Fontaine - Meu Amor de Verão...

By dattebaka

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Marinette é uma adolescente insegura, dona de um cabelo peculiar e um temperamento forte. No início de suas f... More

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Reclames do Plim Plim
Desencontros no Outono [SEGUNDA TEMPORADA]
🐞.Introdução
🐞. Mudando a rota
🐾. Responsabilidades
🐞. O maior casal de Paris
🐾. Amores de Verão...
🐞. O menino do cachecol
🐾. Chamadas Perdidas
🐞. Quites
🐾. Um dia bom
🐞. Reencontros
🐾. O Baile
🐞. O encontro dos sonhos
🐾. O vovô.
🐞. Fofocas e Verdades

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By dattebaka






"O verão está passando tão rápido.

É difícil fazer isso durar.

– Children Of Indigo, Ripple."



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O dia estava sendo arrastado na ONG. Não tinha absolutamente nada pra fazer e todo mundo estava meio pra baixo, exceto Rose que tentava animar a todos. As tarefas já haviam sido feitas e até os cachorrinhos estavam meio borocoxôs, todos quietinhos. Pra completar, o dia estava nublado e não tinha nenhum sinal de que o Sol ia aparecer, Juleka e Alya apostavam entre si que ia chover. Rose tentava animar os animais, Nino estava jogando seu video-game e Adrien estava pensativo olhando para o céu. Eu pensei em me juntar a ele e puxar algum assunto, mas ainda não sabia como fazer isso, sem parecer ridícula, afinal, já faziam 3 dias que não nos falávamos. Eu precisava tomar a iniciativa, porque eu quem criei aquela história de me afastar por não saber lidar com fins. Eu criei toda a situação e tinha de ser madura o suficiente pra lidar com aquilo.

Estava distraída em meus pensamentos e logo acordei quando uma senhora de meia idade adentrou a ONG em prantos. Ela era baixinha, tinha cabelos brancos, olhos castanhos claros e parecia um pouco acabada. Mais tarde, ela se identificou como Camille Moreau, tinha apenas 70 anos, mas aparentava ter muito mais. A dona Camille, como chamamos ela, estava chorando muito e claramente abalada. Ela se dirigiu ao canil procurando algo dentre os nossos cães e eles ficaram um pouco assustados com ela, Trixx se pôs na frente de todos rosnando para a senhora em defesa e ela se afastou. Rose logo correu até todos os repreendendo e levou a senhora até a nossa sala de estar.

Todos nós a acompanhamos e a mulher dizia coisas desconexas, nos deixando meio desnorteados. Juleka pegou água com açúcar e disse coisas gentis em tom baixo, acalmando a senhora e ajudando-a a se estabilizar antes de conseguir explicar o que estava acontecendo. Eu, Rose e Alya ficamos em um canto conversando e teorizando o que poderia ter acontecido com a mulher, também ficamos nos perguntando o que ela estava procurando tanto dentre os cães. Nino e Adrien abanavam a senhora e tentavam acalmá-la de um jeito totalmente desajeitado, o Adrien parecia até mais nervoso que ela e isso me deu uma baita vontade de rir. Mas não era o momento, então tentei pensar em coisas aleatórias pra tirar aquela vontade demoníaca de mim.

Depois que ela já tinha se estabilizado, estava mais calma, damos um tempo pra que ela estivesse pronta. Primeiro ela explicou que tinha perdido a sua cadelinha Jolie e disse que era muito importante pra ela. Após isso, ela também explicou que aquela ONG era a única esperança dela pra achar a Jolie, pois já tinha procurado por sua casa e sua vizinhança, mas ninguém achou, então ela só podia estar perdida por Fontaine. Dona Camille explicou que gostaria de procurar pela cadelinha, mas que não podia por conta da sua idade e que já tinha sido muito difícil conseguir ir até o orfanato. Suas pernas doíam, ela sentia tontura e seus membros custavam a responder direito. Em um momento mais emocionada, ela explicou a história que tornava sua cadelinha tão importante, enquanto todos nós escutávamos com atenção.

— Bem, queridos. A Jolie foi um presente que dei à minha netinha de 15 anos, inclusive, você se parece com ela, menina. - todos olharam pra mim e eu fiquei meio envergonhada. — Além da minha netinha, Jolie era bastante apegada com minha filha também, com o meu genro nem tanto, mas o cara sempre foi um mala! - todos nós rimos do desdém dela com o genro, ela parecia bem-humorada ao falar sobre ele.

Porém o bom humor se tornou uma emoção contida em seus olhos. Ela prendeu seus lábios e Juleka a abraçou, deixando que tomasse o tempo dela pra falar. Dona Camille respirou fundo por alguns segundos, deu algumas tossidas e se recompôs. Todos nós estávamos confusos, se a cadelinha era da neta e da filha dela, por que ela quem estava procurando?

— No mesmo ano que dei Jolie para Luna, uma tragédia aconteceu. Houve um incêndio na casa deles, provocado por uma explosão na cozinha. Todos estavam no mesmo lugar e as queimaduras foram muito graves, ninguém sobreviveu, somente a Jolie. Encontraram ela assustada e chorando no cantinho da porta, ela foi dada a mim. Quando foi feita a análise na casa, os policiais acharam um bilhete de Luna, minha neta, direcionado a mim. Ela disse que sentia que algo aconteceria com ela e me pediu pra que eu mantesse Jolie comigo, seria a forma dela de estar pertinho de mim sempre. - ela sorriu com lágrimas nos olhos e abaixou a cabeça.

Todos nós estávamos em silêncio, em choque o suficiente pra não saber o que dizer. Então demos um abraço coletivo nela e ela se pôs a chorar novamente. Todos nós sentimos muito por aquela tragédia tão grande, inclusive a Luna tinha a nossa faixa de idade, era estranho imaginar que aquilo poderia acontecer com qualquer um de nós e nossa família. Tudo o que pudemos fazer naquele momento foi confortar a mulher à nossa frente. Após estarmos em nossos lugares novamente, ela voltou a contar sua história com a cadelinha Jolie.

— Eu mantive Jolie por dois anos comigo e nós fomos envelhecendo juntas. Jolie ainda olha pra porta e chora um pouco, é uma cadelinha dócil, mas ainda tem traumas da tragédia que presenciou. Porém a minha idade é avançada e mesmo que eu dê meu melhor, não consigo mais acompanhar todos os passos que ela dá. Foi assim que ela desapareceu de casa e já vão fazer dois meses. Dei o meu melhor para que achasse ela, mas foi em vão.

— Olha, dona Camille, infelizmente a sua cadelinha não está aqui, nós só temos esses cachorrinhos que a senhora viu. Foram todos que conseguimos encontrar na rua até hoje. Eu sinto muito. - Rose disse com um pouco de culpa na voz.

— Eu acho que... Nós podemos procurar. Hmmm... Todos nós. Se todo mundo topar. - Adrien disse, procurando avaliar os nossos olhares pra ele. Menos o meu, é claro.

— Sim. - Juleka disse de imediato.

— Claro, é uma ótima ideia! - eu disse empolgada e as meninas riram.

— Eu topo! - Alya, Nino e Rose disseram em uníssono.

Por um minuto, eu vi os olhos da dona Camille brilharem e um sorriso enorme tinha tomado conta do seu rosto. Ela explicou onde ficava seu endereço e fuçou seu celular em busca de fotos da sua cachorrinha, coisa que por sinal ela tinha bastante e em todos os ângulos. Nós ficamos atentos aos detalhes da cadelinha e Juleka pegou as fotos para imprimir e dar a cada um de nós, facilitando a busca, caso víssemos algo durante a procura. Nós asseguramos e prometemos a dona Camille que faríamos de tudo para encontrar Jolie. Nino acompanhou a dona Camille até o final da rua e nós acenamos nos despedindo dela. Assim que nós voltamos para dentro da ONG, traçamos planos e rotas divididos para encontrar Jolie. O combinado é que sempre após o horário, nós faríamos uma busca nos bairros de Fontaine. Todos decidiram dividir as equipes com antecedência, ou melhor, Alya decidiu fazer isso.

— Olha gente, já vou avisando que minha dupla é com o Nino. Foi mal, Adrien, eu sei que você ia escolher ele de cara. - ela falou debochando do loiro.

Adrien ia dizer algo direcionado a Juleka, mas Rose interrompeu antes mesmo dele começar.

— Bom, eu vou fazer par com a Juleka, é claro! - ela segurou a mão de Juleka e se aninhou à morena.

O que significava que tinha sobrado eu e Adrien como dupla. Eu desviei o olhar de todos, me sentindo totalmente envergonhada. Eu conhecia bem os meus amigos e sabia que aquilo era um maldito plano pra que eu me aproximasse novamente de Adrien. Ele estava visivelmente desconfortável e se afastou de mim, chamando Alya para conversar. O que foi estranho demais, visto que os dois não tinham nada em comum e não tinham uma amizade tão forte. Logo imaginei que seria pedindo pra trocar de dupla com Alya, mas pelo que vi de longe, ela se manteu irredutível na decisão de fazer dupla com Nino. Ou melhor, de me colocar como a dupla de Adrien.

As horas passaram um pouco mais rápido e tínhamos decidido fechar mais cedo, para iniciar as buscas com mais calma. Isso me deixava ansiosa, porque eu sabia que logo teria que voltar a ficar a sós com Adrien, sendo que tinha dias que eu não fazia mais isso. Então eu preferi me tranquilizar e ficar um pouco com Tikki. Naquele dia em especial, parecia que toda a equipe estava mais conectada com os cachorros que tinham mais afinidade, não sei se foi o impacto da história que a dona Camille contou, mas no meu caso, eu sempre ficava mais próxima da Tikki quando me sentia sozinha ou tinha dúvidas. E naquele dia, as duas coisas estavam acontecendo.

Logo já era hora de começarmos a procurar e os bairros já estavam definidos. Fontaine era dona de muitos bairros bem pequenos, então era visível que teríamos um bom trabalho pela frente, mas se a Jolie ainda estivesse pela cidade, não era 100% impossível que nós a achassemos, inclusive era o que todos nós esperávamos, obviamente. Juleka foi a última a sair, pois se preocupou em chover e acabou deixando os cães na parte que havia a cobertura. Então assim que ela terminou, nós nos dividimos e fomos de encontro aos bairros definidos.

Na verdade, o primeiro dia foi horrível. Eu estava me sentindo péssima por estar sozinha com o Adrien e ele também aparentava não se sentir tão bem assim. Não dizia uma única palavra e permanecia em silêncio enquanto caminhávamos. Não tinha um assunto sequer, nós não podíamos nos falar por pura birra minha e eu não sabia como agir, mas estava tão incomodada com aquilo que sentia que ia explodir. Sentia tanto que me lembrei do que a mamãe tinha dito sobre não estragar o meu Verão. E eu estava fazendo exatamente o contrário. Eu respirei fundo e deixei que meu coração falasse por mim, por mais bobo que soasse.

– Eu sinto muito. - eu disse e pra minha surpresa, Adrien disse ao mesmo tempo que eu.

– O que?! - nós dissemos ao mesmo tempo e nos olhamos perplexos.

– Pode falar. - Adrien disse me dando a voz.

– Não, pode falar primeiro. - eu pedi.

– Fala, Marinette, por favor. - ele insistiu e eu comecei, devia isso a ele.

– Olha, Adrien, eu sinto muito por tudo o que aconteceu. Eu fui uma boba de querer me afastar de você e te culpar por eu mesma não entender meus sentimentos. Me desculpa por ser egoísta e pensar somente em mim. Eu não queria me afastar de verdade, me desculpa.

– Marinette... - ele disse, não parecia acreditar que eu estava sendo tão transparente. Pra ser sincera, nem eu acreditava.

– Eu só quero que saiba, que eu vou sentir sua falta quando tudo acabar. - eu o abracei sem pensar duas vezes, bateu um arrependimento, mas tentei esquecer. ele me abraçou apertado e suspirou.

– Me desculpa por não ter ido atrás de você. - ele disse com uma entonação triste.

– Tudo bem, Adrien. - eu sorri e acariciei o cabelo dele. - Você vai ser minha lembrança mais bonita de verão.

– Eu quero lembrar de você quando eu tiver 68 anos, Marinette. - ele sussurrou e eu caí na gargalhada.

– O que?!!! Adrien, você não chegou nem na metade da vida e já tá pensando nos 68 anos? Isso foi bem específico. - soltei ele devagar e voltamos a caminhar no bairro Villae.

– Ah, é uma longa história. - ele riu e coçou a cabeça.

– Pois eu adoro longas histórias, pode me contar? - eu sorri.

Adrien me contou sobre uma história antiga que seu avô o contou sobre uma menina que conheceu no verão e ele nunca mais a viu, porém ainda se lembrava dela como se fosse ontem. Ele explicou que achou legal a história da moça e resolveu aplicar no nosso caso, pois sabia que nunca se esqueceria de mim. Eu não sei explicar o quanto achei aquilo fofo e se houvesse um termômetro, ele com certeza explodiria de fofura. Adrien me contou um pouco mais sobre seu avô e explicou sobre a não-relação conturbada dele com a sua avó, e o mais legal é que ela parecia ser bem doida igual a minha. Também comentou um pouco sobre seus pais divorciados, o que eu já imaginava, porque geralmente ele só fala ou sobre a mãe ou sobre o pai, mas nunca sobre os dois juntos.

Nós caminhamos pelo bairro inteiro de Fontaine, Villae, procurando por Jolie mas a busca não teve sucesso algum e nós torcemos para que alguém o encontrasse em algum outro bairro. Um trovão se instalou pelo céu fazendo um grande barulho e eu me escondi atrás de Adrien com medo. Ele olhava maravilhado para o céu iluminado por um relâmpago que caiu logo em seguida. Com alguns sinais do céu, logo começou a chover e eu me lembrei que ainda não tinha um guarda-chuva, me xingando mentalmente por isso. Adrien abriu seu guarda-chuva preto tirado de sua bolsa e estendeu em minha direção imediatamente. Eu o olhei surpresa e fiquei parada por alguns segundos, tentando diferenciar se era um sonho ou se aquilo realmente estava acontecendo. Então mesmo que fosse um sonho, eu ainda ia aproveitar um pouco. Me juntei a ele e fomos juntos sob chuva para casa. Ele me deixou em casa primeiro e minha mãe estava na porta de casa me esperando. Quando nos viu, ela suspirou sorrindo e de longe, notei que ela chamou tia Nadine. Ela colocou a cabeça do lado de fora da porta e as duas suspiraram em conjunto. Elas cumprimentaram Adrien, o chamaram para entrar e eu estava morrendo de vergonha da situação, mas Adrien foi extremamente gentil com as duas, disse que iria para casa pois sua mãe devia estar preocupada. Adrien deu um beijo na minha testa e se despediu.

Graças a ele, não cheguei ensopada em casa e me perguntei se ele faria o mesmo, caso a gente não tivesse feito as pazes. Mas algo no meu coração dizia que ele faria sim e me lembrei imediatamente do que Alya disse, Adrien tinha sim um bom coração. Entrei em casa em meio a mil perguntas da minha mãe e da minha tia, expliquei que nós tínhamos feito as pazes e as duas vibraram. Algumas horas depois, descobri que as duas tinham apostado se eu voltaria a falar com ele antes de as férias acabarem. Mamãe apostou que sim e minha tia apostou que não, de qualquer forma, os 20 euros apostados vieram para minhas mãos e eu nem tinha terminado de gastar os outros 20 ainda.

Olhei para a janela e vi o céu negro com uma chuva de partir o coração. Me perguntei onde Jolie podia estar naquele momento e se estava tudo bem com ela. Mas as buscas não iriam parar enquanto ela não fosse encontrada. Nós iríamos achar Jolie a todo custo. Eu estava confiante disso.


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