Fontaine - Meu Amor de Verão...

By dattebaka

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Marinette é uma adolescente insegura, dona de um cabelo peculiar e um temperamento forte. No início de suas f... More

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Reclames do Plim Plim
Desencontros no Outono [SEGUNDA TEMPORADA]
🐞.Introdução
🐞. Mudando a rota
🐾. Responsabilidades
🐞. O maior casal de Paris
🐾. Amores de Verão...
🐞. O menino do cachecol
🐾. Chamadas Perdidas
🐞. Quites
🐾. Um dia bom
🐞. Reencontros
🐾. O Baile
🐞. O encontro dos sonhos
🐾. O vovô.
🐞. Fofocas e Verdades

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By dattebaka






"Como eu poderia olhar para algo além de você?

Você tem todo o meu olhar.

— Staring, Tipling Rock"



🐾🐾🐾



Eram apenas 16h da tarde e eu juro que já tinha trocado mais de 10 olhares com a Dupain-Cheng. Eu não sei dizer exatamente como isso começou a acontecer, eu só sei que sempre que queria olhar na direção dela, ela estava olhando pra mim, às vezes o contrário. Essa troca de olhares sempre acontecia, desde o primeiro dia que ela resolveu entrar na Sollaire. E olha que já fazia uma semana.

Inclusive, a reação dela foi impagável ao me ver na ONG e acho que a minha também não foi das melhores. Eu tentei puxar assunto com ela diversas vezes pra tentar me retratar de alguma forma com os erros que eu tinha cometido, mas ela não parecia dar a mínima pra mim. Pra ser sincero, eu acho que ela nem gostava tanto de mim assim.

O Nino me convenceu de que isso era besteira e até de que ela não falava muito, mas qualquer pessoa sabe que aquela menina pode falar pelos cotovelos se tiver qualquer brechinha mínima. Sério, uma vez ela foi conversar com a Juleka e a menina ficou tão desnorteada que precisou fingir que tava com dor de barriga e saiu correndo para o banheiro ter um pouco de paz. Mas pra falar a verdade, eu até que acho isso o máximo. A forma como ela se expressa, mesmo que às vezes se perca um pouco. É algo genuíno, natural que traz uma sensação indescritível. Aquilo me dava vontade de ser amigo dela, eu podia ficar por horas ao lado dela ouvindo ela falar sobre qualquer coisa que fosse. Eu passei a secretamente achar a Dupain-Cheng incrível.


E foi nessa de achar incrível que eu acabei tendo a 11° troca de olhar com a garota. 

Será que isso não ia acabar nunca?


Procurei me ocupar o suficiente pra que isso não acontecesse mais, então fui de encontro ao Plagg, um cachorrinho preto que eu achava bem parecido com um gato, mas todo mundo jurava que não. O Plagg era o cachorro da ONG mais agarrado comigo, porém com os demais ele era mais fechado e antipático. Acho que ele tinha leves problemas de comunicação e isso acabava nos identificando um com o outro.

Eu estava feliz, naquele momento específico da vida. As minhas férias estavam começando a melhorar. Eu já tinha amigos, tinha um lugar pra me distrair e estava começando a entender os pontos fortes da cidade, os melhores lugares pra ficar.

E o melhor de tudo: eu não precisava mais me preocupar com fãs me perseguindo por todos os lugares que eu ia.

A conversa com minha mãe me fez entender que se eu fugisse de algo, seria bem pior do que simplesmente enfrentar o problema e ser sincero, então foi o que eu fiz. Na primeira impressão que tive das meninas querendo me abordar, deixei que acontecesse. Eu perguntei o que elas queriam, claro, de forma passional e gentil. Elas só queriam me conhecer e eu me senti até mal por ter fugido. Eram somente 5 meninas, então eu sentei com elas, paguei um lanche e dei a tarde que elas queriam. Conversamos, tiramos fotos, nos divertimos e foi até legal. No fim, eu dei alguns autógrafos e expliquei sobre as minhas férias, que precisava de um tempo sozinho e tal. Elas entenderam e finalmente seguiram o caminho delas, vez ou outra, esbarro com uma delas por a cidade ser pequena, mas dou um tchauzinho, pronto, resolvido. A minha vida se tornou muito melhor depois que eu resolvi ouvir o meu coração e ser verdadeiro.

Espera. Era isso!


[12° troca de olhares com a Dupain-Cheng................................]


Será que tem alguma forma de eu pensar algo sobre ela sem necessariamente olhar pra cara dela a cada 5 segundos? E em todas às vezes, ela sempre faz uma cara engraçada de constrangimento, o que me dá vontade de rir e eu sou péssimo em conseguir disfarçar.

Teve até uma vez que deu vontade de rir, escapou e eu tive que fingir que tava engasgando. Foi uma cena: o Nino tentando me desentalar, a Alya soprando/cuspindo na minha cara, Rose e Juleka indo pegar água e a Dupain-Cheng paralisada, como se ela tivesse um próprio Error 404 na cara. Até hoje me pergunto se ela realmente achou que eu estava engasgado ou imaginou que eu pudesse estar fingindo.

Bom, como eu tava dizendo...

Eu podia simplesmente ser sincero com a Marinette sobre tudo que aconteceu e tentar fazer com que ela me odiasse um pouco menos. Não sei se eu ia conseguir, porque ela parece uma pedra comigo, mas eu tentaria com tudo que podia.

Depois que todos os cachorrinhos estavam bem cuidados, Juleka e Rose disseram que já estava na hora de ir. Eu fiquei distraído com Plagg e quando me dei conta, Juleka e Rose já estavam na porta, prontas pra fechar, ainda tirando sarro de mim dizendo que iam me deixar trancado fazendo companhia ao Plagg. Eu dei risada e peguei minha mochila. Apressei o passo ao lembrar que precisava resolver o assunto com Dupain-Cheng e saí correndo ao encontro dela, visto que ela estava bem lá na frente. Escutei algumas risadinhas vindas do casalzinho e ignorei, pois sabia que elas duas eram doidas pra formar uma equipe só de casais. Mas claro que eu só queria a amizade da Dupain-Cheng, nada mais que isso. Qual é, eu só tinha 15 anos.

Fui me aproximando do alvo e o arrependimento foi batendo porque eu simplesmente não sabia o que falar. Pode esquecer essa ideia de seguir o coração, meu deus, eu só queria a droga de um script naquela hora. Comecei a suar de forma descomunal e eu só queria sair correndo na direção oposta, mas ela já tinha percebido minha presença ali e hesitar seria a mesma coisa que eu fiz todas as outras vezes. Eu tinha que ser corajoso.

— Dupain-Cheng? - eu a chamei.

Não houve resposta, ela continuou seguindo seu caminho como se eu não existisse, mas pela expressão, ela ficou bastante confusa do porquê de eu estar ali tentando falar com ela. Ou seja, ela não estava tão nem aí quanto tentava transparecer. Eu corri mais um pouco, até alcançar a frente dela e me pus de frente pra ela, olhando fixamente em seus olhos. Se ela me ignorasse de novo, eu iria desistir. Mas pelo contrário, ela me olhou nos olhos e acabou corando um pouco, além de relaxar sua expressão deixando um olhar de surpresa tomar conta do seu rosto. Foi a primeira vez que eu a vi sem palavras.

— O que foi, Adrien? - ela disse em tom baixo.

— O que eu posso consertar? O que eu te fiz? - eu me aproximei e ela deu um passo para trás.

— Nada. Tá tudo bem. - ela disse com tom de desprezo.

— Sério? - fiquei confuso.

— Olha, você arruinou o meu primeiro dia de viagem, arruinou tudo quando tentei ser ao menos simpática e quando tentei ser legal e lanchar com você, você falou mal das minhas boinas e ainda me deixou sozinha, arruinando a minha expectativa de ter um amigo legal. Era pra você ter sido o meu primeiro amigo aqui e estragou tudo! - ela disse com todas as letras sem nem fazer uma pausa e aquilo me magoou.

— Entendo. Então, me desculpa por ser tão ruim pra você. Eu acho que vou indo. - apressei o passo e me distanciei aos poucos de Marinette, aquilo realmente tinha me magoado e eu sentia que ia chorar. Pus as mãos em meu bolso e continuei andando.

— Espera... Por que você veio até aqui? - ela carregava um pouco de culpa na voz.

— Eu só queria me desculpar, mas não imaginei que me odiasse tanto assim. - imaginava sim, só não sabia que não tava preparado pra ouvir aquelas palavras.

— Me desculpa, eu não queria dizer tanta coisa assim. É que eu me senti tão frustrada em todas as vezes que a gente se viu, que acabei deixando a frustração virar raiva. - ela encolheu os ombros, parecia estar arrependida.

— É disso que as borboletas se alimentam... - eu disse, lembrando do meu pai dizendo que borboletas se alimentam de sentimentos ruins. Era um mito, mas era divertido lembrar.

— O que?! - ela ficou confusa.

— Nada! Algo que meu pai diz. - dei de ombros mostrando que não tinha importância.

— Tudo bem. - ela deu de ombros também.

— Mas então, Dupain-Cheng, eu sinto muito pelos problemas que te causei e prometo que dessa vez vou tentar melhorar. Eu tenho alguns problemas de comunicação porque eu sou... digamos que sozinho e tô nessa cidade pra fugir de algumas responsabilidades. A maioria dos problemas que te causei foi por causa de coisas que eu deveria ter resolvido e preferi fugir. Mas agora eu prometo que vou ser melhor. - eu disse cruzando meus dedos.

— Que tipo de problema? Uma namorada ciumenta? - ela questionou em um tom divertido.

— Se eu te contar que não só uma, mas 5 namoradas? - eu disse imitando o número com os dedos.

— Uau, Adrien. Você não é fraco mesmo, hein? - ela me deu um tapinha nas costas e eu ri.

— Estou só brincando, ok, Dupain-Cheng? - pisquei.

— Olha, se vamos começar com essa coisa de ser amigos, eu acho que poderíamos começar com os nomes, né? Pode me chamar de Marinette. - ela sorriu.

— Ok, Marinette. E você já arrumou algum namoradinho em Fontaine? - fiz aquela pergunta, eu via isso em filmes.

— Longe de mim, inclusive, você falou como se fosse minha tia! - ela riu.

— Espero que sua tia seja tão bonita como eu. - eu caí na gargalhada e ela me mandou uma careta.

— Ei, tá a fim de comer alguma coisa, Adrien? - ela convidou.

— Claro, Marinette, qual a próxima parada? - eu aceitei sutilmente.

— E se a gente fosse no mesmo restaurante da primeira vez? Podemos tirar essa vez como um recomeço! - ela disse empolgada.

Eu concordei e fomos nós dois até o mesmo lugar da outra vez, porém tentando realmente fazer amizade. E eu preciso dizer que aquele espetinho era o maior e melhor que já tinha passado pelas minhas papilas gustativas. Que sabor incrível. A Dupain-Ch-Marinette ficou rindo da minha reação e disse que comida de rua era sempre melhor, talvez fosse o tempero de poeira.

Nós passamos o final da tarde juntos e eu a levei até em casa pra ter certeza de que ela chegaria bem. Também pra ela se sentir mais familiarizada comigo, tive medo de ela voltar a me odiar no dia seguinte.

Os dias foram se passando e nós sempre aproveitamos o resto da tarde juntos, até que estivesse ficando escuro. Marinette me ensinava uma ou outra coisa sobre a cultura chinesa e eu fingia não conhecer, sendo que já tinha visitado aquele país mil vezes e o conhecia com a palma da minha mão. Mas eu gostava de ouvir ela falando sobre os interesses dela. Eu falava bem menos, mas em compensação, adorava tirar fotos da minha amiga. E ela ficava linda distraída, o que deixava minhas fotos com um aspecto ainda mais natural. Eu também tirava fotos de coisas que via na rua. E adorava tirar fotos do pôr-do-Sol. Uma vez tirei foto da Marinette observando o pôr-do-Sol e quase imprimi um quadro com aquela foto, ficou simplesmente espetacular. Apesar de tímida, Marinette apreciava o meu trabalho e eu ficava feliz de compartilhar esse tempo livre com ela. Era uma das minhas partes favoritas do dia.

A nossa relação tinha melhorado 100%, o que tornava o clima da Sollaire muito mais agradável entre nós, até entre a equipe inteira, pois não tinha mais climão. Eu comecei a me perguntar como tinha ficado tão próximo da Marinette e olhei pra ela por um segundo. Ela estava conversando com Alya e deu um sorriso. Após sorrir, ela olhou pra mim, percebendo que eu estava a encarando feito um bobo. Nessa mesma hora, eu senti cócegas por dentro do meu estômago, uma sensação que eu só sentia quando passava por descidas em viadutos ou algo assim. Queria entender o que senti e porquê senti, mas não consegui nenhuma explicação plausível na hora. Olhei mais uma vez para Marinette e ela já tinha sua atenção em Alya de novo.

Involuntariamente eu sorri.


🐾🐾🐾



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