Fontaine - Meu Amor de Verão...

By dattebaka

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Marinette é uma adolescente insegura, dona de um cabelo peculiar e um temperamento forte. No início de suas f... More

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Reclames do Plim Plim
Desencontros no Outono [SEGUNDA TEMPORADA]
🐞.Introdução
🐞. Mudando a rota
🐾. Responsabilidades
🐞. O maior casal de Paris
🐾. Amores de Verão...
🐞. O menino do cachecol
🐾. Chamadas Perdidas
🐞. Quites
🐾. Um dia bom
🐞. Reencontros
🐾. O Baile
🐞. O encontro dos sonhos
🐾. O vovô.
🐞. Fofocas e Verdades

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By dattebaka





"Encaro o espelho, mas quem está encarando de volta?"

– Love Myself, Olivia O'Brien ft. Jesse Rutherford



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"Cara, aquela garota nunca mais ia querer me ver na minha vida."


Foi o que eu pensei comigo mesmo, escondido atrás de um muro e rezando pra qualquer divindade mais próxima me tirar daquela situação. Conhecer a Dupain-Cheng foi um desastre, primeiro por minha culpa. Eu não sabia como puxar assunto e disse coisas extremamente idiotas que deixaram ela desconfortável. Só que não tem como desfalar uma vez que você fala. Sabe quando você acha que vai ser engraçado e quando solta, não tem a menor graça? Foi assim que eu me senti. Achei que ela levaria na boa o lance da mecha, até porque eu mesmo achava ela irada, mas ela pareceu se chatear e saiu da mesa. Idiota. Idiota. Idiota.

Pra completar, eu avistei o meu maior pesadelo. O grupinho das fãs meio obcecadas de Fontaine se aproximando. Eu tentei fingir que não era grande coisa, até porque eu estava usando um óculos de grau que me deixava irreconhecível. Mas foi inútil e quando olhei de novo na direção, todas elas estavam olhando na minha, especulando que pudesse ser eu. E começaram a se aproximar com um burburinho entre elas. Eu estava vulnerável e Dupain-Cheng estava pegando o lanche dela. Eu até pensei em pedir o meu, só que as meninas apertaram o passo na minha direção. Eu não sabia o que fazer, então antes que Dupain-Cheng pudesse pensar em dizer qualquer coisa (até porque ela falava a beça), eu simplesmente fugi. Não lembro se cheguei a dizer algo pra ela, mas lembro de sair correndo pelas ruas de Fontaine com 5 meninas atrás de mim, quase como naquela cena de Piratas do Caribe. Nunca pensei que seria tão ruim me sentir na pele do Jack Sparrow.

Eu finalmente achei uma bifurcação de ruas e corri o mais rápido que conseguia, após isso achei um muro colorido e pulei o mesmo extremamente desajeitado. Eu sabia que seria difícil me achar novamente até a casa da minha mãe, mas o GPS me ajudaria a voltar com tranquilidade.

Depois de despistar as meninas, eu até pensei que seria legal voltar até onde Dupain-Cheng estava e ao menos tentar explicar à situação. Mas já fazia um tempo que eu estava correndo, minha aparência não estava tão legal e eu nem sabia se ela ainda estaria lá. E muito menos se ela realmente iria querer conversar comigo, depois de eu dar um semi-bolo nela. Além de que eu consegui vacilar em todas as vezes que pude ter um contato com ela. Não era justo pra ela e duvido muito que ela iria querer ter um amigo babaca como eu. Então eu preferi só deixar pra lá. Eu ainda tinha as minhas burocracias de Paris para resolver, tinha o fã-clube que me perseguia e provavelmente isso respingaria em qualquer pessoa que estivesse por perto de mim.

Já estava ficando um pouco tarde e eu resolvi realmente seguir meu caminho pra casa, já que não tinha mais nada pra fazer. Senti minha barriga protestar com alguns roncos, mas preferi deixar pra comer em casa. Me preocupava encontrar mais algum stalker pelo caminho, caso eu parasse por algum restaurante. Respirei fundo enquanto seguia meu caminho e reparei que o céu estava com algumas nuvens escuras, misturado com seu tom escuro. Era um clima mais denso, indicando que ia chover, mas o céu continuava lindo. Não tinha estrelas, apenas a Lua sobressaia e eu resolvi tirar uma foto pra registrar. De alguma forma, aquilo me confortava porque era assim que eu me sentia. Um pouco nublado, melancólico, mas lá no fundo ainda havia alguma beleza naquilo. Eu sabia que por dentro, tinha um Adrien que eu ainda não conhecia e que queria muito sair. E eu sentia que em Fontaine era o lugar certo.


Talvez aquela fosse a minha chance.


Entrei no meu WhatsApp e tinham algumas mensagens de Chloé, Zoé e Kagami, todas eram filhas de alguns parceiros de negócios do meu pai e eram as únicas que ele permitia que eu tivesse algum contato. Chloé era meio engraçada, extremamente egocêntrica e às vezes um pouco má, mas eu fui criado com ela e sabia que tinha algo bom naquela fachada toda, ela só queria agradar a mãe. Zoé era irmã de Chloe e era a menina mais doce que eu já tinha conhecido, já cheguei a ter uma quedinha nela, mas ela me contou que gosta de meninas e nós guardamos esse segredo conosco. Kagami era um tanto mandona, estressada e séria, mas ela sempre me ajudou em tudo que precisei, também conversava por horas comigo pra que eu me sentisse melhor. A aparência dela me lembrava um pouco a Dupain-Cheng, porém Kagami tem traços asiáticos mais fortes e também tem um rosto mais maduro. 

Falando na Dupain-Cheng, eu acabei cedendo a tentação e entrando no chat dela pra tentar me redimir pelo que fiz com ela hoje. Era o meu primeiro contato com uma menina que não tinha nada a ver com os negócios do meu pai e eu só deveria ser eu mesmo. Mas eu falhei até nisso. Então, mandei uma mensagem pra ela.


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[20:31 - Adrien]: Me desculpa por hoje, podemos conversar?

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Fiquei esperando algum sinal enquanto andava pelas ruas de Fontaine na volta pra casa, mas nada. Notei que ela tinha tirado a foto de perfil. E também o status...E a mensagem não chegava no telefone dela... Ok, Dupain-Cheng tinha me bloqueado. Por que eu me sentia tão mal com isso?

Suspirei com uma expressão cansada e senti um alívio leve por conseguir avistar minha casa, estava a poucos passos dela e aquilo me confortou um pouco, pois aquele dia estava péssimo e eu não podia ligar pra ninguém ou chorar um pouco pra me sentir melhor. Não queria incomodar Kagami ou Zoé com um problema de outra cidade que elas nem sequer ouviram falar na vida.  Então, eu abri a porta e lá estava minha mãe queimando mais um arroz, além do meu avô xingando o personagem da novela. Apesar de tudo de ruim que tinha acontecido, a casa da mamãe parecia uma bolha que expulsava qualquer problema que eu tivesse. 

Minha mãe desligou o fogo e foi até mim com um rosto preocupado. Ela me analisou com carinho e passou sua mão macia pelo meu rosto.

— Meu amor, o que aconteceu? - ela passou a mão no meu cabelo e me encaminhou até o sofá.

— Ah mãe, o mesmo de sempre. Eu sou o modelo adolescente de Paris. O cara do momento. Filho de Gabriel Agreste. Uau, batam palmas pra ele! Sigam ele nas ruas! - eu disse com desdém.

— Adrien... - ela disse enquanto me observava sentar e se sentou comigo. Meu avô resmungou alguma coisa sobre estarmos atrapalhando a novela e foi para o quarto.

— Mãe, eu só tô cansado disso tudo. O meu pai é um egoísta. Ele nunca me perguntou se... se eu queria isso, sabe? Se eu queria fama, dinheiro ou reconhecimento. Eu só queria amigos, mãe! Eu só queria ser um menino normal. - eu disse e antes que pudesse evitar, senti lágrimas rolando dos meus olhos.

— Continua, filho, eu estou aqui pra você. - ela passou a mão em minhas costas, me dando liberdade pra prosseguir.

— Hoje eu... Eu estraguei tudo com uma menina que parecia ser incrível. E talvez se eu fosse um menino normal, talvez se ninguém me conhecesse, eu estaria com ela até agora. Estaria fazendo amizade nessa cidade. Não estaria aqui enchendo os seus ouvidos. Eu queria tanto ser uma pessoa diferente. - passei a mão nos meus olhos secando minhas lágrimas, não percebi, mas meu choro foi se tornando cada vez mais desesperado, mais dolorido e intenso. Minha mãe suspirou antes de começar a falar.

— Filho, você é um menino normal. Você só tem mais reconhecimento das pessoas e já tem seu próprio dinheiro, que claro, o Gabriel administra, mas ainda é seu. Você tem capacidade de fazer o que quiser e de ser você mesmo, você só precisa acreditar nisso. O seu pai é rígido com você, porque acredita no seu potencial e quer que você se torne alguém relevante, quer que siga os passos dele. Mas não o culpe por isso. Ás vezes nós que somos pais, temos essa mania de hereditariedade. Sabe, Adrien, eu te trouxe pra Fontaine porque eu sabia que uma hora você ia querer experimentar uma vida mais calma. Aqui você tem tudo o que precisa pra se entender e se renovar, mas você precisa deixar esse medo social pra trás, você precisa entender que é perfeito desse jeitinho que é.

— Ah mãe, eu nem sei por onde começar... - eu disse encolhendo os ombros.

— Bem, Adrien. Quando eu me separei do seu pai, eu me senti a maior perdedora do mundo. Eu fiquei longe daquela mansão maravilhosa, fiquei longe dos melhores prazeres que a riqueza me proporcionava e o principal, fiquei longe de você. Eu também não sabia por onde começar. Então vim pra casa do seu avô nessa cidadezinha minúscula e comecei a ver que na vida, haviam prazeres que o dinheiro não comprava. Tipo fofocar com a vizinha sobre a filha do moço da padaria, curtir um dia lindo de Sol na baía, cozinhar ou até cuidar daquela hortinha que tenho aqui na frente de casa. O seu pai continua me dando dinheiro e tentando me convencer a voltar. Mas algumas coisas não tem preço, meu filho. Toda vez que eu vejo seu avô se levantando às 5h pra varrer o quintal ou até xingando o rádio, eu lembro disso. Toda vez que você vem me visitar, eu lembro disso. Toda vez que sua tia me liga pra contar sobre qualquer besteira da nossa família, eu lembro disso. O que me reinicia todos os dias, é saber que eu tenho um propósito e o meu propósito são vocês. Você me disse que não sabe por onde começar, certo? Comece por aqui. - ela pôs o dedo em meu peito, indicando o coração e continuou — Comece sendo sincero com você mesmo, comece sendo leal com seus sentimentos. Comece sentindo e dando tudo o que pode de si. Independente de qualquer decisão ou caminho que tomar, eu tenho orgulho de você, Adrien. - ela sorriu.

— Obrigado, mãe. Você é incrível! - eu abracei ela e a dei um beijo na bochecha. — Mas o que eu faço com as minhas fãs? Isso ainda me preocupa.

— Ele vai saber te responder melhor do que eu, filho. - ela apontou para o meu coração novamente e me deu um beijo na testa.

— Eu espero que sim... - me senti aliviado com aquela conversa, falar com a minha mãe sempre restaurava o melhor de mim. Porém o alívio logo foi embora após minha barriga roncar, me lembrando que eu estava sem comer desde o almoço.

— Pizza? - ela me olhou e eu dei risada lembrando do arroz que havia sido queimado.

— Demorou! - demos um soquinho duplo e minha mãe sacou o celular para achar algum número de pizzaria por perto.

A pizza chegou por volta de alguns 50 minutos, tempo o suficiente pra que eu desistisse de esperar e atacasse o primeiro biscoito que visse na minha frente. Não tinha culpa, estava com fome demais. Assim que a pizza chegou, nós três nos reunimos e comemos uma pizza maravilhosa de frango com catupiry. Eu e a mamãe combinamos de guardar para o café da manhã, porém o vovô simplesmente comeu os nossos planos. Literalmente.

Eu já estava bem cansado, estava bem tarde e resolvi tomar um banho antes de ir pra cama. Me sentia leve, tranquilo, aliviado, como se estivesse numa nuvem que me acalmava. A nuvem era a casa da mamãe que era como se fosse um spa espiritual, Fontaine era meio que isso também. Deitei em minha cama e respirei fundo, de olhos fechados agradecendo pelo dia que tinha tido. Afinal, se eu não tivesse tido esse dia, eu nunca teria desabafado com a minha mãe e nunca teríamos tido essa conversa que deixou minha mente um pouco mais centrada sobre as decisões que eu deveria tomar. Eu só tinha 15 anos, não deveria ser tão complicado.

Virando para o lado da cabeceira, notei que tinha um papel de anúncio. Eu o peguei em minhas mãos e logo veio um flashback na minha mente. Antes do FC me avistar no shopping, passei por uma menina e ela me deu aquele papel. Era uma menina com um ar meio gótico, tinha as pontas do cabelo roxas e o resto era castanho escuro, por sinal tinha um cabelo bem longo. Ela não disse muita coisa e pra ser sincero, o que ela disse eu não consegui entender muito bem.

Prestei atenção no papel e era o anúncio de voluntariado para uma ONG de cachorrinhos, ali em Fontaine mesmo. Eu sorri pensando que talvez seria uma ótima ideia e além de poder me aproximar de alguns doguinhos, eu poderia fazer alguns amigos novos como os voluntários. Caí no sono com um sorriso em meus lábios. Talvez aquele fosse o sinal de mudança que eu precisava. 


🐾🐾🐾


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