Grávida do Príncipe

By OrquideaNegra21

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Uma simples jovem enfrenta vários dilemas em sua - antes pacata - vida. Uma série de acontecimentos em sua v... More

Capítulo 01
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19

Capítulo 02

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By OrquideaNegra21

POV. KRISTAL

A noite naquele bar ainda parecia um branco em minha mente. Tudo o que eu lembrava era o dono daqueles olhos azuis como o mar. Meu corpo já tinha melhorado da ressaca e, após chegar em casa de manhã pela ponta dos pés, tomei um banho e fui entregar meus currículos.

Eu estava desesperada por dinheiro. Eu precisava do mesmo para ajudar minha mãe a pagar as contas de casa. O aluguel estava batendo no teto e o dono estava pronto para nos expulsar a qualquer momento.

Minha irmã é a típica pobre que finge ser classe média/alta. Sempre frequentando festas da alta sociedade (mesmo não tendo onde cair morto) e se preocupando em cuidar da aparência. Massageeei

Massageei minhas têmporas. Pensar nela me lembrou o fato de que agora tenho um par de chifres na cabeça.

Se eu já esperava isso vindo dela? Sim. Esperava e muito. Mas não do Matos. Sempre se mostrou alguém fiel e leal.

Respiro fundo e me lembro de que tenho que manter minha postura. Não posso arranjar emprego toda abalada emocionalmente.

***

Dias mais tarde, eu finalmente tinha arranjado um emprego de garçonete. O restaurante era pequeno, mas o chefe e os demais funcionários davam conta do recado com muito carinho e paciência.

- Kristal, não esqueça do exame admissional. - meu chefe me lembrou. - Só poderei assinar sua Carteira de Trabalho quando o completar.

Por ser uma firma ainda pequena, nós funcionários que buscamos os resultados. Acho até bom, pois assim descubro como estou ao todo.

- Sim, senhor. - eu murmurei.

- Bom, vamos. Todos voltando ao trabalho! Kristal, macarronada na mesa 3!

Peguei o pedido ali e, assim que equilibrei nas minhas mãos, senti uma tontura nauseante. Tentei me acalmar respirando fundo. O cheiro daquela comida fez meu estômago embrulhar. Me controlei e corri para entregar os pedidos. Quando retornei, peguei uns comprimidos e tomei. Já faz alguns dias que estou com o estresse no topo da cabeça então, como eu já sou acostumada com tais sintomas por conta do estresse, apenas tratei como tal.

Mais tarde, vejo ela, a minha doida favorita. Minha melhor amiga. Sempre me apoiava nas cagadas da vida e puxava minha orelha em outras. Eu fazia o mesmo. Tinha quase certeza de que éramos irmãs trocadas no nascimento.

Sorri.

- Bem-vinda, Aria! O mesmo de sempre? - perguntei e ela sorriu abertamente.

- Ah, você me conhece tão bem... - murmurou. - Sim, minha linda. Quero um podrão caprichado. Estou faminta.

- Só aguardar. - avisei, anotando seu pedido e indo colar no mural da cozinha no lado das refeições "para comer agora".

- E então? Como tem se sentido, Kris? - ela perguntou, segurando minha mão.

- Só o estresse me consumindo. Fora isso, tô ótima. Tenho seis meses para retornar à faculdade. Até lá, terei ajeitado minha vida. - contei.

- O que vai fazer hoje?

- Vou buscar o resultado do exame de saúde admissional. Por isso, vou sair daqui a pouco.

- Eu vou com você. Não tenho nada pra fazer pelo resto do dia.

- Ótimo! Eu já ia te pedir isso!

Conversamos mais algumas banalidades. Busquei seu lanche e, após atender mais algumas pessoas e Aria terminar sua refeição, bati o ponto e me retirei do restaurante de braço dado com minha amiga.

O posto do exame era algumas quadras abaixo. Então, fomos andando. Não tinha precisão de pagar um táxi para andar alguns poucos metros.

- Arf! Sou sedentária, Kris! - Aria reclamou, segurando meus ombros.

- Pronto, querida. Chegamos. - parei na frente do prédio.

Entramos e fomos direto para a recepcionista. Não tinha fila então, ela logo nos atendeu.

- Olá, boa tarde. Eu sou Kristal Sergh. Vim buscar os resultados dos exames que fiz dias atrás. - falei.

- Documentos, por favor.

Os entreguei e, após digitar alguma coisa no computador, ela me entregou minha documentação.

- Terceira porta à esquerda. Só esperar que ela vai te chamar pelo nome. - ela murmura.

Agradeci e segui suas instruções. Não demorou muito e logo fui chamada. Segui até a sala com Aria no meu encalço.

- Boa tarde, senhorita Sergh. Sou a doutora Lisandra. Essa é...?

- Minha alma gêmea. Minha melhor amiga. - a apresentei e Aria ficou rubra.

- Ai, besta! - me deu um tapinha de leve. - Sou Aria, a BFF da Kristal.

- Tudo bem, garotas. Sentem-se. Seus exames já estão chegando, mas vou fazer uma triagem apenas para fazer uma média.

Me sentei confortavelmente. Eu estava bem em todos os sentidos. Não tinha o que me preocupar.

- E então? Como vêm se sentindo? - perguntou, medindo minha pressão e saturação.

- Ah, normal. - dei de ombros. - Só estresse acumulado e dores de cabeça.

- Menstruação está em dia?

- Sim... - estranhei. Tipo, sempre foi desregulada...

Uma enfermeira pediu licença e entregou minha papelada para a Lisandra.

- Última vez que ingeriu álcool?

- Faz duas semanas aproximadamente. Eu descobri uma traição e perdi meu emprego no mesmo dia. Fui afogar as mágoas. - comentei. Aria segurou minhas mãos, me dando forças.

- Que tenso... - a doutora comentou. - E drogas?

- Não uso nada disso. - contei, suspirando.

- Seu organimos está com resquícios de ectasy. Se quiser podemos fazer um desintoxicação, já que isso pode ser perigoso para o embrião e...

Senti meu corpo ficar em alerta. Ectasy? Eu nunca fiz uso de drogas! Aquilo só criaria uma mancha em meu currículo!

- Calminha. Que embrião? - Aria perguntou.

Espera. "Embrião"?

- Caso não saiba, senhorita Sergh está grávida de cerca de uma semana e alguns dias. - arregalei os olhos, assustada.

- Não, doutora. Tem algo de errado. Primeiro, drogas?! Kristal só bebeu alguns dias atrás. Eu sei que ela não usa drogas. E gravidez?! Kristal é virgem, mulher! Tem certeza que esse exame é dela?

- Tenho certeza absoluta, Aria. E parece que é um choque para sua amiga também.

- Diz algo, Kristal. Sabe que não está grávida... - ela fez uma pausa. - A não ser que... Você transou com aquele cara?!

- Eu não tenho certeza... Mas, já que tem um bebê dentro de mim isso quer dizer um sim, né? - me desesperei. - Eu... Eu não me lembro de nada daquele dia eu...

- Calma, meninas. Vocês estão muito estressadas.

- Não tem como ficar calma, doutora! Alguém abusou da minha amiga bêbada! - Aria retrucou.

Senti as lágrimas escorrerem em meu rosto.

- A gente vai fazer um boletim de ocorrência, amiga. - ela disse, segurando minha mão. - Você ao menos se lembra do rapaz?

Concordei com a cabeça, chorando descontroladamente. Chorei nos braços da minha amiga e bebi água que doutora Lisandra me ofereceu.

- Se acalmem, garotas. Vamos refazer os exames de sangue e urina. Se quiser, posso examinar seu corpo e confirmar se houve o rompimento do hímen. Vai ficar tudo bem com você, senhorita Sergh.

***

Refizemos os exames e, mesmo com as inconveniências, eu estava bem. Cheguei em casa cansada de chorar e morta de fome. Ao entrar na cozinha, vi Vanessa, minha irmã, rindo de alguma piadinha soltada por Matos.

Revirei os olhos. Eu podia ignorar a cena e comer mais tarde. No entanto, o ronco que saiu do meu estômago me fez dar meia-volta e retornar para aquele ambiente.

Agi como uma pessoa madura e os ignorei. Preparei uma refeição simples e rápida e me retirei para a sala. Encarei os sofás com nojo. Eles estavam se pegando aí nos últimos dias. Puxei uma cadeira e me sentei, ligando a televisão.

Assisti uma novela local e logo apareceu mais notícias do tal do príncipe que estava em nosso território. Quando ia mostrar o rosto dele, escuto minha mãe me chamar. Como já tinha terminado a refeição, desliguei a televisão e fui até ela.

- Senhora?

- Como pôde deixar sua irmã mais nova sozinha por tanto tempo? - ela resmungou, abrindo os armários e guardando as compras.

Fui ajuda-la.

- Vanessa não é mais criança. Que se vire sozinha. - resmunguei, dando de ombros.

- Bem, como foi o dia hoje? - perguntou a todos os três.

- Eu estive presa dentro de casa o dia inteiro. Desde que Kristal rompeu com Matos, ela tem andado estranha. Não duvido que tenha um caso por aí.

Bufei.

- Mama, estou cansada. Boa noite. - beijei seu rosto e corri para o meu quarto.

Troquei de roupas e adormeci.

POV. FELIPE

Sai de mais um grande evento acompanhado de alguma atriz famosa. Estar sendo vigiado já me sufocava. Da última vez, então, nem se fala.

Ao estar sozinho com William em meus aposentos, suspirei.

- Quanto tempo mais eu terei que aguentar?

- Só mais alguns dias. Você têm algumas visitas às comunidades carentes. Não necessita de acompanhante. Tem algum lugar de preferência?

- Minha opinião vai valer de algo? - arrisquei a pergunta.

- Não. Mas posso conversar com Sua Majestade. - ele diz, sorrindo ácido.

Ele sabe que odeio ficar preso às regras.

Bufei.

- Aliás, por que não começa pelo bairro daquela mulher? Aquela do bar? - ele me alfinetou, pegando a jaqueta que ela esquecera comigo. - Se quiser devolver este item e explicar que você não é um garoto de programa, hehehehehe...

Bati a mão na testa. Ser confundido com tal me deixou irado. Mas não posso fazer nada nem reclamar. Também achei que ela fosse uma garota de programa.

Suspirei.

- Vai dormir, William. Boa noite. - me joguei na cama, fingindo dormir.

Assim que William saiu, levantei num pulo. Eu tinha que sair e beber ao som alto de alguma balada. Pensar naquela mulher corroía meus neurônios.

Ela fez pouco caso de mim, o príncipe. Me deu 300 dólares para uma noite na qual nem me recordo adequadamente. Me lembro de alguns momentos. Mas, de resto, não.

Ou ela ainda não sabe quem sou, ou deve ser uma golpista que aparecerá mais tarde.

Seja qual for, devolverei a peça vestuária dela e lhe devolverei aquele dinheiro de qualquer jeito.

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