Fontaine - Meu Amor de Verão...

By dattebaka

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Marinette é uma adolescente insegura, dona de um cabelo peculiar e um temperamento forte. No início de suas f... More

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Reclames do Plim Plim
Desencontros no Outono [SEGUNDA TEMPORADA]
🐞.Introdução
🐞. Mudando a rota
🐾. Responsabilidades
🐞. O maior casal de Paris
🐾. Amores de Verão...
🐞. O menino do cachecol
🐾. Chamadas Perdidas
🐞. Quites
🐾. Um dia bom
🐞. Reencontros
🐾. O Baile
🐞. O encontro dos sonhos
🐾. O vovô.
🐞. Fofocas e Verdades

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By dattebaka




"Eu senti um peso cair dos meus ombros

Eu vou sentir falta disso

Eu vou sentir falta disso quando acabar.

— October, Alessia Cara" 



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Aquele era o fatídico dia. O dia em que eu tinha escolhido chamar dramaticamente de "Apocalipse Amoroso". O dia que Adrien iria embora de Fontaine.

Tudo bem, eu sei que seria como um desses relacionamentos modernos onde as pessoas moram longe e utilizam de internet pra se comunicar. Tem todos esses aplicativos de comunicação e FaceTime para facilitar um pouco, mas seria um pouco difícil. Afinal, na China não temos 100% dos aplicativos disponíveis para uso, o que acaba complicando minha vida. Ou seja, provavelmente Adrien teria que viver de WeChat e alguns aplicativos orientais pra conseguir falar comigo. O que eu já acho totalmente triste e apocalíptico. Ok, drama de novo, eu sei.

Eu cogitei começar um namoro com ele virtualmente, mais conhecido por nós jovens como webnamoro. Não seria tão estranho, já que eu conhecia ele e tive uma história. Mas algo sobre mim não aceitava um namoro à distância, era algo que não entrava na minha cabeça, então preferi simplesmente deixar como estava. Eu já sabia que ia dar errado, que eu ia sofrer muito quando desse. Eu já sabia que nós iríamos nos cansar, ir deixando de conversar, ele e eu iríamos conhecer novas pessoas e tudo isso ia fazer com que a gente se afastasse. Sem contar a questão do trabalho e da faculdade que nós íamos ter que lidar, ausências e mais ausências por conta de nossas ocupações. Eu não sei, só não era mim.

Com certeza era mais fácil viver um amor passageiro de verão.

Com toda essa história maluca de Apocalipse, acabei esquecendo de mencionar o principal. Eu e Juleka tivemos a ideia de fazer uma festa surpresa para Adrien de despedida. Foi uma coisa meio que de um dia pro outro, então Juleka ficou de comprar tudo o que precisava e eu fiquei com a parte da decoração. Nós resolvemos fazer uma comemoração na ONG. A desculpa que eu dei para o Adrien foi de que ele tinha esquecido algumas coisas lá e pedi que ele passasse um pouco antes lá, para pegar. Ele ia embora somente ao anoitecer, então pedi que ele fosse no horário de funcionamento da ONG e aproveitasse pra se despedir.

Minha mãe e a tia Nadine estavam tão ansiosas quanto eu ou até pior e não paravam de me apressar para que eu fosse logo. Assim, a tia Nadine resolveu pedir um carro executivo para que eu chegasse mais rápido até a Sollaire. E foi assim que eu cheguei até lá não tão atrasada assim. Talvez eu chegasse mais cedo se o motorista parasse de falar um pouco e acelerasse mais o carro. Porém eu não podia culpá-lo, pois eu falava demais. O único momento em que eu realmente fiquei quieta foi aquele, pois estava irritada ao extremo.

Depois de tanta lenga-lenga, eu finalmente consegui chegar (sem matar o motorista) ao destino desejado. Ia dar justamente 14 horas da tarde e Juleka estava parada como uma múmia na porta da ONG, olhando para os lados esperando que eu viesse de algum lugar, porém estava mais atenta ao lado que eu costumava vir. Quando saí do carro, ela ficou me observando de longe esperando que eu fosse de encontro a ela. Assim que me aproximei, ela deu um sorriso bem fraquinho e me cumprimentou.

— Acho que alguém se atrasou um pouquinho. - ela disse em tom baixo.

— Me desculpa, o meu motorista tinha alma de tartaruga. - fiz ela rir pelo menos.

— Ok. Vamos? - ela respondeu voltando sua expressão para séria de novo.

Entrei com Juleka para a ONG e não tinha ninguém ali, somente nós duas. Me perguntei se seria o suficiente, para tudo que teríamos que fazer ali, para que aquele espaço pequeno se tornasse uma festa decente. Juleka se propôs a limpar todo o espaço e guardou as comidas que nós colocaríamos depois. Nós empurramos os móveis para o canto e deixamos a mesa no centro da sala. Eu precisei de uma cadeira ou outra para pendurar algumas fotografias de Adrien conosco em fitas que ficariam presas no teto junto com luzes de pisca-pisca. Nas paredes, colamos algumas bolas que eram pretas e verdes, as cores que ele mais usava. Na mesa, deixamos mais algumas fotos espalhadas, porém essas eram somente dele. Logo em cima do sofá, tinha um presente que todos tinham planejado entregar, antes de planejarmos a despedida. Era uma cápsula do tempo com fotos nossas, itens que compartilhamos em Fontaine e cartas para Adrien. Meu item era um amuleto idêntico ao que eu tinha, ele tinha amado e decidi fazer um igual para presenteá-lo, mas resolvi deixar para a despedida. Eu e Juleka colocamos uma faixa escrito "Boa viagem!" e penduramos na parede, em frente à mesa.

Assim que terminamos, eram quase 16h, o horário marcado com todos, então nós começamos a colocar as comidas na mesa. Juleka tinha levado salgados pequenos e também alguns croissants médios. Ela levou um cachorro quente feito no forno e uma pizza que era de lei. Eu levei somente macarons coloridinhos que eram uma receita divina de família. Levamos bastante refrigerantes e também limonada, que era a bebida favorita do Adrien. Fiz um bolo bem bonitinho e confeitado com chantilly preto e alguns mms verdes para combinar com a temática das bolas. Coloquei o bolo e o resto das coisas na mesa, a deixando bem preenchida e colocamos algumas poucas bebidas no frigobar, as outras colocamos em um cooler com gelo que Juleka havia trago. Tentei imaginar quantas viagens ela não teria dado pra trazer aquilo tudo, mas ela não morava tão longe da ONG.

Com tudo pronto, Nino foi o primeiro a chegar e ficou alguns bons minutos com os olhos brilhando até entender que a tal surpresa não era pra ele. Rose chegou e deu vários pulinhos dizendo o quanto achou nossa ideia super fofa. Alya chegou e também amou a nossa ideia. Porém os minutos se passavam e o único nome que eu queria não chegava nunca. Adrien.

Eu andava de um lado pro outro e tudo parecia um caos. Rose tentando ligar sem parar para Adrien. Eu andando de um lado pro outro sem conseguir pensar direito. Alya socando macarons na boca como se não houvesse amanhã e Nino jogando vídeo-game e mantendo algum padrão possível em toda aquela agitação. Sem contar os cachorros latindo da área de lazer, doidos para pular aquela cerca e entrarem no nosso espaço devorar toda aquela comida. Já eram 16h07 e eu não tinha esperança alguma, estava sentada no sofá, frustrada, socando macarons na boca e afogando as mágoas no refrigerante.

O cômodo se iluminou repentinamente e uma energia surreal se estabeleceu ali. Todos ficaram em silêncio e eu que estava conversando com Alya, olhei para trás sentindo meu coração saltar pela boca. Era Adrien. Em carne e osso ali, com várias malas na mão. Estava usando uma camisa social preta, uma calça social também e um tênis marrom, seu cabelo estava mais arrumado que o normal e seu semblante parecia um pouco triste. Aquele não era o Adrien vivo de Fontaine. Era o Adrien de Paris.

E foi ali que minha ficha caiu.

Todos gritaram um "surpresa" em uníssono e abraçaram ele, fazendo com que eu fosse na onda. Mas repentinamente meus olhos encheram de lágrimas e eu me sentia muito mal com algo que não sabia explicar. Não era só o fato de não ter Adrien por perto. Era que de alguma forma, eu não o conhecia por completo. Eu só conhecia o Adrien do momento, aquele da cidade pequena que esbarrou em mim no shopping. Eu não conhecia o Adrien famoso de Paris e eu tinha na minha cabeça que conhecia o Adrien por inteiro. Quando ele apareceu assim na minha frente, foi meio que um choque. Então eu me afastei aos poucos do pessoal e fui para a área de lazer, mas não entrei no outro lado da cerca para brincar. Fiquei só ali pensativa enquanto Tikki lambia minha mão e eu fazia carinho nela.

— Por que não ficou lá? - Adrien chegou de surpresa e me deu um beijo no rosto.

— Não sei, precisei respirar um pouco. - dei de ombros fingindo que não era nada.

— Hm. O que tá acontecendo, hein? Geralmente, você me abraçaria e não desgrudaria de mim um segundo sequer, usando minhas energias até eu não aguentar mais. Daí eu usaria minha reserva só pra ficar mais um pouquinho com você. Por que sinto que minha reserva não vai ser necessária hoje? - Adrien disse em tom de bobeira.

— Não é nada, eu quero que você se divirta no seu último dia aqui. - sorri disfarçando.

— Como eu poderia me divertir sem você comigo, Marinette? Tá assim por que vou embora? Achei que já estava tudo bem. - ele disse em tom decepcionado.

— Não é isso. É que... Sei lá. Te ver assim hoje foi meio estranho. - desabafei.

— Assim como? - ele disse sem entender.

— Roupas sociais, cabelo engomadinho... Sabe... O Adrien de Paris. - o mencionei fazendo aspas com as mãos.

— Marinette. Pra te falar a verdade, o Adrien de Paris não existe. - ele confessou.

— Hã?! - eu disse confusa.

— Eu nunca fui tão verdadeiro quanto o tempo que estive aqui em Fontaine. Foi por isso que quis tanto ficar e estou tão chateado em ter que ir embora. Lá eu posso comprar o que eu quiser, mas aqui eu sou livre, Marinette. Eu espero que você acredite em mim. Esse é o verdadeiro Adrien. - ele pegou minha mão e colocou em seu coração, fazendo o meu disparar.

— Adrien... Eu... - eu disse sendo interrompida por um beijo suave.

— E eu me sinto ainda mais eu quando estou perto de você. - Adrien disse.

— E de mim também né, fala sério, brother! - Nino chegou nos dando um susto.

— NINOOOOOOOOOOOOO! - todas as meninas gritaram em uníssono arrancando risadas de mim e dos meninos.

Assim que nós entramos, eu me sentia um pouco melhor com aquela conversa. Adrien estava feliz com nossa última reunião e eu mal conseguia imaginar como os dias seriam sem ele por ali. Claro, eu me sentia bem com as meninas, com Nino, mas sabia que a falta dele seria uma das maiores que eu sentiria na minha vida. Mas infelizmente era um mal necessário que eu precisaria passar hora ou outra na adolescência. Continuei a observar Adrien sabendo que aquelas seriam minhas últimas horas restantes. Horas que passariam voando. E todas as vezes que Adrien me olhava, eu sentia um flashback vindo a tona, como quando eu odiava ele e me pegava dando uma olhadinha ou outra nele toda vez, coincidentemente ele estava olhando pra mim e isso me deixava sem graça. E foi nesse clima que tive a ideia de começarmos a contar histórias sobre algum episódio que tivemos com Adrien, fazendo com que fosse um misto de emoções, uma hora todos riam, outra hora todos nós chorávamos, uma montanha russa sem fim. Até que Adrien se levantou olhando para o celular pensativo e eu entendi do que se tratava.

— Gente... O meu motorista tá chegando. Eu vou precisar ir. - Adrien disse coçando a cabeça.

— Sem problemas, nós vamos te levar na porta. Manda a localização daqui pra ele, Adrien. - Rose disse com sua voz fininha.

— Tudo bem. - Adrien sorriu de olhos fechados.

Todos nós o acompanhamos até a porta e o carro de Adrien chegou rápido. Era um carro preto com os vidros escuros e parecia bem espaçoso. Adrien colocou as malas dentro dele e conversou algo com o motorista, que desligou o carro, mas esperou dentro dele, sem vir falar conosco. Adrien abraçou um por um e me deixou para o final, o que me fez ficar meio irritada, afinal, eu que hidratava a boca dele com a minha saliva, que mau agradecimento foi esse?

Ri de mim mesma sozinha e ele foi até mim, me levando para longe do pessoal e para mais perto do carro, trazendo um pouco de privacidade pra nós dois. Ele segurou minhas duas mãos e suspirou enquanto seus olhos estavam repletos de lágrimas querendo cair.

— Eu preciso te dizer algumas coisas. - ele disse sério e sua voz estava trêmula sinalizando o quanto ele queria chorar.

— Diz, Adrien. - eu acariciei o rosto dele tentando acalmá-lo.

— Obrigada por ter me dado a chance de viver uma nova vida onde eu me senti confortável podendo ser eu mesmo. - ele me abraçou com força.

— Adrien, eu... - tentei dizer, mas ele continuou.

— E eu nunca vou te esquecer, Marinette. O meu coração nunca, nunca, nunquinha vai te esquecer. Mesmo a todos os quilômetros de distância nesse mundo, você sempre vai estar aqui, ok? E eu prometo que vou te achar onde você esteja. - ele disse já chorando e apontando para seu peito.

— Ok... - eu tinha começado a chorar e ele deu um beijo na minha testa.

— Lembra de quando nós estávamos no ponto alto da praça diante dos fogos e você me perguntou o que eu desejava? - ele disse e o motorista tocou a buzina o apressando.

— Sim, eu lembro, Adrien. Eu me lembro de tudo. - eu disse ainda chorando.

— O meu maior desejo se realizou. Ele é você, Marinette. - ele disse sorrindo e uma lágrima caiu do rosto dele. Ele limpou a minha gentilmente com o seu polegar e me deu um selinho demorado.

Assim, Adrien soltou de minhas mãos enquanto eu estava parada e sussurrou um "Adeus" no meu ouvido. Eu não conseguia dizer nada e nem me mexer. Ele entrou no carro chorando bastante e eu o assisti se distanciar até que não sobrasse mais vista alguma do carro. Todos acenavam felizes e eu estava ali, parada, enquanto meu peito explodia. Eu queria sorrir, gritar, chorar ao mesmo tempo.

Alya quis me levar para casa, mas eu me recompus e primeiro preferi ajudar as meninas a arrumar toda a bagunça, mesmo que minha cabeça estivesse doendo naquela hora e latejando horrores. Rose explicou que foi por conta das emoções fortes e me deu um pouco de água com açúcar, o que não melhorou nem um pouco, mas preferi fingir que sim. Após tudo em seus devidos lugares e finalmente tudo limpo, Alya me levou até em casa e eu imaginei que Adrien pudesse estar no meio da estrada, já que minha tia Nadine tinha explicado que Fontaine era um pouco longe de tudo. Tomei um banho e fui deitar, estava bastante cansada. Ainda não estava com sono o suficiente pra dormir, então peguei o celular pra me distrair. Loguei no Twitter e resolvi entrar na minha página.



@FrenChin: (再見) "Zàijiàn" significa Adeus, despedida. Às vezes a gente não espera o adeus, às vezes a gente sabe, mas quer adiar o máximo que pode. E é daí que vem essa saudade descabida que invade o peito. O que você diria para a sua maior saudade nesse momento?



De repente, uma notificação subiu na minha tela mostrando que alguém tinha mencionado aquela tweet, em poucos segundos. Fiquei curiosa para ver do que se tratava e o seguinte tweet apareceu pra mim:


@ChatNoir: Eu conheci uma garota chamada Marinette, a garota mais incrível do mundo. E se eu pudesse dizer algo a ela pela última vez antes de entrar no carro, eu diria que a amo com todo meu coração.  Eu te amo, Marinette. 


Demorei vários minutos tentando entender e depois acabei reconhecendo que aquela conta era a conta anônima que Adrien usava para suas fotos. E então foi ali que eu percebi.

Aquela foi a primeira vez que Adrien disse que me amava.


🐞🐞🐞



💖Recadinho da autora: Alô, galera de cowboy! Amaram a fic? Então, esse final ficou bastante aberto porque, tenho uma boa notícia. Se essa fic pegar uma quantidade maneira de views e eu perceber que vocês estão gostando, farei uma segunda temporada e tenho o plot na minha cabeça montado. Vocês gostaram dessa fanfic? Querem mais uma temporada? E aí, o que acham?

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