Fontaine - Meu Amor de Verão...

By dattebaka

3.7K 606 243

Marinette é uma adolescente insegura, dona de um cabelo peculiar e um temperamento forte. No início de suas f... More

💖
🐞
🐞
🐾
🐞
🐾
🐞
🐾
🐞
🐾
🐞
🐾
🐞
🐾
🐞
🐾
🐞
🐾
🐞
🐾
🐞
🐞
Reclames do Plim Plim
Desencontros no Outono [SEGUNDA TEMPORADA]
🐞.Introdução
🐞. Mudando a rota
🐾. Responsabilidades
🐞. O maior casal de Paris
🐾. Amores de Verão...
🐞. O menino do cachecol
🐾. Chamadas Perdidas
🐞. Quites
🐾. Um dia bom
🐞. Reencontros
🐾. O Baile
🐞. O encontro dos sonhos
🐾. O vovô.
🐞. Fofocas e Verdades

🐾

177 27 20
By dattebaka





"Eu acho que vou pintar o cabelo e me mudar pro Alasca.

— Alaska - Little Hurt."



🐾🐾🐾



— Só pode ser brincadeira! - a garota esbravejou.

— E-eu... - não conseguia articular uma frase decente.

A menina de marias-chiquinhas me fitava com um olhar bem bravo e eu só queria sair o mais rápido dali. Ela não parava de falar e falar e reclamar algo que eu não estava prestando tanta atenção assim. E eu só queria achar logo os meus óculos e sair correndo.

É, eu sei que você vai dizer que estou sendo um pouco idiota de derrubar uma garota sem querer e ao invés checar se ela está bem, só querer ir embora logo. Mas o problema é: Se eu ficasse mais 5 segundos ali, as coisas iriam piorar tanto pra ela quanto pra mim.

A tal menina resmungona ficou olhando para mim esperando que eu dissesse algo e eu a olhei de volta, mas não disse nada. Eu fiquei totalmente preso naquela mecha bagunçada que ela tinha no cabelo e pensei que talvez fosse gel ou algum produto fixador. De qualquer forma, eu achei irado, mas acho que ela não, porque ficou toda vermelha do nada e assim que achou sua boina, a colocou de volta no cabelo. Antes que eu pudesse pedir desculpas pelo esbarrão, escutei um burburinho atrás de mim seguido por um grito e me dei conta. Tinham me encontrado. De novo.

Eu peguei rapidamente meus óculos, meu celular e saí correndo, deixando uma menina confusa e irritada pra trás. Talvez esse não fosse o melhor modo de começar as férias, com certeza não era, porém ter fãs loucas era algo meio difícil de evitar.

Eu resolvi aproveitar as férias em Fontaine pra me sentir um pouco mais livre e normal longe de toda aquela agitação parisiense, mas ser normal é bem mais difícil do que parece. Não é tão fácil quando você tem seu rosto estampado em todos os lugares da França e está em todos os desfiles de moda por ser filho de um designer de roupas renomado. Só que, por mais tentador que pareça a ideia toda, eu realmente queria essa vida normal, pelo menos por algumas semanas. Meus pais são separados, então meu pai continua na França em sua mansão luxuosa e sua vida quase que irreal. Já a mamãe preferiu se afastar de tudo em anonimato e viver nessa cidade pequena do interior da França. Ela sempre diz que é uma cidade agradável de morar e que mesmo sendo pacata, é um dos melhores lugares que ela já viveu.

Quando tomei a decisão de passar minhas férias aqui, não tomei nota de que teria um mini fã-clube com 5 meninas Fontainenses que me reconheceriam em um shopping e não parariam de me perseguir até que minhas pernas não aguentassem mais. Mas aconteceu e eu tenho que fazer o possível pra não chamar mais atenção.

E foi numa luz desesperadora que eu tive a brilhante ideia de virar a primeira esquina que encontrei e emburacar no banheiro masculino. Como eu sairia dali? Eu não faço a mínima ideia, mas pelo menos teria alguns minutos de paz.

Assim que entrei no banheiro, percebi que estava completamente vazio e aproveitei pra fazer meu sagrado xixi, minhas pernas estavam tão bambas que foi até meio difícil de mirar. A paz era tão boa que tirei um tempo e fiquei observando a decoração do banheiro. As portas eram um azul meio desbotado, os vasos eram brancos, a pia era de mármore com alguns detalhes de madeira e a janela era de madeira também. Pera... tinha uma JANELA no banheiro. Não era daquelas enormes, mas era o tamanho suficiente pra que eu pudesse passar. Ou melhor... escapar!

Eu me apoiei na pontinha do entalhe que tinha na parte debaixo da parede e fui escalando aos poucos, até conseguir finalmente subir por completo, na altura da janela. Torci pra ela não estar trancada e consegui abrir a mesma. Fui me encolhendo o suficiente pra chegar ao outro lado e voi lá. Liberdade!

Algumas pessoas diriam que estava sendo um pouco exagerado, mas passe a sua vida inteiro trancado dentro de uma mansão recebendo regras o tempo todo, sendo privado de ter amigos e com uma multidão de meninas te stalkeando e te seguindo o tempo todo. Não é a coisa mais complicada do mundo, mas você acaba se cansando. Aqui é o meu caso, eu sou um garoto cansado. Um garoto cansado pulando de uma janela de banheiro. Se isso não é a cara das férias, eu não sei mais o que é.

Já do lado de fora do shopping, resolvi colocar meu óculos pra manter o disfarce e evitar que alguém me reconhecesse de novo. Achei um lugar que vendia espetinho por uma esquina de Fontaine mesmo e comprei. Só que mais uma situação aconteceu. A atendente começou a me encarar um pouco estranho e eu comecei a ficar nervoso torcendo pra que meu disfarce funcionasse.

— Hmmmm, eu acho que te conheço de algum lugar... - ela chegou mais perto encarando meu rosto e eu ajeitei os óculos desconfortável.

— E-eu? Eu moro aqui desde criança! - eu ri meio nervoso e engrossei a voz pra disfarçar meu timbre vocal.

— Max! É você? Como está o seu tio? E você, querido? Está tão grande! - a mulher pareceu empolgada e eu entrei na onda.

— Ah...sim! Eu estou ótimo! O tio também está! Obrigada, foi muito bom te encontrar de novo!

Eu peguei o espetinho e fui me afastando, estava acenando enquanto ela falava de lembranças com o tal Max, até que finalmente saí da vista dela e pude me virar em paz, saboreando meu espetinho. Eu era péssimo em ignorar pessoas, por isso preferia fugir de qualquer situação.

Parei finalmente pra aproveitar a vista e me dei conta do quanto aquele céu estava fantástico. E foi aí que aconteceu a cena mais clichê que me fez parecer que eu estava em alguma espécie de filme, livro ou qualquer coisa parecida.

AQUELE CELULAR NÃO ERA MEU!

Me senti frustrado por não poder tirar foto naquele telefone, visto que não me pertencia e era errado usar a memória dele com algo que teria a possibilidade de não agradar o dono. Mas 3 segundos depois, deixei essa ideia estúpida de lado e tirei uma foto linda do céu, que estava com um tom meio roxo e laranja, já no clima de pôr do Sol.

Eu sempre tive um apego muito grande por fotografias e sempre amei tirar todos os tipos de fotos. Estranho um modelo aspirante a fotógrafo, né? Eu sofria com esse caso. Eu guardo um Twitter específico só pra minhas fotografias. Não sei explicar exatamente quando surgiu esse apego por imagens, mas imagens contam histórias, imagens trazem lembranças absurdas e registram momentos que podem ser passados de geração pra geração. Um ângulo, uma iluminação faz toda a diferença e pode mudar toda uma perspectiva. E eu amo esse conceito. O conceito de transmitir um sentimento sem precisar dizer nada ou de contar uma história sem qualquer esforço. Essa é a minha maior paixão.

Enquanto eu estava preso em meu devaneio, avistei uma casa simples e pequena, era a casa da minha mãe e o caminho nunca pareceu tão distante. Era meu primeiro dia em Fontaine e eu já sentia o peso de umas 3 semanas nas minhas costas. Minha mãe estava do lado de fora regando suas flores e me olhou confusa. Percebi que ainda estava de óculos escuros em um fim de tarde e tirei, já que não havia mais necessidade. Ela me levou pra dentro de casa e se sentou no sofá. Eu apoiei minha cabeça no colo dela e fechei os olhos, enquanto vovó xingava alguns palavrões ouvindo futebol no rádio. Ela tapou meus ouvidos na mesma hora e chamou a atenção do vovô, me fazendo rir.

— Mãe, qual é... Eu não tenho mais 5 anos! - protestei.

— Adrien, você sempre será o meu menininho, não adianta reclamar! - ela disse em tom divertido. — Como foi o dia? Parece ter sido bem... cansativo? produtivo? Pela sua expressão, eu não sei muito bem o que foi.

— Bom, pra começar eu fui perseguido por um monte de garotas e aí eu esbarrei em uma garota e as outras garotas me acharam e me perseguiram de novo, aí eu pulei uma janela e outra garota me reconheceu como um tal de Max e agora eu tenho o celular da garota que eu esbarrei por causa das outras garotas. - disse tudo de uma vez e minha mãe tinha uma expressão confusa.

— Filho, se lembre de pedir umas aulas de comunicação pro seu pai, assim que voltar pra lá, ok? - ela riu e deu um beijo na minha testa.

— Ah mãe, eu não queria voltar... Seu abraço é tão bom e aqui é tão agradável... Acho que tô apaixonado por Fontaine!

— Mas agora há pouco você estava se queixando das meninas te seguindo na cidade! - ela retrucou.

— Reformulando. Tirando qualquer tipo de garota, Fontaine é totalmente agradável! - eu ri.

— Adrien, eu sou sua mãe, mas ainda sou uma garota. - minha mãe era ótima nos argumentos, mesmo que estivesse brincando.

— Não, mãe. Você é a melhor garota do mundo! - levantei, abracei minha mãe e repousei meu rosto no ombro dela enquanto sorria. Era bom ter Emilie Agreste por perto e ter aquela mulher como mãe era mais incrível ainda.

— Espertinho. Eu te amo, filho. - ela voltou a dar um beijo na minha testa e se levantou para fazer algo.

— Eu também te amo, mãe! - disse ainda sorrindo e me deitei no sofá procurando algo pra ver na TV.

O que era quase impossível porque meu avô não parava de xingar o rádio e dar umas porradas na poltrona com raiva. Eu queria rir, mas aquilo sobraria pra mim. Então eu preferi ir para meu quarto e fazer algo que eu estava morrendo de vontade.

OLHAR O TELEFONE DA MENINA DE CABELO ESPETADO.

Certo, certo. Aquilo era errado, mas quem garante que ela não estaria fazendo a mesma coisa com o meu?

A primeira coisa que eu precisava, era descobrir a senha dela que era uma senha de palavras. Tentei a sequência:

"Espetado"

"Boinas"

"Boina"

"Docinhos"

E zero sucesso. Seria impossível encontrar uma palavra de senha, porque eu não sabia nada sobre ela. Daí eu notei que no papel de parede dela era uma fotografia da cidade de Shanghai, uma cidade que eu já tinha visitado várias vezes e conhecia de longe. Então eu tentei a sorte, colocando o nome da cidade e simplesmente foi. Eu abri o celular da espetadinha. Tão previsível...

Fui abrindo os aplicativos e torci pra não ver nada que eu não queria. Na verdade, aquela curiosidade era só pela ansiedade de conhecer alguém diferente, mesmo que talvez esse alguém me odiasse agora. Era um misto de sensações e era como se eu estivesse conversando com ela bem na minha frente e falássemos sobre nossas vidas. Era incrível a experiência que um celular poderia proporcionar, o histórico de alguém, a vida, as experiências na palma da sua mão. Olhando a galeria, vi alguns amigos com ela, todos asiáticos, talvez ela pudesse ter feito alguma viagem para Shanghai mesmo.

Resolvi visitar o Twitter dela e percebi que estava logado em uma conta que não parecia ser 100% pessoal. Até que entendi do que se tratava. Era um Twitter de hobbie com traduções. Achei aquilo super irado pra uma menina que aparentava ser tão fechada e ranzinza como ela. O último tweet era sobre mudanças e aquilo atingiu como uma facada em mim. Mudança. Era tudo o que eu queria e talvez precisava. Tornar as coisas diferentes e ser parte de algo. Eu me identifiquei tanto com aquilo que me assustei e joguei o celular de lado. Alguns segundos depois, me dei por vencido, parei de frescura e peguei o celular de volta. Adicionei meu número no celular da garota e fiquei, posso dizer que algumas boas horas, olhando para a tela do celular sem saber o que escrever. Eu não sabia conviver em sociedade porque eu tinha me tornado tipo uma rapunzel masculina contemporânea. Eu não sabia o que escrever pra uma garota. Então preferi ir direto ao ponto e achei que talvez ela não se importasse tanto com isso. Sem pensar muito, acabei enviando a mensagem. Logo meu contato apareceu online sinalizando que a menina estava com meu celular.


----------------------------------------------


[20:31 - Adrien]:  Aqui é o menino que esbarrou em você. 

[20:31 - Adrien]: Pode devolver meu celular?

[20:31 - Adrien]: Aguardo resposta.

[20:31 - Adrien]: Att, Adrien. 


🐾🐾🐾


Continue Reading

You'll Also Like

15.4K 1.6K 3
Em meio aos desafios da adolescência, Alana se vê em uma encruzilhada emocional ao perceber que está perdidamente apaixonada por seu melhor amigo. En...
19.7K 1.6K 15
LITERATURA CRISTÃ | TRILOGIA "ATÉ" Livro 3 "Se eu permanecesse mais um minuto nessa terra sem a certeza de que há esperança de um reino porvir, prefe...
309K 14.7K 64
• Onde Luíza Wiser acaba se envolvendo com os jogadores do seu time do coração. • Onde Richard Ríos se apaixona pela menina que acabou esbarrando e...
6.1K 480 14
"Coloquei em sua cabeça e empurrei até seus olhos. Em pouco tempo lagrimas de sangue escorreram de seus olhos. Já li varios poemas de lágrimas de san...