Entre Natais com você

Von CarolyneVitoria

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Numa desastrosa tentativa de comprar uma árvore de natal e levá-la para casa sozinha Anna acaba fazendo a seq... Mehr

Uma árvore de natal e um nariz (quase) quebrado.
Um brechó e você
Um café e um encontro totalmente planejado.
Um gorro laranja e um livro
Um jantar e uma nevasca
Um quase beijo e uma revelação
Um beijo e umas panquecas.

Um café da manhã e reencontros

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Von CarolyneVitoria

23 de dezembro, 2021
Dois dias para o natal.

Anna

Henry não está na cama quando acordo. É a primeira coisa que eu percebo.
Abro os olhos e estico a mão para o lugar livre ao meu lado. Já estava frio.

Porque ele já tinha levantado? Sento puxando o lençol até o peito. Não tinha nenhum barulho vindo do banheiro. Talvez fosse melhor ele não me acordando mesmo, vendo a situação do meu cabelo.

Saio da cama e vou até o banheiro. Me limpo e ajeito meu cabelo. Pego uma camisa de Henry e saio do quarto.

Desço as escadas escutando vozes vindo da sala. Será que era a família dele de novo? Bem, agora eles teriam o que realmente falar. Penso em subir de volta e vestir minhas roupas, eu tava so usando a sua camiseta.
Decido só dar uma espiada.

Henry estava conversando com uma loira. Daquele ângulo da escada não conseguia ver seu rosto porque Henry a cobria, mas não era Lizzie. Eu reconheceria a voz. Devia ser alguém da sua família. Mas ele não parecia muito feliz, o que não dizia muita coisa já que o mal humor de Henry era conhecido.

Ele ergue as mãos passando pelos cabelos, mudando sua posição, me deixando ver o seu rosto.
Choque corre meu corpo. Eu só podia tá vendo coisa.
Porque ela estava ali? Porque a mulher com quem meu ex tinha me traído por dois anos estava na sala do meu novo namorado. Aquilo era um pesadelo.

E se eles fossem da mesma família? Sinto que estou hiperventilando.

— Henry? — Chamo por ele da escada. Mal acreditando no que eu estava vendo. Ele se vira quando escuta minha voz. A mulher com ele também me olha, ficando pálida. Óbvio que ela me conhecia.

Henry me encara seu rosto irritado se suaviza, mas logo franze a testa quando ver meu rosto.

— Isso é uma piada?! — A mulher na porta pergunta colocando as mãos na cintura.

— O que ela tá fazendo aqui? — Pergunto quando Henry se aproxima de onde eu estou.

— Eu não sei, ela só chegou falando... — Começa mas para parecendo notar alguma coisa.— Você sabe quem ela é?
Franzo a testa.

— Sei, ela é... — Tento dizer mas sou interrompida.

— Henry, isso é namorada que você tava falando? — A outra pergunta com escaneio. — Eu não queria te dizer, mas você trouxe uma louca pra dentro de casa.

Engulo em seco encolhendo meus ombros. Ela por ser ela já era um grande golpe em toda minha segurança e autoestima. Passo os braços ao meu redor.

— Será que dá pra calar a boca, Elena? Você não era nem pra estar aqui. — Henry esbraveja e se vira pra mim. — Anna...

— O que ela é sua? — Pergunto de uma vez. Já com um mal pressentimento da sua resposta. Não podia ser o que eu estava pensando. Eu implorava para que não fosse.

— Anna, ela era...

— Eu sou a noiva dele. — A mulher responde.

— Não. Ela era minha noiva. Não é mais, nunca vai ser. — Henry diz e pega minha mão. Não me sinto tão bem quanto me sentia antes.

— Eu não sabia que ela era sua ex. Eu só sabia que ela era a mulher que meu ex me traia a dois anos. — Respondo contando a verdade. Henry fica meio paralisado.

— Henry, não acredite no que ela tá dizendo. Ela cismou que eu estava...

— Ah me poupe. Eu literalmente vi você fodendo com meu ex. — Perco a paciência com aquela idiota ali na minha frente. Quase enjoada de ver a cara dela.

— Você estar louca! E agora está querendo roubar meu noivo...

— Saia. — É a voz de Henry. Por um mísero segundo acho que ele estar falando comigo. Mas ele estar olhando pra Elena. — Ou você sai ou eu chamo a polícia pra te colocar pra fora daqui.

— Henry, você não pode estar falando sério...

— Eu estou rindo?

— Estou indo. Mas eu ainda não desisti de você. Você sabe que formos feito um pro outro. Eu ainda quero você.

Henry fecha a porta na cara dela. Uma onda de ânsia corre meu corpo. Parecia que eu estava nesse pesadelo sem fim. Ele respira fundo se virando e vem na minha direção. Eu ainda estava parada na escada. Henry mesmo um degrau a baixo de mim conseguia ser mais alto.
Ele pega minha cintura com as duas mãos e me traz pra perto do seu corpo.

— Eu não sabia que ela era sua ex. — E a primeira coisa que digo. Eu odiava ser chamada de louca. — Não sou uma louca atrás de vingança.

— Eu sei que não. Eu não acreditei numa palavra que ela disse. — Henry diz passando as mãos pelas minhas costas. — Sinto muito por ela ter aparecido e estragado. Eu tinha feito até café da manhã para você...

— Ela estava aqui porque te queria de volta? — Pergunto ainda absorvendo. A vontade de chorar so aumentava. O maxilar de Henry fica tenso.

— É. Ela é sem noção... Depois de tudo. E mesmo assim, eu tô bem aqui. Muito bem. — Diz me apertando.

Tento engolir o nó na minha garganta.
Henry estava noivo dela. A mesma mulher por quem meu ex tinha me traído e tinha dito que era bem melhor que eu em tudo. E Henry ainda estaria com ela, se ela não tivesse largado ele. E se ele repensasse, depois, e a quisesse de volta?

Ele já pediu ela em casamento uma vez, já tinha tido tanto certeza que queria passar o resto da vida dele com ela uma vez. Porque não poderia ter outra vez?
Do mesmo jeito que já fui trocada uma vez por ela, poderia ser de novo.

— Anna, olha pra mim. — Henry pede.

— Preciso usar o banheiro. Desculpa. — Digo saindo do seu abraço e subo as escadas rápido.

Entro no banheiro do quarto dele e tranco a porta. O choro se desmancha de vez. Levo a mão ao rosto tentando abafar meus soluços.

— Anna? Você tá bem? — A voz de Henry vem abafada através da porta.

Limpo a garganta tentando diminuir a voz rouca de choro.

— Estou sim.

Ele fica um tempo em silêncio.

— Tudo bem, estou te esperando lá embaixo. Eu fiz as panquecas que você disse que queria.

— Hmrum, tá certo.

Escuto seus passos saindo do quarto. Ligo o chuveiro e entro embaixo depois de me livrar das roupas.
Eu só não entendia o que Henry ainda queria comigo. Eu era um desastre completo. Não tinha nada em ordem na minha vida e eu já estava o arrastando pra essa confusão.

Ele era noivo daquela mulher, que não me parecia muito confiável, mas podia estar realmente arrependia. E era só olhar pra a e ver, ela era toda elegante, alta, nas suas roupas chique. Eu parecia uma piada ao lado dela.

Desço já vestida com minhas roupas, meu cabelo ainda estava um pouco úmido. Mas eu só precisa ir pra casa.

— Oi. — Henry sorrir quando me ver. — Senta aqui, vou preparar um...

— Tenho que ir embora. — Interrompo. Ele para e me encara.

— Você ficou chateada por ele ter vindo. — Ele não perguntou.

— Acho que não devíamos fazer isso. É um erro.

A testa de Henry se franze e ele balança a cabeça negando e vem até eu.

— Não é um erro. Porque tá dizendo isso?

— Porque é sim. Meu deus Henry, olha de quem você era noivo. Da miss perfeição. Eu pareço legal agora. Mas quando você perceber que a bagunça nunca vai embora vai cair fora. Não faz sentindo você me querer assim...

— Mas eu quero. E continuo dizendo que te quero. Que estou apaixonado por você e que não vou a lugar nenhum e você continua fugindo. — ele passa os dedos pelos cabelos bagunçado. — O que eu preciso fazer pra te fazer entender de uma vez por todas que eu amo você. E quero você e tudo que vem junto?!

Baixo a cabeça. Lágrimas escorrem pelo meu rosto.

Ele vem na minha frente e segura minhas bochechas nas mãos. Me fazendo olhar pra ele.

— Tudo bem. Eu entendo realmente que isso afeta você. Não tô questionando isso.  Mas eu... Tô apaixonado por você. Quero você. Já disse isso. Mas eu preciso que você também queira. — Ele parece hesitante em dizer as próximas palavras. — Então vou esperar você até 12:00 horas do dia 24. Se você vier, vou saber que você vai me deixar cuidar de voce e que quer ficar comigo. Que estar pronta ou pelo menos quer muito tentar fazer isso comigo.  E se não aparecer vou ter minha resposta.

Ele dar um beijo leve na minha boca.

— Vou está te esperando.

❄️Henry❄️

24 de dezembro, 2021
Véspera de Natal.

— Você parece tão calmo. E se ela não aparecer? — Lizzie pergunta. Dou de ombros.

Eu estava enlouquecendo sentado naquele sofá.

— Então significa que ela não quer isso ainda. — Mas essa é minha resposta. Checo o relógio.

— E vai acabar? Você vai simplesmente deixar ela ir embora? — Já tínhamos todos jantado e agora estávamos na sala. Abrindo presentes e conversando. O tempo estava acabando. E eu já me arrependia de ter dado aquele ultimato. Que merda eu estava pensando?

— O que você sugere? Que eu a tranque no Meu quarto? — Pergunto começando a ficar irritado.

Não com lizzie, mas porque eu estava nervoso. Frustado. E meu deus. Se ela não parecesse eu iria respeitar, mas... Eu queria muito que ela viesse.

— Mamãe... Eu quero minha naninha. — Lily perguntou me salvando daquela conversa.

— Espere um momento meu amor. — Lizzie diz indo que a bolsa e vasculhando ali dentro.— Acho que esqueci no carro. Vou pegar. — diz saindo.

Checo meu relógio. Já passava das doze horas. Anna não tinha aparecido. E nem acho que viria. Tento ignorar o gosto amargo que dominou minha boca.

Pego o celular. Não tinha nenhuma mensagem. Ok, acho que isso era definitivamente minha resposta. Engulo em seco.

Batidas exasperadas soam na porta da frente.

— Isso deve ser Lizzie que se trancou pro lado de fora. — Minha mãe diz. — Henry, vai abrir a porta pra sua irmã.

No piloto automático levanto e vou até a porta.

— Ok, gênio. Porta aberta. — Digo abrindo e quase virando de costas pra voltar para a sala no mesmo minuto.
Mas o rosto corado de Anna junto com seus olhos arregalados me fazem parar.

— Eu me atrasei. Desculpa. — Ela parecia sem fôlego. — Eu tava fazendo um bolo, — Ergue o bolo de chocolate que trazia nas mãos. — Porque eu estava super nervosa e acabei perdendo a noção do tempo. Aí quando eu vinha no caminho, meu carro simplesmente parou de funcionar aquele otário. Eu o deixei a estrada e vim andando até aqui. Eu... Eu só...

Ela respira fundo e dar de ombros.

— Já é tarde demais pra sobremesa? — Ela pergunta acalmando a respiração e encarando meus olhos.

Abro a boca pra responder mas lizzie aparece com o presente que tinha vindo buscar.

— Anna! você chegou. Ainda bem porque...

— Lizzie, você pode levar o bolo lá pra dentro? — Pergunto passando a sobremesa para as mãos dela, que arregala os olhos.

— Ah, claro. — Diz e entra.

— Henry... Eu...— Ela começa apertando uma mão na outra parecendo nervosa. Balanço a cabeça a parando e a puxo pra mim.

— Não é tarde. Pra você nunca é. — Digo antes de fechar a distância entre nós dois e finalmente a beijo.

Ela enrola o braços no meu pescoço, sua boca quente me recebendo. Com as duas mãos na sua cintura a levanto até ela ficar na minha altura. Anna rir no beijo e passa as pernas ao meu redor se segurando.

Suas mãos vão para meu cabelo, eu amava quando ela se segurava ali. Sem fôlego ela se afasta, seu rosto muito mais corado do que quando chegou. Mas com brilho que não estava ali.

— Ah, eu não comprei presente pra ninguém então... — ela diz do nada encolhendo os ombros.

Solto uma risada alta.

— Tudo bem. Não precisa de presente. Você veio, isso é mais que o suficiente. — Digo e elas sorrir. Colo nossas bocas de novo.

— Ok, agora me leve lá pra dentro. Aqui tá congelando.

E mais feliz que nunca, a carrego pra dentro de casa.

❄️❄️❄️

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