limits of attraction • JJK

By byloveyoon

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LIMITES DE ATRAÇÃO Ao mesmo tempo em que ele é afável e sensível, demostra ser petulante e protervo. Sua pers... More

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Depois do fim pt. 1
Depois do fim pt. 2

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By byloveyoon

BOA LEITURA

JEON JUNGKOOK

Me sinto forte, por ter resistido durante todo esse tempo em continuar com o meu tratamento.
Não foi fácil, principalmente no começo, as recaídas eram constantes e me faziam crer que eu estava no caminho errado, que estava perdendo tempo comigo mesmo.
Mas algo lá no fundo me dizia "continue, apenas continue. Amanhã será outro dia." E era isso que me fazia continuar, mesmo não querendo por muitas das vezes.

Eu tinha o apoio de todos, mas o qual eu realmente precisava, não existia.
O meu próprio.

Foi quando parei e verdadeiramente me questionei do porque eu não tinha meu próprio apoio, porque eu não queria lutar por mim mesmo sabendo que todos estavam lutando para me mostrar o melhor caminho?

Esse foi o começo da minha perseverança.
Há cinco meses venho me dedicando como nunca em minhas consultas, me dedicando de verdade e sendo sincero comigo mesmo.

Há uma semana atrás recebi a notícia que não pensava em receber tão cedo e em tão pouco tempo. Lembro-me bem de cada palavra saindo da boca da própria psiquiatra.

- Preciso que se vire e olhe para o espelho. - Ela pediu, deixando alguns papéis de lado. -

- Assim? - Questionei após virar, frente aquele espelho grande de sua sala. -

- O que você vê? - Perguntou após assentir a pergunta anterior. -

- Eu. - Respondi o óbvio

- Eu quem?

- Jungkook.

- Você me disse que não ouve a voz de Jeon há quase duas semanas e que também não o sente como antes, estou certa? - Precisava da minha confirmação. -

- Sim, a luz pela qual eles brigavam já não está mais aqui, e Jeon... Ele não é tão constante como antes.

Novamente assentiu, ficando em silêncio por algum tempo.

- Por favor, Jungkook. Olhe melhor para sua imagem, além do que você já vê constantemente. Análise todo seu corpo e sua mente, compare o você de hoje com o de cinco e oito meses atrás, com o de um ano também. Com calma. - Pediu serenamente, me olhando. -

- O que aconteceu com ele... - Falei em tom baixo, imperceptível. -

- Esqueça seus alteres solitários e foque em você, somente em você. - Pediu, o tom sereno novamente. -

- Eu não entendo, não vejo nada de diferente a não ser o Jeon. - Informei, depois de olhar por um tempo meu reflexo. -

- Tem certeza que não vê nada de diferente em você? Pedi para comparar o você de hoje com o de um ano atrás, naquele tempo o alter era inquieto, não parava de olhar o horário, respondia respostas curtas como "sim" e "não", tanto que para entender tudo eu precisava rever as anotações de Philips e da falecida Petras. Naquele tempo ele não queria se dedicar ao tratamento e por isso de tantas recaídas e medicamentos antidepressivo. Há oito meses estávamos caminhando bem com o tratamento, por mas dá insegurança, eu via a dedicação e o comprometimento com tudo. Há cinco meses atrás você estava tão diferente, ansioso, dando o seu melhor com cada coisa que cheguei a pensar em uma nova personalidade, mas estava errada. Você conseguiu achar a si mesmo no meio de tantos conflitos entre seus alteres, conseguiu separar seus pensamentos dos deles. - Explicou. - O que quero dizer é que esse não é o Jungkook.

Lembro-me que naquele dia algo em mim fez eu não prestar atenção de imediato nas palavras que realmente importavam. Para mim, ela só mencionava o meu progresso.
E só ouvi ela dizer que eu não era o Jungkook.

- Não sou o Jeon, Doutora. - Neguei, virando meu olhar em sua direção. -

- Bom, você não está sendo nenhum dos alter's solitários a um tempinho. - Sorriu. -

- Como ass... - Recuei a fala. -

- Não sente Jeon como antes e a luz já não existe, mas e o outro alter? Você não mencionou ele no meio disso tudo.

- Não entendo... - Disse em tom baixo, desviando nossos olhares. - Não entendo como...

- Você só precisa analisar seus comportamentos, desde quando deixou de se comportar como o segundo alter? Desde quando parou de ter recaídas? - Questionou, recebendo o silêncio como resposta. - Seus alteres foram criados pelo subconsciente com os comportamentos que você precisava para se defender de algo, eles nunca vão mudar. Jeon continuará a ser essa criança interna em você, com receio do pai. E o outro, Jungkook, continuará a ser sua pior versão, com comportamentos impulsivos e sem limites, porque foi assim que o sub o criou, para se defender de tudo o que nele gerar um sentimento de raiva, insegurança ou medo de perda.

- Eu cheguei ao fim da minha dissociação sem nem perceber? - Perguntei encarando meu próprio reflexo, um pouco chocado. - Porquê tão rápido? E como o alter sumiu sendo que ele estava no controle e...

Me calei, tentando achar uma resposta valida para aquilo.

- Ao meu ver, você continua se vendo como Jungkook, mas como o alter em si e não como quem de fato você virou. A junção dos dois. - Explicou. - Não foi fácil, houve conflitos internos entre eles, recaídas e precisou de diversos medicamentos para se acalmar. Mas no final deu tudo certo, seu esforçou foi, era e continuará sendo o suficiente para te fazer chegar em qualquer lugar. - Sorriu, colocando a mão em meu ombro. - Meus parabéns.

E o restante não importava, eram essas palavras que eu precisava recordar sempre.

Desde aquela semana, minha vida mudou por completo.

Não sei dizer quem é esse, mas digo com convicção que este é melhor do que aquele que um dia esteve aqui.

Dia seguinte

- Pode entrar. - Permiti, logo após ouvir as batidas. -

- Bom dia. - Minha mãe entrava, com uma bandeja em mãos e com um sorriso estampado nos lábios desenhados pelo batom rose. - Trouxe seu café da manhã.

- Estava terminando de me arrumar para descer. - Informei, ajustando o relógio no pulso. - E eu sei que isso é um pretexto para conversar comigo, normalmente eu desço antes de você.

- Está certo. - Confirmou, deixando a bandeja de lado e me entregando a xícara com café. - Queria conversar com você antes de sair para o trabalho.

- Não acha que já está muito velha para trabalhar? - Questionei brincalhão, a vendo semi-cerrar os olhos e me olhar incrédula. - Eu já tenho 25 e Junghyun 29, estou certo, não estou? Deveria começar a praticar tricô e me fazer um casaco quente.

- Acho melhor não responder esse absurdo que saiu da sua boca, menino. - Retrucou risonha. - Me pagam bem por cada consultoria que faço e tenho certeza de que quando eu de fato ser uma velha, vão continuar a me pedir conselhos financeiros.

- Você deveria passar mais tempo em casa, trabalha muito. - Aconselhei, bebendo um pouco do café. - E não descansa como deveria.

- É engraçado ouvir isso de quem dorme cinco horas por dia. - Ela não segurou a língua irônica. - Se quer passar mais tempo no colo da mamãe, é melhor que fale logo.

- Você já faz o suficiente. - Sorri. - Tinha algo para me dizer, o que é?

- Seu irmão vem para Busan, hoje. - Ela disse, sem rodeios ou suspense. - Queria te dizer para que não tenha uma surpresa depois. Você nunca conversa sobre ele, então não sei o que pensa e menos ainda seus sentimentos como irmão.

Sim, era verdade.
Eu me limitava a ser transparente com ela.
Ela conhecia toda a história, conviveu por algum tempo com os alter's, viu a diferença que eles tinham. Me ajudou em meus episódios e deu tudo de si para fazer o possível para que eu não desistisse do tratamento.

Eu era grato por tudo aquilo, incondicionalmente.

Mas... Eu nunca contei sobre o passado, sobre o motivo por qual fui embora de Seul. Nunca contei sobre Anna, sobre a tentativa de abuso, sobre meu envolvimento com drogas e nem quando dormi com uma mulher da qual nem sabia o nome. Eu não teria coragem de dizer isso olhando nos olhos dela.

Suas palavras sempre foram claras e diretas para comigo: "Apenas seja natural consigo mesmo, não se obrigue a nada."

- Acho que já está na hora de encontrar Junghyun, ele nunca teve culpa pelos atos do nosso pai, de qualquer forma. - Suspirei. -

Ela permaneceu em silêncio por algum tempo, pensativa.

- Você descobriu o fim da sua dissociação tem uma semana, filho... Não quero que as coisas compliquem. - Suspirou ao dizer. - Ver ele não pode gerar algo em você? Posso pedir para que ele não venha, se for o melhor.

Acariciei seus cabelos com um sorriso pequeno, a vendo deixar um beijo em minha mão e a apertar sutilmente.

- Não se preocupe, Mãe. Vou precisar reencontrar Junghyun mais cedo ou mais tarde. - Afirmei, calmo. - O quanto antes resolver esse ponto que batuca na minha cabeça, melhor.

- Tem certeza?

- Tenho sim. - Reafirmei, deixando um beijo forte em sua testa. - Quando ele vem?

-Depois do almoço.

- Consigo lidar melhor com minhas emoções agora, vou tentar não ficar ansioso  com isso. - Deixei o café de lado, pegando a tigela de cereal. -

- Vou para o trabalho então, qualquer coisa me ligue, está bem? - Pediu, me vendo assentir em seguida. - Fique bem, Jungkook.

- Bom trabalho. - Eu disse após vê-la abrindo a porta, me despedindo assim. -

Agora eu só teria que esperar a visita de Junghyun.
Eu sentia alívio e não receio, como pensei que sentiria ao saber que iria reencontrar meu irmão depois de mais de cinco anos afastados.
Fazia anos em que eu não via Junghyun, não sabia o tipo de homem que ele havia se tornado e nem seu caráter como tal.

Mas nossa mãe garantia que ele não era como nosso pai, que ele era totalmente diferente.

Eu sinceramente não saberia se poderia perdoa-ló algum dia ( meu pai ), pois mesmo com o passar dos anos, minha mágoa continuaria preenchendo parte do meu coração.
Era incrível como eu não lembrava de nenhum momento bom entre pai e filho, e eu me esforçava tanto, tanto...

Mas Jungkook, seria pior se estivesse com ele todos esses anos, eu consigo imaginar perfeitamente o que teria acontecido.
E com certeza não seria algo bom.

- Pensando assim, provavelmente me expulsar de casa foi a melhor decisão. - Eu ri, negando para mim mesmo. -

Horas depois.

- Menino Jeon? - Ela chamou, após bater e entrar com permissão. - Acho que sua mãe já havia lhe dito sobre seu irmão, ele está lá embaixo.

- Pede para que ele suba, Noemi. - Pedi, junto a um sorriso bonito. - Por favor.

- Claro, boa sorte. - Ela desejou sorrindo, pouco antes de sair. -

Aproveitei o pequeno espaço de tempo que tinha para respirar fundo quantas vezes pudesse.
Eu estava bem no entanto, mas queria estar melhor do que aparentava.

- Com licença? - Ouvi, uma voz levemente arrastada soar pelo quarto que parecia mais silencioso do que o normal. -

Eu estava de costas para a porta, e me mantive assim por mais alguns segundos antes de me virar por completo e avistar meu irmão.

Junghyun. Ele usava roupas confortáveis, seus cabelos escuros - bem penteados - cobriam sua testa e ele usava um tipo de óculos arredondado.

- Irmãozinho. - Ele chamou, como me chamava cerca de muitos anos atrás. Aproximou-se devagar e segurou um de meus ombros, hesitante. - Jungkook.

A princípio nada saia por minha boca, apenas deixei que meus lábios formassem um sorriso inexplicável. Eu já sentia os olhos arderem e não evitaria nenhuma lágrima a sair.

Eu não tinha o porque esconder o que sentia.
Eram muitas sensações, mas todas boas.

- Junghyun. - Fraquejei um pouco, o vendo sorrir abatido e me puxar para um abraço apertado. -

Pouco depois, ouvi fungadas contra meu pescoço. E com um ato involuntário, acariciei suas costas largas.

- Eu não sabia que nosso pai lhe maltratava tanto, por favor, me perdoa por não ter ajudado como deveria. - Pediu-me baixo. -

- Junghyun, olhe para mim. - Pedi, suspirando baixo assim que o vi me olhar. Seu rosto um pouco avermelhado pelo momento recente. - Não vale a pena lembrar disso.

- Eu não sei o que dizer, nunca imaginei tamanha maldade em nosso pai. - Negou, incrédulo. - Sempre achei que o motivo das discussões com ele era por causa do seu comportamento, já que você era mais ousado do que eu. - Sorriu por um momento. -

- Ninguém nunca soube disso, Junghyun. Há quase dois anos ele jogou na minha cara que nunca quis um segundo filho, nunca me amou, tentou me matar e que estava ciente do inferno que fazia na minha vida. Nosso pai não é burro. É doente, mas não burro. Eu tenho CERTEZA que ele sabia o que tudo aquilo poderia me gerar, nada tira isso da minha cabeça, nada. Sem mencionar o tapa que levei como presente de aniversário. - Esbravejei, mordendo o lábio. - Isso ainda me deixa muito chocado.

Eu tentei, mas não consegui amenizar o tom incrédulo na voz. Aquela era a única forma de desabafar tudo.

- Eu sinto muito, sinceramente. - Lamentou. - Deve ter me odiado todo esse tempo por isso.

- É, tem razão. - Concordei, sentindo a falta de sua mão em meu ombro, ele havia a tirado no mesmo instante. - Pensava o porquê dele me comparar tanto com você, o porque de "Porque você não é como o seu irmão?", "Porque com você tudo é mais difícil? É tão difícil seguir minhas regras?", "Porque você é o erro dessa família?" Tantos porquês... E eu nunca achei respostas para essas perguntas. Antes, bem antes do meu primeiro alter, eu me culpava extremamente por isso, mas para nosso pai o problema nunca foi meus atos, o problema era a minha existência.

Junghyun permaneceu em silêncio constante, dando total atenção.
Eu sentei na cama, pedindo para que ele sentasse também, e assim ele o fez.

- Senti sim, por um bom tempo, raiva de você, Junghyun. - Retornei a falar após alguns segundos. - Mas entendo que você não teve absolutamente nada haver com as atitudes de nosso pai. Essa raiva injusta sobre você me fez pensar que para você eu era insignificante.

- Como pode pensar isso, você é meu irmão, eu sempre te amei muito. - Se apressou em contradizer. - Não gostava de brincar com você porque você sempre ganhava de mim. - Descontraiu, me fazendo rir. - Mas isso nunca diminuiu meu amor por você, eu faria o impossível para te ver feliz, Jungkook. Quando papai me mandou estudar fora, não parei de pensar em você por 1 só segundo.

- Desabafei o que precisava, não quero mais falar do nosso progenitor. - Informei, suspirando. -

- Confesso que nem eu. - Sorriu pequeno. - Você não sabe o quanto fiquei feliz por saber do fim de sua dissociação, meu irmão.

- Ouvir isso é muito bom. - Sorri ao dizer, respirando aliviado. -

- Quero saber o que veio fazendo todos esses anos. Continua estudando, estou certo? - Questionou, apontando para a mesa aonde tinha o notebook aberto em uma plataforma de estudos e alguns livros. -

Assenti.

- Antigamente eu cursava jornalismo, mas para poder ter algo com uma garota, mudei o curso para psicologia. Faz um tempinho, penso em retomar o jornalismo, que é o que realmente me atrai. - Comecei, desviando nossos olhares. - Sinto saudades de estudar com Seokjin e Namjoon também.

- Se formaria em psicologia por um relacionamento sem gostar da profissão? - Perguntou-me, vendo-me pousar os olhos em sua face. - A garota por quem você deixou o curso, é sua namorada? Não vejo aliança em seu dedo.

Tocar neste assunto é muito mais difícil do que parece.
Junghyun fazia tantas perguntas ao mesmo tempo, isso me lembrava o passado, porque ele também era assim quando menor.
Enxerido e falador demais.

- Era... Terminamos antes que eu voltasse para Busan. - Me limitei. -

- Ela feriu seus sentimentos? - Perguntou no mesmo instante. - Sabia da sua doença?

- Não, foi eu quem feriu os dela, e sim, ela sabia dos meus alter's. - Respondi em questão de segundos. - Por favor, vamos parar, não quero falar de algo que ainda dói muito.

- Tudo bem, não quero te forçar a nenhuma conversa, mas pode me falar o nome dela pelo menos? - Pediu, sorrindo grande. -

Eu ri, negando com a cabeça.

- Por favor. - Suplicou de mãos juntas. - Não é como se eu fosse saber quem é.

- Anna. Ela se chama, Anna.

- Tem uma foto? - Abaixou o olhar, procurando algo na cama. - Cadê seu celular?

- Ei, Junghyun. Porque você continua sendo enxerido e faz tantas perguntas ao mesmo tempo? - Perguntei risonho, o vendo rir e pedir desculpas. - Apaguei as fotos com ela há alguns meses, era doloroso ver aquilo e lembrar de como tudo poderia ser diferente.

- Tenho certeza que nem todas suas lembranças são ruins, não é? - Questionou. - Não lembra de nada bom como um abraço, um sorriso, um beijo ou uma carícia?

- Não, claro que tivemos bons momentos, mas é lembrando deles que fico ainda pior, porque eu poderia ter mostrado para ela o quanto ela era especial para mim e o quanto eu queria fazer ela feliz, mas estraguei tudo rápido demais.

Eu já sentia os olhos arderem mais do que antes, apenas por mencionar isso.

- Seja sincero comigo. Já sentiu seu coração bater forte ao ponto de fazer seu peito doer? Já sentiu todas as vezes em que ela te beijava ou tocava como se fosse sempre a primeira vez? Já confessou seus mais sinceros sentimentos? Já foi clichê dando uma rosa ou uma carta? Porque é a sua cara fazer esse tipo de coisa. Já ficou sem jeito com algum ato? Já ficou encarando ela dormir ao seu lado enquanto pensava o quanto gostava dela? Meu irmão, a sua cara te condena, sei que as respostas para essas perguntas são todas "sim". - Afirmou, simplista. -

Aquelas perguntas fizeram meu coração acelerar ao ponto da minha respiração se descompensar sozinha.
Era difícil controlar tudo quando se tratava dela, corpo, mente, emoções...
Eu já não sabia o que sentia, culpa, aflição, saudades, medo, remorso...

- Junghyun, você fazendo isso, só faz doer mais. - Avisei, sentindo os olhos molhados. - Não pergunte mais nada sobre Anna, por favor.

- Há quanto tempo ficaram juntos? - Questionou novamente, me vendo revirar os olhos e deixar uma lágrima rolar sem permissão. - A última pergunta, prometo.

Eu não respondi imediatamente, demorei um bom tempo para me recompor.
Mas ele esperava aquela resposta, acariciando meu ombro, e também, não custava nada eu responder.

- Menos de um ano, dez meses. - Respondi por fim. -

- E porque terminaram? - Perguntou por impulso. - Desculpa, última da última pergunta.

- Me envolvi com outra mulher, ela descobriu e terminamos. - Me limitei novamente. -

A história é muito além disso, mas eu achei melhor não entrar com detalhes.
Eu sentia confiança em Junghyun, sabia que o que ele estava tentando fazer era bom. Mas, as lembranças com ela ainda me deixavam sensíveis demais, me machucava lembrar o quanto a magoei.

- Na cama? - O olhei um pouco chateado, porque ele continuava com aquelas perguntas. - Perdão, eu vou parar.

- Sim.

- Não conheço essa história e nem Anna, mas nunca é tarde para pedir perdão com sinceridade. Arrisco a dizer que ela espera por isso até hoje. - Confortou, deixando de lado as perguntas. - Não quero colocar sua doença como desculpa de algum ato seu, mas possivelmente a maioria desses erros foram todos por conta disso.

- De fato, mas são etapas, Junghyun. Ter o fim dessa dissociação me deixou feliz, sem dúvidas que sim. Porém, isso ainda não é o suficiente, tenho outras contas a resolver. - Respondi, esfregando o rosto. - Quero saber de você e de sua família, chega de falar de mim por hoje. Teremos tempo para isso.

Junghyun acariciou meus cabelos, apertando uma de minhas bochechas.

- Eu frequentei a faculdade de engenharia, ainda trabalho nisso. Me casei com uma mulher incrível e tenho uma filha de dois anos. - Ele disse, com um sorriso grande estampado no rosto. -

- Você trouxe minha sobrinha para me conhecer, não é mesmo, Junghyun? - Questionei, o vendo rir. -

- Nossa mãe me faz voltar para China só para buscar Mina se eu não a trouxer.

- Mamãe já me mostrou fotos dela, ela é uma criança linda, com certeza se parece com a mãe dela. - Eu disse, caminhando até a porta. -

- Ha-ha-ha, engraçadinho você, Jungkook.

Ele ironizou, me fazendo cócegas.
E após isso, descemos para sala juntos.

Quebra de tempo

Mais dois meses se passaram, e faltava pouco para completar dois anos em que eu estava em Busan.

Meu irmão não nos visitava muito, seu trabalho na China consumia muito do seu tempo.

Junghyun era tão diferente do que eu achava, era tão diferente de mim e de nosso pai. Ele era atencioso, simpático e se preocupava tanto com todos ao seu redor.
E claro, um bom falador. Céus, ele falava muito.

Por fim, acabei contando tudo o que aconteceu em Seul, sobre meu relacionamento e todas as falhas que cometi. Ele foi sereno com cada conselho, me instruiu a voltar quando estivesse confortável, pois preparado eu nunca iria estar.
E ele estava certo, totalmente.

Mas o que me impede agora a não ser o receio de não ser perdoado? Que por sinal nunca vai passar? Nada, porque o mais difícil, eu já consegui.

Irei voltar para Seul, por que há quem espera por um pedido de perdão meu.

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A estrelinha!!🌟

Eu pesquisei BASTANTE sobre o fim da dissociação de uma pessoa com TDI.
Não achei nada válido 😃

Então, eu mesma criei o fim da dissociação do Jungkook, tentando conectar tudo o que aconteceu com ele.
Gostei do resultado e espero que vocês também tenham gostado!

Se haver dúvidas, me digam, é importante que vocês entendam o fim da dissociação dele para saberem interpretar cada ação daqui a diante!

Outra coisa: eu sei que vocês acharam que Junghyun era ruim, surpresos?🌝

Grata.

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