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By lia_cullen

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+ Apresentaรงรฃo +
+ Prรณlogo - Prythian +
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By lia_cullen


🔥🌘


Velarie acabou descobrindo que dormia melhor nas noites que sucediam suas visitas à Corte Outonal - não que isso esteja relacionado diretamente ao Grão Senhor da Corte que, tinha se mostrado um bom amigo após todos seus desentendimentos irracionais - era só... Bem, ela pensou, Eris fazia de tudo para levá-la a exaustão. E não era de uma forma ruim. Na verdade, ele parecia sempre saber do que ela precisava; seja de sol, do ar livre, de uma boa refeição ou conversa.

E, as vezes, chegava a ser frustrante a forma como ele sempre parecia querer enfiar um pedaço de pão goela abaixo da jovem, mas no fim, Velarie se deliciava com toda essa atenção. Por mais que ela não admitisse, provava um pouquinho de superioridade toda vez em que aquele macho se mostrava preocupado com a mesma. Talvez fosse o fato de se tratar de um Grão Senhor, uma das pessoas mais importantes e poderosas de Prythian, Velarie ainda não tinha se decidido sobre o motivo, mas sabia que se deleitava em cada gesto do mesmo.

E, bem, era difícil não se aproximar de Eris, por mais que sua família a tivesse alertado sobre a áurea traiçoeira do macho. Era difícil porque, ele vinha se mostrando completamente diferente dos boatos, e tudo isso confundia a mente de Velarie, que se sentia mal por ansiar cada vez mais seus encontros. E ela ansiava com sua alma, com tamanha força que chegava a ser constrangedor. Mas não podia evitar, se sentia sozinha, e quando falava, Eris ouvia com completa atenção. Ele realmente parecia se importar. Sem contar nas horas que jogavam fora, deitados na grama, onde o mesmo fazia perguntas mínimas e estúpidas sobre ela. "Qual sua cor favorita?", "De quê mais gostava de brincar quando era criança?", "O que gosta de fazer em seu aniversário?" - E Velarie respondia essas pequenas dúvidas fúteis e sem sentido, sem perceber que, aos poucos, Eris conhecia toda sua personalidade e caráter através delas.

***

Longe da Corte Noturna, onde Velarie se entregava à inconsciência pacificamente, Eris, o Grão Senhor da Corte Outonal, se debatia entre os lençóis finos e caros de seus aposentos. Era quase um milagre haver uma noite sequer em sua semana ao qual ele não sonhasse com ela; sendo este, sempre o mesmo sonho - Ela vinha como uma miragem, flutuando, as vezes nua, as vezes vestida em uma camisola azul de cetim. Fumaça aspiralada e cintilante envolvia seu corpo, que descia dos céus até pousar na grama escura da floresta noturna outonal.


Quando sonhara pela primeira vez, em Sob a Montanha, achou que estava delirando, mas podia jurar que se tratava de uma imagem divina. Até que... Até que a figura da fêmea criara asas cartilaginosas, com garras negras, tais quais as dos ilyrianos, a raça inferior pertencente à Corte Noturna. Desde esse momento, ele nunca mais tivera o sonho. Até àquela noite, no aniversário de sua mãe, onde descobrira, da pior forma, e no pior momento, que aquela jovem era sua. Não dele, fisicamente, ele pensou, mas sua alma, sua essência e sua vida lhe pertenciam daquele momento em diante. E isso era indiscutível. Se algo acontecesse, ele sentiria, ele saberia. Veria pelo laço. E se ele a perdesse... Bem, Eris não gostava de pensar no assunto, apesar de inevitável, já que carregava esse traço autodepreciativo. Vez ou outra se pegava pensando em como toda aquela maldita situação parecia uma piada, uma grande piada da Mãe e do Caldeirão.


Ele deveria ter percebido a semelhança da fêmea em seus sonhos no exato momento em que a conheceu, bem alí, em sua Corte, mas era algo tão antigo que, ele simplesmente esquecera... Não, enpurrara para o fundo de sua mente, e simplesmente se negara a perceber todos os sinais de sua chegada. Inferno, as noites mal dormidas, os sentimentos que não lhe pertenciam, a agitação, o aperto no peito... Como pôde ser tão tolo?

Maldição, uma parceria deveria ser motivo de comemoração. Mas ele não conseguia se alegrar, não quando refletia sobre todos os empecilhos pra chegar até ela.

Droga... Tinha de ser a filha de Rhysand?! - Ele praguejava dia e noite. Porque, não havia um motivo de fazer a coisa toda dar certo, Velarie nunca iria ficar com alguém como ele; que estava envolvido em metade das atrocidades que acontecera à Feyre e Rhysand... E Mor, ele adicionou rapidamente, esfregando os olhos de maneira frenética. Por mais que o anjinho em seu ombro continuasse a dizer que ele só fez o que fez por estar seguindo ordens de seu maldito... pai, Eris não conseguia evitar a repulsa e indignação. Todas essas memórias, de uma época ao qual ele vivia acorrentado, amordaçado e cego, sem livre árbitro, permaneciam vivas em sua mente. E essas mesmas memórias, lívidas, serviam de lembrança para Eris - mesmo que tenha libertado seu povo, ele próprio nunca seria livre. Estava preso eternamente a um corpo que ele odiava, com um passado que ele odiava, e que, muito menos, poderia ser mudado.

Pois, ele pensou amargamente, seu destino era um só. Como tinha testemunhado, os machos de sua família só poderiam terminar de uma forma; mortos, destruídos. E Eris sabia que quando se provava de uma dor em sua vida, ela só piorava. Sempre piorava. Sempre podia piorar, ele pensou, enquanto lembrava do irmão mais novo e querido, ao qual tentava localizar há anos. Ele estava lá, ao seu lado, quando Tamlin assassinara a parceira de Lucien. E ele viu, Deuses, ele viu o olhar insano no rosto dele. Assistiu sua alma se destruir bem diante de seus olhos, e nada pôde fazer. Primeiro, achou que iria matar Tamlin, vingando o irmão injustamente. Depois, teve certeza de ver o mesmo impulso assassino em seus olhos. E quando Lucien sumiu, naquela mesma noite, ele decidira que bastava. Porque as coisas sempre podiam piorar.

E isso o mantinha acordado depois dos sonhos com ela. Pensar que Velarie merecia mais, muito mais, o levava a loucura. Porque ele a queria; ardentemente, incessantemente, de forma enlouquente e sem o juízo que criara em seus mais de setecentos anos. Maldição, ele aceitaria qualquer coisa dela. Na verdade, estava preparado pra isso, pois, estava ficando difícil deixar passar os olhares de desejo da fêmea. Tudo era influência da parceria, ele se lembrava toda vez que pegava a mesma o encarando, ou mordendo os lábios, ou cruzando as pernas em desconforto. Mas ele a queria, cada vez mais, e estava disposto a fingir ser desejado, verdadeiramente, pelo bem de sua escassa sanidade.

Ao menos nunca sentiu o cheiro de sua excitação. - Ele pensou com falso humor.

Sentado em sua cama, com o lençol até a cintura, cobrindo sua nudez, Eris observou a escuridão do quarto, antes de admirar o céu pela janela; escuro, com poucas estrelas á vista. Ela odiaria aquele lugar, ele pensou, era tão diferente de seu lar. Com tristeza contida no peito, buscou o laço no centro de seu ser, e sentiu a onda de tranquilidade que vinha de Velarie. Ela deveria estar dormindo, ele pensou aliviado. Eris já tinha testemunhado muitos sentimentos conflituosos durante o período da noite, e levou certo tempo até perceber que não vinha dele. O que quer que seja que sua parceira estivesse enfrentando, ele tinha notado uma melhora, e, felizmente, parecia ter ajudado nisso. Quer dizer, Feyre e Rhysand não notaram que a filha estava mal? Ou emagrecendo consideravelmente? Velarie não parecia do tipo que se isolava, então, será que eles não percebiam seu silêncio no meio de todos?

E seus olhos... Seus lindos olhos azuis pareciam tão tristes. Eris mataria pra saber o que se passava em sua vida ou em sua corte para que ela se sentisse de tal forma. Ele faria qualquer coisa pra descobrir o que deixava seus olhos tão... sem vida. Por isso, dava todo seu tempo à ela quando a mesma visitava sua corte, era o único momento em que a tinha só pra si, e não desperdiçava nem um segundo sequer.

Ele fechou os olhos, massageando o peito e pensando em formas diabólicas de importuná-la. Mesmo que seus olhos ameaçassem toda violência que seu rostinho bonito escondia, ele não conseguia evitar. Seus olhos... Eram os mais devastadores olhos azuis que já enfeitara o rosto de um ser. Eram do tipo que ocupavam incessantemente todos os pensamentos de jovens crus e inexperientes. Mas Eris estava longe de ser um jovem... E inexperiente. Ele conhecia o mundo, mas, pela Mãe, se sentia um adolescente toda vez que se pegava pensando em seu olhar malicioso. E como uma coisa sempre levava a outra, não era difícil imaginar aquele olhar em seu rosto enquanto ele... Bem. Tinha que admitir, perdia boa parte de suas noites imaginando que expressão ou barulhos deliciosos Velarie faria. E sua fantasia preferida era tê-la montada em sua boca, enquanto ele fazia de tudo pra lhe dar prazer. Eris se perguntava qual seria seu gosto, pois, certa vez, ouviu que o gosto de um parceiro era como o mais doce me-

Eris apertou sua ereção por cima dos lençóis e suspirou de maneira sofrida. Ele morreria, Eris pensou com afinco, ele morreria e ela nunca descobriria ser a culpada de sua ruína.

Patético. - Ele pensou enquanto jogava os tecidos pro lado e caminhava até o banheiro. Ao menos, esperava que todo aquele frenesi sexual não fosse transmitido pelo laço.

(...)

Eu tive um sonho erótico, daqueles que você acorda suado e ofegante. Não sabia como, ou porquê, mas tinha sido o sonho mais real e prazeroso de toda minha vida. Era um pouco embaraçoso, lembrar que eu tinha acordado com as duas mãos debaixo da camisola, tentando me aliviar de alguma forma. E, era mais constrangedor ainda, lembrar quem me fazia companhia no sonho - eu estava montada em sua língua, enquanto me segurava em uma cabeceira de madeira polida. Seus fios ruivos poderiam ser reconhecidos por mim em qualquer multidão, e não seria diferente quando estávamos a sós. Sua língua era incansável, suas mãos enormes apertavam meu quadril e batiam em minhas nádegas. Era delicioso, e eu implorava por mais-

- Deuses. - Eu gemi baixinho, tendo que encostar minhas costas em uma árvore. Reforcei meu escudo, de forma que ninguém que passasse por mim sentisse o cheiro de minha excitação. Não era a primeira vez em que eu era obrigada a fazer isso. Eu simplesmente parecia fora de mim. - Patética.

Respirei o ar frio da manhã outonal, enquanto tentava me acalmar. Seria um longo dia se eu continuasse tão fora de controle como eu me encontrava. De alguma forma, meu treino com Helena tinha passado a ser o ponto alto das minhas semanas. Mas não só isso, o dia em si era sempre especial e bom pra mim. Parece loucura, mas eu me encontrava ansiosa para todos os encontros. - Para conversar com Helena, para, quem sabe, cruzar com Ares e dar umas boas risadas.

Mas, acredito que, acima de qualquer outra coisa, eu sempre estava na espectativa de encontrar com Eris; estava ansiosa pra descobrir o que iríamos fazer, quais seriam suas infinitas perguntas. E qualquer coisa pra mim estava bom. Veja, na última semana, nos sentamos nas mesas no fundo da biblioteca e discutimos sobre como redigir da melhor forma o que eu vinha aprendendo sobre a língua de sinais. Eu achava amável como Eris queria acompanhar de perto o processo do manuscrito que eu estava criando. E mais honrado ainda era seu empenho em me ajudar, sempre tomando cuidado ao me corrigir ou aconselhar. Porque, por mais que ele seja um implicante nato, eu já tinha percebido suas boas maneiras e excelente educação.

Eris era tão inteligente que, eu juro, poderia ouvi-lo falar sobre qualquer assunto por horas. E assim como era um bom interlocutor, também era um bom ouvinte. As vezes eu tinha impressão de que ele se perdia um pouco enquanto eu falava sobre algo, mas era uma sensação muito vaga, pois, ao final de cada discurso, ele sempre fazia perguntas pertinentes ao assunto. O fato era que, Eris tinha, sim, se tornado um amigo pra mim. Ele era uma boa companhia, e eu me perguntava o que aconteceria com tudo isso que criamos quando o treino de sua mãe acabasse.

Ele era um amigo. Um ótimo amigo. Com certeza. Sim.

Por isso, o sonho da noite anterior se tornava apavorante. É claro que eu o achava atraente, mas desejá-lo dessa forma? Deuses, eu tinha me tocado pensando nele - e era grata por conseguir manter todas essas coisas pra mim mesma. Isso era loucura, era tudo loucura.

- Esse frio também é loucura. - Eu murmurei, voltando a caminhar na trilha que tinha decorado muito bem. Esfreguei uma mão na outra, tentando me aquecer. Estávamos no verão, fala sério!

- Você tem o costume de falar sozinha? - Ouvi Ares dizer atrás de mim. Eu sorri involuntariamente. Era normal encontrar Ares naquela trilha, como na vez em que o conheci.

- Ora, não se meta. Estou no meio de uma conversa. - Eu disse sem me dar o trabalho de virar para comprimentar o macho. Eu escutei sua risada profunda e sorri mais ainda.

- Tem certeza de que é ela? - Ouvi o mesmo sussurrar. Eu franzi o cenho e me virei ainda de bom humor, pronta pra perguntar sobre o que ele estava falando.

- Bom dia, Archeron. - Eris disse com um sorriso seco de bom humor. Eu apenas acenei com a cabeça, um pouco desconcertada com o encontro inesperado.

O silêncio tomou a trilha enquanto eu me perguntava de onde raios eles vinham, ou pelo menos, Ares parecia vir daquele ponto quase toda manhã. Senti mãos em meus escudos e os abaixei, então o deixei me puxar pra perto, pelos ombros, e abracei a cintura do macho.

- É uma pena que ele esteja aqui pra atrapalhar nossa conversa. - Ares sussurrou em meu ouvido. Um sorriso irritante apareceu em meus lábios. - Ele acordou de péssimo humor. - Sussurrou mais baixo ainda.

- Estou atrapalhando o casal? - Eris perguntou atrás de nós, com uma calma que prometia qualquer coisa, menos paz. Meu coração se acelerou sem motivo algum.

- Na verdade, está sim. - Ares respondeu mais rápido que eu, me deixando mais ansiosa por toda a situação. Sua mão desceu para minha cintura, apertando de leve.

Eu ouvi os passos de bota se acelerarem atrás de nós, e por instinto desviei dos braços de Ares. Bem a tempo de ver Eris o jogar no chão com uma facilidade peculiar, quase como se o mesmo estivesse esperando pelo golpe. E pela risada do mais novo, era claro que esperava.

- Ainda acho que deveria voltar a treinar. - Eris disse risonho. Eu permaneci parada, admirando a cena de intimidade entre os dois. Não pude evitar em lembrar de Nyx e Zion, ou de minha prima Alina, com quem eu costumava treinar. Eu sentia falta deles. - Você está bem?

Encontrei os olhos de Eris, atentos. Eu engoli em seco, concordando. Me voltei para Ares ainda no chão, sua capa verde ainda sendo segurada por Eris. Sua expressão parecia confusa, e preocupada. - Você está bem? - Eu perguntei baixo.

- Sim. - Ele respondeu ainda meio aéreo. Porém, sua expressão mudou, voltando a ser descontraída, como sempre. - Precisa de mais que isso pra me machucar.

Eris o soltou bufando, claramente discordando do irmão. Eu não achava que Ares era fraco, apesar de ser mais magro e ter uma aparência mais frágil que seus irmãos. Mas, de repente, me dei conta de que qualquer outra visão do mesmo era estranha, não combinava. Ele não era um guerreiro.

- Está com frio? - Eris questionou baixinho. Sua mão pousou em minhas costas, de maneira respeitável. Ele me empurrou de leve pra voltarmos a andar.

- Só um pouco, mas, ah- Eu arfei quando um ar quente circulou entre os nossos corpos, como um tornado calmo. Eris me lançou um sorriso mínimo, parecendo achar graça de minha surpresa. - Obrigada. - Eu sorri de volta, aceitando o braço que ele dispunha.

- Também estou com frio, irmão. - Ares comentou atrás de nós, tirando completamente o bom humor do rosto impecável de Eris. Eu acabei gargalhando com a cena, quase impossível de acreditar, do macho revirando os olhos.

(...)

Nossa área de treinamento tinha mudado. Eris tinha mandado organizar a sala vaga de Helena, como um lugar temporário para nós duas treinarmos. Os sofás antigos e desconfortáveis tinham dado lugar para os tapetes de lona e as estepes, o que, bem, era um alívio para os olhos. Era confortável, pra mim, pra ela. Eu me sentia a vontade pra fazer todo meu treinamento, e as posições dos exercícios, sem ter um olhar maldoso de um macho sobre meu corpo.

E Helena estava notoriamente mais forte. Ela tinha ganhado peso e preenchido suas curvas. Ela parecia saudável, e eu me sentia orgulhosa por ela, por sua força de vontade. Helena sempre parecia lutar pra se superar, pra melhorar. Ela era uma ótima aprendiz, de longe.

- Se continuar com esse reflexo, nossas aulas não vão servir de nada em uma luta de verdade. - Eu disse após acertar um leve soco em seu queixo. Tínhamos iniciado a luta corpo a corpo, e ela se mostrara muito boa com os movimentos.

- Se está batendo assim em uma luta de mentira... - Ela comentou massageando o rosto. Eu ri de seu comentário, achando graça de seu mau humor. Helena sempre era cheia de energia e gentileza.

Desviei por pouco de um soco seu, seguido de outros três golpes certeiros. Apenas um deles me acertaram pra machucar, bem abaixo do peito, nas costelas. - Não seja injusta. - Eu rosnei, buscando fôlego após o impacto doloroso sobre os ossos. Helena apenas ajustou as faixas pretas em sua mão, que acabaram se soltando depois de diversas investidas contra mim. - O que há de errado com você hoje, hã? - Eu praticamente exigi, com raiva.

A fêmea apenas subiu os olhos, me encarando de baixo. Um olhar assassino, que não combinava com ela mas, que sem dúvidas, á pertencia. Lutei contra a vontade de recuar quando notei as chamas em seus olhos raivosos. - Só vamos acabar com isso de uma vez. - Ela murmurou, voltando pra posição de ataque.

Eu analisei a situação por alguns segundos. Helena estava completamente suada em suas roupas de algodão; blusas e calças que eu tinha implorado para que ela usasse ao invés de seus vestidos. Seu cabelo estava preso em um rabo de cavalo mal feito, e não em uma trança elaborada, como ela sempre fazia. Seu corpo também parecia letárgico. Não era apenas um reflexo ruim, ela estava cansada. E suas olheiras roxas denunciavam isso, além de suas pálpebras inchadas e... Ah não, eu deveria ter percebido.

- Tudo bem, Helena. - Eu sussurrei, mais amigável dessa vez. Mostrei minhas duas palmas para ela, que levantou uma sobrancelha em questionamento. Deuses, ela nem mesmo estava se expressando com palavras. - Desconte em mim. - Eu posicionei meus pés para ter equilíbrio e me manter no lugar. Ela ficou parada, ponderando. - Vamos lá, vá em frente.

E foi preciso apenas esse incentivo para que, incessantemente, ela desferisse golpes fortes em minha mão. Em certo ponto, seu olhar ficou longe e desfocado. As mesmas chamas de antes preencheram seus olhos, brilhantes por lágrimas. De repente, me veio um estalo, o reconhecimento de que, por mais que eu estivesse passando esse tempo todo com a mesma, Helena ainda era uma desconhecida; com uma rotina desconhecida, com gostos desconhecidos. Pela Mãe, ela também tinha seus segredos, assim como eu. E com um grande pesar, eu percebi que, bem, estava fazendo meu trabalho errado.

Prometi minha amizade e assistência, mas sequer tento fortalecer nosso laço. Mal conversamos sobre coisas além do treino. Como eu poderia ser um ponto de conforto, se não me mostro aberta pra diálogos?

Eu me forcei a permanecer com as mãos erguidas, mesmo depois que Helena destruíra, sem perceber, minhas faixas de proteção. Os pedaços de pano estavam no chão, queimados pelas chamas altas que saiam de seus punhos. Era inconsciente, eu sabia. E, por mais que machucasse minha pele, eu me forçava a aguentar.

Helena desferiu mais alguns fracos golpes em mim e depois, caiu sentada de lado, soluçando com força. - Ele é um idiota! É o macho mais absurdamente estúpido que eu já conheci! - Ela lamentava em meio ao choro. Eu me sentei no chão também, pronta para ouvir tudo que ela tinha a dizer. Sem julgar, só ouvir. Helena precisava desabafar, e eu queria estar alí por ela. - Ele não entende, não entende pelo que eu tive que passar. Não entende que antes dele vem os meus filhos, e todos eles estariam em perigo, além dele mesmo! Esse... IDIOTA! - Ela berrou a plenos pulmões. Eu me encolhi ao sentir a angústia em seu grito. Era devastador, doloroso de ouvir. - Ele não entende. Não entende... - Ela voltou a soluçar, dessa vez, tinha apenas tristeza, nada de raiva. Uma de suas mãos cobriu seus olhos, enquanto o cotovelo apoiava em uma das pernas cruzadas. Era uma cena assustadora. Eu nunca tinha imaginado Helena nesse estado, nunca.

Muito lentamente, eu aproximei minha mão da sua, agarrando-a em seu colo. Meu polegar fez um carinho afetuoso enquanto eu dizia: - Machos costumam ser estúpidos. São todos iguais.

Helena riu sem humor algum, fungando e passando as costas da mão livre no nariz. Era um ato nada educado para alguém como ela, o que me fez rir. Seu gesto me fez questionar seu passado, sua história. Eu quis saber de onde ela veio, pelo que passou. Com certeza, pra ter se casado com um Grão Senhor, ela deveria vir de uma família, no mínimo, bem abastada. Eu sabia que apenas a Elite participava dos bailes outonais; ou como gosto de pensar, as reuniões casamenteiras.

Eu lhe lancei um sorriso de cumplicidade, que foi respondido da mesma forma. - Conhece algum macho idiota? - Ela perguntou com a voz ainda modificada pelo choro.

- Que tal começarmos por... Hm, não sei, todos os seus filhos? - Eu disse com falsa inocência, arrancando uma risada genuína da mesma. Eu fiquei contente com seu sorriso. Helena, aos poucos, voltava ao seu estado de espírito normal.

(...)

Nós não terminamos o treino. Eu, como instrutora, deveria conhecer os limites dela. E foi o que eu fiz. Era estranho sentar e ouvir Helena, e, mais estranho ainda, dar conselhos para a mesma. Ela era tão velha - em idade, é claro. Sua aparência jovial era de dar inveja a qualquer um. - mas, ao mesmo tempo, parecia tão inocente, tão... Ingênua. Era como se não conhecesse o mundo, apesar de ter passado por tanto. Tive que lembrá-la de que não podíamos ter controle sobre as emoções dos outros, mesmo que fosse um desejo de nosso coração.

E, ao mesmo tempo, tive que administrar bem minhas expressões enquanto ouvia todo seu desabafo. Por mais que eu achasse que o macho idiota fosse Helion, eu nada podia demonstrar. Pois, ela não sabia que eu sabia que era ele... Entretanto, mesmo assim, poderia não ser. Eu não sei. A pessoa em questão parecia conhecê-la há muito tempo, mais do que minha própria vida. E, bem, eu nunca tinha escutado seu nome sair da boca de meu padrinho.

- Mas, será? - Eu questionei pra mim mesma, bem baixinho, enquanto andava pelo corredor vazio.

- Sério, eu não percebi que você tinha esse costume. - Ouvi Ares dizer, pensativo demais. Me virei, notando só agora que tinha passado pelo mesmo. Ele se encontrava no chão de mármore, afinando as cordas de seu instrumento de madeira. Seus olhos focaram em mim, divertidos, e sua cabeça pendeu para o lado.

- Parece me seguir. - Eu comentei, sorrindo mínimo. Ares levantou uma das sobrancelhas. Coloquei as mãos pra trás e encostei na parede oposta. - Nunca te vi tocar. - Eu comentei, admirando seus movimentos rápidos.

- Não faço isso aqui. - Ele respondeu, concentrado no som certo e errado. - Mas vou tocar no antigo esconderijo dos artistas essa noite. - Seu olhar voltou para mim.- Seria legal se você aparecesse.

Eu pendi a cabeça pra trás, avaliando meu cansaço. - Onde fica?

- Na taverna do bosque verde. Pegue uma das trilhas á esquerda do caminho que leva até aqui, e chegará lá em quinze minutos. - Ele explicou, indicando as direções com as mãos. Eu assenti, criando um mapa em minha cabeça. Me lembrava vagamente de uma taverna parcialmente oculta em um de meus passeios com Eris.

- Prometo pensar com carinho. - Eu disse, me desgrudando da parede. - Sabe onde seu Grão Senhor está? - Minha barriga se arrepiou apenas com a menção ao seu nome. Pisquei rapidamente, tentando não lembrar do sonho.

- No escritório, mas acho que está ocupado ago-

Ares parou de falar quando uma fêmea esbelta adentrou o cômodo. Eu levei apenas alguns segundos para perceber que se tratava da filha mais velha de Aretha, a especial artesã com quem eu havia encomendado algumas peças de roupa. Jasmim caminhava com um balançar sensual e feminino, ao qual, com certeza, prendia a atenção de qualquer um. Até mesmo a minha.

Ela era tão linda.

A fêmea sorriu pra mim, com um ar tímido. Eu a cumprimentei amigavelmente, assim como Ares, que pareceu um pouco atordoado pela passagem da jovem.

- Acho que ele não está mais ocupado agora. - Ares disse, sua voz soando estranha e tremida. Eu assenti, franzindo o cenho.

- Te vejo depois. - Eu disse, mal ouvindo sua resposta ao sair.

Após passar pelos corredores confusos, eu bati nas portas gêmeas do escritório de Eris. O som foi alto demais, ecoando pelo espaço de pedra. Eu ouvi sua resposta e tive que conter a ansiedade enquanto abria a porta. Porque, lá estava ele, em toda sua glória. Os fios lisos soltou, as roupas um pouco amassadas. Eris abotoava seu colete marrom calmamente, enquanto observava a vista de sua ampla janela.

As lembranças dele e suas formas e cores não faziam justiça ao que eu via em realidade toda vez que me encontrava com o Grão Senhor. Ele parecia cada vez mais belo, cada vez mais forte e hipnotizante. Senti minhas bochechas esquentarem.

- Velarie. - Ele me chamou risonho, finalmente notando que era eu.

Mas algo em meu ser murchou ao olhar para seu rosto com atenção. Bem próximo de sua boca, se destacando sobre a pele alva, havia uma marca de bálsamo labial avermelhado. Meu peito doeu, e eu tentei respirar direito, enquanto constatava que Jasmim tinha deixado o lugar há poucos minutos. E ele estava ajeitando as roupas... Eles-

- Como foi o treino? - Ele perguntou amigavelmente, tentando iniciar mais uma de nossas conversas sem fim.

- Produtivo, iniciamos a luta corporal. - Eu disse secamente, de forma mais técnica do que planejava. Pedi ao caldeirão que o mesmo não percebesse a diferença.

- ...Sim. - Ele murmurou algo, pensativo demais enquanto me observava. Eu desviei de seus olhos de raposa, astutos demais para conseguir sustentá-los. - Velarie. - Ele disse meu nome. Não estava me chamando, ou perguntando algo. Ele apenas disse. Por isso, voltei a encará-lo. E o mesmo pareceu contente com aquilo, o que me deixou com raiva. - Quer ir até a clareira?

Eu neguei com a cabeça.

- Vai chover. - Minha voz ainda se encontrava muito áspera. Acompanhei o olhar de Eris para o céu aberto, sem nuvens e ensolarado. Uma de suas sobrancelhas arqueou, e eu percebi uma semelhança grande com Ares no gesto.

Ele maneou a cabeça e riu soprado com falso humor. - Se você diz. - Eris deu de ombros, claramente incomodado. - O que quer fazer? - Tentou novamente.

- Tenho um compromisso. - Eu menti, sem saber porquê. Na verdade, só queria sair dali. O cômodo parecia me engolir toda vez em que eu me pegava imaginando sobre qual móvel ele a tomou. Será que ele foi bruto ou gentil com ela?

Fiz aparecer uma carta em minhas mãos trêmulas. Dei alguns passos e joguei sobre sua mesa. Tinha medo de tocar a superfície, só a Mãe sabia o que tinha acontecido naquela sala.

- Apenas vim deixar isso. - Eu o encaro mais uma vez, decidida a ir embora. Seus olhos examinaram o papel superficialmente, antes de voltarem a mim. - A reunião acontecerá em duas semanas.

- Aconteceu alguma coisa? - Ele perguntou baixo e rouco, ignorando tudo que eu tinha dito. Estúpido.

- Não. Nada. - Eu neguei. Depois, como se eu fosse possuída por uma legião de bruxas, usei minha habilidade de atriz sonsa para dizer: - Seu rosto está sujo. - E depois saí, como se não fosse nada. Como se o fato daquele pequeno brilho em sua pele não estivesse me destruindo.

Eu me sentia tão idiota. Talvez fosse por ter acreditado, bem lá no fundo, em todos seus flertes descarados. Ou talvez, fosse consequência do maldito sonho que tive. Agora sei que, estava apenas frustrada por realizar que nunca o teria dessa forma, apesar de o querer muito. Eris iria brincar comigo, flertar até me deixar maluca, mas quando quisesse ter algo, procuraria alguém mais velho e experiente. Alguém a sua altura.

E eu sabia que Grão Senhores tinham amantes. Conheci muitos amantes de Helion enquanto crescia, machos e fêmeas. E eu sabia, também, como a vida de um lider solteiro poderia ser solitária e isolada as vezes. Então, por que a surpresa?

Eris era um macho adulto que estava vivendo sua vida-

- Velarie! - Eu ouvi sua voz rosnar. Droga, talvez eu tenha o deixado constrangido. Mas não me importava, tinha o direito de sentir raiva, mesmo que não fizesse sentido algum.

Passo por Ares, que permanecia no mesmo lugar, agora atônito com a situação. Seus olhos se arregalam ao ouvir Eris gritar meu nome mais uma vez. - Estarei lá, Ares. Te vejo mais tarde. - Eu disse apressando o passo ao ouvir o ritmo irritado das botas de Eris.

- Estará onde? - Escuto o mesmo perguntar entre dentes ao irmão.

(...)

Foi difícil achar algo para me entreter durante o fim da manhã. Foi mais difícil ainda esquecer o que aconteceu. Agora que o calor do momento tinha passado, sentia vergonha de tudo. Analisando a cena, agora parecia que ela estava com ciúmes, e era terrível saber que tinha deixado Eris perceber. Porque foi explícito.

E agora, sentada na loja de pintura de minha mãe, eu tentava me sentir menos miserável. Pintar era sempre bom para esquecer de tudo e todos. Todos já tinham ido embora, e começava a escurecer. Eu ajudava a fêmea tatuada a organizar umas últimas coisas pelo lugar, achando seus movimentos suspeitos. Ela estava ansiosa a tarde inteira, desde que cheguei para pintar com a mesma. E isso não passou despercebido pelos meus olhos.

- Gostou desse quadro? - Ela perguntou parando em frente da tela que havia pintado durante a aula. Se tratava de duas figuras em um campo aberto. Uma jovem de cabelos negros, compridos, e uma pequena criança, de cabelos tão negros quanto.


Eu parei ao seu lado, abraçando seus ombros e apoiando a cabeça ao lado da sua. Nossa diferença de altura era bem pequena, mas eu ainda podia notar os bons cinco centímetros a mais que desenvolvi antes dos dezoito. Senti minha mãe sorrir, enquanto acariciava e apertava meu antebraço. Admirei a técnica de pinceladas da fêmea e, em alguns pontos, pude notar semelhança em nossas formas de pintar. Mas guardei isso pra mim, já que, Senhora Archeron defendia o pensamento de que cada ser se expressava de uma forma única. - É lindo, eu adorei.

Ficamos em silêncio por um tempo, enquanto ela me envolvia em seus braços. Sua mão deslisou por minhas costas e seus lábios deixaram leves selares em meu ombro. Eu amava aquela fêmea, aquela mulher - como os humanos diziam. Se um dia eu conseguisse ser 1/3 do que ela é, eu ficaria imensamente feliz. Não existia pessoa no mundo ao qual eu admirasse mais. E que meu pai me perdoasse, mas era verdade.

Mesmo depois de tudo que passou, ainda escolhia a bondade, a gentileza. Era inacreditável. Porque, eu sei que, se eu passasse pelo mesmo, me transformaria em um monstro egoísta e frio. E seria irreversível. A Mãe, como sempre, sabia o que estava fazendo quando à abençoou com uma nova chance para viver, para ser feliz. E eu fico feliz que ela tenha se agarrado a isso. - Eu te amo, mãe. - Eu sussurrei, espontânea.

- Filha. - Ela soluçou, me apertando fortemente entre os braços. Eu arregalei os olhos, mas respondi ao afeto. - Não sabe o que significa pra mim ouvir isso de você. - Sua mão me prendeu pela nuca em seu aperto, me impossibilitado de sair. - Achei que nunca escutaria sua voz novamente. - Sua voz estava baixa e trêmula. Eu engoli em seco, afastando a vontade de chorar, pois, sabia exatamente do que ela estava falando. Eu não me lembrava de nada dos rápidos cinco dias após a- após a, tortura, que sofri. Mas, creio que, pra eles, esses dias não tiveram fim; os mais longos do ano. Eu ainda me lembrava bem dos olhos inchados dela, dos olhos vermelhos de meu pai, quando acordei. Me lembrava das vozes de todos na cabana, por mais que não os tivesse visto de imediato.

- Eu estou aqui, mãe. Está tudo bem agora. - Eu sussurrei, passando a mão em suas costas. Era claro meu afastamento verbal sobre o assunto.

- Existe algo que eu quero lhe contar há tanto tempo. - Ela se afastou, segurando minhas mãos. Eu juntei as sobrancelhas, em uma expressão de empatia ao ver seus olhos azuis acizentados transbordando. - Mas tive medo de você se sentir deixada de lado por nós. Querida, você passou por tanta coisa... - Eu sequei as lágrimas que caiam de seus olhos. Ela estava praticamente vomitando tudo aquilo.

- Mãe. - Eu chamei gentilmente. - Apenas diga. - Eu sorri fraco, dando o empurrão que ela precisava. Meu coração se acelerou no peito, quando ela fungou para se acalmar.

- Há um ano, no último verão, tive esse sonho. - Ela olhou para a tela, e eu olhei também, notando só agora, as coincidências. Engoli em seco novamente. - Você estava brincando em uma clareira com essa criança. - Ela focava os olhos na imagem, como se realmente lembrasse de um acontecimento. - Aconteceu em uma das noites em que você estava desacordada, depois de tudo. - Ela negou com a cabeça e fez um gesto com a mão, como se afastasse as lembranças. - Achei que fosse apenas um sonho. Até seu pai me dizer que também sonhou algo parecido; você segurando um pequeno bebê, embrulhado em uma manta estrelada. - Ela apertou meu braço de forma maternal. Me forcei a sorrir mínimo. - Não consegui pensar em nada além de que a Mãe estava nos avisando de que tudo ficaria bem... Você ficaria bem e viveria para ver tudo que estava por vir. - Sua voz tremeu novamente e ela apertou o nariz de maneira nervosa. - Você é tão especial, Velarie. - Ela negou com a cabeça, ajeitando meu cabelo.


- Mãe. - Eu sorri, emocionada. Por mais que minha mente trabalhasse pra compreender, era difícil. Eu queria que ela me dissesse com todas as letras. - O bebê significa que...?

- Bem, acreditamos que era uma imagem do futuro. Tal qual seu pai teve antes de tentarmos ter você. - Ela sorriu fraco. Eu abri a boca, sem saber o que falar ao certo.

- A senhora está grávida? - Eu perguntei arregalando os olhos, automaticamente olhando para sua barriga. Ela gargalhou, se divertindo.

- Ainda não, filha. Essas coisas demoram. - Ela disse sorrindo fraco, mas, eu pude notar o desapontamento em seus olhos. Já fazia um ano.

- Bem, não importa quanto tempo demore, acredito que serei uma ótima irmã. - Eu constatei com esperteza, olhando de soslaio para o quadro. Ela riu e me puxou para um abraço apertado.

- Minha Velarie. - Ela sussurrou. Eu fechei os olhos, tentando identificar o que estava sentindo. Pelo menos, agora eu sabia o motivo deles estarem mais românticos que o normal. Eu sorri, a apertando mais ainda. Eu só queria que eles fossem felizes.

- Obrigada por me contar. - Eu sussurrei.


_______________________________

👀

Próximo capítulo a Vel vai pra taverna beber bastante e afogar as mágoas. tadinha.

lembrando que... o fato do Eris ter sonhado com a Velarie ainda estando sob a montanha, significa o quão especial é a parceria do Rhysand e da Feyre.

O Eris é tipo:

Nossa, não acredito que isso está acontecendo. Justo agora que estou tentando me redimir com Rhysand e Feyre... ✋😔😭

Mas... e se ela sentar na minha cara???! 🤔🧐

Coisas deliciosas estão por vir...

Até a próxima!

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