All You Want | Dramione

By moonletterss

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O oitavo ano em Hogwarts deveria ser o ano de Hermione. E é, mas não do jeito que ela espera. Fic ômegaverso... More

01. Em que tudo deixa de fazer sentido
02. Você não sabe o que tem até que tudo acabe
03. Você recebe o que precisa
04. Sinto o modo como você me quer
05. É apenas curiosidade
06. Em um mar de apaixonados
07. O mundo dele continuará girando
08. Então, deixe-me ir, deixe-me ir
09. Estou tentando acalmar minha respiração
10. O que está acontecendo?
11. Eu fico um pouco nervosa perto de você
12. Tão perto de ter você nos meus lábios
13. Eu não sei como é ser você
14. Posso te chamar de meu?
15. Talvez possamos encontrar novas maneiras de nos desfazermos
16. Eu queria ser um pouco mais amada
17. Meu coração e eu não nos damos bem
18. E como você, como você pode simplesmente ir embora?
20. Entenda como meu cérebro funciona
21. Todo esse sangue ruim aqui
22. Diga-me o que há em sua cabeça
23. Tudo parece certo
24. Entre nós dois
25. Quero que você seja mais feliz
26. Seja minha para sempre
27. Meu coração finalmente confia em minha mente
28. Gostos particulares
29. Você tem esse poder sobre mim
30. Eu preciso disso
31. Estou com ciúmes, sou excessivamente zelosa
32. Meu mundo é só você
33. Sinto seus lábios se mexendo
34. O único para mim é você
35. Tudo o que você quiser
36. Epílogo: Venha o que vier

19. Eu estive pensando demais, me ajude

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By moonletterss

Hermione, surpresa, ficou olhando para Hannah, que continuou:

— Eu acho que você provavelmente estava muito ocupada com Rony, Harry e a guerra para perceber isso. Mas ele gostava. Ele gostava muito de você, durante muito tempo. Então, vocês deveriam tentar. Realmente tentar.

— Hannah... — Provavelmente seria um momento inapropriado para mencionar que ela não estava particularmente interessada em Neville.

— Isso não é algum tipo de teste para ele ou para você — Hannah acrescentou, parecendo tensa. — Gente, eu percebo, biologicamente vocês têm uma boa chance de acabar juntos se tentarem. Não estou fazendo isso para provar algo ou imaginar que estou preparando ele e eu para termos uma história de amor épica. Sou uma lufa-lufa, épico nunca foi meu sonho. — Hannah fez uma pausa e respirou fundo. — Eu amo Neville. Estou apaixonada por ele, mas, em primeiro lugar, eu o amo. Quero que ele seja feliz mais do que quero que ele esteja comigo. Se ele for mais feliz com você, prefiro saber disso a passar a vida inteira pensando em toda essa situação. Isso não seria justo para nenhum de nós.

Hermione não sabia o que dizer.

— Vou me retirar de Hogwarts — Hannah acrescentou, olhando para o chão. — Eu estava na lista de espera para curandeira no St. Mungus, mas uma vaga abriu inesperadamente. Acabei de receber a carta há alguns dias. Então, vou estudar para meus N.I.E.M.s por correspondência. Estou saindo neste final de semana. Então... dê uma chance a Nev. Uma chance real. Se acha que ele tem chance, vocês dois deveriam tentar.

Hannah se virou e caminhou rapidamente de volta para Susan, que estava parada esperando-a. Hermione observou Susan colocar um braço em volta dos ombros de Hannah e as duas garotas se afastaram sem olhar para Hermione.

Hermione hesitou no corredor, tentando resolver a bagunça em que sua vida pessoal havia se transformado. Relacionamentos nunca foram seu ponto forte. "Uma personalidade brilhante, mas abrasiva", sua professora escreveu em um bilhete para seus pais no jardim de infância. "Tem dificuldade de relacionamento interpessoal", dizia a nota da escola primária.

Hermione tentara – realmente tentara – mas especialmente quando se tratava de garotas, ela sempre se sentiu à beira de um passo em falso. Além de Ginny – que vinha de uma família de meninos – as amizades femininas de Hermione tradicionalmente tendiam a estalar ou explodir em seu rosto. Manter um relacionamento um tanto tenso, mas educado, com suas colegas de quarto foi o máximo que Hermione conseguira ao longo de seis anos em Hogwarts.

Ela caminhou lentamente em direção à ala abandonada de Hogwarts e depois de murmurar a senha, olhou para dentro.

Malfoy estava no sofá, rodeado por rolos de pergaminho. Ele olhou para cima e seus olhos escureceram ligeiramente, mas então baixou os olhos de volta para o livro que parecia estar folheando rapidamente.

Hermione foi até o sofá. Eles nunca antes haviam trabalhado na lição de casa no quarto. Ela pegou um dos rolos e o desenrolou.

— Não olhe para esse. Eu cheguei à metade e percebi que estava errado. — Ele não olhou para cima enquanto falava. Sua voz saiu como um resmungo baixo e irritado que formigou levemente na espinha de Hermione entre os ombros.

Hermione inspecionou os números de qualquer maneira. A caligrafia de Draco era injustamente perfeita. Ela se consolava sabendo que Draco não era muito bom em Aritmancia mental. No papel, ele podia calcular rapidamente, mas não conseguia produzir equações tão rapidamente quanto Hermione.

Para o projeto de Aritmancia, eles haviam recebido um amuleto com a maldição Gemino. Deveria ter sido uma maldição fácil de quebrar, mas devido às propriedades protetoras com as quais o amuleto fora criado, os feitiços interferiam uns nos outros.

Hermione e Draco desenvolveram dezenas de equações diferentes, retiradas de uma variedade de campos de pensamento da teoria de quebra de maldições, mas nenhum deles conseguiu encontrar uma contra-maldição com mais de 67% de chance de sucesso. A tarefa exigia 70%, no mínimo.

Hermione se sentou ao lado dele, tentando não chegar muito perto.

— O que você encontrou?

Ele fechou o livro com um suspiro irritado e pegou um pergaminho entre as dezenas ao seu redor.

— Funciona até o fim, mas no final há outra fórmula de que precisaremos. Eu li uma dúzia de livros e não consigo encontrar nenhum que se encaixe nos parâmetros — ele disse com uma careta irritada enquanto entregava a ela.

Seus dedos roçaram levemente nos dela e Hermione pulou, mas se forçou a se concentrar em examinar a longa série de equações que ele havia criado; calculando-as mentalmente para verificar se havia erros. Estava perfeito. A coisa toda. Merecia ser enquadrado. Era positivamente injusto que alguém pudesse escrever sequências de números tão lindamente.

Ela terminou de ler. Ele chegara mais perto de algo viável do que qualquer outra coisa que eles haviam inventado. Ela olhou para a sequência final de números preditivos, rolando-os em sua cabeça e tentando pensar em uma maneira de fazê-los chegar aonde precisavam. Mais uma fórmula e eles chegariam lá.

Mordeu o lábio e então sua mente se iluminou. Agarrou a pena dele e adicionou uma equação ao topo, então usou os números preditivos que resultaram para adicionar uma fórmula final ao desfecho. Ela olhou para Draco triunfantemente.

Seus olhos se encontraram e, por um momento, foi como se ela perdesse o fôlego. Sua mente ficou em branco e ela começou a se inclinar em direção a ele, então se lembrou da Aritmancia.

Ela empurrou o pergaminho na sua direção e desviou os olhos.

Ele olhou por cima, seus olhos se estreitaram e ela pôde observá-lo calculando enquanto lia.

Sua boca se curvou levemente.

— O que exatamente é isso aqui?

Ela se inclinou para passar o dedo pelos números. Seus ombros se roçaram e ela apertou os lábios por um instante.

— Eu percebi que os feitiços de proteção interagem com a Maldição Gemino, mas a maldição Gemino não interage com os feitiços de proteção. Se criarmos contrafeitiços para as proteções, devemos ser capazes de removê-las sem problemas e então a Gemino será fácil de ser revertida.

Ela estudou sua reação. Ele arqueou uma sobrancelha.

— Bem, suponho que isso atenderia tecnicamente aos requisitos da atribuição. Embora eu não acredite que a intenção era que pudéssemos tornar o amuleto inútil.

— Sim... mas se pudermos anular as proteções, devemos ser capazes de reaplicá-las depois.

— Inteligente.

Hermione sentiu que ia começar a se incendiar, mas se obrigou a encolher os ombros em vez de sorrir para ele.

— Você sabe alguma coisa sobre a remoção de feitiços de proteção? — ele perguntou depois de um momento.

— Não... não exatamente — ela admitiu, se mexendo levemente no sofá. — Terei que pesquisar isso. Mas se for algo como remover proteções mágicas, os números devem principalmente se alinhar com esta equação. — Ela apontou para os números que acrescentara no topo. — A biblioteca deve ter alguns livros sobre como criar amuletos de proteção. Então, podemos usar a análise de feitiço para descobrir como fazer a engenharia reversa da magia.

Draco sorriu, parecendo presunçoso como um Amasso.

— Algo assim? — Ele enfiou a mão na mochila e tirou um livro grosso sobre Criação de Feitiços Metalúrgicos.

— Como...?

Ele sorriu.

— Eu pensei o mesmo, mas não consegui descobrir a equação. — Ele fez uma careta. — Nerd.

— Você poderia ter descoberto em algum momento. Talvez em trinta rolos de pergaminho ou algo assim — ela disse, dando-lhe um sorriso malicioso.

Draco revirou os olhos e pegou a equação novamente, inclinando-se para trás e colocando os pés na mesa de centro enquanto a inspecionava.

— Para ser honesto, não acho que isso me ocorreria em algum momento. Onde você conseguiu isso?

— Oh! — Hermione se animou — Leitura de verão. Viktor Krum e eu nos correspondemos ao longo dos anos. Aritmancia é sua matéria favorita. Ele traduziu um livro sobre Aritmancia búlgara para o inglês. Ele me enviou uma cópia para revisar antes de submetê-la a um editor.

Ele ergueu uma sobrancelha e olhou lentamente para ela.

— Krum te ensinou sobre esse tipo de equação?

Havia um tom mais fraco em sua voz. Hermione se sentiu tentada a revirar os olhos. Parecia ser algum tipo de regra universal estranha que todos os homens que ela conhecia tinham objeções à sua amizade com Viktor.

— Se por "ensinar" você quer dizer que ele me enviou um manuscrito traduzido que discutia o assunto e eu o li, então sim.

— Eu não sabia que os apanhadores profissionais de Quadribol tinham hobbies como Aritmancia. — O tom de Draco era sarcástico e desdenhoso enquanto se sentava.

Hermione bufou.

— Como você acha que nos tornamos amigos? Falando sobre Quadribol? Nós nos encontramos no corredor de Aritmancia da biblioteca. Foi assim que nos conhecemos, em primeiro lugar. Ele me envia uma assinatura de periódicos acadêmicos sobre Aritmancia todos os anos no Natal.

Malfoy parecia visivelmente azedo e deixou cair o pergaminho no chão como se o ofendesse. Ele começou a juntar todas as suas anotações e colocá-las em sua bolsa. Hermione se espreguiçou no sofá e agarrou o livro sobre metalurgia. Deitada de barriga para baixo, ela folheou o índice enquanto Draco terminava de guardar todas as suas anotações.

Enquanto estava trabalhando com os títulos dos capítulos, sentiu sua saia subir lentamente. Ela se forçou a tentar continuar lendo.

Sentiu o tecido deslizar por seu traseiro e, em seguida, se acumular na parte inferior de suas costas. Ela estremeceu ligeiramente. Sentiu dedos deslizando ao longo da borda de sua calcinha e então Draco espalmou e apertou sua nádega direita com firmeza. Ela soltou um gemido baixo.

— Você tem uma bunda deliciosa, Granger.

— Obrigada — ela disse em uma voz afetada que estava quase se quebrando.

Então ela sentiu os dentes dele se arrastarem pela sua carne. Ela ficou tão surpresa que sua cabeça bateu no livro de metalurgia.

— Ai! — Ela tocou o nariz e começou a rir.

— Você está bem?

— Sim. — Ela respondeu em um tom muito nasal enquanto continuava a tapar o nariz e tremer de tanto rir.

— Você tem certeza? Deixe-me ver. McGonagall vai me matar se eu te machucar.

A exasperação dos Alfas era possivelmente uma das coisas mais absurdas, mas também adoráveis, que Hermione já havia encontrado. Malfoy parecia muito ansioso e literalmente a pegou do sofá e a aninhou em seu colo. Ele puxou as mãos dela de seu rosto, segurou seu queixo e estudou seu nariz cuidadosamente; como se temesse que ele pudesse cair a qualquer momento.

— Talvez você devesse ir ver Madame Pomfrey. — Ele disse depois de inspecioná-la por todos os ângulos.

Hermione o encarou incrédula.

— Eu estou bem, Malfoy. Apenas colidiu levemente.

— Soou bem alto. — Sua expressão era obstinada.

— Não vou pedir à madame Pomfrey para olhar o meu nariz porque bati em um livro. Eu consegui sobreviver a coisas muito piores sozinha.

Draco embranqueceu abruptamente e sua expressão congelou. Hermione se chutou mentalmente.

— Eu sobrevivi a várias avalanches de livros ajudando Madame Pince com a remontagem — ela esclareceu. — Meu nariz não está quebrado e, se estivesse, episkey é um feitiço de cura muito básico.

Malfoy deu um aceno rígido, mas ainda parecia pálido. Hermione estendeu a mão e tocou sua bochecha.

— Malfoy, nós dois estamos bem.

Sua expressão não relaxou. Ele parecia subitamente frágil. Como se uma palavra dela pudesse despedaçá-lo.

Ela se inclinou e o beijou. Instintivamente? Racionalmente? Difícil dizer. Ele parecia arrasado e ela odiava vê-lo assim.

Quando seus lábios se encontraram, ela se sentiu mais lúcida do que normalmente se sentia perto dele. Normalmente ela estava uma bagunça de excitação e hormônios quando chegava ao quarto. Provavelmente porque eles já haviam feito sexo naquele dia. Ela se sentia mais como ela mesma.

Quando seus lábios roçaram um no outro, a mão dele deslizou por sua cintura e acariciou suas costas. Ele a beijou ferozmente, mas suas mãos pareciam tensas, como se estivesse tentando conter algo enquanto a beijava. Ela pressionou os lábios contra os dele por mais um momento e então recuou e pressionou a testa contra a dele.

Seus olhos estavam fechados com força. Ela deslizou a mão para trás e segurou uma das mãos dele, puxando-a para frente e entrelaçando seus dedos.

— O que foi? — ela perguntou.

Ele abriu os olhos e olhou para ela. Seus olhos prateados eram como uma tempestade com raios.

— Sinto muito — ele disse abruptamente. — Eu sei que provavelmente não faz sentido para você. Mas eu preciso dizer isso. Sinto muito por... tudo. Desculpe-me.

Hermione olhou para ele. Sentiu-se exultante e atordoada ao ouvir seu pedido de desculpas. Mas também incerta. Era algo que ele queria dizer ou apenas algo que se sentia compelido a dizer? Um verdadeiro pedido de desculpas de Malfoy ou apenas como um Alfa, porque sendo o Alfa dela ele era obrigado a se sentir mal?

Ela não sabia.

Ele olhou para ela e sua expressão se fechou, olhando para longe.

— Deixa pra lá. Não é nada. Eu só... precisava dizer isso.

— Eu... eu... — ela gaguejou e desviou o olhar do dele. Respirou fundo. — Simplesmente não sei mais o que é real. Eu não sei como dizer. — Parecia ter algo preso em sua garganta, enquanto tentava engolir.

Sua boca se contraiu.

— Não importa.

O aperto dela em sua mão aumentou.

— Não. Isto é importante. Isso realmente importa para mim. Por que... você sente muito?

Ele a encarou e seu coração bateu cada vez mais forte até que ela se perguntou se seria capaz de ouvir sua resposta.

— Porque eu estava errado. Porque fui cruel e covarde. Sinto muito pela forma como te tratei na escola e durante a guerra.

— S-sério? — Sua voz tremeu levemente.

Ele sorriu amargamente.

— Vê? É por isso que não importa. Porque você não vai acreditar mesmo.

Hermione gemeu de frustração.

— Mas eu quero. Só não sei como ter certeza quando algo é real e quando é apenas... biologia.

Draco se inclinou para trás e a encarou com os olhos semicerrados.

— Como é para você?

Os ombros de Hermione cederam e ela se abraçou.

— Não é óbvio?

— Vamos supor que não seja.

Hermione encolheu os ombros e gesticulou inutilmente.

— É confuso. Como se existissem esses novos aspectos da minha personalidade que não consigo controlar. Sempre que estou... — ela corou — com tesão, minha mente meio que vai embora e tenho esses instintos que tomam conta, a menos que eu lute para permanecer no controle. Tipo, antes de começarmos nosso... nosso... — não é relacionamento — arranjo, era como se eu tivesse essa súcubo no fundo da minha mente que não se importava com nada além de transar agressivamente com qualquer Alfa que se aproximasse. Agora é administrável. Contido. Está focado em você. No entanto... — ela evitou seus olhos — emocionalmente tudo é bastante constante.

— Constante como? — Sua expressão era glacial.

Hermione o olhou incerta. Parecia desaconselhável dizer algo como: bem, sinto que você é minha alma gêmea, o que é surpreendente porque não acredito em almas gêmeas e nem mesmo sei se gosto de você como pessoa; especialmente porque eu não sei se você algum dia me tocaria de bom grado se não fosse pelo imperativo biológico entre nós.

— Bem... — ela disse depois de hesitar por vários segundos. — Eu acho que devido ao quão incomum é minha situação, eu tenho esses instintos que me afetam emocionalmente; para me levar a... a... querer um vínculo. E embora eu saiba que é um comportamento irracional, parece real. É fácil dizer que é apenas um imperativo biológico quando sou tentada a me comportar de maneiras que sei que não são características de mim. Mas quando a biologia me afeta emocionalmente, tenho mais dificuldade em distinguir o que é apenas biologia. Parece legítimo... como se fosse real — seus olhos se desviaram — mesmo quando eu sei que não é. — Ela respirou fundo. — Então... é por isso que eu não sei se devo acreditar quando você me pede desculpas. Porque não sei se você sente muito apenas porque sua biologia diz que você deveria sentir-se assim. Ou se você realmente pensou sobre isso e decidiu que sentia muito. E desde que o cérebro racionaliza, poderia ser o primeiro, mas você pensaria que era o último.

Draco a encarou como se estivesse a avaliando de alguma forma.

— É assim que você acha que é para os Alfas?

— Bem, isso é o que todos os livros dizem. Quando os alfas estão perto de ômegas, eles não estão no controle de nada do que fazem.

Draco engoliu em seco e pareceu amargo por vários segundos.

— Certo...

Hermione deu um suspiro resignado e desviou o olhar dele. Ela odiava sua biologia. Simplesmente odiava. Durante toda a vida, aquilo iria assombrá-la e fazê-la duvidar de si mesma e de qualquer Alfa com quem esperasse estar.

— Eu estava arrependido antes de você se apresentar — disse Malfoy abruptamente. Hermione olhou de volta para ele, que a encarava intensamente. — Eu... queria me desculpar antes, mas parecia insuficiente e... eu não achei que você acreditaria nisso também. Então eu não o fiz. Achei que você provavelmente preferiria que eu te deixasse em paz. — Ele olhou para suas mãos. — Mas... eu queria dizer a você que sinto muito por minha parte nisso. Não quero que você pense que não. Que eu... estaria aqui e não me arrependeria.

Hermione olhou para ele sem respirar por vários segundos, segurando sua mão com tanta força que tremia.

— Obrigada — ela disse. — Você não tem ideia do quanto significa te ouvir dizer isso... — Ela iria continuar, iria lhe dizer que era muito significativo. Que ela acreditava nele e o perdoava e que não o culpava pelas coisas que fora forçado a fazer durante a guerra. Então queria também perguntá-lo se ele incluía seu fanatismo puro-sangue no pedido de desculpas.

Mas em vez disso, para seu horror completo e absoluto, Hermione começou a chorar.

Hermione não era o tipo de garota chorona. Como regra geral, ela quase nunca chorava. Mas na presença de Draco Malfoy, chorar estava se tornando uma infeliz recorrência e ela estava positivamente mortificada por isso.

Hormônios Ômega triplamente malditos.

Ela tentou se explicar e informar a Malfoy que não era realmente tão emotiva, mas era difícil de fazer através de torrentes de lágrimas.

— Desculpe — soluçou. — Eu não tenho... certeza, na verdade, do porque estou chorando... — ela tentou limpar o rosto. — Esses hormônios estúpidos estão arruinando minha vida! — Ela tentou conter as lágrimas, mas elas continuaram chegando. — Minha nossa! Estou tentando... ter uma conversa... — ela choramingou em meio às lágrimas. — Eu não entendo... como faço para parar?

Draco colocou as mãos no seu rosto enxugando suas lágrimas e beijando sua testa. Então a abraçou e ela continuou berrando frustrada em suas vestes. Foi horrível.

Ela queria chutar alguma coisa. Draco não. Anthony Goldstein, idealmente. Sempre que Hermione estava frustrada ultimamente, ela tinha que controlar o desejo de ir à enfermaria e chutar a crisálida dele.

— Eu sinto muito. Eu sinto muito. Eu sinto muito. — Hermione percebeu que Malfoy estava falando baixinho enquanto a abraçava e pressionava beijos na sua testa e no topo de sua cabeça. — Você não tem ideia de como é perfeita. Você é tão perfeita. Eu sinto muito. Sua voz estava rouca e seus feromônios enchiam o ar enquanto ele a confortava.

Hermione podia sentir sua mente voltando em resposta. Ela lutou contra os feromônios. Não, simplesmente queria falar com Malfoy. Eles estavam à beira de uma conversa real. A falta de comunicação estava lhe causando uma úlcera.

— Malfoy — disse ela, fungando. — Malfoy, posso apenas... te perguntar... — Ela recuou e enxugou as lágrimas enquanto o encarava. — Quando... você ... — a voz dela sumiu enquanto olhava para ele.

Era injusto que alguém tivesse olhos tão bonitos. As profundidades mercuriais a fizeram querer se afogar nele. Tentou abrir a boca para terminar a pergunta, mas então parou.

E se ele dissesse que não? O que ela faria então? Se ele ainda a considerasse inferior a ele com base em seu sangue e dissesse isso na sua cara? O que ela faria? Continuaria com ele mesmo assim? Ou estragaria as coisas para Neville e Hannah devido a puro desespero?

Ela engoliu a pergunta com amargura e deu um suspiro profundo.

Precisava apenas administrar as coisas um pouco mais e então saberia quais eram suas opções a longo prazo. Apertou os lábios e prometeu a si mesma que, em algum momento, perguntaria a ele. Porque precisava saber, a fim de descobrir como categorizar o que havia acontecido entre eles. Algum dia, quando sentisse que a resposta errada não iria matá-la, ela lhe perguntaria. Simplesmente... ainda não.

— Deixa pra lá — ela disse.

— O que é?

— Nada importante — ela disse evasivamente.

— Você pode me perguntar. Podemos conversar — ele lhe disse, mas sua expressão estava tensa.

Hermione balançou a cabeça.

— Não. Não importa. O que eu quero é... é... provavelmente é apenas a biologia, de qualquer maneira.

Seus olhos ficaram duros.

— Como quiser — ele murmurou.

Hermione se mexeu ligeiramente. Ela ainda estava sentada em seu colo e, de repente, ele parecia zangado e ressentido. Ela se perguntou se estava faltando alguma coisa.

Ela mordeu o lábio.

— Você... queria esta noite? Ou eu deveria ir embora? — Eles nunca tinham conversado tanto antes e de repente o constrangimento da situação entre eles parecia evidente. — Eu não tinha certeza se você estaria aqui... quando eu vim. Uma vez que já fizemos sexo antes — acrescentou ela.

Ele de repente agarrou seus quadris.

— Fique. Mais cedo... eu não estava... eu não fiz ser bom para você.

— Foi bom — disse Hermione corando. — Eu... gostei, na verdade.

Ele parecia ligeiramente incrédulo, mas seus olhos se escureceram e Hermione sentiu sua respiração ficar presa.

— Eu gostei... de como você foi intenso... — sua voz vacilou ligeiramente. Ela podia sentir-se esquentando só de pensar naquilo. — Foi... eu gosto quando você não está se controlando.

A expressão de Malfoy estava se tornando definitivamente feroz. Hermione se contorceu de antecipação e sentiu sua mente deslizar. Ele provavelmente a lamberia em breve e então ela cairia em queda livre.

— Sério? — ele rosnou.

— Sério — disse ela com um gemido ofegante.

Ela podia sentir o calor começando a irradiar por seu corpo; acumulando-se em seu abdômen inferior e correndo ao longo de sua mandíbula e pescoço. Seu clitóris latejou e seus mamilos ficaram duros apenas estudando a expressão possessiva no rosto dele.

Ela deu um suspiro trêmulo.

Draco a examinou e sua expressão estava ilegível. Calculista. Como se estivesse pesando algo enquanto a avaliava. Então ele ergueu a mão e a pousou no pescoço dela por um momento. A pele dele estava quente e reconfortante e ela se inclinou enquanto ele deslizava o polegar por sua garganta. Em seguida, ele arrastou a mão lentamente até o botão superior de sua blusa e o abriu. Em seguida, o próximo botão. E o próximo.

Eles nunca tinham feito as coisas devagar, não desde a biblioteca. Hermione sempre já estava desvairada quando entrava no quarto. Normalmente era rápido e agressivo. Eles apenas rasgavam as roupas um do outro e ele a fodia sobre o colchão.

Ele terminou de desabotoar sua blusa e Hermione podia sentir sua calcinha já encharcada.

Ele separou o tecido para que sua blusa começasse a deslizar pelos ombros e pelos braços. Então ele deslizou a mão pelas suas costas e desabotoou o sutiã em um movimento prático, puxando-o e a deixando de topless. Seus mamilos ficaram dolorosamente duros com o ar frio. Ela estremeceu sob seu olhar intenso.

Ele a observou durante um longo tempo. Hermione tinha se acostumado com a expressão estupefata que ele exibia após tirar suas roupas, mas o escrutínio ainda tendia a fazê-la corar levemente.

Não era apenas biologia alfa, pensou. Ele tinha que realmente gostar da aparência dela ou não gastaria muito tempo fazendo aquilo.

Ela desejava às vezes ter mais experiência com relacionamentos casuais para ter uma noção mais clara do que era normal. Parecia muito incomum para ela, mas talvez simplesmente não entendesse como o casual funcionava.

Draco estendeu a mão e roçou os dedos levemente ao longo da parte inferior do seu seio. Sua pele formigou e ela mordeu o lábio enquanto tentava ficar parada. Então ele arrastou os dedos entre seus seios até a depressão de sua garganta.

Ele não tocou em suas glândulas de cheiro. Na verdade, parecia evitá-las intencionalmente. Hermione estremeceu quando ele acariciou o comprimento de sua garganta até o queixo e então deslizou o polegar em sua boca. Ela chupou, sentindo o gosto de sal. Seus dentes roçaram sua pele levemente quando ele retirou o dedo e o deslizou por seus lábios. Então ele empurrou dois dedos em sua boca, traçando seus dentes e pressionando sua língua antes de puxá-los e arrastá-los sobre seu queixo e pescoço. Ela podia sentir as trilhas frias de saliva sobre sua pele.

Ele a puxou para frente. Seus lábios estavam quase se tocando quando ele parou, sem respirar. Seus narizes se roçaram e Hermione engasgou levemente antes que ele puxasse sua boca contra a dele. Ele a beijou tão profundamente que os dedos dos pés dela se enrolaram e ela agarrou o tecido de sua camisa.

Ele a virou e a deitou no sofá embaixo dele. Seus dedos se entrelaçaram enquanto ele deitava sobre toda a extensão do corpo dela e a beijava languidamente.

Se Hermione tentasse imaginar como era estar perdidamente apaixonada, ela não achava que poderia ser melhor descrito do que ficar deitada embaixo de Draco enquanto ele a beijava sem fôlego. Seu coração parecia prestes a explodir.

Ele afastou os lábios dos dela e depositou beijos ao longo de sua mandíbula, mordiscou suas orelhas e, inexplicavelmente, parecia gostar de enterrar o nariz em seus cabelos.

Ele parecia ser seu amado. Como se ele a amasse.

Ela não sabia como processar.

Ele sempre tinha sido daquela forma? Ela tinha estado muito excitada e oprimida para notar aquilo? Não tinha certeza.

Ele abaixou a cabeça e beijou ao longo de seus seios e sua mão deslizou ao longo da parte inferior deles, com toques leves como plumas, arrastando as pontas dos dedos ao redor da circunferência, mas sem tocar seus mamilos, até que eles começaram a doer e a latejar.

Ela mordeu o lábio e se arqueou. Implorando sem palavras. Queria que ele apertasse seus seios, pressionando os dedos com força suficiente para machucar. Queria que ele arrastasse sua língua sobre as curvas deles, envolvesse sua boca quente ao redor de seus mamilos e os chupasse com tanta força que ela gritasse debaixo dele.

Em vez disso, ele apenas continuou brincando com ela. Explorando-a lentamente, sem lambê-la. Notando os toques aos quais ela reagia mais intensamente. Como se ela fosse um instrumento de cordas que ele estava aprendendo a tocar.

Ela se sentia como se realmente fosse. Sob seus cuidados observadores, ela se sentia tão tensa que quase vibrava.

Era tão intenso. Ela não sabia que era possível aquilo ser tão intenso sem que sua mente escapasse e a deixasse em um estado induzido por feromônios.

Mas ele não tocou em suas glândulas.

Ela cheirava como ele, como sempre, mas se sentia nitidamente lúcida.

Não havia ocorrido a ela que não era apenas induzido por hormônios. Ela presumira que fazer sexo com Malfoy era intenso e incrível porque os hormônios faziam parecer alucinante. Ela não tinha considerado que simplesmente era incrível e os hormônios eram apenas... apenas...

Hermione não tinha mais certeza.

Ela estava se contorcendo sob ele enquanto seu corpo ficava cada vez mais tenso. Seu clitóris e suas glândulas estavam começando a pulsar com a intensa excitação que ele alimentava dentro dela com seu ataque implacável. Ela tentou se esfregar contra ele.

Ele recuou e a encarou.

— Fique quieta.

Hermione congelou como se ele a tivesse azarado. Ele não a ordenara. Ele não usara a menor quantidade de tom Alfa, mas ela imediatamente se acalmou.

— Eu vou cuidar de você — ele disse. — Apenas precisa ser paciente.

Hermione deu um pequeno aceno de cabeça e ele sorriu levemente.

— Boa garota.

Hermione sentiu um calor dourado se desenrolar dentro dela. Como a sensação de um gato ronronando contra seu peito.

Ele se inclinou e beijou seu abdômen e, em seguida, beijou lentamente ao longo de suas costelas e de volta aos seios. Ele provocou seus mamilos em picos rígidos mais uma vez até que Hermione estava quase ofegando enquanto lutava para se manter parada. Ela se contraía e estremecia com cada toque, enquanto tentava não se arquear ou se contorcer.

Então, quando estava prestes a soluçar, ele finalmente pegou seu mamilo suavemente entre os dentes e roçou a língua contra a ponta latejante.

Hermione quase gritou.

Ela cravou os dedos no tecido do sofá enquanto ele continuava a sugar seu mamilo. Cada toque de sua língua e cada onda de calor de sua boca parecia disparar direto para baixo entre suas pernas. Ela estava ficando positivamente escorregadia de desejo. Ela sentia que seria capaz de gozar apenas com a boca dele em seus seios.

Finalmente, ele afastou a boca de seu mamilo e, em seguida, inclinou-se para chupar o outro em sua boca.

Hermione sentiu seu corpo inteiro ficar rígido.

Era simplesmente demais. O sexo normal não deveria ser assim. Ela se sentia como se estivesse à beira de um ataque. Seus membros pareciam feitos simultaneamente de líquido e à beira de se quebrarem. Seu coração batia forte e ela agarrava o tecido por baixo dela, sentindo-se prestes a cair do sofá e bater no chão.

Draco continuou a girar sua língua contra sua carne sensível e uma de suas mãos tocou seu outro seio, rolando e provocando o mamilo sob seus dedos.

Finalmente, ele se afastou de seus seios e se inclinou para beijá-la novamente.

A intensidade. O controle que ele tinha. Quando ele a encarou, parecia que ela era o centro de seu universo.

Controle. Obsessão. Controle. Obsessão.

Quando seus lábios se encontraram, foi como ser atingida por um raio. Algo os atou e ela estremeceu contra sua boca quando ele deslizou a língua contra a dela.

Parecia perigoso. Como se estivesse descobrindo algo sobre si mesma e sobre Draco que não tinha certeza de estar pronta para descobrir.

Era para ser apenas hormônios.

Agora...

Ela não sabia mais em que acreditar.

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