O sol mal havia nascido quando Harry acordou na véspera de natal, se soltando com cuidado do abraço que o envolvia desde que adormecera na noite passada para não acordar Louis.
Animado pelo clima natalino e pelo aniversário de seu marido, Harry se esforçou para parar de sorrir e deixar um beijo na testa de Louis ainda adormecido.
Logo após lavar o rosto e escovar os dentes, Harry cuidadosamente trocou seu pijama por um conjunto de moletom branco e, ainda usando suas pantufas de coelho rosa, foi buscar sua pequena companheira para ajudá-lo a preparar a primeira surpresa para Louis.
– Bom dia, minha florzinha. – Harry disse baixinho acariciando os cabelos de Nana tentando acordá-la. – Vamos ajudar a mamãe a preparar um café da manhã especial?
Harry perguntou controlando o tom de voz para que saísse com uma tranquilidade extrema, temendo que sua filha acordasse mau humorada como sempre ficava quando alguém a acordava. No entanto, ao ouvir a pergunta de Harry, Nana levantou em um pulo, parecendo lembrar de ter combinado um café da manhã especial para o seu pai.
Então Harry apenas a ajudou a escovar os dentes, ouvindo vários resmungos da pequena que alegava já ser mocinha e não precisar de ajuda. Depois, prendeu os cabelos claros da sua filhotinha em duas marias-chiquinhas e a vestiu com um conjunto de moletom semelhante ao que ele usava.
– O que vamos preparar para o papai? – Nana perguntou pensativa já sentada na mesa da cozinha enquanto Harry olhava a geladeira.
– Podemos ir comprar croissants no mercado antes que ele acorde, isso vai lembrar ele da França, são ótimas memórias. – Harry respondeu distraído.
– Croissants? – Nana perguntou, sentindo dificuldade em pronunciar a palavra até então desconhecida por ela.
– Sim, pequena. Antes de você nascer, eu e o papai vivemos na França por alguns anos. Ele nasceu lá e nos conhecemos lá. Então passamos o nosso relacionamento entre a Inglaterra e a França.
– E por que escolheram ficar aqui na Inglaterra?
– Você provavelmente não vai entender se eu tentar explicar agora porque é uma longa história, mas eu prometo de dedinho que quando você for grandinha eu e o papai vamos te explicar direitinho, tudo bem?
– Claro! Então vamos logo comprar croissants para o papai!
Harry sorriu, agradecendo aos céus por ter uma filha tão boa e compreensiva.
Após comprarem os croissants e algumas frutas que estavam em falta. Harry e Nana voltaram para a casa um tanto quanto apressados, temendo que Louis fosse acordar e estragar a surpresa.
Harry optou por ao invés de vitamina - que poderia acordar Louis com o barulho do liquidificador -, usar um iogurte natural que estava pré-preparado em sua geladeira, decorando a vasilha com granola e frutas vermelhas. Após montar uma linda bandeja com coisas que Louis adorava, incluindo uma pequena flor colhida em seu jardim em um pequeno jarro de vidro, Harry pediu ajuda de Nana para escrever uma cartinha e logo pegou Charlie que há pouco havia acordado para fazer pequenos rabiscos carinhosos para seu papai.
"Bom dia, paixão! Feliz 30 anos! Eu sei que você gostaria de ser adolescente para sempre e não é legal pensar que está envelhecendo, mas ei! 30 ainda é novo! Obrigada por estar ao meu lado desde os meus 16 anos e por compartilhar uma vida inteira comigo, eu te amo infinitos! Também amo a família que construímos e sou grato por tudinho. Beijos!"
E depois, ainda na mesma folha só que em uma caligrafia bagunçada:
"PARABÉNS PAPAI PRÍNCIPE EU TE AMO MELHOR PAI DO MUNDO PRA SEMPRE BEIJINHOS NANA"
E depois, alguns rabiscos e pingos de baba deixados por Charlie. Muitos não iriam entender o que se tratava aquele borrão, mas para Harry e Louis aquilo tinha um significado valioso.
Então Harry deixou seus pequenos no tapete da sala e, com cuidado para não acordar Louis, colocou piscas-piscas ao redor de todo o quarto, lembrando especificamente de quando Louis contou que quando era criança, achava que as luzes de natal eram para ele.
Depois de buscar suas crianças de volta e colocar uma em cada lado da cama, tomando cuidado especial em deixar Charlie seguro e pertinho de Louis para não cair, ele voltou correndo na cozinha para pegar a bandeja com o café da manhã e a cartinha e por fim voltou para o quarto, acenando para que Nana o acordasse.
– Papai! – Ela disse pertinho no ouvido do pai, deixando um beijo em sua bochecha e logo levantando o rosto para olhar para Harry com uma careta devido a barba por fazer que estava no rosto de Louis.
– Tudo bem, pequena, depois ele tira a barba. Tente acordar ele! – Harry sussurrou e Nana assentiu, logo voltando sua atenção para seu pai.
– Acorda, dorminhoco! É véspera de natal e o seu aniversário! – Ela disse, dessa vez com um tom de voz mais alto.
Louis finalmente acordou, levando uma mão aos olhos e logo percebeu o que estava acontecendo ali. Com cuidado, sentou na cama colocando dois dos travesseiros em suas costas e puxou suas crianças para um abraço apertado.
– Ah, como eu amo vocês! – Ele disse, a voz saindo rouca e abafada.
– Feliz aniversário, papai! – Nana disse sorridente e Charlie a acompanhou apenas gritando "papa" e rindo.
– Feliz aniversário, meu amor. – Harry disse se aproximando da cama e entregando a bandeja para Louis que agora afastava cuidadosamente as crianças para que pudesse se aproximar da bandeja.
Nana ficou sentada ao lado de Louis e Charlie foi para os braços de Harry que agora estava sentado de pernas cruzadas na cama de frente para Louis, assistindo atentamente quando ele pegou a carta e leu.
Primeiro, o sorriso de Louis era enorme, os olhos brilhando em felicidade. Depois, brilhando pois estavam banhados em lágrimas. Essas que logo começaram a rolar pelo rosto do aniversariante, que repetia "obrigado" e "eu amo vocês" em meio ao choro.
– Meu bem, respire fundo, certo? O Charlie está ficando assustado pelo seu choro. – Harry disse acariciando a mão de Louis que estava descansando em sua perna.
– Tudo bem, Charlie! O papai está feliz! Muito feliz! – Louis disse sorrindo para o filho.
– Papai, você não percebeu as luzes no quarto? – Nana perguntou impaciente, fazendo Louis só agora perceber vários piscas-piscas em seu quarto.
– Eu as coloquei porque quando você era apenas uma criança, você achava que as luzes de natal eram pra você. Então agora você sabe que cada pequeno pontinho de luz nesse quarto é destinado para você, meu amor. – Harry disse baixinho, temendo que se levantasse o tom de voz aquela bolha confortável que os envolvia pudesse a qualquer momento estourar.
Louis estava prestes a se emocionar pela segunda vez em menos de 5 minutos, mas logo respirou fundo e apenas deixou um beijo nos outros 3 que dividiam espaço na cama com ele, tomando cuidado para não derrubar a bandeja.
Harry e Nana já haviam tomado café da manhã, então agora Louis comia e Charlie tomava sua mamadeira enquanto eles discutiam o que fariam durante o dia.
Depois de tomar café da manhã, Louis ficou brincando com seus filhos e o pequeno cachorrinho no tapete da sala enquanto Harry lavava a louça.
Louis havia decidido que hoje eles almoçariam fora, então quando o relógio marcou meio-dia, eles colocaram botas e casacos quentinhos e foram até o restaurante favorito de Louis, demorando mais que o de costume pois Louis ficou indeciso sobre qual prato era o seu favorito. Acabaram todos pedindo frango recheado com mussarela e enrolado no presunto, acompanhado por um purê de batata caseiro e uma papinha para Charlie.
Depois de pagarem a conta do almoço, foram até o aeroporto buscar a família de Louis que havia acabado de desembarcar e esperavam para pegas suas malas na esteira quando avistaram Louis, Harry e as crianças ao longe. Os mais novos, Ernest e Doris, correram para abraçar os irmãos e logo fizeram amizade com Nana. Logo chegou o restante da família, todos animados pelo reencontro e parabenizando Louis pelos 30 anos.
Depois de muita insistência da parte de Louis e Harry, eles cederam e logo foram para a grande casa do casal, comprada pensando nos momentos em que as famílias se reuniriam então haviam vários quartos sobrando.
Ao chegarem em casa, Bolt estava animado na porta e logo foi apresentado como filho de Harry e Louis para a família. Com um barulho que Louis estava acostumado do tempo que morava com seus pais, eles decidiram que Jay e Mark ficariam em um quarto, Lottie, Ernest e Doris dividiriam outro quarto e Daisy e Phoebe dividiriam o último quarto que havia sobrado.
Eles tiveram ótimos momentos naquela tarde, a grande família de Louis passou boa parte da tarde dormindo devido ao cansaço de passar horas viajando. Enquanto isso, Louis estava deitado no sofá, a cabeça de Harry descansando em seu colo, Nana desajeitadamente em cima dos dois enquanto Charlie tirava um cochilo nos braços de Harry e o pequeno Bolt enrolado nos pés dos pais.
Agora eles assistiam Enrolados, que era o favorito de Louis, Harry e Nana.
A medida em que iam acordando, o restante da família Tomlinson se aproximava e sentavam junto com eles para assistir o final do filme.
Logo, quando o filme acabou, Louis e Lottie foram para o quintal animados brincar com Charlie, Nana, Bolt, Ernest e Doris, enquanto o restante planejava fazer um bolo de aniversário para Louis e cantar parabéns pouco antes da ceia que também já estava sendo preparada.
Mais tarde, naquele dia, todos os banheiros estavam ocupados. Para pouparem tempo, Harry e Louis tomaram banho juntos e quando já estavam vestidos deram banho em Charlie e Nana ao mesmo tempo, arrumando as crianças o mais rápido possível com roupas temáticas de natal para receber a família de Harry que já estava à caminho.
Charlie vestia uma roupa verde de duende do Papai Noel e com o pequeno gorro em sua cabeça enquanto Nana vestia um vestido vermelho com babados brancos de Mamãe Noel e um gorro semelhante ao de Charlie.
Pouco tempo depois, a campainha tocou e eles encontraram Anne, Des e Gemma. Mais uma vez Louis foi parabenizado pelo seu trigésimo aniversário. Eles estavam reunidos na grande mesa de madeira que havia na parte de trás da casa de Louis e Harry, com piscas-piscas decorando as árvores que também se encontravam lá e um pouco de neve que caíra mais cedo decorando o gramado verde.
Pouco antes de meia noite, Harry apareceu com um grande bolo em mãos, decorado com uma bola de futebol no centro e cantando parabéns para o marido. Após cantarem parabéns, Louis recebeu pela milésima vez naquele dia vários abraços e beijos, até Bolt havia o abraçado.
Então, deu meia noite.
Eles cantaram várias musicas natalinas acompanhados da caixinha de som que ajudava as reproduzindo na voz do cantor de cada uma dessas músicas, fizeram a ceia e logo puseram Charlie e Nana em seus berços para que pudessem finalmente descansar.
Depois de uma garrafa de vinho dividida entre os adultos, arrumaram todas as bagunças, arrumaram todos os presentes embaixo da árvore e cada um se dirigiu para o seu respectivo quarto, com excessão de Anne, Gemma e Des que voltaram para suas casas que não eram longe dali.
Logo na manhã seguinte, Nana correu para o quarto dos pais, os acordando mais animada do que nunca.
– Venham, papais! O Papai Noel deixou presentes!
Então eles tiraram Charlie do berço e se juntaram embaixo da árvore com as irmãs de Louis para abrir os presentes.
Nesse natal, até Bolt havia ganhado um presente e agora estava feliz no canto da sala brincando com seu osso de pelúcia.
Depois de arrumarem grande bagunça de embrulhos no chão da sala, passaram o restante do dia felizes e fazendo brincadeiras em família. No final da tarde, infelizmente tiveram que se despedir da família de Louis, que não podiam deixar o restaurante da família fechado por tanto tempo então já tinham que voltar para a França.
Naquela noite, Harry e Louis fizeram chocolate quente enquanto dançavam com seus pequenos na cozinha.
Logo eles estavam sentados de frente para a lareira, usando meias engraçadas combinando e com pijamas do Grinch para simbolizar o natal que já havia passado. Todas as luzes estavam apagadas, sendo a lareira a única coisa que iluminava a casa da família Tomlinson-Styles e os deixavam quentinhos naquela noite.
– Papais, vocês acham que no próximo natal o Papai Noel vai chamar a cegonha e dar um neném de presente 'pra gente? – Nana perguntou inocente, fazendo Harry e Louis se olharem sorrindo.
– Quem sabe, meu amor. Talvez sim, talvez não. – Louis disse, ainda olhando para Harry, que segurava Charlie em seu colo.
– Talvez você e Charlie possam ganhar outro irmãozinho mesmo sem ser natal. – Harry disse olhando para Louis, que, ainda sorrindo, assentiu ao que Harry disse.
– Ótimo, então! A nossa família vai crescer!
FIM