Grávida do Príncipe

Da OrquideaNegra21

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Uma simples jovem enfrenta vários dilemas em sua - antes pacata - vida. Uma série de acontecimentos em sua v... Altro

Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19

Capítulo 01

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Da OrquideaNegra21

POV. AUTORA

Aquele dia, definitivamente, não estava sendo o seu melhor! Tudo começou quando a jovem de longos cabelos cacheados acidentalmente quebrou uma coleção de taças caríssima do restaurante em que trabalhava. Por esse motivo, foi demitida. O pouco dinheiro que lhe sobrava seria dividido entre a mãe e sua irmã mesquinha.

Agora, com o peito pesado por ter trancado a faculdade, a jovem saiu do Campus, pegando um ônibus para retornar à sua casa. Pra completar todo o seu azar diário, uma forte chuva se iniciou assim que ela saiu pelas portas do transporte público.

Ninguém em sua casa esperava ela chegar naquele horário. Por conta disso, como sempre fazia, apenas destrancou o portão em silêncio e entrou em sua residência.

Mas seu silêncio foi interrompido por murmúrios e uma luz acesa. A iluminação vinha da sala, onde ela teria que passar para chegar ao corredor que se dirigia ao seu quarto.

Com certo medo, procurou algo para se defender. Se tivesse um ladrão ali, ele teria muito que se arrepender. Ao não achar uma arma decente naquela "garagem", que mais usavam como depósito para as tralhas da família, bufou e tirou os sapatos para evitar o som causado pelos mesmos ao andar, e, por fim, acabou entrando na sala.

A cena a seguir fez seu estômago se embrulhar. No sofá desgastado pelo tempo, sua irmã estava seminua nos braços daquele que um dia entregou seu coração.

Já esperava aquela atitude de sua irmã. Mas não de seu noiv... Não. Ex-noivo.

Pelo choque da cena, ela ficou parada, encarando a cena até que o rapaz a notou ali e, desesperado para se explicar, afastou a garota em seus braços com um empurrão.

   — Kristal! Não é o que você imagina! — ele murmurou, se levantando, totalmente nu.

   — Com certeza não é. Eu até imagino. Deixa eu ver o que pode ter sido... — fez uma cara pensativa enquanto retirava o anel prateado feito por medidas para ela. — Vocês beberam e minha querida irmã se ofereceu para te fazer uma massagem, Matos?

   — Por favor, Kristal, me deixe te explicar! É você que eu amo!!!

   — Ah, sei... — ironizou. — Aqui está a aliança. Aproveitando que já está aqui, me espere para te entregar suas coisas.

   — Amor...

   — Olha, eu tive um dia difícil, estou estressada e só quero minha paz interior. Aliás, ainda bem que se revelou, Matos. Não aguentaria viver a minha vida ao lado de um mentiroso.

A jovem Kristal já tinha notado certas evidências de que algo estava errado em seu relacionamento. Por dias, achou que a culpa era dela mesma por terem esfriado.

Mas não esperou para ouvir as desculpas de seu ex. Apenas rumou para seu quarto e pegou uma caixa de papelão. Jogou todas as coisas que pertencia à Matos ali. Segurou as lágrimas enquanto preparava para finalizar um relacionamente de mais de 5 anos.

   — Kristal! Eu... Nós tínhamos esfriado! Eu... — em algum momento, Kristal ignorou todas as lamúrias do rapaz que invadia seu quarto após vestir uma cueca. — Isso é culpa sua!

   — Minha? Você é o infiel da história aqui, seu pilantra! — ela rebateu, se virando até ele, lhe apontando o dedo.

   — Você só tinha dois foco, Kris! Trabalho e faculdade! E em nenhum deles eu estava! — ele tentou argumentar.

   — Ah, sim. Você nem ao menos teve a decência de conversar comigo! De tentar entender meu lado! — Kristal se alterou. — Você simplesmente foi na onda daquela... Daquela... Ne adjetivos eu tenho para nomeá-la. — ela resmungou, colocando a caixa na frente de Matos. — Suas coisas. Agora, cai fora.

   — Mas...

   — Sem "mas", Matos. Tudo entre nós acabou. Finalizado, zerado, nulo. Passar bem.

   — Não vou ter nem a chance de conversar com você?

Kristal o ignorou. Simplesmente pegou uma roupa limpa no guarda roupa e rumou para o banheiro, trancando a porta.

Dentro de um banho gelado, ela chorou, tentanto expulsar toda aquela dor que sentia em seu interior. As lembranças boas de momentos felizes logo sumiram, como se castigassem a garota com um "eu avisei".

Após ter se acalmado com o banho, Kristal se secou e vestiu um pijama. Depois, se jogou na cama, mexendo em seu celular.

As redes sociais estavam bombando com a chegada de alguém da família real àquela pequena e pacata cidade. Uma mensagem logo lhe chamou a atenção. Era sua melhor amiga, chamando-a para tomar uma em um bar que estaria inaugurando naquela noite.

Kristal sempre evitava festas e localidades que tenham álcool e música alta. Mas, pela primeira vez, jogou tudo pro ar e mandou um "me pega aqui em casa às 20h" para a amiga e foi se arrumar.

Separou a parte de seu dinheiro que daria a sua mãe para as coisas da casa e, com o restante, enfiou numa bolsa de colo e sorriu. Não seria nessa vida que deixaria seus problemas acabarem com seus sonhos.

Só precisava relaxar um pouco.

As coisas dariam certo mais tarde.

***

  Em outro lugar, um rapaz alto e usando capuz se desviava dos fotógrafos e paparazzis na frente de um hotel cinco estrelas. Deixou seu pobre amigo e fiel guarda para trás, resolvendo os casos de sua fuga antes que sua majestade notasse a falta do herdeiro.

Seu ponto de vista era baseado na liberdade. Queria curtir a vida, viver de festas, encontrar novas pessoas, aproveitar como qualquer outra pessoa. Mas não. Nascera como um sangue azul. Devia viver para servir ao povo e terminar num casamento sem amor apenas para o bem da população.

Desceu do carro em que havia entrado, parando de frente para um bar. Era uma nova tendência na cidade, com um karaokê e pista de dança com direito à show de dança e música ao vivo.

Pegou uma pulseirinha vip e entrou no lugar diretamente. Do lado de dentro, o som alto o fez esquecer temporariamente seus problemas reais.

Se embebedou livremente. Seu amigo estaria ali em breve para cuidar de si caso estivesse com uma ressaca brava. Seu corpo já estava sem equilíbrio. Foi então que seus olhos a encontraram.

No meio daquela multidão, um mulher em seus plenos 23 anos cantava, mesmo com a voz arrastada pelas possiveis doses de álcool ingeridas por ela.

Algo nela o incomodou. E ele resolveu conhecer seu pequeno incômodo.

***

   Conhecer o "pequeno incômodo" saiu dos trilhos e aquele incômodo agora estava dormindo nua ao seu lado. Ele se sentou na cama, respirando fundo e bagunçando os cabelos.

Flashes da noite passada invadem sua mente. Ele sorriu, procurando sua carteira. Seja quem fosse aquela moça, tinha feito um ótimo trabalho e merecia ser recompensada.

   — Droga! — ouviu uma voz feminina. Se virou para a mulher que se levantava correndo e pegando suas peças de roupa do chão. — Isso não devia ter acontecido!

   — Uau, você é sempre tão energética assim? — comentou, vendo-a se vestir rapidamente. — Não quer tomar um banho?

   — Eu não quero ficar mais do que o necessário nesse quarto. — contou, suspirando e abrindo a bolsinha que estava jogada no chão. — Toma.

A mulher estendeu algumas notas de 100 dólares para ele. O rapaz levantou uma sobrancelha, incrédulo.

   — Olha, foi mal, mas isso é tudo o que eu tenho. — ela resmungou, colocando o dinheiro na cama. — Espero que não nos encontremos novamente.

Antes de receber uma resposta, rodou os calcanhares e sumiu da vista dele. O rapaz até tentou segui-la, mas a mulher era ágil e pegou o elevador antes que ele.

   — Ah, eu mereço... — ouviu uma voz masculina. — De novo, Felipe?

Revirou.

   — Sem sermão agora, William. Eu preciso encontrar aquela mulher.

   — Oh, esqueceu de silenciar? Ninguém quer que a imagem do princeso da mamãe seja manchada por dormir com qualquer uma.

   — Não. Acho que ela não é assim. — comentou, agitando as notas em sua mão.

Seu amigo gargalhou alto. Nunca pensou que veria o príncipe carregando notas que recebeu de uma desconhecida. Aquilo, sim, era uma piada.

   — Já acabou, Jéssica?

   — Sim. Sua majestade está uma fera. Se ela souber desse incidente...

   — Ela não vai saber. Pelo visto, nem essa mulher faz ideia de quem eu seja.

Escutou passos atrás de si e gelou. Conhecia o som daqueles saltos pequenos pelo longo corredor. Ao se virar, uma mulher idosa, mas ainda assim impotente, estava zangada.

   — William, aumente a segurança do hotel. Felipe está estritamente proibido de andar pelo local desacompanhado. Vigilância 24h por dia até seus eventos daqui duas semanas. Volte para seus aposentos, Felipe.

O príncipe resmungou algum palavrão inaudível. Mas o olhar duro da mulher o fez suspirar.

   — Sim, mamãe.

//////

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