? — Então, boa noite, Emma — Liam se distancia.
— Boa noite! — respondo, observando ele entrar em seu carro que esta estacionado logo a frente.
— Emma! — a gritaria vem detrás.
Dylan
Reviro os olhos ainda pensativa no fato de Liam ter vindo aqui. So queria se explicar por não ter saido comigo, e não por que senti algo por mim.
Fecho a porta e vejo Dylan segurando dois pratos. Tenho medo disso.
— Não se acostuma — ele fala enquanto põe os recipientes sobre a mesinha de centro da sala.
— Isso me espanta — digo, arregalando os olhos enquanto me sento no chão e fico frente a frente a Dylan.
Uma pincelada do meu amigo de 10 anos de idade toma conta da sua face quando mela o canto da boca. Poderiamos ser grandes amigos, se não tivesse mudado tanto.
[...]
Depois de um tempo, Dylan finalmente foi para casa, e eu fiquei assistindo televisão até a minha mãe entrar pela porta totalmente feliz. Gosto quando ela esta assim.
— Oh, meu amor, ainda esta acordada? — me interroga. Olho para o celular e nem me dei conta do tempo. Já são 1 hora da manhã.
— Não estava conseguindo dormir — ergo o meu tronco, ficando sentada, a medida que mamãe se aproxima.
— Por que? — questiona, se conforta no sofá.
— Muitos pensamentos — sorrio fraco.
— Deixa as coisas acontecerem filha, eu sei o quanto você é apressada — pisca o olho. Ela tem esse dom de falar frases que se encaixam perfeitamente na situação. — Vocês comeram comida japonesa e nem guardaram um pouco para mim? Estou me sentindo traída.
— Foi Dylan que trouxe... — tento unir as sombrancelhas.
— Você ja deve estar com sono, filha. Nós comemos torta, essa comida foi a que vocês compraram depois do cinema.
— Cinema? — questiono, não compreendendo.
Mamãe so pode ter bebido bastante na casa da tia Alice.
— Emma, esta querendo me fazer de louca? Sim, o cinema. Dylan disse que também ia ao cinema quando falei que você foi ver o filme do Homem Aranha. Jovens são fanáticos por super herói.
Então, Dylan mentiu. Ele foi ao cinema e depois veio aqui, e ainda me trouxe comida japonesa. So pode estar querendo me fazer de idiota!
Não entendo o por que, mas também tento não compreender. Ele é um idiota! Pego numa almofada e cubro o rosto, voltando a deitar.
♡♡♡
Esse quebra cabeça ta muito confuso kkkkk
Gostaram do capítulo? O que acharam???