Chicago 1945

Von stylesg1rl_

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Deena Jones foi obrigada a largar sua vida e seus sonhos para se dedicar ao seu casamento com James Harringto... Mehr

CHICAGO 1945.
CHAPTER I
CHAPTER II
CHAPTER III
CHAPTER IV
CHAPTER V
CHAPTER VI
CHAPTER VII
CHAPTER VIII
CHAPTER IX
CHAPTER X
CHAPTER XI
CHAPTER XII
CHAPTER XIII.
CHAPTER XIV
CHAPTER XV
CHAPTER XVI
CHAPTER XVII
CHAPTER XVIII
CHAPTER XIX
CHAPTER XX
CHAPTER XXI
CHAPTER XXII
CHAPTER XXIII
CHAPTER XXIV
CHAPTER XXV
CHAPTER XXVI
CHAPTER XXVII
CHAPTER XXIX
CHAPTER - XXX
CHAPTER XXXI
CHAPTER XXXII
CHAPTER XXXIII
CHAPTER XXXIV

CHAPTER XXVIII

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Von stylesg1rl_


— Deena? O que faz aqui? — Janet deu alguns passos em minha direção com algumas caixas de presente em mãos.

— E-eu já estou de saída. — Limpei minhas lágrimas rapidamente e sorri tentando disfarçar meu rosto levemente inchado.

— Ei, o que aconteceu? Por que está chorando? — Ela se aproximou ainda mais, me fazendo dar alguns passos para trás.

— Nada que você precisa se preocupar, Janet. Obrigada pela preocupação, mas eu preciso ir. — Tentei sair dali o mais rápido possível, mas Janet deu um passo, parando na minha frente.

— Eu não vou deixar você sair daqui come esse rosto inchado, ainda mais com essa nevasca. Nós duas vamos acabar congelando aqui fora. — Ela suspirou cansada antes de virar para um dos guardas. — Peça para Michael vir até a cabine, por favor!

— Por favor, não! Não atrapalhe o natal do seu irmão. — Me desesperei, mas Janet sorriu calma e me levou até a cabine dos guardas.

— Está tudo bem, Deena. — Janet disse assim que entramos. Ela vira e coloca os presentes em um canto. Aproveito para me sentar em um banco de couro ali próximo. — O que aconteceu com você? O que é isso em seu rosto?

— Apenas uma discussão com James. Por favor, não conte nada para Michael. Eu realmente não quero atrapalhar o natal de vocês. — Suplico sentindo as lágrimas voltarem.

Janet me olhou com pena, mas antes que pudesse falar algo, o som da porta abrindo chamou a nossa atenção. Era ele.

— Janet? O que houve? — Michael entrou feito um furacão na cabine, se assustando ao notar minha presença.

Meu coração acelerou assim que nossos olhares se encontraram. Essa não era bem a forma que eu queria que ele me visse. Onde eu estava com a cabeça quando decidi vir aqui?

— Deena? — Ele veio até a mim rapidamente, ficando agachado na minha frente. — Dee.. o que houve com você?

— Nada... — Meus lábios tremem tentando segurar o choro.

— Michael, o que nós vamos fazer? Nossa família não pode vê-la aqui. — Janet olha para fora da cabine e volta sua atenção para nós, nos assistindo preocupada.

— Eu já estou indo, não se preocupem. Não quero atrapalhar vocês. — Dei um sorriso triste para ela e depois para ele, respirando fundo e tentando me recompor.

— Não! — Michael e Janet disseram em uníssono.

— Essa hora as pistas estão bloqueadas pela neve. Não posso deixar você sair daqui assim... — Os olhos castanhos de Michael me analisam com carinho antes de virar para a irmã. — Janet, vou distrair a nossa família e você a leva até o quarto perto da biblioteca, ok? — Ele levanta.

Janet assentiu confirmando o pedido. Michael me encarou uma última vez antes de pegar os presentes de Janet e correr de volta para casa. Ela veio até a mim, me abraçou pelos ombros e me guiou cuidadosamente pelos fundos até o quarto, que fica na área da piscina, ao lado da biblioteca e a sauna.

[Essa área aqui, para quem não lembra da casa]

— Vou trazer algumas coisas para você, ok? — Janet entrou no quarto junto comigo. — Ali fica alguns cobertores e travesseiros, caso precise. — Apontou para um armário. — A sauna fica aqui ao lado caso queira ir, mas tome cuidado para ninguém te ver.

— Tá tudo bem! Obrigada por tudo, Janet. Eu sinto muito pelo o que aconteceu com a nossa amizade. — Libero as palavras que por meses estavam engasgadas na minha garganta.

Ela assente lentamente com uma expressão neutra. Sua falta de reação só comprova que nossa curta amizade realmente chegou ao fim.

— Não se preocupe com isso, certo? Amanhã nós conversamos. — Sorriu fraco, dando alguns passos para trás. — Feliz Natal, Deena. — Se apoiou no batente da porta. — E não se esqueça de manter as cortinas fechadas, por favor.

— Feliz natal, Janet. — Sorrimos e então ela fecha a porta, me deixando sozinha em meio ao silêncio.

Faço o que Janet pediu e fecho das cortinas das janelas de vidro que dão visão total da área da piscina. Me sento na cama e retiro minhas botas, sentindo meus pés e meu corpo serem aquecidos pelo fogo da lareira.

Minutos de passam até eu ouvir pequenas batidas na porta. Abri encontrando a figura de Michael, agora vestido em um sobretudo, parado com um sorriso fraco nos lábios.

— Posso entrar? — Arqueou a sobrancelha sugestivamente.

— É claro que sim. — Dei entrada para que ele entrasse. Meus olhos descem notando uma garrafa de vinho e duas taças em suas mãos.

— Eu trouxe para você... na verdade, eu trouxe para nós. — Ele colocou a garrafa juntamente com as taças em cima de uma pequena mesa redonda de jantar no canto do quarto.

— Não precisava. — Sorri tímida, escondendo minhas mãos atrás do corpo— Você não deveria estar com a sua família?

— E eu estou, mas eles estão ocupados relembrando momentos da nossa infância, então aproveitei para te ver. — Me imitou também colocando suas mãos atrás do corpo, caminhando até a mim em passos lentos.

— Vocês são bem unidos, não é? — Perguntei perdida em seu olhar.

— Mais ou menos. — Deu de ombros. — Mas hoje está sendo um dia bem importante... é a primeira vez que a minha família se reúne em dez anos. — Deu mais um passo finalizando o espaço entre nós.

— Fico feliz por vocês. — Fechei os olhos ao sentir seus dedos acariciarem minha bochecha inchada.

Ele fez isso com você, não é? — Sua voz se tornou mais grave. Confirmei lentamente sem coragem para abrir os olhos.

Seus lábios gentilmente tocam a minha bochecha quente, fazendo uma onda de arrepio percorrer todo o meu corpo. Meu coração dispara com o seu gesto tão simples, mas tão significativo.

Michael deposita outro beijo, mas agora no meu maxilar, ficando ali por alguns segundos até iniciar uma trilha de pequenos beijos até a minha boca. Seus lábios entreabertos roçam nos meus, misturando nossas respirações. Automaticamente subi minha mão até sua nuca, acariciando seus fios apenas esperando seu próximo passo.

Nosso beijo se iniciou e se manteve calmo todo o tempo. Meus dedos acariciavam os cachinhos de Michael ao tempo que ele mantinha suas mãos em minha cintura e meu maxilar respectivamente.

— Michael, você deveria voltar para a sua família. — Digo baixinho assim que finalizo nosso beijo em um selinho demorado.

— Eu sei... — Ele suspirou juntando nossas testas. — Assim que acabar a ceia, eu volto para tomarmos o nosso vinho, certo?

— Certo. — Assenti com um sorriso bobo.

— Você é linda, nunca, nunca se esqueça disso. Ouviu bem? — Juntou nossos lábios rapidamente e eu assenti vendo seu corpo se afastar indo até a porta. — Já volto!

A porta se fecha.

. . .

Michael Jackson P.O.V

Entro em casa sentindo o calor da lareira esquentar o meu corpo e então aproveito para retirar meu sobretudo. Meus irmãos estavam todos sentados no sofá enquanto conversavam tranquilamente sobre nossa infância e memórias. Meus sobrinhos brincavam alegremente no chão da sala, próximo à lareira.

Applehead, você acha que o Papai Noel vai atender o meu pedido? — Brandi corre em minha direção com seus longos cabelos balançando.

— Você foi uma boa garota esse ano? — Me abaixei para pega-la no colo.

— Eu sempre sou uma boa garota. — Revirou os olhos me fazendo rir. Assinto concordando.

Coloquei Brandi de volta ao chão e ela correu novamente os primos. Senti uma mão macia acariciar meus ombros e virei encontrando Rebbie com um sorriso feliz estampado no rosto.

— Está feliz? — Perguntei analisando sua expressão serena.

— Nunca pensei que me sentiria feliz novamente estando em Chicago. — Ela suspirou, sorrindo logo depois e apoiando o rosto em meus ombros. — O que foi fazer lá fora?

— Pensei ter esquecido algo na biblioteca. — Respondi rápido.

— E achou o que estava procurando? — Ela retirou a cabeça do meu ombro, me dando um olhar desconfiado logo em seguida.

— Achei. — Reprimi meus lábios. — Eu realmente fico muito feliz que você esteja aqui, Rebbie.

Fui sincero.

— Eu sei. — Seus dedos apertaram a minha bochecha, como ela fazia quando eu era uma criança. Sorrio com sua atitude. — Acho que chegou a hora de enfrentar meus medos, não é?

— Você não precisa fazer isso se não quiser. Você tem todos os motivos do mundo para não colocar os pés nessa cidade.

— Não se preocupe, Mike. Eu estou feliz por estar aqui, mesmo com todas as memórias dolorosas. O importante é estarmos juntos, mesmo sem a La Toya.— Ela sorriu uma última vez antes de sair andando com sua muleta dourada.

— Como ela está? — Janet apareceu atrás de mim, me assustando.

— Bem. — Sorri fraco. — Me sinto mal por deixar ela escondida naquele quarto.

— Mas é o melhor a se fazer. Se Jermaine ou Randy descobrirem que ela está aqui, vão tentar algo contra ela. — Janet suspirou olhando para os nossos irmãos.

— Nem sei do que eu sou capaz de fazer. — Massageei minhas têmporas sentindo minha cabeça doer só de pensar nessa hipótese.

— Para eles, ela ainda é o inimigo.

James é o inimigo. - Corrijo a interrompendo. — Deena é apenas vítima disso tudo, e eu não vou deixar que encostem nela. — A encarei incrédulo.

— Está apaixonado por ela, não é? — Janet sorriu convencida.

— Vá caçar o que fazer! — Resmunguei saindo dali e ouvindo a gargalhada estrondosa de Janet.

Me junto aos meus irmãos e sobrinhos na sala, o que faz com que as horas se passem rapidamente. Logo estamos ocupando a mesa enquanto comemos nossa ceia e aproveitamos a companhia um dos outros. Eu, por estar sentado no meio, não posso deixar de esconder um sorriso feliz por estar com a minha família. Janet, que está sentada de frente para mim do outro lado da mesa, abre um sorriso antes de esticar sua taça para mim.

— Mike, tenho certeza que papai está muito feliz por nos ver reunidos. — Rebbie diz.

— Tenho certeza que não, La Toya não está aqui. — Randy diz, mas recebe um olhar negativo de Janet.

Respirei fundo, ignorando e bebendo meu vinho.

— La Toya fez a escolha dela bem antes de Joseph morrer, não há motivos para lamentarmos esse fato logo agora. Estamos aqui em família, apenas nós. La Toya prefere não ser considerada da família e assim faremos. — Digo firme.

— Devemos estar felizes com a presença de Rebbie em Illinois. Essa é uma nova fase para os Jackson, devemos deixar o passado no passado. — Janet diz segurando a mão de Rebbie.

— Não vejo motivos para comemorar enquanto James estiver vivo lá fora. — Jermaine dá de ombros virando sua taça de vinho.

— Jermaine! — Janet resmungou chamando sua atenção.

— Incrível como vocês dois continuam sendo os mesmos amargurados de sempre. — Rebbie se irritou.

— E eu menti em alguma coisa? — Jermaine apoiou as duas mãos na mesa. — Vamos mesmo continuar fazendo o papel de família feliz enquanto o homem que destruiu a felicidade da nossa família continua vivo? — Rebateu olhando para cada um de nós.

— O que tiver que ser feito vai ser feito na hora certa. Michael tem um plano e eu ficaria lisonjeada se vocês ficassem calados! — Janet bateu sua mão na mesa, fuzilando Jermaine com o olhar.

— Ótimo! Perdi a fome mesmo. — Jermaine arrastou a cadeira para trás, se levantando irritado.

Assisti Jermaine se retirar da sala com o seu prato de comida e respirei evitando me afetar negativamente com o seu teatro tão banal nesse momento que deveria ser importante para todos nós. Janet bufa irritada, mas é acalmada por Rebbie que sorri amorosamente segurando sua mão.

— Este definitivamente é um natal dos Jacksons, já tivemos até a primeira briga. — Jackie brincou fazendo todos rirem, menos eu.

O resto do jantar seguiu tranquilo e meu me mantive calado o tempo inteiro. Tempo depois, todos seguiram para os seus quartos reservados no andar de cima. Observei o andar de baixo inteiramente vazio e aproveitei para ir até a cozinha, pegando um pouco da comida que sobrou.

Vesti meu sobretudo novamente e sai em direção ao quarto de Deena.

. . .

Deena Jones P.O.V

Abro a porta encontrando Michael um pouco sujo de flocos de neve e um prato de comida em mãos. Dou entrada para que ele entre, e ele vai até a mesa, colocando o prato ao lado da garrafa da vinho.

— Mais uma vez sinto muito por te deixar escondida aqui. — Ele sorriu retirando seu sobretudo.

— Eu já disse que não tem problemas. — Cruzei meus braços.

— Você vai me acompanhar ou vai ficar me assistindo? — Michael se sentou à mesa e abriu a garrafa, servindo as duas taças.

— Certo... — Me sentei timidamente na outra cadeira.

Ficamos alguns segundos em silêncio, apenas apreciando a nossa companhia, o som da lenha queimando na lareira e degustando o bom vinho. Nossos olhares se mantiveram o tempo inteiro conectados.

Michael e eu chegamos na fase onde não precisamos de palavras para nos conectarmos, apenas alguns olhares já é o bastante. Na verdade, desde o início nós sempre fomos assim. Desde a nossa primeira troca de olhares.

— Acho que eu preciso de um banho. — Michael suspirou com uma expressão cansada. — Quer me acompanhar? Apenas um banho e nada mais.

Sorriu, me fazendo sorrir também.

— Adoraria. — Ri tímida.

Michael foi até o banheiro, onde ficou por alguns minutos e logo apareceu no batente da porta, me chamando com os dedos. Me levantei o obedecendo e caminhei em passos lentos até ele, que juntou nossos corpos, me abraçando pela cintura.

— Uau... — Falei assim que vi a banheira cheia de espumas.

Michael fechou a porta atrás de mim com a sua mão livre. Senti seus dedos correrem pelos meus ombros para retirar as alças do meu vestido com cuidado. Pequenos beijos são depositados lentamente em meus ombros até nuca, fazendo minha cabeça tombar para trás em um movimento involuntário e acabar encostando no peito de Michael.

Em questão de poucos minutos nossas roupas estavam jogadas no chão frio do banheiro. Solto um suspiro permitindo meu corpo relaxar com a temperatura quente da água e do corpo de Michael atrás de mim na banheira.

— Aquela garotinha é a sua sobrinha? — Perguntei encerrando o longo silêncio.

— Você a viu? — Soltou uma risada nasalada em minha nuca. — Sim, Brandi é minha sobrinha. Você sabe que eu não tenho filhos...

Ele entrelaçou nossas mãos debaixo d'água, na altura da minha barriga.

— E não pensa em ter? Quer dizer, é um pouco incomum um homem da sua idade não ter filhos e nem ser casado. — As palavras escaparam da minha boca. Me arrependi logo em seguida.

— Penso às vezes. — Deixou um beijinho em meu ombro.  — Era o meu maior sonho quando criança, mas hoje em dia não sei. Eu vivo uma vida bastante agitada e perigosa, tenho medo de não conseguir proteger o meu filho o suficiente.

— É um bom argumento. — Encarei as bolhas a minha frente.

— E sobre o fato de eu não ser casado... eu já fui noivo antes.

— E não chegou a casar? — A curiosidade se instalou em meu corpo.

— Não. —  Apoiou seu rosto em meu ombro esquerdo, deixando outro beijo em seguida. — Tivemos alguns problemas familiares e acabou não dando certo, mas estou bem de qualquer forma. Só não era pra ser...

— Verdade. — Ri fraco , balançando a cabeça em concordância. — Já parou para pensar que se você não tivesse terminado, você estaria vivendo uma vida completamente diferente agora?

Eu estou exatamente onde eu quero estar. — Sua voz saiu grave e suas mãos me apertaram contra o seu corpo.

O silêncio volta a reinar no banheiro. Consigo facilmente sentir meu coração batendo descompassado e rezo mentalmente para que Michael não esteja sentindo. Minha mente parece revirar a todo o momento e a minha boca está completamente seca.

Eu estou extremamente, completamente e perdidamente apaixonada por Michael Jackson.

Quais as chances de isso dar certo? Nós é uma palavra que parece não existe no nosso vocabulário; somos pessoas opostas. Se James descobrir sobre nossos encontros secretos, eu com certeza serei uma mulher morta, assim como ele.

E se Michael acabar com James? Será que ele me convidaria para viver com ele? Será que formaríamos uma família? São tantos questionarmos em busca de respostas que eu mal consigo raciocinar.

Estou sufocada.

Preciso sair daqui.

— Acho que já deu de banho... — Tentei me levantar, mas os braços de Michael me impediram, me fazendo voltar para o meu lugar.

— Ei, o que aconteceu? — Ele inclinou seu rosto ao meu lado tentando visualizar melhor o meu.

— Estou cansada. — Desconversei.

— Certo... tudo bem. — Suspirou liberando suas mãos de mim.

Saio da banheira e me seco rapidamente, vestindo um pijama quente que Janet havia me emprestado. Michael sai logo atrás também vestindo seu pijama.

— Você vai dormir aqui? — Perguntei nervosa ao retirar o edredom da cama.

— Você está me expulsando? — Em pé no meio do quarto, Michael me encarou com um olhar brincalhão.

— Apenas perguntando... — Ri nasaladamente, escondendo meu cabelo atrás da orelha e me sentando na cama.

— Óbvio que sim, você acha mesmo que eu seria capaz de uma mulher linda como você dormir sozinha nesta noite fria? — Ele riu se jogando na cama.

— Oh, você é um grande cavalheiro. — Revirei os olhos antes de também me deitar.

Me aconchego debaixo das cobertas ao tempo que Michael aproveita para apagar a luz do abajur, nos deixando em uma escuridão iluminada apenas pelo pouco de luz que atravessa o feche das janelas e o fogo da lareira.

— Vem cá... — Ele me puxa para que eu fique deitada em seu peito.

Inalo seu cheiro amadeirado sentindo meu coração se apertar. Seu coração bate tranquilamente assim como a sua respiração.

— Você sabe que uma hora isso vai acabar, não é? — Mordi meus lábios internamente tentando não chorar. Agora não é hora, mas é inevitável não pensar nisso.

— Isso o que? — Ele perguntou calmo, olhando para o teto e dando início a uma sessão de carinho em meu couro cabeludo.

Nós. Você sabe... quando você acabar com James, você e seus irmãos seguirão a sua vida em paz, isso se James não me matar antes. — Ri fraco tentando não soar tão triste.

— Não pense nisso agora. — Ele desconversou negando levemente com a cabeça.

— Tudo bem. Boa noite. — Fechei meus olhos aguardando o sono.

O silêncio paira pelo quarto por alguns minutos fazendo com que meu corpo relaxasse e logo adormecesse contra o corpo quente de Michael.

Eu juro que farei de tudo o que estiver e o que não estiver ao meu alcance para te proteger, Deena... —  Foi a última coisa que ouvi antes de me afundar em completa escuridão.

. . .

Abri meus olhos sentindo um braço pesado me rodear. A respiração calma de Michael atrás de mim indica que ele ainda está em sono profundo.

Com cuidado retiro seu braço de cima de mim e saio da cama. Abri um pouco a cortina percebendo que ainda é madrugada. O relógio ao lado da cabeceira indica 04:05 da manhã, ou seja, eu dormi apenas uma hora.

O sono parecia ter ser sido esvaziado do meu corpo, com isso decido fazer algo para me distrair sem acordar Michael. Com cuidado abri a porta do lado direito do quarto que dá acesso direto à biblioteca. Dei uma última olhada em Michael antes de sair, verificando seu sono profundo.

A biblioteca é maior do que eu me lembrava, são diversas estantes com milhares e milhares de livros de diversas categorias e temas diferentes para serem lidos. Passeei por cada canto sentindo meus olhos brilharem ao lerem cada letra de cada capa de livro diferente.

O pequeno príncipe, Antoine de Saint-Exupéry... — Li a capa de um exemplar.

Meu corpo tensionou com a breve sensação de estar sendo observada. Olhei para os lados não percebendo a presença de ninguém além de mim na biblioteca. Balancei minha cabeça em negação e devolvi o livro para a estante.

Só posso estar ficando louca.

Assim que eu me virei para sair, senti todo o ar do meu corpo sumir em questão de segundos. Sentada em um poltrona, com um livro em mãos, óculos de leitura em seu rosto, este qual está sendo iluminado somente pela luz do abajur ao seu lado, a mulher não parecia se importar com a minha presença.

— Michael sempre foi muito previsível, mas desta vez ele me surpreendeu... — Rebbie me olhou de cima a baixo através de seus óculos de leitura.

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