A debutante

By Beatriz238506

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A história de uma garota insegura que consegue dar a volta por cima depois de seu baile de debutante. More

O começo de tudo.

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By Beatriz238506


Vamos começar do início, então, na escola, eu era aquela  menina moleca, que sentava no fundo da sala, de cabelo desgrenhado, um sorriso largo com os dentes escondidos por um aparelho dentário, sendo um tanto desengonçada. Nessa época a insegurança falava mais alto do que qualquer coisa, o medo de falar e a vergonha de ser diferente das outras meninas, que adoravam rebeldes, mochilas de fru-fru cor-de-rosa e passar bastante gloss. Talvez toda essa falta de confiança tenha sido um dos motivos de eu ter passado por tanto bullying enquanto eu estudava no colégio Athena.

O tempo foi passando, o brilho se apagando e o sorriso sumindo, não tinha muitos amigos, na verdade, eu tinha poucos amigos, apenas dois, o nome dele um deles era Matheo, um menino robusto e rude, com os cabelos longos e a pele bem bronzeada. Ele foi um grande aliado, já que ele era forte e corajoso, sempre defendendo os amigos. Além dele eu tinha a Elis, ela era uma menina de origem simples, mas super esforçada e inteligente, infelizmente ela não era da minha sala, mas adorávamos sentar juntas durante o intervalo para lanchar, conversar sobre livros, teorias de harry potter e filmes de romance água com açúcar, os quais nunca ousei nem sonhar, já que romance para uma garota de 14 anos como eu, parecia algo muito distante.

Era mais um dia normal, na minha vida de adolescente em crise, acordei um pouco atrasada, escovei os dentes e amarrei meu cabelos rebeldes em um coque bagunçado, quando minha mãe entra no quarto e diz:

- Bom dia flor do dia, pronta para mais um dia de aula? - perguntou, minha mãe com um sorriso entusiasmado.

- Claro. - murmurei, olhando para aquele sorriso e sem entender o motivo de tanta animação.

- Estou tão animada, a final, não é todo o dia que minha filhota vai fazer 15 anos, eu e seu pai já temos alguns planos.

- Mãe, eu já disse que não quero festa. - digo com a voz baixa e desanimada. A final quem iria pro aniversário da excluída da escola.

- Filha, eu sei que você não quer uma festa, mas eu pensei que você poderia participar do baile de debutantes do Country club, sua avó ficaria muito feliz, é uma tradição de família, e você poderia convidar seus amigos, seria muito divertido, talvez lá você fizesse novas amizades... - ela me olha com seus olhos esperançosos.

Até que um baile não me pareceu tão ruim, por mais que eu não fosse fã de festa, sempre tive o sonho de usar um belo vestido longo, dançar valsa e me sentir como em um filme de princesa, talvez até fosse um motivo para me animar um pouco, e fazer algo diferente Além disso, era uma tradição de família, que vinha desde a época anterior a minha bisa. Mesmo com tantos devaneios positivos em relação a me imaginar em um baile, logo a insegurança toma o meu corpo, me arrancando calafrios.

- Talvez não seja a melhor opção - respondo.
- Talvez seja... - ela diz.

Dou ombros e abro um pequeno sorriso, pego minha mochila e fui andando até o carro pensando nessa possibilidade.

Não sei se vocês sabem como funciona um baile de debutantes, bom, antigamente era quando apresentavam as "moças" para a sociedade, hoje em dia no Country club são três eventos, o desfile da piscina, o chá da tarde e o baile, todos esses eventos são como festas, onde as garotas podem conhecer pessoas novas, se divertir e confraternizar. Eu já havia ido no baile de uma prima minha, alguns anos atrás, o começo da festa era bastante clássico, mas depois virava uma mega festa, com bandas, DJs e muita gente se divertindo.

A questão é, será que eu me daria bem em uma festa assim? Será que eu me divertiria? Será que pelo menos uma vez na vida ousaria eu tentar algo tão diferente de tudo que eu conheço?

*********************************************

Cheguei na escola andando com passos largos, já que eu estava bem atrasada, mas isso não me impediu de dar uma olhadinha na aula de educação física do segundo ano. A maioria dos meninos já eram conhecidos meus de vista, já que nunca ousaria falar com ninguém mais velho que eu, mas logo identifiquei um rosto novo, um menino de cabelos loiro escuro, os quais reluziam tons dourados com o reflexo solar, seus olhos eram verdes e brilhantes, e estavam voltados para mim, sua pele alva a qual se destacava mais ainda em contraste com o uniforme azul escuro do colégio, suas pernas são bem torneadas, ombros largos e definidos com um porte bem atlético. Quem era aquele garoto? Quem era o novato? Como alguém pode ser tão bonito? E por que ele estava me olhando? Meu coração acelerou,  senti um calor subindo pelo meu corpo, e minhas bochechas coraram, só de olhar para aquele garoto, até que escuto águem gritando meu nome.

- Lívia, vem logo, atrasadinha - disse Matheu, com um sorriso maroto em seus lábios.

- Tô indo, Theudo - respondo.

Dou uma corridinha até chegar ao lado do meu grande amigo, seguindo em direção a sala de aula. Eu adorava estar com ele, mesmo as vezes sendo rude, a maioria das vezes ele era um cara divertido, adorava jogar videogame e andar de bicicleta, como morávamos no mesmo condomínio, nossa convivência era quase que diária.

- Tenho novidades - diz ele.

- uh, novidades em plena a segunda-feira, conta logo.

- Descolei uma festinha para irmos na sexta, se quiser chama a Elis.

- Festa? Como assim?. Olho com surpresa para Matheo

- É, festa! A galera do vôlei do condomínio me convidou, aí tô te chamando pra ir.

- hm, vou pensar.

- Pô, Li, tu sabes que tô curtindo a Elis faz mo tempão, da uma força.

Realmente, sei que ele tem uma bela quedinha pela Elis, também seria muito difícil águem não gostar de uma menina tão meiga quanto ela. Porém, Elis já  comentou comigo que acha  Matheu meio turrão, talvez essa seja uma boa oportunidade para que ela veja que por trás daquele ogrinho robusto, tem um grande coração de manteiga derretida.

- vou te dar essa ajuda, mas tá me devendo uma, garoto. - digo antes de entrar na sala.

Quando entramos, todos já estavam sentados, e a professora já estava começando a dar as boas vindas aos alunos, mais um ano se inicia no colégio Athena, e que ótima maneira de começar se não chegando atrasado no primeiro dia de aula?

Sentamos colados na parede direita da sala, bem em direção da mesa da professora, eu na quarta fileira e Theudo logo em minha frente, sentamos juntos desde que ele se mudou para a minha escola. Haviam algumas pessoas que eram realmente chatas comigo, mas principalmente Sammy Paes, uma garota alta, bonita e popular que tinha suas fiéis seguidoras Isadora Motta e Maria Eduarda Cabral, as três eram bastante populares e digamos que controlavam a opinião pública do colégio, plantando picuinhas e fofocas por onde passavam virei alvo dela faz mais ou menos uns dois anos, porque recusei emprestar meu material de estudos para ela antes da prova. fora elas também tinha o João Júnior, talvez ele fosse o pior de todos, porque além de inventar mil apelidos para todo mundo, ele era bem conhecido por brigas e praticar bullying pesado com quem ele quisesse, nunca esqueci da vez que passei três períodos trancada em um banheiro sujo da escola por culpa dele, além disso era normal que ele escondesse minha mochila, jogasse meu material escolar no lixo e fizesse de tudo para que eu me sentisse a garota mais feia do colégio, mesmo assim ele era convidado para todas as festinhas e sempre tinha uma namorada bonita e mais velha ao seu lado.

A aula de matemática começou, porém minha concentração foi por água a baixo enquanto ouvia algumas meninas fuxicarem sobre o novato, tentava prestar atenção, mas logo minha mente voltava a imaginar aquele garoto bonito e suado que havia visto assim que entrei na escola pela manhã, não conseguia parar de pensar naqueles belos olhos brilhantes, na camisa molhada de suor colada naquele abdômen bem definido, mas seria possível imaginar que alguém tão bonito assim, me daria o mínimo de atenção algum dia na vida.

Acabei escutando que ele era filho de uma deputada do nosso estado, sua mãe era bastante conhecida, e tinha uma ótima imagem diante do povo, mas parece que ele era bem conhecido por ser rebelde, foi mandado para um intercâmbio para ver se tentar afastá-lo da mídia, mas acabou sendo expulso e mandado pra cá, porém ninguém sabe o motivo de tal expulsão...

A curiosidade cada vez mais toma conta de mim, por qual motivo alguém tão bonito, e que parece ter tudo, é tão rebelde? E qual seria o motivo daqueles belos olhos estarem voltados para mim? Seria apenas uma coincidência? Ou talvez ele estivesse interessado por mim?

A pesar de saber que eu não era a garota mais feia do colégio, também não me achava a mais bonita, tinha o corpo atlético devido ao fato de gostar de esportes individuais, e ser uma assídua jogadora de tênis, esporte o qual eu praticava 3 vezes por semana desde que eu tinha 6 anos de idade, mesmo sendo uma considerada por outros uma boa jogadora, eu não tinha coragem para participar de nenhum campeonato, por não me pronta para participar . Eu sempre preferi usar roupas largas, que não acentuassem minha silhueta para não chamar muita atenção. Meus cabelos escuros ressaltavam meus olhos cor de mel, e meus dentes estavam quase prontos para que o aparelho ortodôntico fosse removido, o qual eu já usava há 6 anos, sendo esse, motivo de chacota para algumas pessoas da sala, já que meu apelido acabou se tornando "dente de lata", graças ao João Júnior.

Minha autoestima era tão baixa, e isso me consumia tanto, eu sabia que precisava mudar, precisava de ânimo, e me sentir uma garota poderosa, eu queria mudar, mas não sabia como, não sabia por onde começar. Esse ano eu não queria mais ser a pobre garota excluída que sofria bullying pelas garras de João Júnior, Sammy Paes e suas lacaias.

"TRIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIM" - soou o sinal para o intervalo.

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