Grávida do Príncipe

By OrquideaNegra21

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Uma simples jovem enfrenta vários dilemas em sua - antes pacata - vida. Uma série de acontecimentos em sua v... More

Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19

Capítulo 09

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By OrquideaNegra21

POV. KRISTAL

"Ansiedade" era o resumo de como eu estava. Minhas mãos suavam frio e eu precisa respirar calmamente, mas minhas pernas tremendo não me ajudavam muito.

Pensar que eu teria que falar perante milhões de pessoas fez meu estômago revirar e as náuseas voltarem. Meu café da manhã foi composto por frutas, leite e algum cereal.

   — Calma, querida. — a rainha disse.

   — E se eu errar? Já estou me arrependendo da escolha do contrato. — murmurei para mim.

   — Eu estarei por perto. Apenas respire fundo. Ninguém vai te xingar em público ou tentar te humilhar. Responda o que te for cabível.

Concordei com a cabeça.

   — E então? Está pronta? — escutei a voz de Felipe.

Ele me aparece em seus trajes de príncipe de conto de fadas. Sorri ao vê-lo.

   — Como estou? — ele deu uma giradinha.

   — Nada mal. — contei.

Felipe sempre fica bonito quando se arruma adequadamente. Ele me estende a mão e eu a aceito, me preparando mentalmente.

   — Lembre-se, Kristal, só tem que fingir estar totakmente apaixonada por mim. — ele murmura. — Se bem que não é muito difícil. Qualquer pessoa com consciência se apaixonaria por mim.

Eu ri, mais tranquila. Respirei fundo e vi as enormes portas do castelo se abrirem. Andamos, juntos, até o púlpito com vários microfones no meio de um palanque. Minhas mãos suaram e pensei que ia desmaiar por um instante.

Até que Felipe colocou a mão em minha cintura, servindo de apoio. O encarei, grata e ele sorriu docilmente.

Felipe começou a falar quando nos "encontramos". Segundo ele, "eu estava realizando minhas tarefas quando a vi, fazendo trabalho comunitário em um dos órgãos".

Depois disso, ele foi tão convincente que eu cheguei a pensar que nosso "relacionamento" era verdadeiro.

Enfim, houve algumas perguntas à ele, mas o foco estava em mim. Implorei aos céus para não me perguntarem nada, mesmo ostentando um sorrisinho acolhedor.

   — Senhorita Sergh, podemos perguntar sobre a gravidez? — um deles falou.

Uma chuva de flashes me cegou temporariamente. Olhei para Felipe que apenas afirmou com a cabeça.

   — Sim. Sinta-se à vontade. — murmurei, pegando a mão de Felipe.

E me arrependi. Eram perguntas complexas na qual eu desejava apenas um detalhe: sumir. Nunca pensei que jornalistas fossem tão ardilosos para conseguir uma falha minha e tranforma-la em reportagem.

   — Sua alteza, planejam se casar? — perguntou alguém.

   — Com certeza. Em breve teremos nossa cerimônia de noivado. Espero que possamos nos casar o quanto antes.

Ao fim, assim que estivemos sozinhos no meu quarto, pude suspirar de alívio. 

   — Puxa, aquilo foi tenso. — murmurei. — Nem imagino como você tem aguentado durante toda sua vida.

   — Querida, o truque é falar o que eles querem ouvir. — murmurou, massageando minha mão. — Agora, descanse. Essa manhã foi bem agitada para vocês.

Ele virou de costas e eu me levantei.

   — Kristal, volta pra cama.

   — Mas, como você...?

   — Te conheço o suficiente. Deita, Kristal. — bufei e me sentei na cama.

   — O que quer que eu faça? Nada?!

   — Fazer nada é uma boa escolha. — ele murmura, beijando meu ventre. — Eu vou trabalhar agora. Mas, se se sentir muito entediada, peça para as criadas te levarem à minha biblioteca.

   — Você tem uma biblioteca só pra você?

Ele sorriu, me estendendo uma chave.

   — Eu vou morar lá agora! — contei, animada.

   — Só não exagera. Vou mandar alguns lanchinhos pra você mais tarde. Algo de sua preferência?

   — Desde que não tenha amendoim, tudo. — sorri e ele beijou minha mão.

   — William vai ficar com você, está bem?

Concordei sem pensar. Até que o encarei.

   — William é quem mesmo?

   — Minha escolta. Ele vai cuidar do seu bem-estar. — concordei. — Até mais, Kristal.

   — Até.

Assim que ele saiu, me levantei, animada e vesti uma roupa mais confortável. Calcei sandálias simples e prendi meu cabelo em um rabo de cavalo.

   — E lá vamos nós...! — abri a porta, animada.

Mas, não tem como descrever o susto que eu levei ao ter um homem alto na porta. Meu grito o assustou e ficamos gritando feito dois bobos.

Assim que parou a gritaria, rimos um do outro.

   — Perdão... Pffft! — ele tenta segurar a risada. Tenho certeza de que meu rosto está numa careta bizarra, pois ele me encara e ri. — Eu... — ele se calou, respirando fundo.

Fiz o mesmo, tentando me controlar. Mas, ao encara-lo, ele estava recriando a cena de um homo neanderthal. Ai foi golpe baixo e não me aguentei.

    — AHAHAHAHAHAHAHA!!! — tentei recuperar o fôlego. — Ai, ai... Hahaha... Oi...

   — Ufa. Faz tempo que não ri dessa forma! Enfim, sou William, sua escolta, sua Graça!

   — Eu? Uma graça? — apertei um de suas bochechas. — Você que é uma gracinha! Mas pode me chamar de Kristal. Eu vou na biblioteca, quer me acompanhar?

Ele apenas concordou com a cabeça, me seguindo.

   — Aliás, onde fica a biblioteca?

William sorriu.

   — Me acompanhe.

***

   Eu não acreditava que entrei no paraíso. Enormes prateleiras com livros de todos os tamanhos e cores e espessuras... Tenho certeza de que meus olhos estão brilhantes!

   — Puxa, nem acredito que ele tem esse livro! — olhei um dos livros que eu mais desejei ler. — Nossa, é da primeira edição! Dá pra acreditar?!! — e apontei o livro para William.

Ele apenas sorriu.

Em algum momento eu ignorei sua presença e alisei minha barriguinha. Sem pensar muito, murmurei:

   — Ei, bebê... — sussurrei. — Você vai ter um ótimo lugar para relaxar. Ou se estressar, vai que você seja do tipo ativo que gosta de sair pulando por aí? Acho que você vai ser bem agitado. Tipo, sua mãe mesma é uma doida. Não vejo a hora de te ter aqui fora. Já estou imaginando um monte de Caça ao Tesouro enquanto corremos pelos corredores seguindo o meu script doido.

Ri baixinho. Enquanto falava com o bebê, eu analisava toda aquela biblioteca. Acabei achando uma parte com gibis e livrinhos infantis. Quem no mundo nunca leu Turma da Mônica, Luluzinha, Garfield ou Pato Donald e toda a turma do Mickey Mouse?

Abandonei tudo e fui até lá. Me sentei no chão mesmo, já que tudo estava limpinho e bem cuidado.

As horas foram se passando e eu estive com a cara enfiada nos livros. Li um monte de almanaques dos personagens, me distrai tentando resolver as historinhas dos filmes deles...

Sim, uma grande criançona. É o que eu sou.

   — Senhorita Kristal. — me assustei com a voz de William. — Desculpe. Mas não quer fazer uma pausa? As criadas lhe trouxeram uns docinhos e lanches.

   — Puxa! Nem percebi que eu estava ficando com fome!

   — Quer que eu traga as coisas para cá?

   — Oh, não. Pode sujar aqui e atrair formigas ou até mesmo baratas. Vamos para a varanda.

   — "Vamos"? — ele estranhou.

   — Sim, Ué. Não quer fazer uma pausinha? Ou você escapou enquanto eu estava distraída?

   — Não, eu nunca faria isso. Estive atrás da senhorita desde que entramos aqui.

   — Então, tá tudo certo. Vamos lanchar e... — parei pra pensar um pouco. — Peraí! Você esteve comigo esse tempo todo?! Não viu nada de estranho?

   — Além de você conversando com o bebê, rindo com ele, contando estórinhas para ele e cantarolando enquanto procurava algum livro novo? Não. Não vi nada de estranho.

   — AAAAAaaaaaAahhHh!!! — finge um grito de desespero. — Corta amizade comigo, Will!

   — Seu segredo estará seguro comigo. — sorri.

   — Não corta amizade, Will. Vamos!

Ele me acompanhou para uma pausa e lanchar. Conversamos sobre várias coisas aleatórias.

   — Se me permite dizer, senhorita Kristal, você será uma ótima mãe. Pelo menos você vai colocar juízo na cabeça do Felipe. Digo, já colocou. — ele diz.

   — Por que acha isso?

   — Você é espontânea e cativa as pessoas ao seu redor.

   — Não, sobre o Felipe.

   — Ele é bem idiota em 99% do tempo. — ele murmurou. Foi aí que vi que, além de guarda-costa, ambos são mais que melhores amigos. — Acredita que, desde que você saiu correndo dele, ele não se interessou por mais ninguém? Nem mesmo quando dava umas escapadas para festas. Ele apenas bebia e tinha esperanças de que você retornasse. Quando não te encontrava, ele voltava para o hotel.

   — Era só por causa do dinheiro...

   — Ai que se engana, Kristal. O dinheiro era só uma desculpa. — ele contou. — Tá, acho que uns 10% era por conta da indignação que ele ficou ao receber seu dinheiro. O resto era porque ele realmente queria te ver.

Bebi um pouquinho de chá, tentando absorver aquela ideia.

   — Mas ele não percebe isso. Aquele cara é muito lerdo quando o assunto é sentimento. Mas saiba que você está mudando ele pra melhor. Seja lá o que você está fazendo, apenas continue.

Enfiei um doce na boca, estranhando aquela conversa.

   — O que será que eu fiz? Nasci? — murmurei.

William riu.

   — Ai, não! Encontrei outra pessoa lerda igual o Felipe!

Fui resmungar e acabei mordendo a língua. Algo me confirmou o que ele disse.

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