[+] And I'm tired of talking
Feel myself saying the same old things
Estava nublado e gelado, vesti minhas calças jeans e um moletom por cima da camiseta branca. Eu tinha voltado para meu apartamento, peguei a coleira da pequenina Lala e desci com ela. Andei por quinze minutos e voltei para o meu prédio, Nayeon acenou para mim e veio até mim.
— Quanto tempo! — Exclamou, balancei a cabeça — Fiquei sabendo recentemente sobre a escola, sinto muito.
— Tudo bem, já passou. — Disse simpático, chamei o elevador.
Nayeon e eu ficamos durante um tempo, até eu parar de ir para festas e ficar quase que tempo integral no parque.
— Tem trabalhado de que? — Indagou, peguei minha cadela no colo.
— Comportamentalista de velociraptors, no Jurassic Park. — Ela ficou boquiaberta, alisou sua saia executiva.
— Bom, isso parece perigoso. — Falou um tanto quanto preocupada. — O que você acha de sair hoje, que horas você está livre?
— Parece divertido, mas não sei. Tenho trabalhado em uma pesquisa com uma cientista. — Ela balançou a cabeça. — Se der, eu te ligo!
— Estarei aguardando! — Ela sorriu, sai do elevador e acenei.
Entrei no meu apartamento, tirei a coleira da Lala e coloquei sua comida. Mais tarde a Suzy chegará para limpar a casa e colocar a comida da Lala, fui para meu quarto e passei meu perfume. Escutei meu celular tocar, corri para atender.
— Jungkook? — Sussurrou Jimin.
— Precisa de alguma coisa? — Fiz uma careta, toda vez que ele me ligava cedo era porque queria algo.
— Lembra daquele ursinho que a Mel esqueceu aí?
— Sim, vou procurar e levo para o parque. Era só isso?
— Era, você e a Lisa ja descobriram alguma coisa? — Indagou curioso.
— Na verdade não, ela não tem aparecido ultimamente e nem entrou em contato. Deve estar lendo aqueles documentos. — Falei entediado, abri meu guarda-roupa e procurei o ursinho rosa.
— Já faz uma semanas que vocês começaram a trabalhar juntos, pensei que seria algo rápido. — Falou, abri a gaveta e me deparei com um bolo de fotos minhas e da Lisa.
— É, cara eu tenho que ir. — Desliguei antes de escutar ele se despedindo, o ursinho estava ao lado.
Peguei o urso de pelúcia e sai do meu apartamento, estava atrasado e se demorasse mais pegaria trânsito. Entrei no meu amado Jeep preto e dirigi até o porto, o barco estava prestes a sair quando adentrei. Não demorou até eu me encontrar com Jimin, entreguei a pelúcia.
— Cara, você salvou minha vida. — Falou olhando para pelúcia. — Melanie tem cinco meses, mas não consegue dormir sem esse treco. Noite passada foi um inferno.
— Percebi, suas olheiras estão visíveis. — Falei sorrindo.
🦕 quebra de tempo
Estava lavando minhas mãos, tivemos mais um grande avanço hoje com os velociraptors. Quando voltei vi o carro da Lisa estacionado ela ainda estava dentro, bati no vidro.
— Entra aí. — Falou, franzi o cenho. — Preciso de você... da sua a-ajuda.
Pressionei os lábios para conter o riso, dei a volta e entrei no carro. Ela estava tensa, fomos até a floresta ela parou o carro e me entregou um mapa. Ele mostrava o parque, de um jeito diferente, e um laboratório atrás. Merda, eu estava certo.
— Ainda tem chances de ser apenas uma brincadeira, mas achei que você deveria me ajudar a procurar. — Lisa disse tensa, balancei a cabeça.
— Vamos nessa, tem mais alguma descoberta? — Ela mordeu o lábio inferior.
— Temo que o senhor Frederic tenha outros motivos para ter me mandado estudar os velociraptors, porque parando para pensar esse motivo é idiota.
— Isso parece algo que eu falei, que estanho. — Ela bateu no meu joelho.
— Se você estiver certo, investigar isso é perigoso. — Alertou-me, sai do carro.
— Está com medo? — Ela jogou o jaleco no carro e trancou, começou a andar.
— Muito, mas isso é maior que eu. — Falou referindo-se a curiosidade. — Você esta com seu celular, né?
— Estou, por que? — Falei, ela me mostrou seu celular.
— Me passa seu número, preciso te mandar a localização do carro. Aí você desliga seu celular para economizar bateria. — Estendi minha mão, ela entregou seu celular e eu digitei meu número.
Começamos a andar pela mata, ela tentava ler o mapa. O problema era que eu estava começando a achar que estamos andando em círculos a mais de quarenta minutos, até que eu desisti e tomei o mapa da sua mão. Segui um caminho diferente e finalmente começamos a ver lugares novos, o grito agudo da Lisa me fez pular de susto.
— Jungkook ah! — Ela correu e pulou no meu colo, cai no chão com ela.
— Lisa, o que você tá fazendo? — Perguntei incrédulo, ela estava agarrada em mim.
— Levanta, acho que tem uma cobra ali. — Choramigou, coloquei o mapa na boca e segurei ela para levantar. — Toma cuidado.
— Atenciosa da sua parte. — Resmunguei carregando ela, alguns minutos depois coloquei ela no chão e respirei fundo. — Precisava pular do nada no meu colo?
— Foi impulso. — Sussurrou, revirei os olhos e limpei minhas calças. — Desculpa e obrigada.
— Já te disseram que você é péssima em olhar mapa? Estávamos andando em círculo aquele tempo todo. — Ela me deu língua, soltei uma gargalhada. — Droga, eu tenho que voltar para casa. Não avisei que dormiria aqui, quantas horas?
Ela checou o celular.
— Caramba! Já são cinco horas, mil desculpas eu esqueci do horário. — Ela olhou em volta, bati o mapa levemente contra sua cabeça.
— Você não vai parar agora, não é?
— Não posso, ainda mais agora que finalmente acertamos o caminho. — Ela tomou o mapa da minha mão e checou, sentei-me no tronco de árvore. — Pode ir, eu continuo sozinha.
— Mas nem fodendo, você vai se perder sozinha e eu estou curioso também. — Tomei o mapa da sua mão e comecei a caminhar, ela correu para me alcançar.
— Você não tem nenhum compromisso, porque acho que isso vai demorar. Ou tem? — Indagou, encontramos uma placa coberta por mato.
Bom, eu tinha.
— Não, tô livre. Só preciso de um lugar pra dormir. — Tiramos o mato da placa, meu coração acelerou e a Lisa paralisou.
Laboratório de pesquisas B3, era o que estava escrito. O que era mais assustador era a marca de arranhão nele, Lisa apertou meu braço. Olhamos para o lado e conseguimos avistar uma construção abandonada, Lisa estava ainda mais tensa. Peguei na sua mão, ela me olhou com seus olhos grandes.
— Tem certeza? — Perguntou com a voz trêmula.
— Vamos, fique atrás de mim. — Ela revirou os olhos, porém obedeceu. Nós aproximamos cautelosos do edifício destruído, ele estava completamente abandonado e coberto por mato.
As plantas pareciam que engoliram o lugar durante o tempo, mais uma placa. Só que essa estava totalmente destruída e ilegível, continuamos andando. Quando finalmente chegamos no edifício a entrada estava interditada, após rodear o local achamos um fresta e entramos por lá.
O local estava em um completo breu, Lisa me abraçou trêmula. Ela pegou o celular e ligou a lanterna, o local estava uma zona. Tinha papel espalhado para todo lado é como se tivesse dado algo errado e tiveram que evacuar, Lisa foi até a prateleira e começou a procurar documentos.
— Vou ligar meu celular. — Falei baixinho, peguei meu celular e liguei ajudando a procurar. — O que exatamente estamos procurando?
— Não faço ideia. — Respondeu-me, um barulho alto despertou nossa atenção. Lisa correu e me abraçou. — Que merda foi essa?
— Shh! — Escutamos passos, peguei o braço da Lisa e nós escondemos de baixo da mesa. Desligamos a lanterna, os passos se aproximaram junto deles vozes masculinas.
— Esse local é uma completa zona! — Exclamou um deles, Lisa se remexeu. — Coloquei uma das minhas cientistas para estudar aqueles vermes.
— Você acha que ela pode desconfiar das suas intenções? — Indagou o outro, cerrei o punho.
— Não, ela é sonsa. — Falou gargalhando, Lisa apertou minha mão. — Coloquei ela para trabalhar com um idiota, ela vai apenas fazer o que lhe foi mandado e vai acabar nós ajudando sem perceber.
— Seu motivo para transferi-lá foi tão fútil, ela deve ser realmente uma tola. — Concordou o outro, eles se afastaram. Escutei Lisa fungar, puxei seu braço e tirei-a dali.
Quando estávamos longe ela parou e caiu no chão começando a chorar, ajoelhei e a abracei.
— Você não é tola e muito menos sonsa, esses merdas não sabem nada. — Ela passou os braços pelo meu ombros, peguei-a no colo. — Vamos voltar para o carro, depois voltamos aqui.