A última noite

By julhakjkk

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Para Scarllet, sua vida deveria ser seguida à risca, com muitas expectativas a cumprir. Ao crescer cercada po... More

capítulo 1
capítulo 2
capítulo 3
capítulo 4
capítulo 5
capítulo 6
capítulo 7
capítulo 8
capítulo 9
capítulo 10
capítulo 11
capítulo 12
capítulo 13
personagens <3
capítulo 14
capítulo 15
capítulo 16
capítulo 17
capítulo 18
capítulo 19
capítulo 20
capítulo 21
capítulo 22
capítulo 23
capítulo 25
capítulo 26
capítulo 27
capítulo 28
capítulo 29
capítulo 30
capítulo 31
capítulo 32
capítulo 33
capítulo 34
capítulo 35
capítulo 36
capítulo 37
capítulo 38
capitulo 39
capítulo 40
capítulo 41
capítulo 42
capítulo 43
capítulo 44
capítulo 45
capítulo 46
capítulo 47
capítulo 48
capítulo 49
capítulo 50
capítulo 51
capítulo 52
capítulo 53
capítulo 54
capítulo 55
capitulo 56
capítulo 57
capítulo 58
capítulo 59
capítulo 60
capítulo 61 "what is a monster?"
capítulo 62 "truths"
capítulo 63 "incendiar"
capítulo 64 "após o incêndio."
capítulo 65 "personificação"

capitulo 24

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By julhakjkk

THOMAS:

— O que acha de agora tentarmos sem as rodinhas?— perguntou a senhorita Mare, empurrando a bicicleta.

Não. Se a senhora tirar, eu vou cair.

Já haviam se passado sete dias, desde que todos os meus amigos aprenderam. Todas às manhãs, as instrutoras nos levavam para o parque com as bicicletas. Por mais que quisesse, eu não conseguia aprender. Tinha medo de cair.

— Besteira. Você precisa vencer o medo ou nunca irá conseguir. Seu pai estava perguntando sobre o seu desempenho.

Sem querer me desequilibrei e quase caí, mas a instrutora impediu.

— M-meu pai? A senhora contou a ele sobre eu não ter aprendido ainda?

— Não querido. Eu disse que você está indo muito bem. — ela reergueu a bicicleta.

— Não pode dizer a ele, entendeu? Se ele souber, não irá mais sentir orgulho de mim. — disse de cabeça baixa.

A cor fugiu-lhe do rosto. Ela ficou pálida.

— Como pode dizer isso Tom? Tenho certeza que seu pai tem muito orgulho de você. Ele não se importa em quanto tempo você demora pra aprender a andar de bicicleta. — uma de suas mãos atravessou meus cabelos, e a outra acariciou meu rosto.

— Olhe para mim Tom. — disse ela com doçura segurando suavemente meu queixo. — Seu pai sente muito orgulho de você, porque você é filho dele.

— Não diga nada a ele, entendeu?! — alterei a voz.

O parque estava barulhento demais para que os outros instrutores percebessem minha conversa com a senhorita Mare. As outras crianças eram agitadas.

— Tom querid-

— Prometa. — interrompi.

— Está bem. Eu prometo não contar ao seu pai. Mas você irá prometer a mim, que irá se esforçar para aprender.

Assenti com a cabeça e prosseguimos. Sempre aquela ocasional rotina. Mare com as mãos no assento durante todo o trajeto, empurrando e me impedindo de desequilibrar. Os sons de bicicletas sendo pedaladas, e o retinir de sininhos sendo emitidos, eram um coro tão familiar, que já não tinha mais dificuldade em imaginar os sons.

Em frente, a instrutora Marta aproximou- se.

— Como ele está indo? — perguntou com uma estranha curiosidade na voz.

— Ah, no momento continuamos no mesmo ritmo. Mas acredito que Tom será um grande ciclista. Só precisa se familiarizar com a bicicleta. — minha instrutora disse, parecendo diverti- se com a ideia.
— E como vai a nossa doce Scarllet?

— Ah, ela está indo melhor do que o esperado. De todas as crianças, foi a que mais se destacou no aprendizado. Nem precisou do auxílio de rodinhas. — respondeu com muito orgulho na voz.

Foi então que vi a garota de cabelos castanhos e capacete rosa. Tinha muitas coisas para pensar a respeito dela. Ela pedalava tão bem. Não sentia medo. Nem ao menos se desequilibrava. Já eu, estou com calos e com as palmas das mãos úmidas.

Por que eu não consigo fazer isso? Não tinha rodinha alguma em sua bicicleta decorada de coisas brilhantes e gliter. Ela parou e me observou.

Ao vê- la, sem perceber deixei a estrutura do meu corpo pesar para o lado. A instrutora Mare não resistiu estabilizar, então caí no chão.
Murmurei ao cair.

A instrutora começou a gritar pelo meu nome, em desespero, pedindo para que eu levantasse e perguntando se eu estava bem. Não escuto o que está dizendo. Permaneci no chão enquanto a olhava.

— Tom querido! Levante- se. — A senhorita Mare esforçou-se para erguer meu corpo, mas fiz força para ficar.

— Deixe que ele levante sozinho. — A instrutora Marta orientou.  — Tom, levante- se amor. — balbuciou ela.

Ao ver que eu olhava freneticamente para a garota a minha frente, ela segurou a risadinha, lançando um olhar para a senhorita Mare.

— Oh, você gostou dela? — comentou rindo calmamente. — Você deveria saber que isso não é permitido meu amor. — brincou com carinho na voz.

A garota de capacete rosa, não demonstrou achar graça da minha queda, diferentemente dos meus amigos. Ouvi suas risadas vindo da parte posterior. Ela me observou por um tempo, então desceu de sua bicicleta, arremessando-a no chão. Correu até mim, e me ajudou a levantar.

— Se você olhar para os outros enquanto pedala, nunca irá aprender. — abaixou- se, retirando toda a terra de meu joelho. — Só pedale, olhando para frente. — como era bom ouvir sua voz calma e suave. Ouvir ela falando, era como dormir na paixão do inverno. Isso me deixa feliz.

Então ela levantou minha bicicleta. Olhei ao redor da grama, procurando qualquer arbusto florido. Encontrei um com rosas brancas. Sem pensar duas vezes, apanhei e entreguei em suas mãos. Ela sorriu de um jeito bonito.

Ela ficou sem reação por um instante.
— Obrigada, mas eu não tenho nada pra te dar em troca. — ri de sua gratidão relutante.

— Você não precisa me dar nada em troca. — disse a ela, e ela sorriu de novo. Gosto de vê- la sorrir.

Olhei para ela por um tempo. A senhorita Mare pegou em meu ombro e cochichou:

— Ela é muito bonita, eu sei. Mas agora precisamos voltar. 

— Vamos Scarllet, seus pais mandaram buscar você. — Marta a conduziu para fora do parque, e eu vi que ela parecia ter ficado triste. Mas mesmo assim, virou- se e acenou para mim em um gesto de despedida. Eu acenei de volta.

— Quero tirar as rodinhas. — disse enquanto a observava, à medida que se afastava.

A instrutora quis esconder sua surpresa, mas mandou que tirassem.

— Thomas. Thomas. Thomas! — abri os olhos assustado. Minha mãe tinha as mãos sob meu rosto.

Olhei em volta e vi que estava em casa.

— Precisa fazer isso. Seu pai irá ter orgulho de você. Você será igual a ele. — os dedos de minha mãe atravessaram meus cabelos e ela plantou um beijo em minha testa.
— A mamãe ama muito você. Não conte a ninguém sobre o que conversamos, está bem? Caso contrário, o papai entrará em apuros.

— N- não sei se vou conseguir fazer isso mamãe.

— Você vai. Tem o sangue do seu pai. Você é muito especial Thomas.

Abri os olhos enquanto murmurava de dor. Minha cabeça está latejando. Me levantei e ao colocar os pés no chão, senti o peso. A pressão baixa. O ar parecia mais pesado. Conduzi meu corpo quase adormecido até o banheiro. Atirei água no rosto.

Eu não me lembrava muito das minhas memórias de quando só tinha sete anos de idade e não entendo porque tenho visitado elas enquanto durmo. O que aconteceu depois daquele dia? Eu havia conseguido
pedalar? Não me lembro.

Mas as lembranças da minha primeira conversa com meu pai, e logo depois com a minha mãe, as imagens e até mesmo detalhes, são fáceis de lembrar perfeitamente. O inferno da minha vida começou quando eu tinha apenas sete anos. Gostaria de não me lembrar, gostaria de apagar isso, mas é impossível.

Arranquei as roupas do meu corpo, e entrei debaixo do chuveiro. Prendi a respiração por um tempo, sentindo a rajada de água sobre minha cabeça.

Já eram quase 17 horas. Se quisesse ser assistente pessoal da diretora, teria que estar lá em dez minutos. Agora, porém, acidentalmente irei decepcioná-la.

Logo após terminar o banho, entrei tolamente nu em meu quarto. Para minha infeliz surpresa, Brian estava lá a minha espera, sentado na cama. Não contive minha desagradável reação. Atravessei por ele, sentido adiante o armário de roupas.

— Acredito que saiba o motivo de eu estar aqui. — ele disse.

— Você virou o vigia pessoal dele? — debochei, enquanto revirava o armário.

— Há quanto tempo você vem ignorado as ligações do seu pai?

— Não muito. — retirei uma camisa branca.

Ignorei a onda de emoções amargas que senti ao ouvir ele falar. Brian ultimamente está me sufocando. Todo esse lance de preocupação com planos está me deixando impaciente.

— Você sabe o que tem que fazer Thomy, mas você me parece muito distraído no momento. — sei ao que ele está se referindo e não gostei.
— Também me parece muito sentimental esses últimos dias. Não deixe uma garota qualquer retirar sua atenção. Eu ouvi o que disse a ela ontem. Me diga que era só uma boa mentira pra levar ela pra cama e que você não está se apaixonando por ela.

— Nunca mais fale assim dela ou faço você se arrepender. — permaneci instável, embora tudo que quisesse fazer fosse gritar para que ele calasse a boca.

— Você está desanimado. Essa garota está tirando seu foco. E aquele papinho de ser o orgulho do papai? — Brian aproximou- se, e deu um tapa em meu ombro. — Sei que é duro falar isso, mas seu pai nunca irá amar você se você continuar sendo um medroso do caralho. Ele sabia que uma hora, uma coisa ou outra, iria te enfraquecer, por isso me mandou tomar conta de você, porque ele não consegue confiar no próprio filho.

— Eu não preciso de babá. — o empurrei para longe.

— Tem razão. Você precisa é de uma boa surra. Tem noção do quanto eu tô te encobrindo? Tem noção do quanto isso é importante pro seu pai?

O encarei com a expressão vazia. Fechei os olhos e suspirei dramaticamente.

— E você tem noção do que estão me pedindo? Tem noção do quanto isso está me enlouquecendo? — disse a ele finalmente, e sua feição estava mais séria.

— E desde quando você se importa? Desde quando tem sentimentos? Desde a Scarllet Milles? Foi por isso que nocauteiou o Lian? — Brian emitiu um pequeno rosnado de irritação, então eu agarrei seu pulso e o puxei para perto.

— Lian e Hanna, deram estimulante sexual para aquele cara. Você tem noção disso? Sabe quanto tempo eles iam deixar ela presa naquele maldito quarto? — senti minha calma desaparecendo, quando as lembranças do incidente retornaram. — Tempo suficiente para terem certeza de que ela não era mais virgem.

— Ótimo. Então que bom que você impediu. Agora sim você vai ser o orgulho do papai. — o empurrei para longe, e em um descuido ele tropeçou nós próprios pés.

— Saia daqui, não quero olhar para você. E diga a ele, que eu vou vê- lo quando puder. — disse enquanto vestia a cueca box. Ele hesitou e nossos olhos cruzaram.

— Se você não ir, ele vem até você. Não imagina em como ele está furioso. Quer te ver e sua mãe não vai acalmá-lo por muito tempo.

SCARLLET:

Depois de assistir duas aulas, a única pendente para o final do período, era a do senhor Herman, antes que eu fosse para a ala da coordenação. Eu estou nervosa, e só por isso cheguei dez minutos antes.

Eu estava acostumada a sempre chegar em cima da hora. A maioria dos alunos ainda não chegou. Rezo que com as mudanças de horários, o senhor Herman seja transferido para horários opostos aos meus. Assim não vou carregar o peso de saber que um professor me detesta.

Cantarolei em meu assento. Inclinei a cabeça na direção da janela. Brinquei enquanto fazia caretas. Eles estavam demorando. Não só o senhor Herman, como todos os alunos.

Pensei por um instante que teria errado de sala, e um calafrio percorreu a espinha, só em pensar nessa suposta explicação. No entanto reparei ao redor. Eu não estava na sala errada. Talvez eu tenha chegado cedo demais.

Só por isso, abri meu livro e iniciei minha leitura. Quando menos esperei, o senhor Herman entrou e os alunos também. Alguns minutos depois, entrou Alisson. Chegou atrasada. O olhar do senhor Herman recaiu sobre ela. Não de um jeito bom.

Me surpreendi quando percebi que ela sentou- se ao meu lado. Desviei o olhar. A primeira coisa que penso quando vejo ela, é o que aconteceu ontem. Ela, por sua vez, não aparenta estar desconfortável.

O professor Herman inicia a aula. Começa a explicação de um dos exercícios da apostila. Exercícios que já tivera respondido. Então depois de um tempo, me cansei de assistir a aula. Puxei devagar meu livro de dentro da bolsa, e comecei a ler.

Antes mesmo de poder prestar atenção em meu livro, pude notar o olhar consistente de Alisson pesando sobre mim. Tentei disfarçar meu constrangimento olhando para o outro lado, mas quase sempre a encarava de volta.

— Professor. — Alisson levantou a mão. — A Scarllet não está prestando atenção em sua aula. Ela tem livros abaixo de sua bolsa.

Meus movimentos congelaram e senti uma forte rajada de calafrio atravessando meu corpo. Olhei para o senhor Herman, que aparentemente não estava de bom humor. Torci tão desesperadamente que ele não tivesse ouvido, mas senti que iria desmaiar quando ele aproximou- se, vindo em minha direção, com um olhar furioso.

Ele apanhou os dois livros que estavam atrás da bolsa. Meus livros favoritos.

— Ao invés de perder seu tempo com essas besteiras, porque você não presta atenção na aula?! — gritou ele exalando todo o seu mau humor. Eu tentei discernir sua raiva, se não fosse inquestionável que ele estava furioso.

Eu não sabia como reagir, então fiquei imóvel e ereta em meu assento.

— Já chega disso. Hoje você irá prestar atenção em minha aula. — então ele levou meus livros. E um deles, era o que eu teria recuperado a pouco tempo das mãos de Thomas.

Quando vi que ele direcionou- se até a janela, quase tive um ataque cardíaco.

— Não, não, não, não, não, não, não, não, não. — repeti incessantemente e por extinto corri até ele, antes mesmo de pensar bem sobre o que ele iria fazer.

Ele não hesitou. Só pude perceber, quando arremessou meus livros da janela. Sem compaixão ou qualquer piedade.

— NÃO!!!!! — gritei. Não era um grito qualquer,era um grito de súplica. Um grito de dor. Gritei o mais alto que pude. — POR QUE FEZ ISSO??? — excruciei dolorosamente, senti a dor na garganta. Naquele momento carreguei a certeza de que estava pálida. Pude sentir a sombra do desespero em mim mesma.

Corri até a porta, mas o professor Herman segurou minha mão.

— Se sair, perderá quinze pontos. — ele não demonstrava arrependimento algum.

Sai mesmo assim. Desci as escadas correndo. Esbarrei em muitas pessoas. Mas isso não importava. A sala do professor Herman ficava no quarto andar e demorou alguns minutos para que eu chegasse no primeiro andar, e enfim, lá fora.

Me deparei com meus livros nas mãos de dois desconhecidos. Ao perceberem, eles inclinaram as mãos para mim e me devolveram. Sentei- me no banco de concreto, e deslizei os dedos sob meus livros.

O céu pareceu desabar sobre minha cabeça quando vi que estavam amassados, e por muito azar, tinham caído diretamente em uma pequena possa de água, que ficava na grama.

— Droga... — murmurei baixinho subitamente dominada pela sensação de infelicidade.

Tentei secar com as mãos, até mesmo com meu uniforme. Mas não foi o suficiente para livrá- los da água, terra e sujeira. Por mais que tentasse raciocinar, sobre o que fazer para salvá- los, eu não conseguia pensar em nada.

— Ei, ei, ei. Se você continuar tentando limpar assim, vai piorar a situação. — a garota que segurava meu livro junto com o garoto finalmente disse alguma coisa.

Mas eu não ouvi. Continuei alimentando a esperança de que se tirasse aquelas coisas, talvez amenizasse a situação. Limpei com o tecido do uniforme até achar que fosse necessário.

— Scarllet Milles, não é? — ela perguntou. — Se quiser, posso ajudar você, mas primeiro você tem que se acalmar.

Não respondi. Tentei a todo custo prestar atenção em meus livros. Então a garota os tomou das minhas mãos, e os limpou suavemente com seu uniforme.

— Sinto muito. Algumas páginas estão bastante amassadas, não acho que isso tenha conserto. Você deveria colocar esses livros em um lugar exposto ao sol. — ela disse ao abrir e se deparar com a situação interna. A garota sentou- se ao meu lado junto com seu amigo.

— Sinto muito pelos seus livros. — o garoto finamente disse alguma coisa.

Eu mal posso pensar. Tudo que vejo a minha frente é a devastação dos bens que mais amo.

— A minha irmã me deu de presente de aniversário... — disse tão baixinho que quase não tenho certeza se ouviram ou não.

— Foi tudo muito rápido. Quando vi, dois livros de Harry Potter caíram do céu. — a garota com cabelos grossos brincou, mas logo sua expressão de graça se desfez, quando ela olhou para mim. — Não se culpe por isso. Sei o que deve estar sentindo. Eu também gosto de ler e mal consigo imaginar sua dor.

Fiquei impressionada por sua gentileza. Nunca encontrei alguém assim, por aqui antes.

— Temos que ir. — os dois levantaram- se e ela entregou- me os livros. — Até mais Scarllet. — disseram ao mesmo tempo antes de sair.

Fiquei sentanda por um tempo. Deslizei as palmas das mãos contra as páginas amassadas, mas como disseram, não havia dado certo. Meus livros estavam irreconhecíveis.

Eu deveria estranhar. Tudo começou calmo demais. Não iria demorar para acontecer mais uma infeliz tragédia. Os alunos da minha turma saíram da sala. Percebi isso quando vi Alisson atravessando a entrada. Ela olhou para mim, e lançou um sorriso forçado, antes de sumir.

Foi então que me lembrei que tinha que estar no prédio da cordeação daqui a dez minutos.

Corri até lá e cheguei dois minutos adiantados. Entrei confusa, sem saber o que dizer ou fazer. Me sentei em uma das mesas, e não demorou muito para um professor sentar- se ao meu lado. Fiz um agradecimento mental.

A professora Anne distribuiu muitos papéis sobre a mesa, e me deu uma caneta, sem dizer nada. Olhei para ela confusa que ao perceber, finamente disse algo.

— Preciso que me ajude a corrigir essas provas.

Fiquei surpresa ao ouvir. Porque as provas são corrigidas por computadores e não a mão livre. Gostaria de perguntar a ela o motivo disso, até porque, é bem mais difícil quando corrige-se com as mãos.

— Eu gosto de corrigir a mão, para checar como anda o desempenho dos meus alunos. — o sotaque dela é percebível. Fiquei aliviada por ela ter respondido a pergunta, sem que eu precisasse perguntar.

— Você só precisa checar as respostas para mim, e depois eu vou olhar. — ela me deu uma folha com as alternativas corretas. 180 questões, cada uma das folhas.

Agora posso entender o motivo da diretora ter decidido me mandar para cá.

— Professora, eu não vou poder entregar o trabalho de espanhol amanhã. A senhora poderia receber só no dia seguinte? — eu estava com vergonha de perguntar, mas precisava muito saber.

Ela me lançou um olhar cheio de dúvida antes de responder a pergunta.

— Querida? Thomas não avisou a você? Ele me entregou o trabalho de vocês ainda ontem. Inclusive, vocês tiraram a melhor nota da turma.

Pisquei os olhos várias vezes, na medida que tentava processar o que ela acabara de dizer. Ela estava delirando? Ou talvez eu estivesse delirando. Definitivamente não. Thomas nunca incluiria meu nome em seu trabalho. Não. Isso não é possível.

— Não, ele não me disse nada. — respondi, embora ainda tivesse dúvidas do que acabei de ouvir.

— Sabe, fiquei muito feliz em saber que você pediu ajuda para ele em relação ao espanhol. — disse enquanto lia as respostas dos testes. — Se quer um conselho, ele é a melhor pessoa que você possa procurar por ajuda para esse idioma. Ele é a pessoa mais inteligente que já conheci. Fala espanhol fluente e quase não tem sotaque. Sem contar nas notas dele nessa disciplina. Impecáveis.

Não entendi, mas fiquei impressionada. Seja lá o que for, isso tudo me deixa confusa. Se ele é tão bom em espanhol, por que queria que eu fizesse o trabalho para ele? Se isso não fosse tão inquestionável, eu acreditaria.

— Então ele tira boas notas na sua disciplina?— queria ouvir mais sobre. Estou incrédula demais para acreditar.

— Não só em minha disciplina, mas em todas. Thomas é um dos alunos com mais percentual em notas altas da escola. Ele é bom em tudo.

— Mas ele não nunca fica em nenhum teste? — já que ela começou a falar sobre isso, vou arrancar o necessário de informações.

— Não mesmo.

Olhei para ela enquanto corrigia os testes e ela lia as respostas.

— E... Quantos idiomas ele fala?

— Muitos, pelo o que ele me disse uma vez. A maioria deles, ele fala fluentemente bem. — ela responde sem ao menos pensar. Isso quer dizer que não está mentindo.

— E enquanto as outras matérias? — fui perguntando à medida que as perguntas vinham à mente.

— Ele se destaca em matérias que envolvem cálculos. — sorriu com todo o encantamento.

Só então me lembro do que Thomas fazia no fundamental. Pensando bem, não acho que seria difícil para ele, falsificar novamente suas notas.

— O professor Herman adora quando ele resolve os exercícios na lousa.

A resposta da professora Anne, soa como uma resposta para meus pensamentos. Lá no fundo me pergunto: como alguém tão esnobe como Thomas Collin não sai por aí se gabando de sua inteligência? Mas logo afastei a ideia, ao me lembrar que ele consegue tudo que quer, porque possui muita persistência e não é do tipo que se acharia por ser inteligente. Talvez por outras coisas, mas não por isso.

— Mas me diga querida. Você se voluntariou para estar aqui? — a professora Anne não estava na escola no dia que fui para a diretoria. Talvez esse possa ser o motivo de ainda estar aérea em relação a isso.

— Mais ou menos isso... — prefiro não dizer a ela, porque não sei o que pensaria sobre isso. Torço para que ela não saiba disso, nunca.

——————-
oiii, tava ocupada ontem, por isso não saiu kkk.

então, eu queria pedir a ajuda de vocês. essa é a primeira história que eu posto aqui no wattpad. embora eu tenha muitas. (inclusive um romance dark de máfia, q vou postar após o término dessa) por isso queria pedir algumas dicas pra vcs, que estão aqui a mais tempo. queira saber meios de divulgação. então caso vcs saibam, pfv comente. assim essa fic vai chegar em outras pessoas❤️❤️❤️

(amanhã sai capítulo novooo e eu tb queria saber qual o máximo de palavras vcs acham suficiente para um cap? por exemplo, esse aqui tem 3500, só pra vcs terem uma base

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