- Espera um pouquinho! Nós vamos almoçar com uma pessoa, que ainda não sabemos quem é, mas que é muito importante para a nossa familia e para você? - Jesselina questionou, curiosa enquanto arrumava os pratos em cima da mesa.
Jessamine assentiu, a ajudando enquanto seu pai se arrumava no andar de cima e sua mãe Samantha ainda não chegava no apartamento.
Havia se passando alguns dias desde o aniversário da Lewis mais nova e naquela tarde, ela havia agendado um almoço entre seu irmão, Eddie, sua irmã Jesselina, seu pai e sua mãe adotiva.
Ela estava ansiosa, muito ansiosa.
- Você está namorando, irmã? - perguntou novamente a mais velha.
Jessamine arregalou os olhos, a olhando incrédula. Tudo se baseava na sua vida amorosa quando estavam todos juntos?
- Não, Jess. - a respondeu, mentindo e se afastando da mesa para ver se os panos estavam centralizados e não tortos. Ela tem toque e odeia coisas tortas, mal ajeitadas e bagunçadas, mas ainda sim, estava a namorar o garoto mais oposto a ela e atrasado de todos de sua escola.
Os opostos, realmente, se atraíam.
- Falta alguma coisa a mais? - perguntou a Lewis mais velha, olhando para a sua irmã mais nova. - Algo que devemos fazer ou arrumar antes que a pessoa misteriosa chegue?
- Não, eu acho que não, Jess. - a mais nova respondeu, suspirando ansiosa e sorrindo orgulhosa. - Vou ir ao meu quarto, enquanto mamãe não chega. Eu já volto, tudo bem? - Jesselina assentiu.
Jessamine então foi em direção às escadas, subindo em direção ao seu quarto e pegando seu celular, ligando para seu melhor amigo, que por acaso, estava no apartamento ao lado do dela.
- Está ansiosa? - perguntou o Harlow quando atende a ligação da Lewis. - E seu irmão já chegou, Jessamine?
Tirando pela garota, Peter, James era outro que sabia sobre Edward "Eddie" ser seu irmão. A garota não conseguia esconder muitas coisas do Harlor, e tinha que contar para ele esse segredo, para que assim ele não suspeitasse ou descobrisse sobre seu namoro com Peter. Ainda era cedo e não queria ter que contar de imediato, tinha coisas mais importantes a contá-lo sobre.
Jessamine revirou os olhos. - Não se faça de sonso, eu sei que está cuidando do gato da minha vizinha só para saber o que vai acontecer. Um grande de um fofoqueiro James Harlow.
O jovem de dezenove anos fez um som, do outro lado da linha, dramático. - Em minha defesa, não estou sozinho e sim com o Storm também, que está curioso.
- Você contou a ele? James era um segredo! - exclamou a garota, bufando.
- Eu sei, mas ele me manipulou e eu tive que contar. Me desculpe, gatinha.
Jessamine revirou os olhos, suspirando. - Põe no viva voz, por favor. - pediu ela.
- Já está, gatinha. - a avisou. - Johnny a nossa amiga está querendo falar com a gente. Está no viva voz, já avisando.
- Oi pirralha! - cumprimentou o Storm.
- Olha, eu só vou dizer uma vez, não façam barulho e bagunça na casa da senhora Astrid. - disse séria. - E não contem sobre quem vai vir para cá hoje para mais ninguém, ouviu James Harlow?
Jessamine adivinhou que seu melhor amigo havia revirado os olhos naquele instante. - O charmander humano me manipulou e eu sou o culpado? Que palhaçada! - reclamou, causando uma pequena risada em Johnny. - Não ri!
A garota colocou a mão em sua testa, respirando fundo e ouvindo sua irmã falar com sua mãe, que havia acabado de chegar. - Eu tenho que ir, por favor não façam bagunça e não ajam como duas crianças. Vocês dois são adultos!
Desligou a ligação, sem deixar eles a responderem, que provavelmente seria respondida com "Para de nos tratar como crianças, por favor" ou "Não somos mais crianças.", e então a Lewis responderia com "Mas parecem duas".
Jessamine respirou fundo, ficando mais ansiosa do que antes, enquanto discava outro número e logo, no terceiro toque, foi atendida por Peter, seu namorado.
- Hey! - o cumprimentou. - Ocupado?
- Nunca para você, garota perfeição. - a resposta do Parker fez ela abrir um sorriso de imediato. - A não ser que eu esteja no banheiro, aí eu estarei muito ocupado se é que me entende.
- E você acaba de ganhar o prêmio de quem estraga um momento fofo mais rápido que um segundo. - suspirou. - Muitos crimes nesse começo de tarde?
- Não tantos, hoje a cidade está bem tranquila. - deu de ombros no outro lado da ligação. - Eddie já chegou?
- Não, ainda não.
- Está ansiosa? - questionou apesar de já saber sua resposta. Conhecia a garota muito bem para já saber a resposta daquilo e o que ela sentia em alguns momentos.
- Sim, um pouco receosa e com medo.
- Porque, Jessamine? Eddie não morde e nem sua família pelo que eu saiba.
- Mas Venom morde e come humanos. - pensou em responder, mas preferiu não dizer sobre o parasita no momento e não por uma ligação. - Estou com medo da reação da minha irmã, você sabe que ela ainda tem pesadelos sobre o acidente e alguns traumas. - foi em direção a sua porta, olhando para o corredor e vendo se alguém estava ali, logo fechando a porta de seu quarto. - E saber que nossos pais podem ter sido assassinados, não ajudaria muito ela.
Peter suspirou. - Eu sei, mas temos que contar isso logo a eles, rápido. - a garota assentiu. - E quanto antes eles saberem sobre nossa teoria, mais seguros e preparados eles estarão para o que vier.
- Eu sei, é só que... - respirou fundo. - Não estou preparada ainda. - O que seu irmão havia lhe dito, quando a sequestrou junto a Venom, passou em sua cabeça. - E eu preciso te contar algo sobre isso, que não te contei ainda e que descobri.
- Certo, após o almoço e a minha ronda eu passo no terraço para conversarmos.
- Obrigado, Peter. - sorriu fraco. - Por tudo, na verdade.
- Não me agradeça, eu não fiz nada. - a diz. - Aliás onde você está? Está no seu quarto?
- Sim, eu estou. - franziu o cenho. - Porque? O que pretende fazer?
Peter sorriu do outro lado da linha. - Só abra a janela, garota perfeição. - E ele então desligou a chamada.
Jessamine estranhou. - Abrir a minha janela? - se perguntou, indo até ela e a abrindo, olhando para os dois lados, logo percebendo que havia um pacote ali. - O que está armando Benjamin? Eu só espero que não queria me matar ou sequestrar.
- Não posso surpreender você, não? - O garoto apareceu na frente dela, de surpresa e a assustando, o que a fez dar um pulo em seu lugar. - Você só pensa que eu vou te matar, estou com medo do que pensa de mim, garota perfeição. - O Parker sorriu, entrando no quarto da Lewis com cuidado e vestido ainda seu uniforme de vigilante, de homem aranha. - Olá!
- Olá! O que faz aqui? - perguntou não escondendo o sorriso de seu rosto, se aproximando dele e o abraçando bem forte. - Não que eu esteja reclamando.
- Vim dar uma visitinha a minha namorada, não posso? - arqueou as sombracelhas a encarando, sorrindo.
- Claro que pode, você sabe disso.
- Mas agora falando sério, eu vim aqui te visitar rapidamente e te dar um presente. - soltou a garota, se virando para trás e pegando o pacote.
- O que é isso? - questionou curiosa.
- Um presente de um pequeno fã do homem-aranha. - abriu o pacote e a mostrou. Era uma pelúcia de um panda vestido com o uniforme do super herói. - Ele me deu dois, na verdade, o panda e um homem aranha em miniatura.
- Que fofo! - pegou a pelúcia, sorrindo e a abraçando. - Qual nome vamos dar?
Peter negou com a cabeça, rindo ainda a olhando. - Não sei, alguma ideia?
Jessamine sorriu, abraçando a pelúcia. - O que acha de Jester? - ela questionou.
- Jester? Que nome é esse?
- James diz que é o nome do nosso ship, Peter, e eu acho um ótimo nome para ele. - sorriu, colocando a pelúcia em cima de sua cama ao lados das outras pelúcias que tinha. O Parker negou com a cabeça se aproximando dela, de novo, e a abraçando por trás, colocando o seu queixo no ombro dela e juntando as mãos dele com a da garota. - Gostou?
- Sim, Jester é um bom nome. Eu gostei. - A Lewis foi virada para frente e logo seus lábios se juntaram com o de Peter, num beijo rápido e apaixonado. - Aliás, enquanto eu vinha para cá, vi seu irmão vindo para cá. Ele estava igual voce, muito ansiosa e conversando sozinho. - Jessamine pensou em Venom e suspirou, assentindo. Sabia que ele não estava falando sozinho e sim com a gosma preta em seu corpo. - Ei! Não fique ansiosa ou pense demais. Vai dar tudo certo, afinal eles são sua família e eles te amam, Jess. - deu um beijo na testa da garota, que abraçou o Parker novamente e começou a sentir o perfume do namorado.
- Obrigado, Peter. - sussurrou.
Peter sorriu, assentindo. - De nada, Jess. E só para você saber não vou colocar o nome da outra pelúcia de Jester.
- Então qual nome vai dar para ele?
- Não, estava pensando em Ademir, em homenagem ao nosso professor.
Jessamine riu, negando com a cabeça. - Só não deixe ele saber, garoto aranha.
- É Homem-Aranha. - a corrigiu.
- Garoto Aranha, é melhor.
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Jessamine estava arrumando os últimos detalhes da mesa, conversando com sua mãe, irmã e seu pai, e de cinco e cinco minutos encarando o relógio em seu pulso, ansiosa. Foi então que um alto e agudo soou e assustou a todos ali. Era a campainha do apartamento. A Lewis ajeitou sua saia e caminhou em direção a porta, respirando fundo e contando de zero a cem, logo a garota abriu a porta e deu de cara com seu irmão mais velho.
- Hey! - a cumprimentou. - Atrasei?
- Não, está bem na hora. - sorriu na direção do mesmo, o abraçando bem apertado. - Como você e Venom estão?
- Ele está bem. - respondeu. - Aliás ele está te dizendo um "Oi".
Jessamine riu, negando com a cabeça. - Olá Venom! É bom te ver também, apesar de eu achar isso uma loucura as vezes.
Eddie riu. - Eu também acho, na verdade, eu tenho certeza que é.
A garota balançou a cabeça, respirando fundo e o puxando para a sala de jantar do apartamento, onde Jeremy, Jesselina e Samantha estavam os esperando. A Lewis olhou para Eddie, e então para a sua família. - É, hum, pessoal, eu quero que vocês conhecem Edward, mas que prefere ser chamado de Eddie. - olhou para a irmã, relutante. - Eddie Brock, nosso irmão mais velho Jesselina.
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- O que você acha que está acontecendo lá? - James perguntou com a cabeça na parede do apartamento, grudada para tentar ouvir algo. - Será que alguém desmaiou? Passou mal? Morreu?
Johnny arregalou os olhos, o encarando ao seu lado. - Eu acho que você está vendo filmes demais, Harlow.
- Você acha? - devolveu o olhar. - Eu não. - deu de ombros, voltando a por sua orelha na parede grudada nela.
- Como as duas te aguentam?
- Me pergunto isso todos os dias, sabia?
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A sala de jantar estava em completo silêncio, todos se encaravam tensos e ansiosos enquanto esperavam alguma reação da Lewis mais velha. Jessamine, não aguentando mais o silêncio, foi até a mesma e antes que pudesse chegar na irmã ela correu para longe dali e subiu correndo para seu quarto, fechando a porta de seu quarto logo em seguida.
- Eu..eu vou até ela. - Jeremy diz, quase indo até sua filha adotiva, mas a Lewis nega com a cabeça e o impede antes.
- Não, pai, eu vou até lá, conversar com ela. - e logo sobe até o quarto da Lewis mais velha, suspirando e tomando coragem para bater na porta e abri-la. - Jess? Irmã? Posso entrar? - perguntou.
Nada.
Nada novamente.
Jesselina não havia a respondido.
Jessamine respirou fundo, abrindo a porta do quarto após alguns segundos e logo entrando no quarto da irmã mais velha a vendo que ela estava abaixada no chão com uma caixa em suas mãos e encarando algo, que ela não sabia o que era ainda. A Lewis foi até ela, ficando ao seu lado e se agachando. - Irmã?
- Eu me lembro dele, vagamente, mas eu me lembro. - começou a dizer. - Eu lembro que ele havia brigado com o nosso pai, antes de saírmos, antes do acidente. - tocou a foto em suas mãos, uma foto dela com Jessamine, junto a seus pais biológicos. - Não lembro qual era o motivo, mas era algo sério e bem importante. Eu só tenho flashes sobre.
- Irmã. - tocou seu braço, delicada. - Se não conseguir falar ou vê-lo hoje, tudo bem, podemos remarcar o almoço para outro dia. Eddie não se importaria.
- Tudo bem, irmã. É só que.. - A olhou. - Tem algo que eu não te contei sobre eles, e que ninguém sabe, nem Eddie.
A garota franziu o cenho. - O que foi? Está me dando medo agora.
Jesselina se virou para a irmã, tocando suas mãos relutante e suspirando. - Eles não eram bons pais, mas também não eram ruins. Eles não eram os melhores pais, mas não eram os piores. - respirou fundo. - Nossos pais, Jes, eram cientistas, mas não dos bons, os mocinhos, e sim dos maus, cientistas que testavam em humanos e eles iam fazer algo muito malvado quando..
Jessamine arregalou os olhos, engolindo seco. - Quando o acidente aconteceu?
- Sim, no mesmo dia a nossa casa havia sido invadida e estava uma zona. Você não lembra, pois era muito pequena, mas eu lembro do olhar e dos gritos dos nosso pais. - comentou, e logo saiu uma lágrima de seu olho direito. - Eu tinha pesadelos com eles, quase toda noite. E ver nosso irmão, me fez relembrar.
A Lewis caçula se aproxima ainda mais da irmã, a abraçando e passando suas mãos pelas costas nua da mais velha em uma forma de tentar conforta-lá e de certa forma, aliviar sua dor. - Tudo vai ficar bem, irmã. Não estão mais aqui e não vão mais te assombrar, eu prometo.
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